OSFED: o distúrbio alimentar mais comum de todos

É verdade que existem diferentes distúrbios que têm fama própria e que passam de boca em boca, tanto de quem é especialista quanto de quem não é. No entanto, existem outros, como OSFED, (Other specified feeding or eating disorder), que não são conhecidos ou tão claros.

Em qualquer caso, estes últimos são igualmente importantes. A tal ponto que constituem um dos grupos mais comuns. Vamos ver do que se trata.

Tipos e características de OSFED

Do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), OSFED refere-se a transtornos alimentares especificados de outra forma, que correspondem aos anteriormente conhecidos como EDNOS (transtorno alimentar não especificado de outra forma).

Alguns dos tipos de OSFED são os seguintes:

• Anorexia nervosa atípica: é um quadro semelhante ao da anorexia, porém não preenche todos os critérios.
• Bulimia nervosa de baixa frequência e duração limitada: também compartilha sintomas ou características semelhantes com a bulimia, mas também não preenche todos os critérios.
• Distúrbio purgativo: a ação purgativa é realizada, mas não de forma compulsiva. É por isso que difere da bulimia nervosa. A purgação é o ato de provocar o vômito sob a ideia de que assim se retira o que se comeu compulsivamente em uma farra.
• Síndrome do comer de noite: caracterizada pela recorrência da ingestão excessiva de alimentos após o jantar ou ao acordar.
• Transtorno da compulsão alimentar periódica: esse tipo de transtorno envolve o reconhecimento dos critérios, embora com menos frequência ou por períodos de tempo mais curtos. Por exemplo, menos de uma vez por semana.

Causas de OSFED

Existem múltiplas causas de OSFED, desde genética até social e cultural. Porém, não podemos perder de vista que a pressão do contexto, com mensagens que remetem a um modelo hegemônico de beleza e de corpo perfeito, é prejudicial.

Veja: Os perigos da anorexia

Sintomas de OSFED e como eles afetam a pessoa

Alguns dos sintomas mais frequentes de OSFED são os seguintes:

• Variações de peso: aumento ou diminuição.
• Preocupação em manter dietas e perder peso.
• Autopercepção negativa do corpo,
• Preocupação excessiva com o exercício.
• Ansiedade e nervosismo.
• Alterações na menstruação, mesmo com amenorréia.
• Menor desejo sexual ou baixa libido.

Estes são alguns dos sintomas que, em muitos casos, coincidem com os transtornos alimentares tradicionais. Entretanto, é oportuno lembrar que diferem em alguns critérios, principalmente na frequência ou intensidade dos sinais.

Em geral, o que caracteriza os transtornos alimentares são expressões comportamentais, como olhar-se continuamente no espelho, evitar alimentos ou rituais relacionados à alimentação.

Qualquer tipo de distúrbio interfere no funcionamento e na vida diária das pessoas que o sofrem. Alguém que tem um OSFED pode evitar as reuniões para não comer, ou pode comparecer e depois vomitar. Claro, isso acarreta complicações no nível geral de saúde.

Veja: Anorexia em homens

Tratamento de OSFED

Como outros tipos de transtornos alimentares, os OSFEDs requerem os seguintes controles:

• Um exame físico e médico, que determina o estado de saúde e o grau de evolução ou gravidade da doença, a fim de escolher a melhor intervenção. Em alguns casos, a hospitalização pode ser necessária.
• Avaliação e cuidados psicológicos para colaborar no enfrentamento da doença, estabelecer orientações de autocuidado e orientações para melhorar a alimentação. Às vezes, não só deve trabalhar a nível individual, mas também a nível familiar.

Como ajudar?

Aqui estão algumas dicas que podem ajudar alguém com qualquer distúrbio alimentar:

• Uma primeira forma de apoio é incentivá-la a pedir ajuda. A maioria desses distúrbios requer uma abordagem específica e especializada.
• Evite qualquer tipo de comentário referente à aparência e corpo, ganho ou perda de peso. Eles geralmente são prejudiciais e reforçadores.
• É muito importante entender que não se trata da preocupação com a comida, mas sim com a interpretação que se faz do corpo ou da aparência. Portanto, você deve tentar entender que, mesmo que convide essa pessoa para comer uma salada (ou qualquer outra coisa saudável), isso pode significar um sofrimento real para ela.
• Manter uma visão crítica em relação aos corpos únicos e ao modelo hegemônico de beleza.
• Demonstre apoio e interesse, mas não julgue. Reforce os aspectos positivos que o outro possui.

O que é saudável às vezes esconde um distúrbio alimentar

Atualmente existem inúmeras tendências na alimentação e ligadas ao respeito e revalorização do corpo. No entanto, também não se trata de seguir qualquer dieta que seja oferecida.

É importante diferenciar para detectar quando estamos falando de práticas alimentares saudáveis e quando estamos na presença de um transtorno alimentar, como o OSFED. Muitos distúrbios se escondem sob o disfarce de dietas ou hábitos saudáveis, colocando obstáculos à detecção oportuna e oportuna.

Isso não quer dizer que todas as pessoas que cuidam de seus corpos ou seguem uma dieta tenham um distúrbio. Para isso, é necessário um diagnóstico mais profundo.

Mas é preciso ficar atento, pois algumas sugestões são seguidas sem levar em conta a singularidade de cada pessoa. E em muitos casos existem riscos evitáveis.