Candida auris: tudo que você precisa saber
Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto
Candida auris é o nome dado a um fungo da família das Candidas. Tornou-se famoso na comunidade científica pela sua capacidade de desenvolver resistência aos antifúngicos que costumam ser usados na prática clínica.
Os surtos deste fungo apareceram quase sempre ligados a instituições hospitalares ou residências para idosos. Além disso, apresentavam uma gravidade importante, a ponto de provocar sepse, ou seja, a disseminação da infecção pelo sangue do paciente.
O microrganismo foi identificado pela primeira vez em 2009. Recebeu o nome de auris por ter sido isolado em uma amostra do canal auditivo desse paciente, um nativo da Coreia do Sul. Os surtos intra-hospitalares desta candida levantaram o alerta em 2016 e 2017.
Os surtos mais graves foram registrados em unidades de terapia intensiva. Isso levou a precauções extremas do pessoal de saúde para controlar o contágio; no entanto, o segundo problema adicional foi a capacidade de resistência do fungo.
Supõe-se que, vivendo em ambiente hospitalar, sua resistência à medicação seja ainda mais acentuada. Amostras retiradas do piso do hospital, móveis de salas de clínicas e até computadores deram resultados positivos para a Candida auris.
Casos de Candida auris no mundo
Após a confirmação do primeiro caso de Candida auris em 2009, os pesquisadores reconheceram que infecções prévias não identificadas possivelmente teriam sido causadas por esse patógeno. Um caso em particular, de 2008, também de um morador da Coreia do Sul, era suspeito.
A partir daí, com o conhecimento científico estabelecido, os casos foram classificados na Índia, África do Sul, Venezuela, Reino Unido, Israel e Estados Unidos. Esses dois últimos países, juntamente com a Espanha e a Colômbia, registraram casos em 2016, que foi um ano com vários surtos.
Em relação aos episódios com pacientes hospitalizados, existem dois casos significativos. O primeiro ocorreu no Royal Brompton Hospital em Londres, em 2015, e o outro no La Fe Hospital em Valência, em 2016. Cada surto afetou um número significativo de hospitalizados.
Leia também: Como prevenir o abuso de medicamentos prescritos?
Fatores de risco
Nem todo mundo exposto a Candida auris contrai a infecção e apresenta sintomas graves. Além disso, sabe-se que existem pessoas que são portadoras do fungo em seu organismo mas nunca desenvolvem sintomas. Essa situação é conhecida como colonização e, embora não seja grave para os portadores, eles são potenciais transmissores para outras pessoas.
O principal fator de risco para a infecção é estar hospitalizado e com um instrumento invasivo colocado, seja um cateter ou uma sonda. Os outros fatores de risco são:
- Morar em um lar de idosos
- Medicação frequente com antifúngicos
- Visitas frequentes a hospitais, seja por problemas de saúde próprios ou como visitante de um internado
Resistência da Candida auris aos medicamentos
Uma característica surpreendente da Candida auris é sua capacidade de resistir aos medicamentos antifúngicos. É algo que preocupa os epidemiologistas. Os surtos hospitalares geram alertas porque não se sabe, em princípio, quão difícil será erradicar o fungo que se espalhou.
Quase todas as variedades de Candida são sensíveis ao fluconazol. É comum que infecções por Candida albicans, por exemplo, sejam tratadas com este medicamento. Entretanto, no caso da Candida auris, a resistência ao fluconazol é imediata.
Também foram relatadas resistências a outros antifúngicos, incluindo anfotericina B e voriconazol. Segundo estudos científicos, aproximadamente 90% das cepas registradas de Candida auris são resistentes a uma classe de antifúngicos, enquanto um terço delas resiste a mais de dois medicamentos diferentes.
Descubra: 5 dicas para evitar o contágio da candidíase vaginal
Tratamento
Até agora, um grupo especial de antifúngicos mostrou relativa eficácia na eliminação da Candida auris. Esses medicamentos são as equinocandinas, e os mais conhecidos são três: anidulafungina, caspofungina e micafungina.
No entanto, eles nem sempre estão disponíveis, e houve até cepas resistentes a eles. Se essa situação ocorrer, o protocolo propõe usar no paciente afetado uma mistura de antifúngicos em doses mais altas que o usual.
Cabe destacar que esses pacientes tinham doenças prévias que exigiam hospitalização. Portanto, seu sistema imunológico já estaria debilitado. A equipe médica é a responsável por definir como combinar os tratamentos para cada problema.
Essa situação crítica com relação à Candida auris nos lembra da necessidade de ser prudentes no uso de medicamentos. Tanto os pacientes quanto os médicos devem seguir as diretrizes de prescrição para evitar o desenvolvimento de resistência microbiana.
Candida auris é o nome dado a um fungo da família das Candidas. Tornou-se famoso na comunidade científica pela sua capacidade de desenvolver resistência aos antifúngicos que costumam ser usados na prática clínica.
Os surtos deste fungo apareceram quase sempre ligados a instituições hospitalares ou residências para idosos. Além disso, apresentavam uma gravidade importante, a ponto de provocar sepse, ou seja, a disseminação da infecção pelo sangue do paciente.
O microrganismo foi identificado pela primeira vez em 2009. Recebeu o nome de auris por ter sido isolado em uma amostra do canal auditivo desse paciente, um nativo da Coreia do Sul. Os surtos intra-hospitalares desta candida levantaram o alerta em 2016 e 2017.
Os surtos mais graves foram registrados em unidades de terapia intensiva. Isso levou a precauções extremas do pessoal de saúde para controlar o contágio; no entanto, o segundo problema adicional foi a capacidade de resistência do fungo.
Supõe-se que, vivendo em ambiente hospitalar, sua resistência à medicação seja ainda mais acentuada. Amostras retiradas do piso do hospital, móveis de salas de clínicas e até computadores deram resultados positivos para a Candida auris.
Casos de Candida auris no mundo
Após a confirmação do primeiro caso de Candida auris em 2009, os pesquisadores reconheceram que infecções prévias não identificadas possivelmente teriam sido causadas por esse patógeno. Um caso em particular, de 2008, também de um morador da Coreia do Sul, era suspeito.
A partir daí, com o conhecimento científico estabelecido, os casos foram classificados na Índia, África do Sul, Venezuela, Reino Unido, Israel e Estados Unidos. Esses dois últimos países, juntamente com a Espanha e a Colômbia, registraram casos em 2016, que foi um ano com vários surtos.
Em relação aos episódios com pacientes hospitalizados, existem dois casos significativos. O primeiro ocorreu no Royal Brompton Hospital em Londres, em 2015, e o outro no La Fe Hospital em Valência, em 2016. Cada surto afetou um número significativo de hospitalizados.
Leia também: Como prevenir o abuso de medicamentos prescritos?
Fatores de risco
Nem todo mundo exposto a Candida auris contrai a infecção e apresenta sintomas graves. Além disso, sabe-se que existem pessoas que são portadoras do fungo em seu organismo mas nunca desenvolvem sintomas. Essa situação é conhecida como colonização e, embora não seja grave para os portadores, eles são potenciais transmissores para outras pessoas.
O principal fator de risco para a infecção é estar hospitalizado e com um instrumento invasivo colocado, seja um cateter ou uma sonda. Os outros fatores de risco são:
- Morar em um lar de idosos
- Medicação frequente com antifúngicos
- Visitas frequentes a hospitais, seja por problemas de saúde próprios ou como visitante de um internado
Resistência da Candida auris aos medicamentos
Uma característica surpreendente da Candida auris é sua capacidade de resistir aos medicamentos antifúngicos. É algo que preocupa os epidemiologistas. Os surtos hospitalares geram alertas porque não se sabe, em princípio, quão difícil será erradicar o fungo que se espalhou.
Quase todas as variedades de Candida são sensíveis ao fluconazol. É comum que infecções por Candida albicans, por exemplo, sejam tratadas com este medicamento. Entretanto, no caso da Candida auris, a resistência ao fluconazol é imediata.
Também foram relatadas resistências a outros antifúngicos, incluindo anfotericina B e voriconazol. Segundo estudos científicos, aproximadamente 90% das cepas registradas de Candida auris são resistentes a uma classe de antifúngicos, enquanto um terço delas resiste a mais de dois medicamentos diferentes.
Descubra: 5 dicas para evitar o contágio da candidíase vaginal
Tratamento
Até agora, um grupo especial de antifúngicos mostrou relativa eficácia na eliminação da Candida auris. Esses medicamentos são as equinocandinas, e os mais conhecidos são três: anidulafungina, caspofungina e micafungina.
No entanto, eles nem sempre estão disponíveis, e houve até cepas resistentes a eles. Se essa situação ocorrer, o protocolo propõe usar no paciente afetado uma mistura de antifúngicos em doses mais altas que o usual.
Cabe destacar que esses pacientes tinham doenças prévias que exigiam hospitalização. Portanto, seu sistema imunológico já estaria debilitado. A equipe médica é a responsável por definir como combinar os tratamentos para cada problema.
Essa situação crítica com relação à Candida auris nos lembra da necessidade de ser prudentes no uso de medicamentos. Tanto os pacientes quanto os médicos devem seguir as diretrizes de prescrição para evitar o desenvolvimento de resistência microbiana.
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- Jeffery-Smith A, Taori SK, Schelenz S, et al. Candida auris: a review of the literature. Clin Microbiol Rev. 2017;31(1). PMID: 29142078.
- Schelenz, Silke, et al. “First hospital outbreak of the globally emerging Candida auris in a European hospital.” Antimicrobial Resistance & Infection Control 5.1 (2016): 35.
- Clancy, Cornelius J., and M. Hong Nguyen. “Emergence of Candida auris: an international call to arms.” (2017): 141-143.
- Sherry, Leighann, et al. “Biofilm-forming capability of highly virulent, multidrug-resistant Candida auris.” Emerging infectious diseases 23.2 (2017): 328.
- Kordalewska M, Perlin DS. Identification of Drug Resistant Candida auris. Front Microbiol. 2019;10:1918. Published 2019 Aug 20. doi:10.3389/fmicb.2019.01918
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