Após pisar em espinhos, mulher fica com problema no coração e sem uma perna
Após pisar em espinhos, Gabriela, de 29 anos, teve um problema no coração, conviveu 5 anos com uma infecção por causa de uma bactéria e precisou amputar uma das pernas. Ela contou a história em suas redes sociais e o caso viralizou.
Há 5 anos, a mineira de Ubá, cidade a cerca de 246 quilômetros de Belo Horizonte, estava em um sítio com amigos quando pisou sobre espinhos e machucou os pés. Ela caminhava descalça numa área coberta por barro quando sentiu as picadas nos dois pés. Eram espinhos pequenos, quase transparentes e bem finos.
“Até hoje eu não sei no que eu pisei exatamente. Fiquei com os dois pés machucados, passei bastante álcool, pomada, os espinhos eram muito pequenos, não dava para ver”, contou. “Alguns dias depois, comecei a sentir dores nas pernas, tive inchaço nos joelhos. Como eu gostava de jogar bola, pensei que pudesse ser uma torção ou algo assim”.
No dia 4 de dezembro de 2017, data de seu aniversário, ela começou a sentir febre e fraqueza. Fez exame para verificar a existência de infecção no corpo, que foi confirmada. “Me deram uma injeção com antibióticos e disseram para eu ir para casa, que ia passar”, afirma.
Pouco antes do Natal, ela começou a ter febre alta, acima dos 40 graus. Tomava dipirona para baixar a temperatura e analgésicos para dor. Passou a ter também sudorese noturna e manchas avermelhadas nas mãos.
“Perto do Réveillon, fui me consultar com um médico da família, perto de casa. Ele pediu vários exames para ir descartando diagnósticos. Enquanto isso, os meus pés já não doíam, os espinhos começaram ser expulsos pelo corpo, não havia o menor sinal de infecção nos pés. Em 3 de janeiro de 2018, fiz um exame no coração”.
Ela é considerada por médicos, família e amigos como um exemplo de força, determinação e vontade de viver
Gabriela foi submetida a uma ecocardiografia transeosofágica, um exame parecido com uma endoscopia, para observar o funcionamento do coração. Foi quando, enfim, os médicos descobriram que ela tinha uma vegetação, ou seja, um coágulo de plaquetas e fibrina infectado por bactérias, alojado na válvula do coração.
Ela passou por uma cirurgia às pressas para que os médicos retirassem a vegetação provocada pelas bactérias. A válvula de seu coração teve que ser substituída por uma válvula suína (de porco).
Após sair da cirurgia, ela sofreu duas paradas cardíacas. Os médicos conseguiram reanimá-la, porém outros órgãos começaram a colapsar, por conta de uma sepse. Ela passou por uma transfusão de sangue e começou a apresentar melhora. Em fevereiro, no dia 16, saiu da UTI sendo levada para o quarto.
“A volta não foi fácil. Perdi muito peso, fiquei com escaras pelo corpo, até na cabeça. Hoje ainda tenho as marcas delas. Tive que reaprender a andar e respirar, me alimentei por sonda por mais de 30 dias. Enquanto me recuperava, porém, meu pé esquerdo começou a necrosar. As pontas dos dedos e o calcâneo”.
Infecção no osso
Nesse momento, ainda havia uma longa batalha pela frente. Ela recebeu alta para não arriscar se contaminar no hospital por uma nova bactéria.
No entanto, uma vez por semana, a jovem tinha que passar pelo ambulatório para receber acompanhamento médico. Em abril, passou por uma cirurgia de retirada da necrose. Os dedos foram melhorando, mas a ferida do calcâneo não fechava.
“Os anos foram passando, eu fui tratando, mas o calcanhar não melhorava e só recentemente eu descobri que estava com uma osteomielite, ou seja, uma infecção no osso da perna. Foi quando os médicos decidiram amputar parte da perna”.
Diante do sofrimento vivido por ela nesse período, a amputação representou um grande alívio. Uma chance de voltar a viver. O procedimento foi realizado no dia 14 de dezembro.
Ela passou os últimos quatro anos trocando curativos todos os dias, tomando banho com sacola plástica no pé, sem poder pisar, ir à praia ou ao sítio. “Meu pé se tornou um problema”, afirmou.
Após a amputação, ela conta que passou ao menos 20 dias lutando com a dor causada pela síndrome do membro fantasma, que é a percepção de ainda existir o membro perdido por amputação. Uma condição neurofisiológica, em que a parte amputada desmembra-se do corpo, porém não do cérebro, ocasionando dores ao paciente.
“Nunca havia sentido dores tão fortes antes na vida. Mas o tempo foi passando e agora estou realmente aliviada em ter feito a amputação”, diz Gabriela, que não guardou rancor nem se sente deprimida pelo que aconteceu.
Dinheiro para prótese
Apesar de perder uma perna ser algo drástico na vida de qualquer pessoa, para Gabriela essa amputação significou a oportunidade de uma nova vida. Agora ela luta para conseguir juntar recursos para a compra de uma prótese que garanta a ela uma mobilidade melhor, já que tem dependido de muletas. A família criou para ela uma vaquinha on-line, onde ela pretende arrecadar R$ 35 mil.
“Sou muito abençoada. Minha mãe cuidou de mim quando mais precisei, meus amigos e meu marido me ajudam em tudo o que preciso. Agora o meu maior desejo é poder voltar a caminhar. Poder voltar a viajar e conhecer novos lugares. Também quero voltar a trabalhar”, afirma Gabriela, que tem um recado para as pessoas que passaram, passam ou um dia possam vir a passar por uma amputação.
“A gente tem que amar a vida. Curar a cabeça, se livrar da tristeza ou da raiva e aceitar as provações que Deus coloca na nossa vida. Quem passa pelo que eu passei, tem que enxergar que o importante não é a perda de um membro, mas a segunda chance de permanecer vivo”, afirmou.
Após pisar em espinhos, Gabriela, de 29 anos, teve um problema no coração, conviveu 5 anos com uma infecção por causa de uma bactéria e precisou amputar uma das pernas. Ela contou a história em suas redes sociais e o caso viralizou.
Há 5 anos, a mineira de Ubá, cidade a cerca de 246 quilômetros de Belo Horizonte, estava em um sítio com amigos quando pisou sobre espinhos e machucou os pés. Ela caminhava descalça numa área coberta por barro quando sentiu as picadas nos dois pés. Eram espinhos pequenos, quase transparentes e bem finos.
“Até hoje eu não sei no que eu pisei exatamente. Fiquei com os dois pés machucados, passei bastante álcool, pomada, os espinhos eram muito pequenos, não dava para ver”, contou. “Alguns dias depois, comecei a sentir dores nas pernas, tive inchaço nos joelhos. Como eu gostava de jogar bola, pensei que pudesse ser uma torção ou algo assim”.
No dia 4 de dezembro de 2017, data de seu aniversário, ela começou a sentir febre e fraqueza. Fez exame para verificar a existência de infecção no corpo, que foi confirmada. “Me deram uma injeção com antibióticos e disseram para eu ir para casa, que ia passar”, afirma.
Pouco antes do Natal, ela começou a ter febre alta, acima dos 40 graus. Tomava dipirona para baixar a temperatura e analgésicos para dor. Passou a ter também sudorese noturna e manchas avermelhadas nas mãos.
“Perto do Réveillon, fui me consultar com um médico da família, perto de casa. Ele pediu vários exames para ir descartando diagnósticos. Enquanto isso, os meus pés já não doíam, os espinhos começaram ser expulsos pelo corpo, não havia o menor sinal de infecção nos pés. Em 3 de janeiro de 2018, fiz um exame no coração”.
Ela é considerada por médicos, família e amigos como um exemplo de força, determinação e vontade de viver
Gabriela foi submetida a uma ecocardiografia transeosofágica, um exame parecido com uma endoscopia, para observar o funcionamento do coração. Foi quando, enfim, os médicos descobriram que ela tinha uma vegetação, ou seja, um coágulo de plaquetas e fibrina infectado por bactérias, alojado na válvula do coração.
Ela passou por uma cirurgia às pressas para que os médicos retirassem a vegetação provocada pelas bactérias. A válvula de seu coração teve que ser substituída por uma válvula suína (de porco).
Após sair da cirurgia, ela sofreu duas paradas cardíacas. Os médicos conseguiram reanimá-la, porém outros órgãos começaram a colapsar, por conta de uma sepse. Ela passou por uma transfusão de sangue e começou a apresentar melhora. Em fevereiro, no dia 16, saiu da UTI sendo levada para o quarto.
“A volta não foi fácil. Perdi muito peso, fiquei com escaras pelo corpo, até na cabeça. Hoje ainda tenho as marcas delas. Tive que reaprender a andar e respirar, me alimentei por sonda por mais de 30 dias. Enquanto me recuperava, porém, meu pé esquerdo começou a necrosar. As pontas dos dedos e o calcâneo”.
Infecção no osso
Nesse momento, ainda havia uma longa batalha pela frente. Ela recebeu alta para não arriscar se contaminar no hospital por uma nova bactéria.
No entanto, uma vez por semana, a jovem tinha que passar pelo ambulatório para receber acompanhamento médico. Em abril, passou por uma cirurgia de retirada da necrose. Os dedos foram melhorando, mas a ferida do calcâneo não fechava.
“Os anos foram passando, eu fui tratando, mas o calcanhar não melhorava e só recentemente eu descobri que estava com uma osteomielite, ou seja, uma infecção no osso da perna. Foi quando os médicos decidiram amputar parte da perna”.
Diante do sofrimento vivido por ela nesse período, a amputação representou um grande alívio. Uma chance de voltar a viver. O procedimento foi realizado no dia 14 de dezembro.
Ela passou os últimos quatro anos trocando curativos todos os dias, tomando banho com sacola plástica no pé, sem poder pisar, ir à praia ou ao sítio. “Meu pé se tornou um problema”, afirmou.
Após a amputação, ela conta que passou ao menos 20 dias lutando com a dor causada pela síndrome do membro fantasma, que é a percepção de ainda existir o membro perdido por amputação. Uma condição neurofisiológica, em que a parte amputada desmembra-se do corpo, porém não do cérebro, ocasionando dores ao paciente.
“Nunca havia sentido dores tão fortes antes na vida. Mas o tempo foi passando e agora estou realmente aliviada em ter feito a amputação”, diz Gabriela, que não guardou rancor nem se sente deprimida pelo que aconteceu.
Dinheiro para prótese
Apesar de perder uma perna ser algo drástico na vida de qualquer pessoa, para Gabriela essa amputação significou a oportunidade de uma nova vida. Agora ela luta para conseguir juntar recursos para a compra de uma prótese que garanta a ela uma mobilidade melhor, já que tem dependido de muletas. A família criou para ela uma vaquinha on-line, onde ela pretende arrecadar R$ 35 mil.
“Sou muito abençoada. Minha mãe cuidou de mim quando mais precisei, meus amigos e meu marido me ajudam em tudo o que preciso. Agora o meu maior desejo é poder voltar a caminhar. Poder voltar a viajar e conhecer novos lugares. Também quero voltar a trabalhar”, afirma Gabriela, que tem um recado para as pessoas que passaram, passam ou um dia possam vir a passar por uma amputação.
“A gente tem que amar a vida. Curar a cabeça, se livrar da tristeza ou da raiva e aceitar as provações que Deus coloca na nossa vida. Quem passa pelo que eu passei, tem que enxergar que o importante não é a perda de um membro, mas a segunda chance de permanecer vivo”, afirmou.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.