Amnésia por estresse: “Não lembrava de quando era casada”
A amnésia dissociativa consiste em um tipo de amnésia (perda da memória) provocada por trauma ou estresse e resulta na incapacidade de recordar informações pessoais importantes.
O estresse pode provocar um tipo de amnésia que pode resultar na incapacidade de recordar informações pessoais importantes. A pessoa tem lapsos que podem durar de poucos minutos a décadas.
No caso de Regina Martins, 74, de São Paulo (SP), a perda de memória durou meses. Em 2007, suas cachorras de estimação morreram, ela ficou viúva e precisou se desfazer de bens materiais para se manter, e sua saúde declinou.
“Estava tão à flor da pele que um dia perdi a memória do que vivi casada. Fui para o hospital com suspeita de estar tendo um AVC”, disse.
Depois de fazer exames, Regina recebeu o diagnóstico. Não estava sob efeito de substâncias, nem com nenhuma condição neurológica preocupante. Com base em seu relato e no de parentes, o médico disse que a causa de sua amnésia poderia ser estresse.
O estresse pode causar diferentes amnésias
A perda de memória de Regina era do tipo dissociativa, como posteriormente descobriram especialistas em saúde mental.
“É causada por estresse severo ou transtorno do estresse pós-traumático caracterizado pela dificuldade em se recuperar de traumas e pode se dividir ainda em cinco subtipos”, explica Leide Batista, psicóloga pela Faculdade Castro Alves, em Salvador (BA).
- Seletiva: são esquecidos somente certos aspectos de um evento ou apenas alguns momentos de uma fase.
- Localizada: quando a perda de memória atinge um ou vários eventos específicos ou um período específico. No caso de Regina, foram sobretudo os anos em que seu marido esteve doente.
- Generalizada: essa amnésia é rara e envolve a própria identidade pessoal e toda a história de vida, às vezes incluindo habilidades, conhecimentos e informações sobre o mundo.
- Sistematizada: o esquecimento se concentra em informações específicas, como a respeito de uma pessoa em particular ou sobre a família.
- Contínua: os lapsos são contínuos, dia após dia, a cada novo acontecimento vivido.
As pessoas que passaram ou testemunharam abusos físicos ou sexuais, guerras, genocídios, acidentes, desastres naturais ou mortes de entes queridos estão mais propensas a sofrer com esse tipo de amnésia.
A perda de memória também pode surgir de preocupações financeiras graves ou conflitos internos, como sentimento de culpa, dificuldades interpessoais, erros cometidos.
Regina explica que, sofrendo de amnésia por estresse —que é mais frequente em mulheres do que em homens—, esquecia parte de seu passado, mas ainda assim se sentia mal quando falava em doença e hospital. “Confundia locais, misturava ocasiões, nomes e pessoas, mas hoje percebo como era influenciada inconscientemente, me sentia desorientada e angustiada.”
Em geral, os lapsos da amnésia dissociativa surgem de repente, mas não necessariamente de imediato após um evento traumático ou estressante, podendo levar horas, dias ou mais tempo para aparecer.
“Muitos minimizam a importância da perda de memória e podem se sentir desconfortáveis quando levados a enfrentá-la”, explica Gabriel Lopes, psiquiatra pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), acrescentando que as pessoas só percebem a situação posteriormente, quando a lembrança reaparece, principalmente após terem evidências concretas e flashbacks.
Tratamento da amnésia dissociativa
O principal objetivo do tratamento da amnésia dissociativa é tentar ajudar o indivíduo a obter informações sobre as causas de sua amnésia, bem como ajudá-lo a desenvolver novas estratégias de enfrentamento para gerenciar seus sintomas. O tratamento para a amnésia dissociativa pode incluir psicoterapia, medicamentos ou outros tratamentos alternativos.
Sem tratar, a amnésia dissociativa pode piorar
Para ter certeza de que se trata de amnésia dissociativa, é preciso excluir uma série de fatores, desde os que foram levantados para a condição de Regina —descartar efeitos de substâncias, como álcool, drogas ou medicamentos, ou alguma condição neurológica preocupante, como convulsões, traumatismo craniano, lesão cerebral— a infecções cerebrais, deficiência de vitaminas, tumores e doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson. Além de se considerar uma amnésia associada a fadiga, insônia e tendência suicida.
Felizmente, quando os pacientes recebem suporte, fazem psicoterapia e tomam os medicamentos certos, como no caso de Regina, eles recuperam suas memórias e resolvem os conflitos que provocaram a amnésia. Nesse processo, é fundamental que façam atividades físicas e cuidem da saúde mental.
A amnésia dissociativa consiste em um tipo de amnésia (perda da memória) provocada por trauma ou estresse e resulta na incapacidade de recordar informações pessoais importantes.
O estresse pode provocar um tipo de amnésia que pode resultar na incapacidade de recordar informações pessoais importantes. A pessoa tem lapsos que podem durar de poucos minutos a décadas.
No caso de Regina Martins, 74, de São Paulo (SP), a perda de memória durou meses. Em 2007, suas cachorras de estimação morreram, ela ficou viúva e precisou se desfazer de bens materiais para se manter, e sua saúde declinou.
“Estava tão à flor da pele que um dia perdi a memória do que vivi casada. Fui para o hospital com suspeita de estar tendo um AVC”, disse.
Depois de fazer exames, Regina recebeu o diagnóstico. Não estava sob efeito de substâncias, nem com nenhuma condição neurológica preocupante. Com base em seu relato e no de parentes, o médico disse que a causa de sua amnésia poderia ser estresse.
O estresse pode causar diferentes amnésias
A perda de memória de Regina era do tipo dissociativa, como posteriormente descobriram especialistas em saúde mental.
“É causada por estresse severo ou transtorno do estresse pós-traumático caracterizado pela dificuldade em se recuperar de traumas e pode se dividir ainda em cinco subtipos”, explica Leide Batista, psicóloga pela Faculdade Castro Alves, em Salvador (BA).
- Seletiva: são esquecidos somente certos aspectos de um evento ou apenas alguns momentos de uma fase.
- Localizada: quando a perda de memória atinge um ou vários eventos específicos ou um período específico. No caso de Regina, foram sobretudo os anos em que seu marido esteve doente.
- Generalizada: essa amnésia é rara e envolve a própria identidade pessoal e toda a história de vida, às vezes incluindo habilidades, conhecimentos e informações sobre o mundo.
- Sistematizada: o esquecimento se concentra em informações específicas, como a respeito de uma pessoa em particular ou sobre a família.
- Contínua: os lapsos são contínuos, dia após dia, a cada novo acontecimento vivido.
As pessoas que passaram ou testemunharam abusos físicos ou sexuais, guerras, genocídios, acidentes, desastres naturais ou mortes de entes queridos estão mais propensas a sofrer com esse tipo de amnésia.
A perda de memória também pode surgir de preocupações financeiras graves ou conflitos internos, como sentimento de culpa, dificuldades interpessoais, erros cometidos.
Regina explica que, sofrendo de amnésia por estresse —que é mais frequente em mulheres do que em homens—, esquecia parte de seu passado, mas ainda assim se sentia mal quando falava em doença e hospital. “Confundia locais, misturava ocasiões, nomes e pessoas, mas hoje percebo como era influenciada inconscientemente, me sentia desorientada e angustiada.”
Em geral, os lapsos da amnésia dissociativa surgem de repente, mas não necessariamente de imediato após um evento traumático ou estressante, podendo levar horas, dias ou mais tempo para aparecer.
“Muitos minimizam a importância da perda de memória e podem se sentir desconfortáveis quando levados a enfrentá-la”, explica Gabriel Lopes, psiquiatra pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), acrescentando que as pessoas só percebem a situação posteriormente, quando a lembrança reaparece, principalmente após terem evidências concretas e flashbacks.
Tratamento da amnésia dissociativa
O principal objetivo do tratamento da amnésia dissociativa é tentar ajudar o indivíduo a obter informações sobre as causas de sua amnésia, bem como ajudá-lo a desenvolver novas estratégias de enfrentamento para gerenciar seus sintomas. O tratamento para a amnésia dissociativa pode incluir psicoterapia, medicamentos ou outros tratamentos alternativos.
Sem tratar, a amnésia dissociativa pode piorar
Para ter certeza de que se trata de amnésia dissociativa, é preciso excluir uma série de fatores, desde os que foram levantados para a condição de Regina —descartar efeitos de substâncias, como álcool, drogas ou medicamentos, ou alguma condição neurológica preocupante, como convulsões, traumatismo craniano, lesão cerebral— a infecções cerebrais, deficiência de vitaminas, tumores e doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson. Além de se considerar uma amnésia associada a fadiga, insônia e tendência suicida.
Felizmente, quando os pacientes recebem suporte, fazem psicoterapia e tomam os medicamentos certos, como no caso de Regina, eles recuperam suas memórias e resolvem os conflitos que provocaram a amnésia. Nesse processo, é fundamental que façam atividades físicas e cuidem da saúde mental.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.