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Amnésia por estresse: “Não lembrava de quando era casada”

3 minutos
Você já ouviu falar em amnésia dissociativa? Trata-se de uma categoria de amnésia causada por estresse ou trauma, estando intimamente relacionada a distúrbios psicológicos.
Amnésia por estresse: “Não lembrava de quando era casada”
Escrito por Equipe Editorial
Última atualização: 06 maio, 2023

A amnésia dissociativa consiste em um tipo de amnésia (perda da memória) provocada por trauma ou estresse e resulta na incapacidade de recordar informações pessoais importantes.

O estresse pode provocar um tipo de amnésia que pode resultar na incapacidade de recordar informações pessoais importantes. A pessoa tem lapsos que podem durar de poucos minutos a décadas.

No caso de Regina Martins, 74, de São Paulo (SP), a perda de memória durou meses. Em 2007, suas cachorras de estimação morreram, ela ficou viúva e precisou se desfazer de bens materiais para se manter, e sua saúde declinou.

 “Estava tão à flor da pele que um dia perdi a memória do que vivi casada. Fui para o hospital com suspeita de estar tendo um AVC”, disse.

Depois de fazer exames, Regina recebeu o diagnóstico. Não estava sob efeito de substâncias, nem com nenhuma condição neurológica preocupante. Com base em seu relato e no de parentes, o médico disse que a causa de sua amnésia poderia ser estresse.

O estresse pode causar diferentes amnésias

A perda de memória de Regina era do tipo dissociativa, como posteriormente descobriram especialistas em saúde mental.

“É causada por estresse severo ou transtorno do estresse pós-traumático caracterizado pela dificuldade em se recuperar de traumas e pode se dividir ainda em cinco subtipos”, explica Leide Batista, psicóloga pela Faculdade Castro Alves, em Salvador (BA).

  • Seletiva: são esquecidos somente certos aspectos de um evento ou apenas alguns momentos de uma fase.
  • Localizada: quando a perda de memória atinge um ou vários eventos específicos ou um período específico. No caso de Regina, foram sobretudo os anos em que seu marido esteve doente.
  • Generalizada: essa amnésia é rara e envolve a própria identidade pessoal e toda a história de vida, às vezes incluindo habilidades, conhecimentos e informações sobre o mundo.
  • Sistematizada: o esquecimento se concentra em informações específicas, como a respeito de uma pessoa em particular ou sobre a família.
  • Contínua: os lapsos são contínuos, dia após dia, a cada novo acontecimento vivido.

As pessoas que passaram ou testemunharam abusos físicos ou sexuais, guerras, genocídios, acidentes, desastres naturais ou mortes de entes queridos estão mais propensas a sofrer com esse tipo de amnésia.

A perda de memória também pode surgir de preocupações financeiras graves ou conflitos internos, como sentimento de culpa, dificuldades interpessoais, erros cometidos.

Some figure

Regina explica que, sofrendo de amnésia por estresse —que é mais frequente em mulheres do que em homens—, esquecia parte de seu passado, mas ainda assim se sentia mal quando falava em doença e hospital. “Confundia locais, misturava ocasiões, nomes e pessoas, mas hoje percebo como era influenciada inconscientemente, me sentia desorientada e angustiada.”

Em geral, os lapsos da amnésia dissociativa surgem de repente, mas não necessariamente de imediato após um evento traumático ou estressante, podendo levar horas, dias ou mais tempo para aparecer.

“Muitos minimizam a importância da perda de memória e podem se sentir desconfortáveis quando levados a enfrentá-la”, explica Gabriel Lopes, psiquiatra pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), acrescentando que as pessoas só percebem a situação posteriormente, quando a lembrança reaparece, principalmente após terem evidências concretas e flashbacks.

Tratamento da amnésia dissociativa

O principal objetivo do tratamento da amnésia dissociativa é tentar ajudar o indivíduo a obter informações sobre as causas de sua amnésia, bem como ajudá-lo a desenvolver novas estratégias de enfrentamento para gerenciar seus sintomas. O tratamento para a amnésia dissociativa pode incluir psicoterapia, medicamentos ou outros tratamentos alternativos.

Sem tratar, a amnésia dissociativa pode piorar

Para ter certeza de que se trata de amnésia dissociativa, é preciso excluir uma série de fatores, desde os que foram levantados para a condição de Regina —descartar efeitos de substâncias, como álcool, drogas ou medicamentos, ou alguma condição neurológica preocupante, como convulsões, traumatismo craniano, lesão cerebral— a infecções cerebrais, deficiência de vitaminas, tumores e doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson. Além de se considerar uma amnésia associada a fadiga, insônia e tendência suicida.

Felizmente, quando os pacientes recebem suporte, fazem psicoterapia e tomam os medicamentos certos, como no caso de Regina, eles recuperam suas memórias e resolvem os conflitos que provocaram a amnésia. Nesse processo, é fundamental que façam atividades físicas e cuidem da saúde mental.

A amnésia dissociativa consiste em um tipo de amnésia (perda da memória) provocada por trauma ou estresse e resulta na incapacidade de recordar informações pessoais importantes.

O estresse pode provocar um tipo de amnésia que pode resultar na incapacidade de recordar informações pessoais importantes. A pessoa tem lapsos que podem durar de poucos minutos a décadas.

No caso de Regina Martins, 74, de São Paulo (SP), a perda de memória durou meses. Em 2007, suas cachorras de estimação morreram, ela ficou viúva e precisou se desfazer de bens materiais para se manter, e sua saúde declinou.

 “Estava tão à flor da pele que um dia perdi a memória do que vivi casada. Fui para o hospital com suspeita de estar tendo um AVC”, disse.

Depois de fazer exames, Regina recebeu o diagnóstico. Não estava sob efeito de substâncias, nem com nenhuma condição neurológica preocupante. Com base em seu relato e no de parentes, o médico disse que a causa de sua amnésia poderia ser estresse.

O estresse pode causar diferentes amnésias

A perda de memória de Regina era do tipo dissociativa, como posteriormente descobriram especialistas em saúde mental.

“É causada por estresse severo ou transtorno do estresse pós-traumático caracterizado pela dificuldade em se recuperar de traumas e pode se dividir ainda em cinco subtipos”, explica Leide Batista, psicóloga pela Faculdade Castro Alves, em Salvador (BA).

  • Seletiva: são esquecidos somente certos aspectos de um evento ou apenas alguns momentos de uma fase.
  • Localizada: quando a perda de memória atinge um ou vários eventos específicos ou um período específico. No caso de Regina, foram sobretudo os anos em que seu marido esteve doente.
  • Generalizada: essa amnésia é rara e envolve a própria identidade pessoal e toda a história de vida, às vezes incluindo habilidades, conhecimentos e informações sobre o mundo.
  • Sistematizada: o esquecimento se concentra em informações específicas, como a respeito de uma pessoa em particular ou sobre a família.
  • Contínua: os lapsos são contínuos, dia após dia, a cada novo acontecimento vivido.

As pessoas que passaram ou testemunharam abusos físicos ou sexuais, guerras, genocídios, acidentes, desastres naturais ou mortes de entes queridos estão mais propensas a sofrer com esse tipo de amnésia.

A perda de memória também pode surgir de preocupações financeiras graves ou conflitos internos, como sentimento de culpa, dificuldades interpessoais, erros cometidos.

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Regina explica que, sofrendo de amnésia por estresse —que é mais frequente em mulheres do que em homens—, esquecia parte de seu passado, mas ainda assim se sentia mal quando falava em doença e hospital. “Confundia locais, misturava ocasiões, nomes e pessoas, mas hoje percebo como era influenciada inconscientemente, me sentia desorientada e angustiada.”

Em geral, os lapsos da amnésia dissociativa surgem de repente, mas não necessariamente de imediato após um evento traumático ou estressante, podendo levar horas, dias ou mais tempo para aparecer.

“Muitos minimizam a importância da perda de memória e podem se sentir desconfortáveis quando levados a enfrentá-la”, explica Gabriel Lopes, psiquiatra pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), acrescentando que as pessoas só percebem a situação posteriormente, quando a lembrança reaparece, principalmente após terem evidências concretas e flashbacks.

Tratamento da amnésia dissociativa

O principal objetivo do tratamento da amnésia dissociativa é tentar ajudar o indivíduo a obter informações sobre as causas de sua amnésia, bem como ajudá-lo a desenvolver novas estratégias de enfrentamento para gerenciar seus sintomas. O tratamento para a amnésia dissociativa pode incluir psicoterapia, medicamentos ou outros tratamentos alternativos.

Sem tratar, a amnésia dissociativa pode piorar

Para ter certeza de que se trata de amnésia dissociativa, é preciso excluir uma série de fatores, desde os que foram levantados para a condição de Regina —descartar efeitos de substâncias, como álcool, drogas ou medicamentos, ou alguma condição neurológica preocupante, como convulsões, traumatismo craniano, lesão cerebral— a infecções cerebrais, deficiência de vitaminas, tumores e doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson. Além de se considerar uma amnésia associada a fadiga, insônia e tendência suicida.

Felizmente, quando os pacientes recebem suporte, fazem psicoterapia e tomam os medicamentos certos, como no caso de Regina, eles recuperam suas memórias e resolvem os conflitos que provocaram a amnésia. Nesse processo, é fundamental que façam atividades físicas e cuidem da saúde mental.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.