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A saúde mental e os estigmas sociais associados a ela

4 minutos
As doenças mentais costumam ser acompanhadas de preconceito, estereótipos e discriminação. Neste artigo, falaremos sobre o que significam os estigmas sociais e como lidar com eles.
A saúde mental e os estigmas sociais associados a ela
Montse Armero

Escrito e verificado por a psicóloga Montse Armero

Escrito por Montse Armero
Última atualização: 09 outubro, 2022

Os estigmas sociais associados à saúde mental estão muito presentes na sociedade. Infelizmente, a diferença desperta o preconceito de muitas pessoas que não aceitam que o mundo não seja como elas querem que seja.

Para entender exatamente o que são os estigmas sociais, poderíamos defini-los como a posse de algum atributo ou traço pessoal em relação ao qual outras pessoas têm estereótipos e preconceitos. Isso faz com que a pessoa seja desvalorizada e, em muitos casos, discriminada e excluída.

Podemos diferenciar entre estigma público, que é aquele que a sociedade emite, e autoestigma, aceito por quem o sofre. Os estigmas sociais estão presentes em muitos níveis, e a saúde mental é uma das áreas em que mais podemos encontrá-los. Isso gera uma dificuldade adicional em quadros de doenças psicológicas e psiquiátricas.

Consequências dos estigmas sociais

Os estigmas sociais sempre têm uma conotação negativa, então as pessoas que sofrem deles serão prejudicadas. É verdade que há quem viva com eles sem repercussões, mas esta costuma ser a exceção.

No caso de sofrer de uma doença mental, algumas das consequências de ser vítima de um estigma podem fazer com que a pessoa:

  • Se sinta incompreendida, tanto pela sua família quanto por seus amigos e até por estranhos.
  • Sinta uma grande solidão e isolamento, o que agrava o seu transtorno.
  • Pense que não será capaz de melhorar as suas circunstâncias.
  • Prefira esconder sua condição dos outros para não se sentir julgada.
  • Resista a buscar tratamento para o seu distúrbio.
  • Tenha reações desproporcionais.
O isolamento decorrente da discriminação é capaz de agravar as condições psicológicas e psiquiátricas.

Não deixe de ler: A quem julgar meu caminho, empresto meus sapatos

Autoestigma: uma maneira de nos sabotarmos

Uma das primeiras coisas que devemos fazer no caso de sofrer de um transtorno mental é não cair no autoestigma. Isso significa que os pacientes pertencentes ao grupo estigmatizado consideram os estigmas sociais válidos.

O autoestigma é feito de estereótipos, preconceitos e discriminação. Assim, a pessoa pode considerar válida a ideia de que ela não é capaz de cuidar de si mesma ou de que é muito fraca.

O autoestigma também se manifesta no comportamento e a pessoa pode, por exemplo, se autodiscriminar e não se candidatar a um emprego para o qual seja qualificada, simplesmente porque acredita que o estigma social em relação à sua doença mental é verdadeiro.

Outro exemplo muito comum é que a pessoa tem medo de ser rotulada, não procura ajuda e não recebe o tratamento adequado. Essa situação precisa ser combatida na nossa sociedade, pois o diagnóstico e o tratamento precoces podem melhorar a qualidade de vida.

Como lidar com os estigmas sociais associados à saúde mental?

Existem várias maneiras de combater o estigma da doença mental. Uma delas é obter tratamento.

Um diagnóstico adequado do que acontece conosco pode nos orientar para a sua resolução ou para uma melhora significativa dos sintomas, seja por meio da psicoterapia, medicamentos ou uma combinação de ambos. Além disso, ter um diagnóstico nos permitirá ingressar em um grupo de apoio e conhecer pessoas que passaram pela mesma situação.

É importante não nos identificarmos com a doença. Por exemplo, dizer “Sou deprimido” nos ancora ao transtorno e não nos permite sair dele. Em vez disso, dizer Atualmente tenho depressão implica que pode ser algo que muda com o tempo. Você pode ter depressão em um estágio da sua vida e depois superá-la.

O uso correto da linguagem também ajuda a modificar estigmas sociais. É fundamental evitarmos rótulos como “louco”, “tapado”, ou demente”, e usar uma linguagem mais inclusiva que priorize a pessoa e não a patologia. Por exemplo, podemos nos referir a alguém como “uma pessoa com esquizofrenia” ou “um indivíduo com problemas de saúde mental “.

Finalmente, outra maneira de lidar com os estigmas sociais é falar sobre eles publicamente. Os estigmas são, muitas vezes, o resultado da ignorância. Portanto, compartilhar conhecimento e expressar sua opinião em eventos, redes sociais ou reuniões com amigos pode ajudar.

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Se um paciente com doença mental não busca atendimento por causa do estigma, ele perde a oportunidade de obter a ajuda adequada.

Leia também: Quais são as doenças mentais mais comuns?

Considerações finais sobre os estigmas sociais e a saúde mental

As doenças mentais não são algo que pode acontecer apenas com as outras pessoas; ninguém é imune a elas. Estima-se que 1 em cada 5 pessoas sofrerá de alguma doença mental ao longo da sua vida. Isso significa que podemos ser os afetados, bem como alguém próximo de nós.

Pessoas com doenças mentais que contam com o apoio da família, amigos e colegas de trabalho têm mais condições de se reintegrar. Por outro lado, sentir-se julgado e discriminado dificulta a recuperação.

Os estigmas sociais são uma realidade contra a qual todos devemos lutar como sociedade. Podemos começar com algo tão simples quanto usar uma linguagem mais inclusiva.

Um próximo passo seria questionar nossos preconceitos e estereótipos. Uma sociedade que não discrimina seus indivíduos por nenhuma das suas condições é uma sociedade mais saudável, mais madura e avançada.

Os estigmas sociais associados à saúde mental estão muito presentes na sociedade. Infelizmente, a diferença desperta o preconceito de muitas pessoas que não aceitam que o mundo não seja como elas querem que seja.

Para entender exatamente o que são os estigmas sociais, poderíamos defini-los como a posse de algum atributo ou traço pessoal em relação ao qual outras pessoas têm estereótipos e preconceitos. Isso faz com que a pessoa seja desvalorizada e, em muitos casos, discriminada e excluída.

Podemos diferenciar entre estigma público, que é aquele que a sociedade emite, e autoestigma, aceito por quem o sofre. Os estigmas sociais estão presentes em muitos níveis, e a saúde mental é uma das áreas em que mais podemos encontrá-los. Isso gera uma dificuldade adicional em quadros de doenças psicológicas e psiquiátricas.

Consequências dos estigmas sociais

Os estigmas sociais sempre têm uma conotação negativa, então as pessoas que sofrem deles serão prejudicadas. É verdade que há quem viva com eles sem repercussões, mas esta costuma ser a exceção.

No caso de sofrer de uma doença mental, algumas das consequências de ser vítima de um estigma podem fazer com que a pessoa:

  • Se sinta incompreendida, tanto pela sua família quanto por seus amigos e até por estranhos.
  • Sinta uma grande solidão e isolamento, o que agrava o seu transtorno.
  • Pense que não será capaz de melhorar as suas circunstâncias.
  • Prefira esconder sua condição dos outros para não se sentir julgada.
  • Resista a buscar tratamento para o seu distúrbio.
  • Tenha reações desproporcionais.
O isolamento decorrente da discriminação é capaz de agravar as condições psicológicas e psiquiátricas.

Não deixe de ler: A quem julgar meu caminho, empresto meus sapatos

Autoestigma: uma maneira de nos sabotarmos

Uma das primeiras coisas que devemos fazer no caso de sofrer de um transtorno mental é não cair no autoestigma. Isso significa que os pacientes pertencentes ao grupo estigmatizado consideram os estigmas sociais válidos.

O autoestigma é feito de estereótipos, preconceitos e discriminação. Assim, a pessoa pode considerar válida a ideia de que ela não é capaz de cuidar de si mesma ou de que é muito fraca.

O autoestigma também se manifesta no comportamento e a pessoa pode, por exemplo, se autodiscriminar e não se candidatar a um emprego para o qual seja qualificada, simplesmente porque acredita que o estigma social em relação à sua doença mental é verdadeiro.

Outro exemplo muito comum é que a pessoa tem medo de ser rotulada, não procura ajuda e não recebe o tratamento adequado. Essa situação precisa ser combatida na nossa sociedade, pois o diagnóstico e o tratamento precoces podem melhorar a qualidade de vida.

Como lidar com os estigmas sociais associados à saúde mental?

Existem várias maneiras de combater o estigma da doença mental. Uma delas é obter tratamento.

Um diagnóstico adequado do que acontece conosco pode nos orientar para a sua resolução ou para uma melhora significativa dos sintomas, seja por meio da psicoterapia, medicamentos ou uma combinação de ambos. Além disso, ter um diagnóstico nos permitirá ingressar em um grupo de apoio e conhecer pessoas que passaram pela mesma situação.

É importante não nos identificarmos com a doença. Por exemplo, dizer “Sou deprimido” nos ancora ao transtorno e não nos permite sair dele. Em vez disso, dizer Atualmente tenho depressão implica que pode ser algo que muda com o tempo. Você pode ter depressão em um estágio da sua vida e depois superá-la.

O uso correto da linguagem também ajuda a modificar estigmas sociais. É fundamental evitarmos rótulos como “louco”, “tapado”, ou demente”, e usar uma linguagem mais inclusiva que priorize a pessoa e não a patologia. Por exemplo, podemos nos referir a alguém como “uma pessoa com esquizofrenia” ou “um indivíduo com problemas de saúde mental “.

Finalmente, outra maneira de lidar com os estigmas sociais é falar sobre eles publicamente. Os estigmas são, muitas vezes, o resultado da ignorância. Portanto, compartilhar conhecimento e expressar sua opinião em eventos, redes sociais ou reuniões com amigos pode ajudar.

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Se um paciente com doença mental não busca atendimento por causa do estigma, ele perde a oportunidade de obter a ajuda adequada.

Leia também: Quais são as doenças mentais mais comuns?

Considerações finais sobre os estigmas sociais e a saúde mental

As doenças mentais não são algo que pode acontecer apenas com as outras pessoas; ninguém é imune a elas. Estima-se que 1 em cada 5 pessoas sofrerá de alguma doença mental ao longo da sua vida. Isso significa que podemos ser os afetados, bem como alguém próximo de nós.

Pessoas com doenças mentais que contam com o apoio da família, amigos e colegas de trabalho têm mais condições de se reintegrar. Por outro lado, sentir-se julgado e discriminado dificulta a recuperação.

Os estigmas sociais são uma realidade contra a qual todos devemos lutar como sociedade. Podemos começar com algo tão simples quanto usar uma linguagem mais inclusiva.

Um próximo passo seria questionar nossos preconceitos e estereótipos. Uma sociedade que não discrimina seus indivíduos por nenhuma das suas condições é uma sociedade mais saudável, mais madura e avançada.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Arnaiz, A. & Uriarte, J.J. (2006). Estigma y enfermedad mental. Norte de Salud Mental, Vol.6(26), 49-59. [fecha de consulta 27 de octubre de 2021]. Recuperado de https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=4830167
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