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Síndrome de adaptação geral: é assim que reagimos ao estresse

5 minutos
Quando nos deparamos com uma situação estressante, nosso corpo reage de uma maneira específica. O perigo para a nossa saúde física e psicológica surge quando esses fatores de estresse são uma constante em nossas vidas. Descubra todos os detalhes a seguir.
Síndrome de adaptação geral: é assim que reagimos ao estresse
Última atualização: 01 março, 2021

A síndrome de adaptação geral explica como nosso corpo reage a uma situação estressante. Essa teoria, enunciada pelo fisiologista Hans Selye em 1936, mostra todos aqueles processos fisiológicos que sentimos quando há algo em nosso ambiente que nos oprime, que nos ultrapassa e que excede a nossa capacidade de controle.

Nervosismo, dor de estômago, preocupação, sensação de aceleração, dores de cabeça… A maioria de nós já experimentou os sintomas do estresse. Porém, embora conheçamos suas consequências, os gatilhos nos escapam e não entendemos por que esses fenômenos acontecem conosco. Ainda que o estresse seja uma resposta fisiológica normal, vivemos essa realidade com muito sofrimento.

Sejamos realistas: vivemos em uma sociedade em que condições como transtornos de estresse e ansiedade são normalizadas, e muitos acreditam que a pessoa que não atinge esse nível de ativação não está se esforçando o suficiente no trabalho ou na vida cotidiana. Assumir e integrar essas abordagens tem consequências graves para a saúde. Analisaremos, portanto, como esse processo de adaptação a situações estressantes é orquestrado.

Síndrome de adaptação geral: definição e fases

Vamos imaginar, por exemplo, que começamos a trabalhar em um novo emprego. Após algumas semanas, começamos a perceber como a carga de trabalho é excessiva e como o ambiente de trabalho, além de opressor, oprime nosso humor e força de vontade. O desgaste psicológico é evidente.

O que vivemos ao longo desse período integra perfeitamente a essência da teoria enunciada por Hans Selye. A síndrome de adaptação geral descreve o processo dessa resposta natural do ser humano a situações estressantes.

Essa experiência pode ser adaptativa e normal quando, no fim, conseguimos nos ajustar a esses estímulos exigentes em nosso ambiente. No entanto, quando essas condições excedem a nossa capacidade de controle e são mantidas ao longo do tempo, surgem efeitos negativos.

Além disso, algo importante deve ser observado: essas reações são universais. O Dr. Selye conduziu uma série de experimentos em ratos na Universidade McGill em Montreal, submetendo-os a situações estressantes para ver quais comportamentos eles exibiam.

Os efeitos eram sempre os mesmos. Posteriormente, ele passou de modelos animais a humanos para verificar que, de fato, a síndrome geral de adaptação sempre passa por três fases. Vamos mergulhar nelas abaixo.

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A síndrome de adaptação geral é o processo pelo qual passamos naturalmente em situações de estresse elevado.

Leia também: O estresse diário pode causar depressão

1. Alarme ou fase de choque

Hoje, o modelo de Selye ainda é válido. Estudos, como o realizado na University of West Virginia, nos Estados Unidos, têm tentado encontrar fissuras e fragilidades nessa abordagem, mas suas bases continuam sendo interessantes.

Muitas vezes, para verificar a sua eficácia, ela costuma ser aplicada ao campo dos esportes, área que nos permite ilustrar muito bem essas fases. A primeira é quando estamos em uma situação altamente estressante pela primeira vez.

Por exemplo, enfrentar um adversário em uma partida de tênis, futebol ou caratê. Também podemos dar o mesmo exemplo desse novo emprego. Nosso corpo reage da seguinte maneira:

Se a pessoa consegue superar esse primeiro encontro e assumir o controle, a síndrome de adaptação geral termina aqui. Caso contrário, passaremos para a próxima fase.

2. Fase de resistência

Quando o estressor permanece no ambiente e ainda não nos adaptamos a ele, chegamos à fase de resistência. Nesse estágio, o nível de ativação não é mais tão alto, mas o desconforto fisiológico ainda está presente em maior ou menor grau. Vamos cavar um pouco mais fundo.

  • A resistência é definida como a incapacidade sustentada de enfrentar, aceitar ou reagir ao que nos ultrapassa, nos preocupa ou nos alarma. A angústia persiste; embora seja verdade que já não experimentamos tanta taquicardia e que não estejamos presos nessa sensação de alerta e hipersensibilidade constantes, a incerteza e o desconforto continuam porque não nos adaptamos.
  • O cortisol continua a ser liberado em nosso corpo, e isso pode causar cansaço, alterações de humor, irritabilidade e problemas de concentração.

Se não nos adaptarmos nesta fase a essa situação específica e seus estressores, chegaremos a uma fase mais problemática.

3. A fase de exaustão da síndrome de adaptação geral

Como explica a Dra. M. Carmen Ocaña Méndez em seu trabalho sobre a síndrome de adaptação geral, grande parte da população vive hoje imersa nesta fase de esgotamento.

Em outras palavras, muitos de nós vivemos em um estado persistente de estresse porque não nos acostumamos ou não conseguimos lidar com os estímulos estressantes que nos cercam.

  • Quando passamos meses imersos em um estado de estresse persistente, nossos recursos físicos e psicológicos se esgotam.
  • O risco de desenvolver certas doenças aumenta. O mais comum é começar a apresentar hipertensão, distúrbios digestivos, insônia, doenças musculoesqueléticas, dores de cabeça, tontura, entre outros.
  • Por outro lado, não podemos perder de vista um fato: o estresse crônico leva a transtornos de ansiedade.
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O estresse que não é controlado a tempo pode levar a problemas mais graves, como transtornos de ansiedade.

Você pode se interessar: Conheça todos os efeitos negativos do estresse

A importância de aprender a gerenciar o estresse

A síndrome de adaptação geral nos mostra a importância de controlar o estresse o mais rápido possível, para evitar atingir a fase de exaustão. O estresse não administrado torna-se crônico e, com ele, surgem desconfortos e doenças associadas.

Devemos ter isso em mente: gerenciar esses estados não só é possível, mas necessário. Todos nós temos os recursos para fazer isso (Lazarus, 1980). Estas seriam algumas estratégias:

  • Identifique os estímulos estressantes.
  • Encontre soluções para os problemas. Evite que o desafio se torne maior e mais incontrolável dia após dia.
  • Aja com base nas emoções. Devemos tentar ter controle sobre elas, e não o contrário.
  • Estabeleça diariamente novas metas que favoreçam a solução dessa situação e aumentem o bem-estar.
  • Viva uma vida saudável, pratique relaxamento e respiração profunda.

Por último, mas não menos importante, devemos aprender a pedir ajuda quando precisarmos dela. O apoio de pessoas próximas e a intervenção de profissionais especializados vão nos impedir de atingir esses limites exaustivos.

A síndrome de adaptação geral explica como nosso corpo reage a uma situação estressante. Essa teoria, enunciada pelo fisiologista Hans Selye em 1936, mostra todos aqueles processos fisiológicos que sentimos quando há algo em nosso ambiente que nos oprime, que nos ultrapassa e que excede a nossa capacidade de controle.

Nervosismo, dor de estômago, preocupação, sensação de aceleração, dores de cabeça… A maioria de nós já experimentou os sintomas do estresse. Porém, embora conheçamos suas consequências, os gatilhos nos escapam e não entendemos por que esses fenômenos acontecem conosco. Ainda que o estresse seja uma resposta fisiológica normal, vivemos essa realidade com muito sofrimento.

Sejamos realistas: vivemos em uma sociedade em que condições como transtornos de estresse e ansiedade são normalizadas, e muitos acreditam que a pessoa que não atinge esse nível de ativação não está se esforçando o suficiente no trabalho ou na vida cotidiana. Assumir e integrar essas abordagens tem consequências graves para a saúde. Analisaremos, portanto, como esse processo de adaptação a situações estressantes é orquestrado.

Síndrome de adaptação geral: definição e fases

Vamos imaginar, por exemplo, que começamos a trabalhar em um novo emprego. Após algumas semanas, começamos a perceber como a carga de trabalho é excessiva e como o ambiente de trabalho, além de opressor, oprime nosso humor e força de vontade. O desgaste psicológico é evidente.

O que vivemos ao longo desse período integra perfeitamente a essência da teoria enunciada por Hans Selye. A síndrome de adaptação geral descreve o processo dessa resposta natural do ser humano a situações estressantes.

Essa experiência pode ser adaptativa e normal quando, no fim, conseguimos nos ajustar a esses estímulos exigentes em nosso ambiente. No entanto, quando essas condições excedem a nossa capacidade de controle e são mantidas ao longo do tempo, surgem efeitos negativos.

Além disso, algo importante deve ser observado: essas reações são universais. O Dr. Selye conduziu uma série de experimentos em ratos na Universidade McGill em Montreal, submetendo-os a situações estressantes para ver quais comportamentos eles exibiam.

Os efeitos eram sempre os mesmos. Posteriormente, ele passou de modelos animais a humanos para verificar que, de fato, a síndrome geral de adaptação sempre passa por três fases. Vamos mergulhar nelas abaixo.

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A síndrome de adaptação geral é o processo pelo qual passamos naturalmente em situações de estresse elevado.

Leia também: O estresse diário pode causar depressão

1. Alarme ou fase de choque

Hoje, o modelo de Selye ainda é válido. Estudos, como o realizado na University of West Virginia, nos Estados Unidos, têm tentado encontrar fissuras e fragilidades nessa abordagem, mas suas bases continuam sendo interessantes.

Muitas vezes, para verificar a sua eficácia, ela costuma ser aplicada ao campo dos esportes, área que nos permite ilustrar muito bem essas fases. A primeira é quando estamos em uma situação altamente estressante pela primeira vez.

Por exemplo, enfrentar um adversário em uma partida de tênis, futebol ou caratê. Também podemos dar o mesmo exemplo desse novo emprego. Nosso corpo reage da seguinte maneira:

Se a pessoa consegue superar esse primeiro encontro e assumir o controle, a síndrome de adaptação geral termina aqui. Caso contrário, passaremos para a próxima fase.

2. Fase de resistência

Quando o estressor permanece no ambiente e ainda não nos adaptamos a ele, chegamos à fase de resistência. Nesse estágio, o nível de ativação não é mais tão alto, mas o desconforto fisiológico ainda está presente em maior ou menor grau. Vamos cavar um pouco mais fundo.

  • A resistência é definida como a incapacidade sustentada de enfrentar, aceitar ou reagir ao que nos ultrapassa, nos preocupa ou nos alarma. A angústia persiste; embora seja verdade que já não experimentamos tanta taquicardia e que não estejamos presos nessa sensação de alerta e hipersensibilidade constantes, a incerteza e o desconforto continuam porque não nos adaptamos.
  • O cortisol continua a ser liberado em nosso corpo, e isso pode causar cansaço, alterações de humor, irritabilidade e problemas de concentração.

Se não nos adaptarmos nesta fase a essa situação específica e seus estressores, chegaremos a uma fase mais problemática.

3. A fase de exaustão da síndrome de adaptação geral

Como explica a Dra. M. Carmen Ocaña Méndez em seu trabalho sobre a síndrome de adaptação geral, grande parte da população vive hoje imersa nesta fase de esgotamento.

Em outras palavras, muitos de nós vivemos em um estado persistente de estresse porque não nos acostumamos ou não conseguimos lidar com os estímulos estressantes que nos cercam.

  • Quando passamos meses imersos em um estado de estresse persistente, nossos recursos físicos e psicológicos se esgotam.
  • O risco de desenvolver certas doenças aumenta. O mais comum é começar a apresentar hipertensão, distúrbios digestivos, insônia, doenças musculoesqueléticas, dores de cabeça, tontura, entre outros.
  • Por outro lado, não podemos perder de vista um fato: o estresse crônico leva a transtornos de ansiedade.
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O estresse que não é controlado a tempo pode levar a problemas mais graves, como transtornos de ansiedade.

Você pode se interessar: Conheça todos os efeitos negativos do estresse

A importância de aprender a gerenciar o estresse

A síndrome de adaptação geral nos mostra a importância de controlar o estresse o mais rápido possível, para evitar atingir a fase de exaustão. O estresse não administrado torna-se crônico e, com ele, surgem desconfortos e doenças associadas.

Devemos ter isso em mente: gerenciar esses estados não só é possível, mas necessário. Todos nós temos os recursos para fazer isso (Lazarus, 1980). Estas seriam algumas estratégias:

  • Identifique os estímulos estressantes.
  • Encontre soluções para os problemas. Evite que o desafio se torne maior e mais incontrolável dia após dia.
  • Aja com base nas emoções. Devemos tentar ter controle sobre elas, e não o contrário.
  • Estabeleça diariamente novas metas que favoreçam a solução dessa situação e aumentem o bem-estar.
  • Viva uma vida saudável, pratique relaxamento e respiração profunda.

Por último, mas não menos importante, devemos aprender a pedir ajuda quando precisarmos dela. O apoio de pessoas próximas e a intervenção de profissionais especializados vão nos impedir de atingir esses limites exaustivos.


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  • Bértola, D. (2010). Hans Selye y sus ratas estresadasMedicina Universitaria,  12 (47), 142-143.
  • Camargo, B. S. (2004). Estrés, síndrome general de adaptación o reacción general de alarma. Revista Médico Científica, 17 (2), 78-86.
  • Cunanan, A. J., DeWeese, B. H., Wagle, J. P., Carroll, K. M., Sausaman, R., Hornsby, W. G., … Stone, M. H. (2018, April 1). The General Adaptation Syndrome: A Foundation for the Concept of Periodization. Sports Medicine. Springer International Publishing. https://doi.org/10.1007/s40279-017-0855-3
  • Ocaña Méndez, M. C. (2008). Síndrome de adaptación general. La naturaleza de los estímulos estresantes. Escuela Abierta 2, 41-50.

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