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Sangue ao tossir ou cuspir: quando procurar ajuda?

5 minutos
A presença de sangue ao tossir ou cuspir é uma consulta frequente, pois gera alarme no paciente. Conheça as principais causas.
Sangue ao tossir ou cuspir: quando procurar ajuda?
Maryel Alvarado Nieto

Escrito e verificado por a médica Maryel Alvarado Nieto

Última atualização: 23 agosto, 2022

A saída de sangue pela boca pode gerar um impacto visual nos pacientes, o que em muitos casos os obriga a comparecer rapidamente ao hospital. As causas são muitas e podem variar de problemas triviais e gerenciáveis a verdadeiras emergências. O sangue da tosse ou cuspe deve ser cuidadosamente avaliado.

A prioridade é diferenciar a origem do sangue, pois pode vir do trato respiratório ou do trato digestivo. Para isso, é necessário realizar um interrogatório exaustivo, seguido de um exame físico detalhado que permita reconhecer os sinais em cada caso.

Além disso, poder recolher esse sangue é um recurso adicional muito útil, pois é possível observar características distintas, como a presença de bolhas de ar ou restos de comida.

Hemoptise: sangue proveniente do trato respiratório inferior

A descarga de sangue da boca que acompanha a tosse é conhecida como hemoptise. Na expectoração, observa-se sangue com aspecto espumoso, sem restos de comida.

É importante determinar a intensidade da hemoptise. Para isso, é necessário avaliar o volume do sangramento e a velocidade com que ele se estabelece.

A gravidade pode ser classificada da seguinte forma:

  • Leve, conhecida como expectoração hemoptóica. Nesses casos, o sangue aparece na forma de estrias que mancham o escarro.
  • Moderado, constituindo hemoptise franca.
  • Ameaçadora, como uma condição grave em que o sangramento ativo compromete a respiração ou a estabilidade hemodinâmica do paciente.

Causas de sangue ao tossir

Existem várias causas de hemoptise, que variam em frequência em diferentes populações geográficas. Da mesma forma, idade, tabagismo e status social são importantes na busca da origem do sangue ao tossir.

As principais causas de hemoptise incluem o seguinte:

  • Bronquiectasia.
  • Carcinoma broncogênico.
  • Bronquite crônica.
  • Tuberculose.
  • Infecções pulmonares e abscessos.
  • Micoses: aspergilose, histoplasmose, paracoccidiomicose, coccidiomicose.
  • Trauma torácico
  • Corpo estranho na via aérea.
  • Malformações arteriais.
  • Uso de drogas anticoagulantes.
  • Hemoptise criptogênica: casos sem causa aparente.
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A tuberculose é uma causa comum de hemoptise que é tratada com antibióticos específicos.

Diagnóstico de hemoptise

A realização de uma história clínica detalhada permite orientar o diagnóstico. No entanto, também é necessário realizar estudos complementares para definir a causa e estabelecer um tratamento eficaz.

Esses exames vão depender de cada caso:

  • Hemograma completo e exames de coagulação do sangue.
  • Oximetria de pulso.
  • Gases arteriais.
  • Eletrocardiograma e ecocardiograma.
  • Estudo do escarro.
  • Radiografia de tórax ou tomografia de tórax.
  • Broncoscopia.

Tratamento da hemoptise

A abordagem terapêutica do sangue ao tossir depende da gravidade do quadro clínico. Na hemoptise leve, o tratamento ambulatorial com controle em 24 a 48 horas é o mais indicado.

Nos casos mais graves, é necessária a internação com dieta absoluta para evitar aspiração de alimentos, bem como a indicação de antitússicos e repouso em decúbito lateral do lado do pulmão acometido.

Da mesma forma, a via aérea deve ser protegida, garantindo o fornecimento de oxigênio. O uso de antibióticos está indicado na suspeita de infecção e como medida profilática em determinadas condições.

A eficácia do ácido tranexâmico ou do ácido aminocapróico na interrupção do sangramento não é totalmente compreendida.

Outras opções de tratamento incluem broncoscopia terapêutica, embolização de artérias doentes e cirurgia. Além disso, concentrados globulares devem estar disponíveis para uma possível transfusão.

Sangue do trato digestivo: hematêmese

A descarga de sangue pela boca que acompanha o vômito é conhecida como hematêmese e é causa comum de consulta nos serviços de emergência. Os locais de origem da hemorragia digestiva alta (HDA) são o esôfago, o estômago e o duodeno.

A hemorragia digestiva alta é classificada em doença varicosa e não varicosa, sendo esta última a mais comum. Causas não varicosas incluem o seguinte:

  • Esofagite.
  • Úlcera gástrica e duodenal.
  • Síndrome de Mallory-Weiss.

Fatores de risco para HDA

A determinação da fonte de sangramento pode ser guiada pela perguntas feitas em consulta, mas deve ser verificada por endoscopia digestiva alta. Mesmo assim, existem condições que predispõem ao aparecimento de lesões na mucosa digestiva, com o consequente sangramento.

Entre os fatores de risco para hemorragia digestiva alta, estão descritos:

  • Medicação com analgésicos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).
  • Histórico de refluxo gastroesofágico.
  • Infecção por Helicobacter pylori.
  • Uso de anticoagulantes e antiplaquetários.
  • Recentes vômitos profusos.
  • Alcoolismo.

Manejo e complicações da hematêmese

A realização de uma história clínica detalhada é sempre muito útil. Da mesma forma, a intensidade do sangramento deve ser estimada levando-se em consideração as condições hemodinâmicas do paciente.

A administração de fluidos intravenosos e a indicação de inibidores da bomba de prótons é recomendada por diversos estudos. Da mesma forma, a possibilidade de transfusão de sangue deve ser avaliada.

Atualmente, a endoscopia precoce é considerada a escolha, pois permite verificar tanto o local da lesão quanto sua gravidade. Além de servir como técnica terapêutica em algumas ocasiões.

As principais complicações da hemorragia digestiva alta são o risco de ressangramento e perfuração de uma víscera oca. Portanto, cada paciente deve ser individualizado, levando em consideração sua idade e comorbidades.

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A endoscopia é indicada como uma abordagem precoce do sangramento gastrointestinal superior.

Epistaxe e gengivorragia: causas comuns de sangue ao tossir ou cuspir

É necessário descartar lesões no nariz e orofaringe. A epistaxe, que é o sangramento pelo nariz, e a gengivorragia, que ocorre pela gengiva, fazem parte do diagnóstico diferencial.

Estas são causas comuns de sangue quando você tosse ou cospe. A revisão das narinas serve para evidenciar os estigmas de sangramento, enquanto a observação da mucosa oral permitirá a visualização de áreas de inflamação nas gengivas.

Essa avaliação é essencial, pois quando ocorrem epistaxe ou gengivorragia durante o sono, podem passar despercebidas pelo paciente. O que cria confusão, pois na manhã seguinte aparece sangue ao tossir ou cuspir de origem desconhecida.

Quando você deve procurar ajuda médica?

Sempre que o sangramento for abundante, você deve ir ao pronto-socorro mais próximo. Da mesma forma, quando a presença de sangue ao tossir ou cuspir é habitual, é necessário buscar uma avaliação médica oportuna.

Especialmente quando o sangue não vem das gengivas ou do nariz. No entanto, epistaxe e gengivorragia, se frequentes, também devem ser estudadas.

A saída de sangue pela boca pode gerar um impacto visual nos pacientes, o que em muitos casos os obriga a comparecer rapidamente ao hospital. As causas são muitas e podem variar de problemas triviais e gerenciáveis a verdadeiras emergências. O sangue da tosse ou cuspe deve ser cuidadosamente avaliado.

A prioridade é diferenciar a origem do sangue, pois pode vir do trato respiratório ou do trato digestivo. Para isso, é necessário realizar um interrogatório exaustivo, seguido de um exame físico detalhado que permita reconhecer os sinais em cada caso.

Além disso, poder recolher esse sangue é um recurso adicional muito útil, pois é possível observar características distintas, como a presença de bolhas de ar ou restos de comida.

Hemoptise: sangue proveniente do trato respiratório inferior

A descarga de sangue da boca que acompanha a tosse é conhecida como hemoptise. Na expectoração, observa-se sangue com aspecto espumoso, sem restos de comida.

É importante determinar a intensidade da hemoptise. Para isso, é necessário avaliar o volume do sangramento e a velocidade com que ele se estabelece.

A gravidade pode ser classificada da seguinte forma:

  • Leve, conhecida como expectoração hemoptóica. Nesses casos, o sangue aparece na forma de estrias que mancham o escarro.
  • Moderado, constituindo hemoptise franca.
  • Ameaçadora, como uma condição grave em que o sangramento ativo compromete a respiração ou a estabilidade hemodinâmica do paciente.

Causas de sangue ao tossir

Existem várias causas de hemoptise, que variam em frequência em diferentes populações geográficas. Da mesma forma, idade, tabagismo e status social são importantes na busca da origem do sangue ao tossir.

As principais causas de hemoptise incluem o seguinte:

  • Bronquiectasia.
  • Carcinoma broncogênico.
  • Bronquite crônica.
  • Tuberculose.
  • Infecções pulmonares e abscessos.
  • Micoses: aspergilose, histoplasmose, paracoccidiomicose, coccidiomicose.
  • Trauma torácico
  • Corpo estranho na via aérea.
  • Malformações arteriais.
  • Uso de drogas anticoagulantes.
  • Hemoptise criptogênica: casos sem causa aparente.
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A tuberculose é uma causa comum de hemoptise que é tratada com antibióticos específicos.

Diagnóstico de hemoptise

A realização de uma história clínica detalhada permite orientar o diagnóstico. No entanto, também é necessário realizar estudos complementares para definir a causa e estabelecer um tratamento eficaz.

Esses exames vão depender de cada caso:

  • Hemograma completo e exames de coagulação do sangue.
  • Oximetria de pulso.
  • Gases arteriais.
  • Eletrocardiograma e ecocardiograma.
  • Estudo do escarro.
  • Radiografia de tórax ou tomografia de tórax.
  • Broncoscopia.

Tratamento da hemoptise

A abordagem terapêutica do sangue ao tossir depende da gravidade do quadro clínico. Na hemoptise leve, o tratamento ambulatorial com controle em 24 a 48 horas é o mais indicado.

Nos casos mais graves, é necessária a internação com dieta absoluta para evitar aspiração de alimentos, bem como a indicação de antitússicos e repouso em decúbito lateral do lado do pulmão acometido.

Da mesma forma, a via aérea deve ser protegida, garantindo o fornecimento de oxigênio. O uso de antibióticos está indicado na suspeita de infecção e como medida profilática em determinadas condições.

A eficácia do ácido tranexâmico ou do ácido aminocapróico na interrupção do sangramento não é totalmente compreendida.

Outras opções de tratamento incluem broncoscopia terapêutica, embolização de artérias doentes e cirurgia. Além disso, concentrados globulares devem estar disponíveis para uma possível transfusão.

Sangue do trato digestivo: hematêmese

A descarga de sangue pela boca que acompanha o vômito é conhecida como hematêmese e é causa comum de consulta nos serviços de emergência. Os locais de origem da hemorragia digestiva alta (HDA) são o esôfago, o estômago e o duodeno.

A hemorragia digestiva alta é classificada em doença varicosa e não varicosa, sendo esta última a mais comum. Causas não varicosas incluem o seguinte:

  • Esofagite.
  • Úlcera gástrica e duodenal.
  • Síndrome de Mallory-Weiss.

Fatores de risco para HDA

A determinação da fonte de sangramento pode ser guiada pela perguntas feitas em consulta, mas deve ser verificada por endoscopia digestiva alta. Mesmo assim, existem condições que predispõem ao aparecimento de lesões na mucosa digestiva, com o consequente sangramento.

Entre os fatores de risco para hemorragia digestiva alta, estão descritos:

  • Medicação com analgésicos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).
  • Histórico de refluxo gastroesofágico.
  • Infecção por Helicobacter pylori.
  • Uso de anticoagulantes e antiplaquetários.
  • Recentes vômitos profusos.
  • Alcoolismo.

Manejo e complicações da hematêmese

A realização de uma história clínica detalhada é sempre muito útil. Da mesma forma, a intensidade do sangramento deve ser estimada levando-se em consideração as condições hemodinâmicas do paciente.

A administração de fluidos intravenosos e a indicação de inibidores da bomba de prótons é recomendada por diversos estudos. Da mesma forma, a possibilidade de transfusão de sangue deve ser avaliada.

Atualmente, a endoscopia precoce é considerada a escolha, pois permite verificar tanto o local da lesão quanto sua gravidade. Além de servir como técnica terapêutica em algumas ocasiões.

As principais complicações da hemorragia digestiva alta são o risco de ressangramento e perfuração de uma víscera oca. Portanto, cada paciente deve ser individualizado, levando em consideração sua idade e comorbidades.

Some figure
A endoscopia é indicada como uma abordagem precoce do sangramento gastrointestinal superior.

Epistaxe e gengivorragia: causas comuns de sangue ao tossir ou cuspir

É necessário descartar lesões no nariz e orofaringe. A epistaxe, que é o sangramento pelo nariz, e a gengivorragia, que ocorre pela gengiva, fazem parte do diagnóstico diferencial.

Estas são causas comuns de sangue quando você tosse ou cospe. A revisão das narinas serve para evidenciar os estigmas de sangramento, enquanto a observação da mucosa oral permitirá a visualização de áreas de inflamação nas gengivas.

Essa avaliação é essencial, pois quando ocorrem epistaxe ou gengivorragia durante o sono, podem passar despercebidas pelo paciente. O que cria confusão, pois na manhã seguinte aparece sangue ao tossir ou cuspir de origem desconhecida.

Quando você deve procurar ajuda médica?

Sempre que o sangramento for abundante, você deve ir ao pronto-socorro mais próximo. Da mesma forma, quando a presença de sangue ao tossir ou cuspir é habitual, é necessário buscar uma avaliação médica oportuna.

Especialmente quando o sangue não vem das gengivas ou do nariz. No entanto, epistaxe e gengivorragia, se frequentes, também devem ser estudadas.


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