Sabonetes íntimos: é conveniente usá-los?
Revisado e aprovado por médico Leonardo Biolatto
Os sabonetes íntimos são comercializados há vários anos como complemento da higiene feminina. Seja na forma líquida, em comprimido ou em gel, os fabricantes afirmam ter fórmulas suaves, hidratantes e seguras para peles sensíveis..
Mas, apesar de sua popularidade, seu uso tornou-se motivo de controvérsia. Embora os anúncios afirmem que são uma solução para manter a vagina limpa e livre de odores, os ginecologistas alertam que seu uso regular traz alguns riscos.
O que você deve saber sobre isso? Continue lendo!
O que são sabonetes íntimos?
Produtos para limpeza íntima feminina estão em alta demanda no mercado. Dentre esses, os sabonetes íntimos costumam ser os mais utilizados. São fórmulas de limpeza destinadas a áreas como vulva, clitóris e abertura vaginal.
São comercializados na forma de líquido, comprimido ou gel, com uma composição que promete ser compatível com o pH da região genital. Seus defensores garantem que ajudam a equilibrar a flora vaginal e a neutralizar os maus odores. Além disso, são atribuídas a eles propriedades antimicrobianas e hidratantes.
Eles são eficazes? Eles cumprem sua função?
Para responder a essas perguntas, deve-se considerar que a vagina tem a capacidade de se autolimpar. Como diz um artigo do Centro de Saúde da Mulher , não é necessário colocar nenhum produto dentro para garantir a higiene.
Em geral, a lavagem externa (da vulva) com água, de preferência morna, é suficiente para manter a área limpa. Pode ser complementado com sabonete, desde que neutro e sem perfume.
Dito isso, a aplicação de sabonetes íntimos é desnecessária.
De qualquer forma, é verdade que algumas fórmulas desse tipo de produto refrescam, limpam e hidratam as partes externas da área íntima. Mas como qualquer substância que entre em contato com a vulva pode facilmente entrar pelo canal vaginal, é preciso ter cuidado.
No caso de optar por limpadores desse tipo, estes devem ser testados por dermatologistas e recomendados por ginecologistas. Da mesma forma, devem ser hipoalergênicos e sem perfume. Estas características podem ser encontradas em seu rótulo.
É seguro usar sabonetes íntimos?
A maioria dos sabonetes íntimos disponíveis no mercado afirmam respeitar o pH vaginal e a pele delicada dessa região. Mesmo assim, as evidências sugerem que seu uso representa mais riscos do que benefícios.
Um estudo divulgado através da Microbial Ecology in Health and Disease determinou que o uso de produtos vaginais pode ser prejudicial à bactéria Lactobacillus, responsável por manter um ambiente vaginal saudável.
Por si só, a sua aplicação está associada a uma alteração da barreira imunitária vaginal, não só porque destrói Lactobacillus, mas também porque promove um ambiente pró-inflamatório que aumenta o risco de doença. O resultado? Suscetibilidade aumentada a infecções sexualmente transmissíveis, infecções bacterianas e fúngicas em geral e irritação.
Na verdade, como expõe a pesquisa compartilhada na Women’s Health, isso está associado a um risco aumentado de doença inflamatória pélvica e endometriose. Embora faltem estudos maiores, por enquanto a medida mais segura é evitar tanto a ducha higiênica quanto o contato com produtos que possam ser irritantes (sabonetes, géis, cremes, perfumes e afins).
Qual é a maneira correta de limpar a área íntima?
Em primeiro lugar, deve-se lembrar que o canal vaginal possui vasos sanguíneos e uma flora bacteriana que pode proteger e eliminar microrganismos nocivos. Por isso, diz-se que cumpre um processo de “autolimpeza” sem a necessidade de produtos externos.
Porém, é importante limpar a parte externa dos pequenos lábios, pois ali tendem a se acumular resíduos celulares e oleosos (esmegma), o que pode ocasionar mau cheiro. A lavagem diária com água costuma ser suficiente para limpar a área.
Caso opte por usar qualquer sabonete, ele deve ser neutro e sem fragrâncias. Para facilitar a remoção de resíduos, pode-se utilizar um pano ou simplesmente os dedos. Outros itens, como buchas, são desencorajados, pois podem causar irritação e aumentar o risco de infecção.
Quanto à frequência de lavagem, uma vez ao dia é suficiente. Lavar menos a área geralmente não é suficiente para remover os restos de suor e secreções. No entanto, a lavagem excessiva também não é recomendada, pois pode causar um desequilíbrio na microflora vaginal.
Outras recomendações para o cuidado da vagina
Além de evitar o uso de sabonetes íntimos irritantes na hora de lavar a região íntima, existem outros cuidados que contribuem para a saúde. Vamos ver em detalhes os mais importantes:
- Evite o uso de protetores íntimos diários. Estes afetam a ventilação da região e criam um ambiente propício ao crescimento de bactérias.
- Use roupas íntimas de algodão. Ao contrário dos tecidos sintéticos, o algodão facilita a ventilação da área. Além disso, sugere-se que sejam roupas brancas ou beges, pois as coloridas podem conter corantes que alteram a flora vaginal.
- Limpe sempre da frente para trás. Isso é para reduzir o risco de transferência de bactérias do ânus para a vagina.
- Evite roupas muito apertadas. Jeans e calças muito apertadas tendem a criar um ambiente quente e úmido que facilita o crescimento de microrganismos nocivos.
É conveniente usar sabonetes íntimos?
Ao pesar os benefícios e riscos dos sabonetes íntimos, fica claro que existem mais possíveis efeitos nocivos. Evidências sugerem que o enxágue com esses tipos de produtos pode alterar a microbiota vaginal, o que se traduz em maior risco de infecções e doenças inflamatórias.
Médicos e profissionais de ginecologia sugerem que lavar com água é a maneira mais segura de manter essa área saudável. Mesmo assim, é possível usar um sabonete neutro sem perfume.
Sabonetes íntimos testados por dermatologistas e aprovados por ginecologistas também parecem ser seguros para a higiene vaginal. De qualquer forma, seu uso deve ser reservado apenas para a área externa (vulva e capuz de clitóris), pois nenhum produto deve ser introduzido no canal vaginal.
Os sabonetes íntimos são comercializados há vários anos como complemento da higiene feminina. Seja na forma líquida, em comprimido ou em gel, os fabricantes afirmam ter fórmulas suaves, hidratantes e seguras para peles sensíveis..
Mas, apesar de sua popularidade, seu uso tornou-se motivo de controvérsia. Embora os anúncios afirmem que são uma solução para manter a vagina limpa e livre de odores, os ginecologistas alertam que seu uso regular traz alguns riscos.
O que você deve saber sobre isso? Continue lendo!
O que são sabonetes íntimos?
Produtos para limpeza íntima feminina estão em alta demanda no mercado. Dentre esses, os sabonetes íntimos costumam ser os mais utilizados. São fórmulas de limpeza destinadas a áreas como vulva, clitóris e abertura vaginal.
São comercializados na forma de líquido, comprimido ou gel, com uma composição que promete ser compatível com o pH da região genital. Seus defensores garantem que ajudam a equilibrar a flora vaginal e a neutralizar os maus odores. Além disso, são atribuídas a eles propriedades antimicrobianas e hidratantes.
Eles são eficazes? Eles cumprem sua função?
Para responder a essas perguntas, deve-se considerar que a vagina tem a capacidade de se autolimpar. Como diz um artigo do Centro de Saúde da Mulher , não é necessário colocar nenhum produto dentro para garantir a higiene.
Em geral, a lavagem externa (da vulva) com água, de preferência morna, é suficiente para manter a área limpa. Pode ser complementado com sabonete, desde que neutro e sem perfume.
Dito isso, a aplicação de sabonetes íntimos é desnecessária.
De qualquer forma, é verdade que algumas fórmulas desse tipo de produto refrescam, limpam e hidratam as partes externas da área íntima. Mas como qualquer substância que entre em contato com a vulva pode facilmente entrar pelo canal vaginal, é preciso ter cuidado.
No caso de optar por limpadores desse tipo, estes devem ser testados por dermatologistas e recomendados por ginecologistas. Da mesma forma, devem ser hipoalergênicos e sem perfume. Estas características podem ser encontradas em seu rótulo.
É seguro usar sabonetes íntimos?
A maioria dos sabonetes íntimos disponíveis no mercado afirmam respeitar o pH vaginal e a pele delicada dessa região. Mesmo assim, as evidências sugerem que seu uso representa mais riscos do que benefícios.
Um estudo divulgado através da Microbial Ecology in Health and Disease determinou que o uso de produtos vaginais pode ser prejudicial à bactéria Lactobacillus, responsável por manter um ambiente vaginal saudável.
Por si só, a sua aplicação está associada a uma alteração da barreira imunitária vaginal, não só porque destrói Lactobacillus, mas também porque promove um ambiente pró-inflamatório que aumenta o risco de doença. O resultado? Suscetibilidade aumentada a infecções sexualmente transmissíveis, infecções bacterianas e fúngicas em geral e irritação.
Na verdade, como expõe a pesquisa compartilhada na Women’s Health, isso está associado a um risco aumentado de doença inflamatória pélvica e endometriose. Embora faltem estudos maiores, por enquanto a medida mais segura é evitar tanto a ducha higiênica quanto o contato com produtos que possam ser irritantes (sabonetes, géis, cremes, perfumes e afins).
Qual é a maneira correta de limpar a área íntima?
Em primeiro lugar, deve-se lembrar que o canal vaginal possui vasos sanguíneos e uma flora bacteriana que pode proteger e eliminar microrganismos nocivos. Por isso, diz-se que cumpre um processo de “autolimpeza” sem a necessidade de produtos externos.
Porém, é importante limpar a parte externa dos pequenos lábios, pois ali tendem a se acumular resíduos celulares e oleosos (esmegma), o que pode ocasionar mau cheiro. A lavagem diária com água costuma ser suficiente para limpar a área.
Caso opte por usar qualquer sabonete, ele deve ser neutro e sem fragrâncias. Para facilitar a remoção de resíduos, pode-se utilizar um pano ou simplesmente os dedos. Outros itens, como buchas, são desencorajados, pois podem causar irritação e aumentar o risco de infecção.
Quanto à frequência de lavagem, uma vez ao dia é suficiente. Lavar menos a área geralmente não é suficiente para remover os restos de suor e secreções. No entanto, a lavagem excessiva também não é recomendada, pois pode causar um desequilíbrio na microflora vaginal.
Outras recomendações para o cuidado da vagina
Além de evitar o uso de sabonetes íntimos irritantes na hora de lavar a região íntima, existem outros cuidados que contribuem para a saúde. Vamos ver em detalhes os mais importantes:
- Evite o uso de protetores íntimos diários. Estes afetam a ventilação da região e criam um ambiente propício ao crescimento de bactérias.
- Use roupas íntimas de algodão. Ao contrário dos tecidos sintéticos, o algodão facilita a ventilação da área. Além disso, sugere-se que sejam roupas brancas ou beges, pois as coloridas podem conter corantes que alteram a flora vaginal.
- Limpe sempre da frente para trás. Isso é para reduzir o risco de transferência de bactérias do ânus para a vagina.
- Evite roupas muito apertadas. Jeans e calças muito apertadas tendem a criar um ambiente quente e úmido que facilita o crescimento de microrganismos nocivos.
É conveniente usar sabonetes íntimos?
Ao pesar os benefícios e riscos dos sabonetes íntimos, fica claro que existem mais possíveis efeitos nocivos. Evidências sugerem que o enxágue com esses tipos de produtos pode alterar a microbiota vaginal, o que se traduz em maior risco de infecções e doenças inflamatórias.
Médicos e profissionais de ginecologia sugerem que lavar com água é a maneira mais segura de manter essa área saudável. Mesmo assim, é possível usar um sabonete neutro sem perfume.
Sabonetes íntimos testados por dermatologistas e aprovados por ginecologistas também parecem ser seguros para a higiene vaginal. De qualquer forma, seu uso deve ser reservado apenas para a área externa (vulva e capuz de clitóris), pois nenhum produto deve ser introduzido no canal vaginal.
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