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As bebidas energéticas e o seu risco para a saúde

6 minutos
Elas são vendidas com a promessa de oferecer uma dose extra de disposição aos frequentadores de baladas, estudantes e esportistas. Elas têm cada vez mais consumidores, mas também mais vozes que exigem sua regulamentação e alertam para o perigo de um consumo contínuo. Explicamos tudo que você deve saber sobre as bebidas energéticas a seguir.
As bebidas energéticas e o seu risco para a saúde
Anna Vilarrasa

Escrito e verificado por a nutricionista Anna Vilarrasa

Última atualização: 23 agosto, 2022

As bebidas energéticas chegaram ao mercado há algumas décadas e seu consumo está aumentando. Graças aos anúncios, acreditamos que elas podem nos ajudar em momentos de fadiga ou de aumento do nível de atividade. No entanto, você conhece os riscos das bebidas energéticas? Será que elas são seguras?

O que são as bebidas energéticas?

As bebidas energéticas ainda não têm uma definição determinada pela comunidade científica. No Brasil, a Anvisa as regulamentou por meio da Resolução RDC ANVISA 273/2005, que versa sobre “Compostos Líquidos Prontos para o Consumo”.

Em sua categoria específica, todas as bebidas não alcoólicas que contêm cafeína, taurina e vitaminas (especialmente do grupo B) são agrupadas. Às vezes, elas são acompanhados por outros ingredientes, como:

  • Gingko.
  • Ginseng.
  • Guaraná.
  • Carnitina.
  • Glucurono-y-lactona.

Denominar essas bebidas como energéticas já é o primeiro dos problemas. O nome, as propagandas e as mensagens que elas transmitem podem ser enganosos.

A própria EFSA (Agência Europeia de Segurança Alimentar) não permite que os anúncios as mostrem como bebidas que podem melhorar o rendimento físico e intelectual. Além disso, o Parlamento Europeu vetou a possibilidade de fazer qualquer promessa relacionada à saúde com este tipo de bebida.

É importante não confundir esses tipos de bebidas com as bebidas isotônicas ou esportivas.

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As bebidas energéticas são aquelas bebidas não alcoólicas que contêm substâncias estimulantes, como cafeína, taurina, guaraná, entre outras.

Que efeitos as bebidas energéticas provocam no organismo?

O efeito das bebidas energéticas pode aumentar o desempenho atlético. No entanto, seu uso também aumenta o aparecimento de efeitos colaterais negativos.

Embora as principais marcas fabricantes insistam na segurança do produto, especialistas em saúde, como a OMS, alertam que elas podem representar um perigo para a saúde pública.

Seu principal alerta é que crianças não devem consumi-las e que, para alguns grupos de pessoas, elas podem ser potencialmente perigosas:

  • Mulheres grávidas.
  • Jovens menores de 18 anos.
  • Pessoas muito sensíveis à cafeína.
  • Pessoas que estão tomando certos medicamentos.

Saiba mais: Consequências do consumo de Redbull e outras bebidas energéticas

Principais riscos das bebidas energéticas

Podemos resumir os principais riscos das bebidas energéticas nos seguintes grupos:

1. Efeitos cardiovasculares

As bebidas energéticas com cafeína alteram a atividade elétrica do coração e aumentam a pressão arterial.” Esta é a principal conclusão de um estudo publicado pela American Heart Association. Esta publicação avaliou o impacto de um alto consumo de bebidas energéticas no sistema cardiovascular.

Esse mesmo estudo relacionou o consumo de bebidas energéticas ao risco de parada cardíaca e infarto do miocárdio. Elas podem até estar associadas a um espessamento do sangue.

Embora este estudo seja o mais recente, há mais evidências científicas sobre os efeitos prejudiciais das bebidas energéticas. Em todos eles o sistema cardiovascular, junto com o sistema nervoso, é o mais afetado.

2. Efeitos no sistema nervoso

Os efeitos adversos da cafeína no sistema nervoso geralmente aparecem com doses de 200 miligramas ou mais, embora isso possa variar muito entre pessoas diferentes. Para se ter uma ideia, algumas dessas bebidas energéticas contêm entre 100 e 200 miligramas de cafeína por unidade.

Isso sem levar em conta que costumam vir acompanhadas de outros ingredientes estimulantes que podem potencializar seus efeitos. Os sintomas podem incluir ansiedade, inquietação, insônia, espasmos musculares ou períodos de “inesgotabilidade”.

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3. Efeitos relacionados ao açúcar

Um dos principais ingredientes de quase todas as bebidas energéticas é o açúcar. A maioria delas contém mais açúcar do que os refrigerantes normais. Em média, entre 10 e 12 gramas por 100 ml de bebida.

Se levarmos em conta que uma lata contém 250 ml, estamos falando de 25-30 gramas de açúcar por unidade, embora algumas marcas vendam latas de meio litro, o que equivaleria a cerca de 60 gramas de açúcar. Isso está muito acima das quantidades máximas que a OMS recomenda: não mais que 25 gramas para crianças e adolescentes.

Atualmente há muitas informações e recomendações sobre os efeitos dos açúcares livres que consumimos em excesso. Em crianças, por exemplo, eles estão diretamente relacionados à obesidade e às cáries dentárias.

Além disso, o consumo de açúcar tem sido associado ao aparecimento de outros problemas, como resistência à insulina, risco cardiovascular e ao agravamento de alguns indicadores de saúde, como triglicérides e pressão arterial.

Não deixe de ler: 7 sinais de que você está consumindo açúcar em excesso

Os riscos das bebidas energéticas para as crianças

Os consumidores mais frequentes desse tipo de bebida são adolescentes e adultos de até 30 anos. Alguns dados fornecidos pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) em 2013 são alarmantes:

18% das crianças entre 3 e 10 anos são consumidoras de bebidas energéticas, e 16% delas as consomem cronicamente. Especificamente, ingerem cerca de 4 litros de bebidas energéticas por mês.

As crianças são especialmente vulneráveis ​​aos riscos das bebidas energéticas. Seu volume corporal é menor e suas vias metabólicas são menos desenvolvidas. Portanto, as crianças são mais sensíveis à intoxicação por cafeína.

Na verdade, a própria EFSA garante que não é possível estabelecer quantidades seguras de consumo de cafeína em crianças pequenas. Muitas vozes especializadas (nutricionistas, pediatras e associações médicas) clamam pela regularização do seu consumo.

Alguns governos, como o do Reino Unido, estão considerando proibir a venda de bebidas energéticas para menores de 16 anos. Isso não é de surpreender levando em conta que oferecer uma única lata de qualquer uma dessas bebidas seria como dar a uma criança três cafés com 12 colheres de chá de açúcar.

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O consumo de bebidas energéticas é totalmente desaconselhado para as crianças.

Os riscos das bebidas energéticas e o álcool

Geralmente as bebidas energéticas são consumidas sozinhas, mas elas também costumam ser misturadas com álcool. Este ponto merece destaque pois essa mistura apresenta outros tipos de riscos para a saúde.

Marczinski observou, em um estudo de 2015, maiores taxas de consumo excessivo e risco de dependência do álcool quando ele é consumido juntamente com energéticos. Outras pesquisas de laboratório mostram que isso aumenta o desejo de beber mais álcool.

No entanto, misturar álcool e bebidas energéticas não afeta apenas a quantidade de álcool que se consome. Também aumenta a probabilidade de os adolescentes dirigirem depois de beber. Além disso, eles ficam mais propensos a adotar comportamentos de risco. A falta de coordenação motora cria uma falsa confiança que põe em risco a sua segurança.

Diante desses problemas das bebidas energéticas, a melhor recomendação é manter uma alimentação saudável e suficiente para fornecer a energia e o bem-estar necessários ao organismo. Como sempre, é preciso ter cuidado com o consumo de bebidas e alimentos que podem alterar o funcionamento normal do corpo.

As bebidas energéticas chegaram ao mercado há algumas décadas e seu consumo está aumentando. Graças aos anúncios, acreditamos que elas podem nos ajudar em momentos de fadiga ou de aumento do nível de atividade. No entanto, você conhece os riscos das bebidas energéticas? Será que elas são seguras?

O que são as bebidas energéticas?

As bebidas energéticas ainda não têm uma definição determinada pela comunidade científica. No Brasil, a Anvisa as regulamentou por meio da Resolução RDC ANVISA 273/2005, que versa sobre “Compostos Líquidos Prontos para o Consumo”.

Em sua categoria específica, todas as bebidas não alcoólicas que contêm cafeína, taurina e vitaminas (especialmente do grupo B) são agrupadas. Às vezes, elas são acompanhados por outros ingredientes, como:

  • Gingko.
  • Ginseng.
  • Guaraná.
  • Carnitina.
  • Glucurono-y-lactona.

Denominar essas bebidas como energéticas já é o primeiro dos problemas. O nome, as propagandas e as mensagens que elas transmitem podem ser enganosos.

A própria EFSA (Agência Europeia de Segurança Alimentar) não permite que os anúncios as mostrem como bebidas que podem melhorar o rendimento físico e intelectual. Além disso, o Parlamento Europeu vetou a possibilidade de fazer qualquer promessa relacionada à saúde com este tipo de bebida.

É importante não confundir esses tipos de bebidas com as bebidas isotônicas ou esportivas.

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As bebidas energéticas são aquelas bebidas não alcoólicas que contêm substâncias estimulantes, como cafeína, taurina, guaraná, entre outras.

Que efeitos as bebidas energéticas provocam no organismo?

O efeito das bebidas energéticas pode aumentar o desempenho atlético. No entanto, seu uso também aumenta o aparecimento de efeitos colaterais negativos.

Embora as principais marcas fabricantes insistam na segurança do produto, especialistas em saúde, como a OMS, alertam que elas podem representar um perigo para a saúde pública.

Seu principal alerta é que crianças não devem consumi-las e que, para alguns grupos de pessoas, elas podem ser potencialmente perigosas:

  • Mulheres grávidas.
  • Jovens menores de 18 anos.
  • Pessoas muito sensíveis à cafeína.
  • Pessoas que estão tomando certos medicamentos.

Saiba mais: Consequências do consumo de Redbull e outras bebidas energéticas

Principais riscos das bebidas energéticas

Podemos resumir os principais riscos das bebidas energéticas nos seguintes grupos:

1. Efeitos cardiovasculares

As bebidas energéticas com cafeína alteram a atividade elétrica do coração e aumentam a pressão arterial.” Esta é a principal conclusão de um estudo publicado pela American Heart Association. Esta publicação avaliou o impacto de um alto consumo de bebidas energéticas no sistema cardiovascular.

Esse mesmo estudo relacionou o consumo de bebidas energéticas ao risco de parada cardíaca e infarto do miocárdio. Elas podem até estar associadas a um espessamento do sangue.

Embora este estudo seja o mais recente, há mais evidências científicas sobre os efeitos prejudiciais das bebidas energéticas. Em todos eles o sistema cardiovascular, junto com o sistema nervoso, é o mais afetado.

2. Efeitos no sistema nervoso

Os efeitos adversos da cafeína no sistema nervoso geralmente aparecem com doses de 200 miligramas ou mais, embora isso possa variar muito entre pessoas diferentes. Para se ter uma ideia, algumas dessas bebidas energéticas contêm entre 100 e 200 miligramas de cafeína por unidade.

Isso sem levar em conta que costumam vir acompanhadas de outros ingredientes estimulantes que podem potencializar seus efeitos. Os sintomas podem incluir ansiedade, inquietação, insônia, espasmos musculares ou períodos de “inesgotabilidade”.

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3. Efeitos relacionados ao açúcar

Um dos principais ingredientes de quase todas as bebidas energéticas é o açúcar. A maioria delas contém mais açúcar do que os refrigerantes normais. Em média, entre 10 e 12 gramas por 100 ml de bebida.

Se levarmos em conta que uma lata contém 250 ml, estamos falando de 25-30 gramas de açúcar por unidade, embora algumas marcas vendam latas de meio litro, o que equivaleria a cerca de 60 gramas de açúcar. Isso está muito acima das quantidades máximas que a OMS recomenda: não mais que 25 gramas para crianças e adolescentes.

Atualmente há muitas informações e recomendações sobre os efeitos dos açúcares livres que consumimos em excesso. Em crianças, por exemplo, eles estão diretamente relacionados à obesidade e às cáries dentárias.

Além disso, o consumo de açúcar tem sido associado ao aparecimento de outros problemas, como resistência à insulina, risco cardiovascular e ao agravamento de alguns indicadores de saúde, como triglicérides e pressão arterial.

Não deixe de ler: 7 sinais de que você está consumindo açúcar em excesso

Os riscos das bebidas energéticas para as crianças

Os consumidores mais frequentes desse tipo de bebida são adolescentes e adultos de até 30 anos. Alguns dados fornecidos pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) em 2013 são alarmantes:

18% das crianças entre 3 e 10 anos são consumidoras de bebidas energéticas, e 16% delas as consomem cronicamente. Especificamente, ingerem cerca de 4 litros de bebidas energéticas por mês.

As crianças são especialmente vulneráveis ​​aos riscos das bebidas energéticas. Seu volume corporal é menor e suas vias metabólicas são menos desenvolvidas. Portanto, as crianças são mais sensíveis à intoxicação por cafeína.

Na verdade, a própria EFSA garante que não é possível estabelecer quantidades seguras de consumo de cafeína em crianças pequenas. Muitas vozes especializadas (nutricionistas, pediatras e associações médicas) clamam pela regularização do seu consumo.

Alguns governos, como o do Reino Unido, estão considerando proibir a venda de bebidas energéticas para menores de 16 anos. Isso não é de surpreender levando em conta que oferecer uma única lata de qualquer uma dessas bebidas seria como dar a uma criança três cafés com 12 colheres de chá de açúcar.

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O consumo de bebidas energéticas é totalmente desaconselhado para as crianças.

Os riscos das bebidas energéticas e o álcool

Geralmente as bebidas energéticas são consumidas sozinhas, mas elas também costumam ser misturadas com álcool. Este ponto merece destaque pois essa mistura apresenta outros tipos de riscos para a saúde.

Marczinski observou, em um estudo de 2015, maiores taxas de consumo excessivo e risco de dependência do álcool quando ele é consumido juntamente com energéticos. Outras pesquisas de laboratório mostram que isso aumenta o desejo de beber mais álcool.

No entanto, misturar álcool e bebidas energéticas não afeta apenas a quantidade de álcool que se consome. Também aumenta a probabilidade de os adolescentes dirigirem depois de beber. Além disso, eles ficam mais propensos a adotar comportamentos de risco. A falta de coordenação motora cria uma falsa confiança que põe em risco a sua segurança.

Diante desses problemas das bebidas energéticas, a melhor recomendação é manter uma alimentação saudável e suficiente para fornecer a energia e o bem-estar necessários ao organismo. Como sempre, é preciso ter cuidado com o consumo de bebidas e alimentos que podem alterar o funcionamento normal do corpo.


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  • American Heart Association. Energy drinks may increase risk of heart function abnormalities and blood pressure changes. May 29, 2019
  • Grasser EK et al. Cardio-and cerebrovascular responses to the energy drink Red Bull in young adults: a randomized cross over study. European Journal of Nutrition . Octubre 2014. 53(7):1561-71.
  • Grasser EK et al. Energy drinks and their impact on the cardiovascular system: potential mechanisms. Advances in Nutrition. Setiembre 2016. 7(5). Pp 950-960,
  • Perdan Curran C, Marczinski C. Taurine, caffeina and energy drinks: reviewing the risk to the adolescent brain. Birth Defects Research. Diciembre 2017. 1; 109(20):1640-48.
  • Sachin A. S et al. Impact of high volume energy drinks consumption on electrocardiographic and blood pressure parameters: A Randomized Trial. Journal of the American Heart Association. Mayo 2019. 8(11).
  • Zucconi S, et al. Gathering consumption data on specific consumer groups of energy drinks. European Food Safety Authority. 2013.
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