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Dificuldade de respirar durante o exercício

5 minutos
Há quem se pergunte por que é difícil respirar ao fazer exercícios físicos. Bom, temos que saber que geralmente esta é uma situação normal. Quando devemos nos preocupar? Descubra a seguir.
Dificuldade de respirar durante o exercício
Leonardo Biolatto

Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto

Escrito por Leonardo Biolatto
Última atualização: 27 maio, 2022

Cada vez mais pessoas estão se conscientizando de que a atividade física é parte fundamental de um estilo de vida saudável. No entanto, não fazer isso com muita frequência ou exercitar-se incorretamente pode dificultar a respiração durante o exercício.

A dificuldade de respirar ao praticar esportes pode se manifestar como falta de ar, tosse, estreitamento da garganta e chiado no peito (ruído semelhante a um apito quando o ar passa pela garganta).

Além disso, existem muitas razões pelas quais problemas respiratórios podem se desenvolver durante a atividade física. Neste artigo, analisaremos tudo que está associado à respiração durante o exercício.

Qual é a função da respiração?

A respiração tem várias funções, mas a mais importante é manter a funcionalidade do organismo. Isso é feito através de:

  • Fornecimento de oxigênio aos tecidos e descarte dos resíduos de CO2 originados pelas células.
  • Manutenção constante da acidez do sangue, medida pelo pH, que diminui se a acidez do sangue aumentar e vice-versa. O pH tem um intervalo estrito entre 7,35 e 7,45, e a respiração é responsável por manter o sangue nesse intervalo, expelindo CO2.
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A respiração é um processo vital que permite que o oxigênio seja fornecido a todos os tecidos do organismo.

O que é a ventilação?

Para definir a respiração, é preciso conhecer o conceito de ventilação e os tipos que existem. Por um lado, temos a ventilação pulmonar, que é o processo pelo qual o ar entra e sai dos pulmões. Esse mecanismo é dado pela ativação neural dos músculos respiratórios e pelas diferenças de pressão entre os pulmões e o ar externo.

Por outro lado, todo esse ar que respiramos não atinge os alvéolos para produzir as trocas gasosas e transportar o oxigênio para os tecidos, mas permanece nas vias aéreas (brônquios, traqueia, etc.). Esse ar não utilizado ocupa um volume chamado “espaço morto anatômico”.

Se subtrairmos o volume de ar que entra pela ventilação pulmonar e o ar do espaço morto fisiológico, o resultado é o ar que realmente chega aos alvéolos e é utilizado. Esse volume que atinge os alvéolos faz parte do mecanismo de ventilação alveolar.

Portanto, dependendo da maneira como respiramos, se o fizermos mais profundamente ou de maneira mais superficial, se estiver quente ou frio, ou se estivermos nos exercitando ou não, a quantidade de ar que realmente chega aos alvéolos pode variar, ou seja, a ventilação alveolar varia.

Embora existam dois tipos diferentes de ventilação, ambas são representadas pelas mesmas variáveis ​​(com algumas diferenças), pois, no final, esse processo é definido como o volume que entra com cada respiração por minuto. Tecnicamente, é a multiplicação entre:

  • Frequência respiratória: quantas vezes respiramos por minuto. Em média, uma pessoa saudável realiza 12 respirações por minuto, estando em repouso.
  • Volume corrente: é o volume de ar que entra na respiração. Uma pessoa saudável em repouso geralmente recebe 0,5 L de ar por respiração.

Portanto, a ventilação de uma pessoa saudável costuma ser de cerca de 6 litros por minuto.

Continue lendo: Os melhores exercícios físicos para manter seu cérebro em forma!

Respiração durante o exercício: como esse processo acontece?

Quando nos exercitamos, os músculos realizam dois processos:

  • Usam o oxigênio que vem do sangue para obter energia e poder se mover.
  • Como precisam trabalhar muito, eles também obtêm energia de outros processos que não requerem oxigênio. No entanto, eles geram lactato, que é liberado no sangue e o acidifica.

Devido a esses processos, o sangue que circula pelos tecidos musculares permanece sem oxigênio e acidificado; isso pode colocar o organismo em risco. Felizmente, para que isso não aconteça, o cérebro, através de receptores distribuídos pelo corpo inteiro, toma consciência dessas alterações. As consequências são:

  • A nossa respiração se torna mais rápida e isso aumenta a sua frequência.
  • Essa respiração é muito mais profunda para que mais ar possa entrar nos pulmões a cada respiração que realizamos, ou seja, o volume corrente aumenta.

Portanto, se a frequência e o volume respiratório aumentarem, a ventilação pulmonar e alveolar também aumentará. Quer dizer:

  • Mais oxigênio chegará ao sangue para atender às necessidades dos músculos.
  • Mais CO2 será expelido, eliminando o ácido gerado pelos músculos e mantendo o pH do sangue estável, como explicamos anteriormente.
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Durante o exercício, a frequência respiratória aumenta e, com ela, a ventilação pulmonar e alveolar.

Etapas da respiração durante o exercício

Segundo estudos, foi determinado que há três etapas quando nos exercitamos. Na primeira e na segunda etapa, a ventilação aumenta bruscamente para realizar a atividade. Ao chegar à terceira etapa, o corpo se acostuma e a ventilação permanece estável.

Isso também pode te interessar: Prática de exercícios durante a gravidez: o que considerar?

Por que estou tendo problemas para respirar quando faço exercícios?

Se não estivermos acostumados a nos exercitar, podemos nos sentir sufocados no começo. No entanto, esse efeito é completamente normal. O sistema respiratório precisa se esforçar para manter tudo em ordem no sangue e para que não haja alterações, como explicamos anteriormente.

No entanto, à medida que continuamos a realizar o exercício, a respiração fica mais fácil, pois o corpo vai se acostumando à nova situação. Por outro lado, devemos saber que não é a mesma coisa realizar um exercício com a mesma intensidade o tempo todo, e um exercício que vai aumentando a sua potência.

Em um exercício que aumenta a sua intensidade ao longo do tempo, o corpo não se acostumará e continuará a exigir mais oxigênio. Portanto, respiraremos ainda mais rápido. Assim, continuaremos a introduzir o mesmo volume de ar em cada respiração.

Em atletas profissionais, podemos ver que a frequência respiratória é muito menor. Isso ocorre porque eles treinaram seu sistema respiratório para inspirar mais ar, ou seja, respirar mais profundamente e manter esse ar por muito mais tempo nos pulmões, exigindo menos respirações.

Consultar um médico pode ser importante

Embora a sensação de que é difícil respirar durante o exercício indique que não estamos acostumados a fazer atividade física, não podemos ignorar que isso também pode indicar outras patologias respiratórias ou cardiovasculares. Portanto, devemos estar atentos a sintomas como:

  • Falta de ar ou asfixia, tão forte que impede a continuidade da atividade.
  • Chiado ou assobio ao respirar.
  • Tonturas ou desmaios.
  • Sensação de que o peito está se expandindo e se retraindo excessivamente.

Ao sentir tais desconfortos, é melhor consultar um médico para determinar se esses sintomas têm origem em alguma doença. Nesse caso, o profissional orientará o tratamento de acordo com o problema.

Cada vez mais pessoas estão se conscientizando de que a atividade física é parte fundamental de um estilo de vida saudável. No entanto, não fazer isso com muita frequência ou exercitar-se incorretamente pode dificultar a respiração durante o exercício.

A dificuldade de respirar ao praticar esportes pode se manifestar como falta de ar, tosse, estreitamento da garganta e chiado no peito (ruído semelhante a um apito quando o ar passa pela garganta).

Além disso, existem muitas razões pelas quais problemas respiratórios podem se desenvolver durante a atividade física. Neste artigo, analisaremos tudo que está associado à respiração durante o exercício.

Qual é a função da respiração?

A respiração tem várias funções, mas a mais importante é manter a funcionalidade do organismo. Isso é feito através de:

  • Fornecimento de oxigênio aos tecidos e descarte dos resíduos de CO2 originados pelas células.
  • Manutenção constante da acidez do sangue, medida pelo pH, que diminui se a acidez do sangue aumentar e vice-versa. O pH tem um intervalo estrito entre 7,35 e 7,45, e a respiração é responsável por manter o sangue nesse intervalo, expelindo CO2.
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A respiração é um processo vital que permite que o oxigênio seja fornecido a todos os tecidos do organismo.

O que é a ventilação?

Para definir a respiração, é preciso conhecer o conceito de ventilação e os tipos que existem. Por um lado, temos a ventilação pulmonar, que é o processo pelo qual o ar entra e sai dos pulmões. Esse mecanismo é dado pela ativação neural dos músculos respiratórios e pelas diferenças de pressão entre os pulmões e o ar externo.

Por outro lado, todo esse ar que respiramos não atinge os alvéolos para produzir as trocas gasosas e transportar o oxigênio para os tecidos, mas permanece nas vias aéreas (brônquios, traqueia, etc.). Esse ar não utilizado ocupa um volume chamado “espaço morto anatômico”.

Se subtrairmos o volume de ar que entra pela ventilação pulmonar e o ar do espaço morto fisiológico, o resultado é o ar que realmente chega aos alvéolos e é utilizado. Esse volume que atinge os alvéolos faz parte do mecanismo de ventilação alveolar.

Portanto, dependendo da maneira como respiramos, se o fizermos mais profundamente ou de maneira mais superficial, se estiver quente ou frio, ou se estivermos nos exercitando ou não, a quantidade de ar que realmente chega aos alvéolos pode variar, ou seja, a ventilação alveolar varia.

Embora existam dois tipos diferentes de ventilação, ambas são representadas pelas mesmas variáveis ​​(com algumas diferenças), pois, no final, esse processo é definido como o volume que entra com cada respiração por minuto. Tecnicamente, é a multiplicação entre:

  • Frequência respiratória: quantas vezes respiramos por minuto. Em média, uma pessoa saudável realiza 12 respirações por minuto, estando em repouso.
  • Volume corrente: é o volume de ar que entra na respiração. Uma pessoa saudável em repouso geralmente recebe 0,5 L de ar por respiração.

Portanto, a ventilação de uma pessoa saudável costuma ser de cerca de 6 litros por minuto.

Continue lendo: Os melhores exercícios físicos para manter seu cérebro em forma!

Respiração durante o exercício: como esse processo acontece?

Quando nos exercitamos, os músculos realizam dois processos:

  • Usam o oxigênio que vem do sangue para obter energia e poder se mover.
  • Como precisam trabalhar muito, eles também obtêm energia de outros processos que não requerem oxigênio. No entanto, eles geram lactato, que é liberado no sangue e o acidifica.

Devido a esses processos, o sangue que circula pelos tecidos musculares permanece sem oxigênio e acidificado; isso pode colocar o organismo em risco. Felizmente, para que isso não aconteça, o cérebro, através de receptores distribuídos pelo corpo inteiro, toma consciência dessas alterações. As consequências são:

  • A nossa respiração se torna mais rápida e isso aumenta a sua frequência.
  • Essa respiração é muito mais profunda para que mais ar possa entrar nos pulmões a cada respiração que realizamos, ou seja, o volume corrente aumenta.

Portanto, se a frequência e o volume respiratório aumentarem, a ventilação pulmonar e alveolar também aumentará. Quer dizer:

  • Mais oxigênio chegará ao sangue para atender às necessidades dos músculos.
  • Mais CO2 será expelido, eliminando o ácido gerado pelos músculos e mantendo o pH do sangue estável, como explicamos anteriormente.
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Durante o exercício, a frequência respiratória aumenta e, com ela, a ventilação pulmonar e alveolar.

Etapas da respiração durante o exercício

Segundo estudos, foi determinado que há três etapas quando nos exercitamos. Na primeira e na segunda etapa, a ventilação aumenta bruscamente para realizar a atividade. Ao chegar à terceira etapa, o corpo se acostuma e a ventilação permanece estável.

Isso também pode te interessar: Prática de exercícios durante a gravidez: o que considerar?

Por que estou tendo problemas para respirar quando faço exercícios?

Se não estivermos acostumados a nos exercitar, podemos nos sentir sufocados no começo. No entanto, esse efeito é completamente normal. O sistema respiratório precisa se esforçar para manter tudo em ordem no sangue e para que não haja alterações, como explicamos anteriormente.

No entanto, à medida que continuamos a realizar o exercício, a respiração fica mais fácil, pois o corpo vai se acostumando à nova situação. Por outro lado, devemos saber que não é a mesma coisa realizar um exercício com a mesma intensidade o tempo todo, e um exercício que vai aumentando a sua potência.

Em um exercício que aumenta a sua intensidade ao longo do tempo, o corpo não se acostumará e continuará a exigir mais oxigênio. Portanto, respiraremos ainda mais rápido. Assim, continuaremos a introduzir o mesmo volume de ar em cada respiração.

Em atletas profissionais, podemos ver que a frequência respiratória é muito menor. Isso ocorre porque eles treinaram seu sistema respiratório para inspirar mais ar, ou seja, respirar mais profundamente e manter esse ar por muito mais tempo nos pulmões, exigindo menos respirações.

Consultar um médico pode ser importante

Embora a sensação de que é difícil respirar durante o exercício indique que não estamos acostumados a fazer atividade física, não podemos ignorar que isso também pode indicar outras patologias respiratórias ou cardiovasculares. Portanto, devemos estar atentos a sintomas como:

  • Falta de ar ou asfixia, tão forte que impede a continuidade da atividade.
  • Chiado ou assobio ao respirar.
  • Tonturas ou desmaios.
  • Sensação de que o peito está se expandindo e se retraindo excessivamente.

Ao sentir tais desconfortos, é melhor consultar um médico para determinar se esses sintomas têm origem em alguma doença. Nesse caso, o profissional orientará o tratamento de acordo com o problema.


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  • European Lung Foundation. Los pulmones y el ejercicio.2020 . Disponible en: https://www.europeanlung.org/assets/files/es/publications/lungs-and-exercise-es.pdf
  • Wilmore. Fisiología del Deporte y el Ejercicio de W. Larry Kenney | Editorial Médica Panamericana. 2014. Disponible en:  https://www.medicapanamericana.com/es/libro/wilmore-fisiologia-del-deporte-y-el-ejercicio?gclid=EAIaIQobChMIos_H_fr56AIV_QYGAB1S1wEAEAEYASABEgIFIvD_BwE
  • Brinkman JE, Sharma S. Physiology, Respiratory Drive. [Updated 2020 Mar 25]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2020 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK482414/
  • Aliverti A. The respiratory muscles during exercise. Breathe (Sheff). 2016;12(2):165‐168. doi:10.1183/20734735.008116

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