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O que é a dieta alcalina?

4 minutos
A dieta alcalina é baseada na teoria de que as doenças se desenvolvem em um ambiente ácido (isto é, com um pH baixo) e de que, para evitá-las, é importante "alcalinizar" o nosso organismo.
O que é a dieta alcalina?
Eliana Delgado Villanueva

Escrito e verificado por a nutricionista Eliana Delgado Villanueva

Última atualização: 23 agosto, 2022

A dieta alcalina está se tornando uma tendência. No entanto, sua defesa une evidências com absurdos e controvérsias. O que é real sobre esta dieta? Podemos confiar totalmente nela?

Como mencionamos, a controvérsia em relação à dieta alcalina está crescendo. Existem aqueles que lhe atribuem propriedades quase mágicas, como ser capaz de curar doenças como o câncer. No entanto, a questão não parece totalmente clara. É por isso que vamos esclarecer tudo que você deve saber a seguir.

O que é a dieta alcalina?

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A dieta alcalina pressupõe que o pH dos alimentos que ingerimos afeta a saúde do nosso organismo.

Para entender essa dieta, precisamos primeiro entender como o pH do corpo funciona. O potencial de hidrogênio é chamado de pH, que é medido em uma escala de 0 a 14, e é usado para medir a acidez ou alcalinidade do meio interno ou de uma solução.

  • de 0 a 7 é ácido
  • 7 é neutro
  • de 7 a 14 é básico ou alcalino

A dieta alcalina é baseada na teoria de que as doenças se desenvolvem em um ambiente ácido (ou seja, com um pH baixo) e de que, portanto, para evitá-las, é importante “alcalinizar” o nosso organismo, ou seja, aumentar o seu pH. Ela sustenta que isso pode ser alcançado através dos alimentos.

Você também pode se interessar: 10 conselhos para aliviar a ansiedade na hora de fazer dieta

Como funciona a dieta alcalina?

A premissa em que essa dieta se baseia diz que a alimentação altera o pH dos fluidos corporais. Em outras palavras, altera a acidez ou basicidade do nosso sangue, urina e todos os fluidos corporais. Como explicam alguns fisiologistas da dieta, um ambiente levemente alcalino pode ser benéfico para o nosso corpo.

A dieta alcalina exclui alimentos como laticínios, carnes, aves, peixes, ovos e cereais. Alimentos que, de acordo com a dieta, produzem “cinza ácida”. Ou seja, restos de alimentos que, quando queimados em um calorímetro, se mantêm como ácidos. Permite comer frutas e vegetais, exceto mirtilos e ameixas.

O que a ciência tem a dizer sobre esta dieta?

1. Relação da dieta alcalina com o câncer

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Segundo os seguidores desse tipo de dieta, ela poderia ajudar a prevenir o câncer. No entanto, não há evidências científicas que comprovem este suposto benefício.

Apesar da promoção da dieta alcalina, existe apenas um estudo observacional que analisou sua possível relação com a prevenção e tratamento do câncer. No entanto, esse estudo não encontra nenhuma ligação entre este tipo de dieta e o câncer.

Devido à falta de estudos que apoiem ou rejeitem as ideias por trás da dieta alcalina, deve-se concluir que ela carece de base científica. Nesse contexto, o Instituto Americano de Pesquisa do Câncer (AICR) conclui que a dieta alcalina não é recomendável.

2. Relação com a osteoporose e a saúde óssea

A dieta alcalina também “oferece” supostos benefícios em relação à saúde dos nossos ossos. De acordo com a sua teoria, para reduzir a acidez do sangue (o que, como já vimos, não é possível), o corpo faz uso do cálcio dos ossos, razão pela qual relaciona: alimento ácido = menos cálcio = osteoporose.

No entanto, um estudo concluiu que, embora a ingestão de mais proteínas aumente a excreção de cálcio, este não foi removido dos ossos, pois não houve alterações no equilíbrio geral de cálcio no organismo; seguir uma dieta ácida não promove uma menor densidade óssea.

Leia também: Remédios naturais eficazes para tratar os sintomas da menopausa

Conclusões

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Segundo diferentes estudos, a dieta alcalina pode representar um risco para a saúde e não está baseada em dados cientificamente comprovados.
  • O corpo é extremamente eficiente na regulação do pH do sangue, pois teríamos problemas sérios se ele não tivesse essa capacidade.
  • Não é possível alterar o pH do sangue através da dieta alcalina, embora seja possível fazer isso com o pH urinário.
  • A dieta alcalina, embora promova o consumo de certos alimentos benéficos, como verduras e legumes, não possui evidências científicas para apoiar certas alegações.
  • Certos grupos restritos de alimentos nesse tipo de dieta também oferecem muitos benefícios, por isso não devem ser excluídos de um estilo de alimentação saudável.

Para finalizar, quando formos confrontados com esse tipo de dieta milagrosa, devemos sempre ter em mente que, se algo parece bom demais para ser verdade, provavelmente é uma mentira.

A dieta alcalina está se tornando uma tendência. No entanto, sua defesa une evidências com absurdos e controvérsias. O que é real sobre esta dieta? Podemos confiar totalmente nela?

Como mencionamos, a controvérsia em relação à dieta alcalina está crescendo. Existem aqueles que lhe atribuem propriedades quase mágicas, como ser capaz de curar doenças como o câncer. No entanto, a questão não parece totalmente clara. É por isso que vamos esclarecer tudo que você deve saber a seguir.

O que é a dieta alcalina?

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A dieta alcalina pressupõe que o pH dos alimentos que ingerimos afeta a saúde do nosso organismo.

Para entender essa dieta, precisamos primeiro entender como o pH do corpo funciona. O potencial de hidrogênio é chamado de pH, que é medido em uma escala de 0 a 14, e é usado para medir a acidez ou alcalinidade do meio interno ou de uma solução.

  • de 0 a 7 é ácido
  • 7 é neutro
  • de 7 a 14 é básico ou alcalino

A dieta alcalina é baseada na teoria de que as doenças se desenvolvem em um ambiente ácido (ou seja, com um pH baixo) e de que, portanto, para evitá-las, é importante “alcalinizar” o nosso organismo, ou seja, aumentar o seu pH. Ela sustenta que isso pode ser alcançado através dos alimentos.

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Como funciona a dieta alcalina?

A premissa em que essa dieta se baseia diz que a alimentação altera o pH dos fluidos corporais. Em outras palavras, altera a acidez ou basicidade do nosso sangue, urina e todos os fluidos corporais. Como explicam alguns fisiologistas da dieta, um ambiente levemente alcalino pode ser benéfico para o nosso corpo.

A dieta alcalina exclui alimentos como laticínios, carnes, aves, peixes, ovos e cereais. Alimentos que, de acordo com a dieta, produzem “cinza ácida”. Ou seja, restos de alimentos que, quando queimados em um calorímetro, se mantêm como ácidos. Permite comer frutas e vegetais, exceto mirtilos e ameixas.

O que a ciência tem a dizer sobre esta dieta?

1. Relação da dieta alcalina com o câncer

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Segundo os seguidores desse tipo de dieta, ela poderia ajudar a prevenir o câncer. No entanto, não há evidências científicas que comprovem este suposto benefício.

Apesar da promoção da dieta alcalina, existe apenas um estudo observacional que analisou sua possível relação com a prevenção e tratamento do câncer. No entanto, esse estudo não encontra nenhuma ligação entre este tipo de dieta e o câncer.

Devido à falta de estudos que apoiem ou rejeitem as ideias por trás da dieta alcalina, deve-se concluir que ela carece de base científica. Nesse contexto, o Instituto Americano de Pesquisa do Câncer (AICR) conclui que a dieta alcalina não é recomendável.

2. Relação com a osteoporose e a saúde óssea

A dieta alcalina também “oferece” supostos benefícios em relação à saúde dos nossos ossos. De acordo com a sua teoria, para reduzir a acidez do sangue (o que, como já vimos, não é possível), o corpo faz uso do cálcio dos ossos, razão pela qual relaciona: alimento ácido = menos cálcio = osteoporose.

No entanto, um estudo concluiu que, embora a ingestão de mais proteínas aumente a excreção de cálcio, este não foi removido dos ossos, pois não houve alterações no equilíbrio geral de cálcio no organismo; seguir uma dieta ácida não promove uma menor densidade óssea.

Leia também: Remédios naturais eficazes para tratar os sintomas da menopausa

Conclusões

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Segundo diferentes estudos, a dieta alcalina pode representar um risco para a saúde e não está baseada em dados cientificamente comprovados.
  • O corpo é extremamente eficiente na regulação do pH do sangue, pois teríamos problemas sérios se ele não tivesse essa capacidade.
  • Não é possível alterar o pH do sangue através da dieta alcalina, embora seja possível fazer isso com o pH urinário.
  • A dieta alcalina, embora promova o consumo de certos alimentos benéficos, como verduras e legumes, não possui evidências científicas para apoiar certas alegações.
  • Certos grupos restritos de alimentos nesse tipo de dieta também oferecem muitos benefícios, por isso não devem ser excluídos de um estilo de alimentação saudável.

Para finalizar, quando formos confrontados com esse tipo de dieta milagrosa, devemos sempre ter em mente que, se algo parece bom demais para ser verdade, provavelmente é uma mentira.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Fenton TR, Fenton CJ. Evidence does not support the alkaline diet. Osteoporos Int. 2016 Jul;27(7):2387-2388. doi: 10.1007/s00198-016-3504-z. Epub 2016 Feb 8. PMID: 26856582.
  • Fenton TR, Lyon AW, Eliasziw M, Tough SC, Hanley DA. Meta-analysis of the effect of the acid-ash hypothesis of osteoporosis on calcium balance. J Bone Miner Res. 2009 Nov;24(11):1835-40. doi: 10.1359/jbmr.090515. PMID: 19419322.
  • Rodrigues Neto Angéloco L, Arces de Souza GC, Almeida Romão E, Garcia Chiarello P. Alkaline Diet and Metabolic Acidosis: Practical Approaches to the Nutritional Management of Chronic Kidney Disease. J Ren Nutr. 2018 May;28(3):215-220. doi: 10.1053/j.jrn.2017.10.006. Epub 2017 Dec 6. PMID: 29221627.

 


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