Perigos de consumir muita noz-moscada
Revisado e aprovado por médico Leonardo Biolatto
Você já ouviu falar sobre os perigos de consumir muita noz-moscada? Esta especiaria é uma das mais cobiçadas desde os tempos antigos. Devido ao seu sabor particular, hoje é utilizada para complementar receitas de diversos itens; de bebidas a legumes e sobremesas.
E embora em pequenas quantidades seja segura e benéfica para a saúde, seu consumo excessivo pode levar a alguns problemas associados à intoxicação. A seguir, contamos quais são esses riscos e como evitá-los.
O que é e de onde vem a noz-moscada?
A noz-moscada, cujo nome científico é Myristica, carrega uma semente da qual derivam duas especiarias. De um lado, a macis, produto da cobertura carnuda conhecida como arilo; do outro, a própria noz-moscada. Esta árvore perene vem das Ilhas Molucas, na Indonésia.
Estes territórios são conhecidos por constituírem a “rota das especiarias”, na qual famosos navegadores dos séculos XV e XVI traçaram rotas comerciais em busca destes cobiçados ingredientes. Atualmente, a noz-moscada – seca, inteira ou moída – é muito utilizada na gastronomia, na medicina e na cosmética.
Bebidas, diversas sobremesas e até pratos vegetarianos ou de carne são temperados com uma pitada deste fruto. Em pequenas quantidades, aquelas normalmente utilizadas na cozinha, não apresenta nenhum risco. No entanto, altas doses sim podem representar riscos à saúde.
Veja: Extrato e essência de baunilha: quais são as diferenças?
Quais são os riscos de consumir muita noz-moscada?
A ingestão de noz-moscada, a partir de 10 gramas ou duas colheres de sopa, acarreta risco de intoxicação com vários sintomas. Cerca dessa quantidade pode causar tontura, boca seca e vertigens. No entanto, se o consumo for superior a 50 gramas, existe o perigo de o envenenamento causar alucinações, náuseas e falência de órgãos. Pode até colocar sua vida em risco.
Evidências indicam que esses efeitos são o produto de um composto chamado ‘miristicina’, que também é encontrado em diferentes especiarias, como salsa ou endro. Em particular, está relacionada a alterações no sistema nervoso central, que é o que desencadeia os sintomas descritos.
Um estudo publicado no Journal of Medical Toxicology analisou casos de envenenamento por noz-moscada no Illinois Poison Center. Em um período de 10 anos, houve mais de 30 casos documentados, metade deles intencionais, já que algumas pessoas a usam como droga recreativa.
Portanto, é importante ressaltar que seu consumo excessivo traz sérios riscos. Mesmo se combinado com outras drogas, pode ser fatal. Os sintomas mais comuns encontrados no estudo foram os seguintes:
- tontura,
- confusão,
- boca seca,
- alucinações,
- problemas respiratórios,
- problemas cardiovasculares,
- problemas gástricos.
Alguns casos que experimentaram os perigos de consumir muita noz-moscada
A miristicina faz parte da composição química do óleo de noz-moscada. Atua no sistema nervoso central de forma semelhante à mescalina, um alcaloide alucinógeno presente no peiote. Embora os casos de envenenamento por essa substância sejam raros, há uma série de exemplos significativos.
Intoxicação por consumir 50 gramas de noz-moscada
Um caso publicado no British Medical Journal revelou que um jovem de 18 anos deu entrada no pronto-socorro com sintomas de náusea, tontura e palpitações. Ele mencionou sentir-se em estado de transe, mas sem alucinações.
O estudo afirma que o jovem havia consumido quase 50 gramas de noz-moscada em forma de shake, buscando efeitos alucinógenos. Ele permaneceu em observação por algumas horas até que os sintomas passassem.
Intoxicação por ingestão de 10 gramas
Uma mulher, desta vez com 37 anos, apresentou sintomas de envenenamento por miristicina após consumir apenas duas colheres de sopa de noz-moscada.
Isso foi revelado por um estudo no Netherlands Journal of Medicine, que afirma que ela sofreu de tontura, confusão, tontura e boca muito seca. Após cerca de 10 horas, os sintomas desapareceram.
Episódio psicótico
Outro estudo, publicado na revista Acta Médica Portuguesa, relata o caso de um paciente que sofreu um episódio psicótico grave. Durante ele, ele experimentou agitação psicomotora, fala desorganizada e delírios místicos.
Ele havia consumido entre 18 e 28 gramas da especiaria. No entanto, a publicação esclarece que a intoxicação por essa fruta, em geral, não deixa sequelas e os sintomas se resolvem em até 48 horas.
Intoxicação grave por miristicina
Um homem de 38 anos entrou no pronto-socorro sofrendo de alucinações visuais, dor de cabeça intensa, palpitações e aperto no peito. Devido à gravidade do caso, ele precisou ser sedado e encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva.
O evento ocorreu no Hospital Miguel Servet em Zaragoza e foi publicado na revista Intensive Medicine. A família revelou que, 9 horas antes, o homem havia ingerido um pote inteiro de 50 gramas de noz-moscada.
O que fazer para evitar os perigos de consumir muita noz-moscada?
A ingestão moderada e oportuna do tempero é a chave para evitar os perigos.
Independentemente da gravidade dos sintomas, os casos de envenenamento por noz-moscada são muito raros. Quando é usada para uso gastronômico, em geral, coloca-se meia colher pequena do produto moído. Além disso, o preparo é distribuído para diversos comensais, o que diminui ainda mais o consumo.
Nesses casos, a noz-moscada é segura e até benéfica para a saúde, pois é fonte de antioxidantes. O óleo derivado da fruta também é utilizado para a saúde bucal, devido às suas propriedades antibacterianas. Além disso, contém fósforo, zinco, ferro e magnésio.
O que lembrar sobre a noz-moscada e seus possíveis riscos?
Na medida indicada, a noz-moscada é uma especiaria com um sabor único que pode guarnecer desde pratos de vegetais a carnes e sobremesas. Da mesma forma, é comum polvilhá-la em infusões e em diversos produtos de panificação.
Porém, deve-se estar atento aos riscos que seu consumo excessivo pode acarretar. Devido ao seu conteúdo de uma substância chamada miristicina, pode levar a intoxicações. Recomenda-se limitar a ingestão a menos de meia colher pequena por preparação.
Você já ouviu falar sobre os perigos de consumir muita noz-moscada? Esta especiaria é uma das mais cobiçadas desde os tempos antigos. Devido ao seu sabor particular, hoje é utilizada para complementar receitas de diversos itens; de bebidas a legumes e sobremesas.
E embora em pequenas quantidades seja segura e benéfica para a saúde, seu consumo excessivo pode levar a alguns problemas associados à intoxicação. A seguir, contamos quais são esses riscos e como evitá-los.
O que é e de onde vem a noz-moscada?
A noz-moscada, cujo nome científico é Myristica, carrega uma semente da qual derivam duas especiarias. De um lado, a macis, produto da cobertura carnuda conhecida como arilo; do outro, a própria noz-moscada. Esta árvore perene vem das Ilhas Molucas, na Indonésia.
Estes territórios são conhecidos por constituírem a “rota das especiarias”, na qual famosos navegadores dos séculos XV e XVI traçaram rotas comerciais em busca destes cobiçados ingredientes. Atualmente, a noz-moscada – seca, inteira ou moída – é muito utilizada na gastronomia, na medicina e na cosmética.
Bebidas, diversas sobremesas e até pratos vegetarianos ou de carne são temperados com uma pitada deste fruto. Em pequenas quantidades, aquelas normalmente utilizadas na cozinha, não apresenta nenhum risco. No entanto, altas doses sim podem representar riscos à saúde.
Veja: Extrato e essência de baunilha: quais são as diferenças?
Quais são os riscos de consumir muita noz-moscada?
A ingestão de noz-moscada, a partir de 10 gramas ou duas colheres de sopa, acarreta risco de intoxicação com vários sintomas. Cerca dessa quantidade pode causar tontura, boca seca e vertigens. No entanto, se o consumo for superior a 50 gramas, existe o perigo de o envenenamento causar alucinações, náuseas e falência de órgãos. Pode até colocar sua vida em risco.
Evidências indicam que esses efeitos são o produto de um composto chamado ‘miristicina’, que também é encontrado em diferentes especiarias, como salsa ou endro. Em particular, está relacionada a alterações no sistema nervoso central, que é o que desencadeia os sintomas descritos.
Um estudo publicado no Journal of Medical Toxicology analisou casos de envenenamento por noz-moscada no Illinois Poison Center. Em um período de 10 anos, houve mais de 30 casos documentados, metade deles intencionais, já que algumas pessoas a usam como droga recreativa.
Portanto, é importante ressaltar que seu consumo excessivo traz sérios riscos. Mesmo se combinado com outras drogas, pode ser fatal. Os sintomas mais comuns encontrados no estudo foram os seguintes:
- tontura,
- confusão,
- boca seca,
- alucinações,
- problemas respiratórios,
- problemas cardiovasculares,
- problemas gástricos.
Alguns casos que experimentaram os perigos de consumir muita noz-moscada
A miristicina faz parte da composição química do óleo de noz-moscada. Atua no sistema nervoso central de forma semelhante à mescalina, um alcaloide alucinógeno presente no peiote. Embora os casos de envenenamento por essa substância sejam raros, há uma série de exemplos significativos.
Intoxicação por consumir 50 gramas de noz-moscada
Um caso publicado no British Medical Journal revelou que um jovem de 18 anos deu entrada no pronto-socorro com sintomas de náusea, tontura e palpitações. Ele mencionou sentir-se em estado de transe, mas sem alucinações.
O estudo afirma que o jovem havia consumido quase 50 gramas de noz-moscada em forma de shake, buscando efeitos alucinógenos. Ele permaneceu em observação por algumas horas até que os sintomas passassem.
Intoxicação por ingestão de 10 gramas
Uma mulher, desta vez com 37 anos, apresentou sintomas de envenenamento por miristicina após consumir apenas duas colheres de sopa de noz-moscada.
Isso foi revelado por um estudo no Netherlands Journal of Medicine, que afirma que ela sofreu de tontura, confusão, tontura e boca muito seca. Após cerca de 10 horas, os sintomas desapareceram.
Episódio psicótico
Outro estudo, publicado na revista Acta Médica Portuguesa, relata o caso de um paciente que sofreu um episódio psicótico grave. Durante ele, ele experimentou agitação psicomotora, fala desorganizada e delírios místicos.
Ele havia consumido entre 18 e 28 gramas da especiaria. No entanto, a publicação esclarece que a intoxicação por essa fruta, em geral, não deixa sequelas e os sintomas se resolvem em até 48 horas.
Intoxicação grave por miristicina
Um homem de 38 anos entrou no pronto-socorro sofrendo de alucinações visuais, dor de cabeça intensa, palpitações e aperto no peito. Devido à gravidade do caso, ele precisou ser sedado e encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva.
O evento ocorreu no Hospital Miguel Servet em Zaragoza e foi publicado na revista Intensive Medicine. A família revelou que, 9 horas antes, o homem havia ingerido um pote inteiro de 50 gramas de noz-moscada.
O que fazer para evitar os perigos de consumir muita noz-moscada?
A ingestão moderada e oportuna do tempero é a chave para evitar os perigos.
Independentemente da gravidade dos sintomas, os casos de envenenamento por noz-moscada são muito raros. Quando é usada para uso gastronômico, em geral, coloca-se meia colher pequena do produto moído. Além disso, o preparo é distribuído para diversos comensais, o que diminui ainda mais o consumo.
Nesses casos, a noz-moscada é segura e até benéfica para a saúde, pois é fonte de antioxidantes. O óleo derivado da fruta também é utilizado para a saúde bucal, devido às suas propriedades antibacterianas. Além disso, contém fósforo, zinco, ferro e magnésio.
O que lembrar sobre a noz-moscada e seus possíveis riscos?
Na medida indicada, a noz-moscada é uma especiaria com um sabor único que pode guarnecer desde pratos de vegetais a carnes e sobremesas. Da mesma forma, é comum polvilhá-la em infusões e em diversos produtos de panificação.
Porém, deve-se estar atento aos riscos que seu consumo excessivo pode acarretar. Devido ao seu conteúdo de uma substância chamada miristicina, pode levar a intoxicações. Recomenda-se limitar a ingestão a menos de meia colher pequena por preparação.
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