É possível perdoar a si mesmo?
Escrito e verificado por a psicóloga Montse Armero
Perdoar a si mesmo não é uma tarefa simples: requer humildade, paciência, compaixão e um sentimento de amor incondicional pelo nosso próprio ser. É essencial aprendermos a colocá-la em prática se realmente quisermos estar em paz com nós mesmos e com os outros.
A maioria das pessoas já cometeu erros, porque isso faz parte da experiência da vida. Gostaríamos de ter agido de uma maneira diferente e pensamos que, se tivéssemos uma nova oportunidade, faríamos algo diferente.
Não saber como estabelecer limites no trabalho ou em um relacionamento, ser excessivamente submisso ou agressivo, agir de forma egoísta ou fazer algo que prejudique outras pessoas são exemplos de situações que podem nos levar a sentir um grande desconforto na forma de culpa ou ressentimento.
É errado sentir culpa?
A culpa é um mecanismo básico de ação em nosso aprendizado. Ela orienta nossa consciência e impõe limites que nos mostram se nossas motivações e comportamentos são adequados ou não. De acordo com o teórico da personalidade Erik Erickson, desenvolvemos esse sentimento de culpa saudável por volta dos três anos de idade.
No caso de não desenvolvê-lo e de não ter internalizado um código ético e moral, podemos ter muitas dificuldades quando se trata de se relacionar com os outros. De fato, a ausência de culpa é uma das principais características dos psicopatas.
Assim, sentir-se culpado quando agimos de maneira errada é um bom indicador. Isso significa que estamos cientes de que fizemos algo errado. Essa emoção é o que pode nos levar a alterar a situação, pedindo desculpas ou fazendo algo para resolver o desconforto.
O problema surge quando nos sentimos culpados por ações ou decisões tomadas no passado e deixamos que algo que já aconteceu nos atormente repetidamente, entrando em um círculo vicioso. Esse ciclo não nos permite viver o presente plenamente e nos liga a um passado não resolvido.
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O que significa perdoar a si mesmo?
Perdoar a si mesmo não significa justificar um comportamento inadequado ou parar de sentir arrependimento. Significa que precisamos reconhecer as emoções negativas que isso gera e deixar que elas percam força em nosso presente.
Perdoar é um processo progressivo, não acontece repentinamente. Haverá pessoas que levarão anos para curar completamente suas feridas e, por outro lado, outras terão mais facilidade.
Para se perdoar, é necessário mudar a percepção da situação vivida. Portanto, devemos nos dar permissão para avançar e superar o que aconteceu, vivendo o presente em paz e abrindo-nos para um futuro sem dor.
Perdoar a si mesmo também significa superar a resistência à mudança, pois em muitas ocasiões achamos mais fácil nos sentir culpados do que ousar deixar a autocrítica e a dor para trás.
Fases do perdão
Perdoar a nós mesmos é um processo formado pelas seguintes etapas:
- Reconhecer a verdade: para se perdoar é necessário ser honesto consigo mesmo. Se fizemos algo errado, é melhor não nos enganarmos.
- Assumir a responsabilidade pelo que aconteceu: todos os atos têm consequências, por isso é muito melhor ser corajoso e enfrentar as implicações que surgirem.
- Entrar em contato com os sentimentos mais profundos que motivaram esse comportamento: saber o que nos levou a agir dessa maneira é um bom passo para evitar repetir o mesmo erro no futuro.
- Abrir-se para sentir sem julgamento: a aceitação da nossa imperfeição terá um papel fundamental neste momento. Aceitar o que aconteceu é a base da cura.
- Curar as feridas emocionais: para isso, será necessário permitir que a autocrítica dê lugar à compaixão por nós mesmos.
- Amar a nós mesmos incondicionalmente: significa aceitar a nós mesmos em nossa totalidade, com nossos dons e virtudes, mas também com nossos defeitos e erros. Nesta última fase, amor e perdão são basicamente a mesma coisa.
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Para fins práticos, existem ações que podem nos ajudar a perdoar mais rapidamente. Vamos ver alguns exemplos:
- Peça desculpas. Desculpar-se é um passo fundamental caso você machuque alguém, consciente ou inconscientemente. Obviamente, é um gesto profundo que deve ser feito de coração. Também deve ser feito sem expectativas, pois pedir perdão não significa que a outra pessoa nos perdoará imediatamente, mas vai facilitar o nosso processo de cura e talvez o da outra pessoa.
- Compartilhar a experiência. Explicar nossos erros a alguém pode nos ajudar no processo de liberação da culpa. Podemos, por exemplo, contar com um amigo que nos transmita segurança emocional e nos aceite. Outra solução possível será a terapia com um especialista, para nos ajudar a gerenciar nossas emoções.
- Escrever. Outra opção muito válida é explicar em uma carta tudo que gostaríamos de dizer à outra pessoa. Isso nos permitirá classificar nossos pensamentos e emoções e descarregar grande parte da dor. Dependendo da situação, podemos decidir entregar o texto para a outra pessoa ou mantê-lo simplesmente como parte da nossa cura.
- Curar nossa criança interior. A meditação é uma ferramenta muito poderosa que pode facilitar o perdão. Entrar em um estado de relaxamento e se comunicar com a nossa criança interior ferida, dando toda a segurança e amor incondicional de que ela precisa, nos ajudará a nos reconciliarmos com o nosso passado.
Assim como em outros tipos de perdão, perdoar a si mesmo é um processo. É um caminho que percorremos no qual deixamos a dor para trás e nos abrimos para viver um presente e um futuro sem sofrimentos.
Devemos aprender a aceitar que, em cada um dos estágios da vida, procedemos de acordo com o nosso nível de consciência. Se no passado não agimos adequadamente, foi possivelmente porque não sabíamos como fazer melhor.
É justamente no processo de cura que percebemos que não estamos mais na fase de erros e que, graças a esse erro, conseguimos evoluir. Isso deve nos permitir avançar de uma maneira mais leve e compassiva até estarmos em paz novamente.
Perdoar a si mesmo não é uma tarefa simples: requer humildade, paciência, compaixão e um sentimento de amor incondicional pelo nosso próprio ser. É essencial aprendermos a colocá-la em prática se realmente quisermos estar em paz com nós mesmos e com os outros.
A maioria das pessoas já cometeu erros, porque isso faz parte da experiência da vida. Gostaríamos de ter agido de uma maneira diferente e pensamos que, se tivéssemos uma nova oportunidade, faríamos algo diferente.
Não saber como estabelecer limites no trabalho ou em um relacionamento, ser excessivamente submisso ou agressivo, agir de forma egoísta ou fazer algo que prejudique outras pessoas são exemplos de situações que podem nos levar a sentir um grande desconforto na forma de culpa ou ressentimento.
É errado sentir culpa?
A culpa é um mecanismo básico de ação em nosso aprendizado. Ela orienta nossa consciência e impõe limites que nos mostram se nossas motivações e comportamentos são adequados ou não. De acordo com o teórico da personalidade Erik Erickson, desenvolvemos esse sentimento de culpa saudável por volta dos três anos de idade.
No caso de não desenvolvê-lo e de não ter internalizado um código ético e moral, podemos ter muitas dificuldades quando se trata de se relacionar com os outros. De fato, a ausência de culpa é uma das principais características dos psicopatas.
Assim, sentir-se culpado quando agimos de maneira errada é um bom indicador. Isso significa que estamos cientes de que fizemos algo errado. Essa emoção é o que pode nos levar a alterar a situação, pedindo desculpas ou fazendo algo para resolver o desconforto.
O problema surge quando nos sentimos culpados por ações ou decisões tomadas no passado e deixamos que algo que já aconteceu nos atormente repetidamente, entrando em um círculo vicioso. Esse ciclo não nos permite viver o presente plenamente e nos liga a um passado não resolvido.
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O que significa perdoar a si mesmo?
Perdoar a si mesmo não significa justificar um comportamento inadequado ou parar de sentir arrependimento. Significa que precisamos reconhecer as emoções negativas que isso gera e deixar que elas percam força em nosso presente.
Perdoar é um processo progressivo, não acontece repentinamente. Haverá pessoas que levarão anos para curar completamente suas feridas e, por outro lado, outras terão mais facilidade.
Para se perdoar, é necessário mudar a percepção da situação vivida. Portanto, devemos nos dar permissão para avançar e superar o que aconteceu, vivendo o presente em paz e abrindo-nos para um futuro sem dor.
Perdoar a si mesmo também significa superar a resistência à mudança, pois em muitas ocasiões achamos mais fácil nos sentir culpados do que ousar deixar a autocrítica e a dor para trás.
Fases do perdão
Perdoar a nós mesmos é um processo formado pelas seguintes etapas:
- Reconhecer a verdade: para se perdoar é necessário ser honesto consigo mesmo. Se fizemos algo errado, é melhor não nos enganarmos.
- Assumir a responsabilidade pelo que aconteceu: todos os atos têm consequências, por isso é muito melhor ser corajoso e enfrentar as implicações que surgirem.
- Entrar em contato com os sentimentos mais profundos que motivaram esse comportamento: saber o que nos levou a agir dessa maneira é um bom passo para evitar repetir o mesmo erro no futuro.
- Abrir-se para sentir sem julgamento: a aceitação da nossa imperfeição terá um papel fundamental neste momento. Aceitar o que aconteceu é a base da cura.
- Curar as feridas emocionais: para isso, será necessário permitir que a autocrítica dê lugar à compaixão por nós mesmos.
- Amar a nós mesmos incondicionalmente: significa aceitar a nós mesmos em nossa totalidade, com nossos dons e virtudes, mas também com nossos defeitos e erros. Nesta última fase, amor e perdão são basicamente a mesma coisa.
Leia também: Hábitos de amor próprio que toda mulher deve adotar
Para fins práticos, existem ações que podem nos ajudar a perdoar mais rapidamente. Vamos ver alguns exemplos:
- Peça desculpas. Desculpar-se é um passo fundamental caso você machuque alguém, consciente ou inconscientemente. Obviamente, é um gesto profundo que deve ser feito de coração. Também deve ser feito sem expectativas, pois pedir perdão não significa que a outra pessoa nos perdoará imediatamente, mas vai facilitar o nosso processo de cura e talvez o da outra pessoa.
- Compartilhar a experiência. Explicar nossos erros a alguém pode nos ajudar no processo de liberação da culpa. Podemos, por exemplo, contar com um amigo que nos transmita segurança emocional e nos aceite. Outra solução possível será a terapia com um especialista, para nos ajudar a gerenciar nossas emoções.
- Escrever. Outra opção muito válida é explicar em uma carta tudo que gostaríamos de dizer à outra pessoa. Isso nos permitirá classificar nossos pensamentos e emoções e descarregar grande parte da dor. Dependendo da situação, podemos decidir entregar o texto para a outra pessoa ou mantê-lo simplesmente como parte da nossa cura.
- Curar nossa criança interior. A meditação é uma ferramenta muito poderosa que pode facilitar o perdão. Entrar em um estado de relaxamento e se comunicar com a nossa criança interior ferida, dando toda a segurança e amor incondicional de que ela precisa, nos ajudará a nos reconciliarmos com o nosso passado.
Assim como em outros tipos de perdão, perdoar a si mesmo é um processo. É um caminho que percorremos no qual deixamos a dor para trás e nos abrimos para viver um presente e um futuro sem sofrimentos.
Devemos aprender a aceitar que, em cada um dos estágios da vida, procedemos de acordo com o nosso nível de consciência. Se no passado não agimos adequadamente, foi possivelmente porque não sabíamos como fazer melhor.
É justamente no processo de cura que percebemos que não estamos mais na fase de erros e que, graças a esse erro, conseguimos evoluir. Isso deve nos permitir avançar de uma maneira mais leve e compassiva até estarmos em paz novamente.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Armero, M. (2018). Aprendiendo a vivir. Uno Editorial.
- Borysenko, J. (1990). Guilt is the teacher, Love is the lesson. Hachette Book Group.
- Casarjian, R. (2005). Perdonar: Una decisión valiente que nos traerá la paz interior. Ediciones Urano.
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