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O que é o alter ego e como usá-lo?

6 minutos
Usar um alter ego é um exercício com múltiplas implicações na sua vida (positivas e negativas). Descubra tudo sobre ele no artigo a seguir.
O que é o alter ego e como usá-lo?
Última atualização: 09 agosto, 2022

Todos estamos acostumados a ver como algumas pessoas personificam um papel diferente da sua personalidade. Vemos isso com frequência nos filmes, teatro e publicidades, portanto, é uma experiência relativamente comum. No entanto, muitos não conhecem os benefícios potenciais de fazer isso no cotidiano. Hoje discutiremos o que é um alter ego e como usá-lo.

Alter ego é um termo com o qual artistas, atores e escritores estão familiarizados. Por outro lado, no dia a dia esta pode ser uma ideia mais desconhecida. Assumir uma personalidade paralela pode ser uma fuga do mundo real, que também serve para drenar emoções. Nas linhas a seguir explicaremos os benefícios do alter ego e também as possíveis consequências que ele pode apresentar.

Alter ego: o outro eu

O alter ego é um termo cunhado por Cícero que significa literalmente ‘o outro eu’ ou ‘o segundo eu’. Desde então, essa definição teve grande uma influência na humanidade, principalmente nas manifestações artísticas e na psicologia. Por exemplo, em romances como O Conde de Monte Cristo (1844) a ideia do alter ego é uma parte essencial da história. É também em outras obras como O Médico e o Monstro (1886).

Leia também: O que é e como praticar o egoísmo saudável?

Por outro lado, milhares de escritores, pintores, desenhistas, músicos e outros assumiram mais de um alter ego em seu desenvolvimento artístico. Para mencionar um caso recente, David Bowie interpretou vários durante sua vida; um deles é Ziggy Stardust. Outro exemplo de alter ego na cultura popular é encontrado na série Hannah Montana, na qual a protagonista vive duas vidas paralelas.

A partir destes e de outros exemplos é possível perceber que a ideia do alter ego, do outro eu, é algo que vem acompanhando a humanidade nos últimos dois mil anos. A psicologia, especialmente a psicanálise, tentou explicar suas origens por meio do inconsciente. Ou seja, o alter ego que escolhido por nós nada mais é do que uma manifestação daquilo que está além de nossa consciência.

Por que ter um alter ego?

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No campo artístico, como no caso dos escritores, é relativamente comum o uso do alter ego. No entanto, na vida cotidiana sua aplicação não é tão comum.

Usar um alter ego vai muito além de assumir uma personalidade paralela. Envolve assumir uma nova vida, que se distancia em quase todos os aspectos da vida principal. Obviamente isso é feito de forma temporária (minutos, horas ou dias), pois para que ele exista deve sempre coexistir com a personalidade ou vida originais.

Não deixe de ler: 6 maneiras de cuidar do corpo para ter equilíbrio físico e mental

Talvez você esteja se perguntando quais são as vantagens práticas de se ter um alter ego. Bem, é neste ponto que incluímos as contribuições de Ethan Kross. Em 2017, junto com sua equipe ele publicou um artigo na revista Child Developmet expondo o que foi cunhado como “O efeito Batman”.

Kross descobriu que as crianças que assumem uma personalidade secundária (incorporada neste caso através da roupa do Batman) estavam expostas a alterações de comportamento que podiam afetar a perseverança e concentração delas. Tudo isso por meio do que o autor chamou de autodistanciamento.

Autodistanciamento é a capacidade de recuar e refletir sobre a nossa experiência através de uma perspectiva psicológica diferente. Vejamos outras maneiras pelas quais recriar um outro eu pode ter repercussões na sua vida:

  • Ajuda a liberar as tensões e preocupações do seu dia a dia (o outro eu é uma válvula de escape para outra vida).
  • Pode ajudar a potencializar habilidades paralelas que você não possui em sua vida diária (música, pintura, escrita e outras).
  • É uma técnica para melhorar seu desempenho ou ajudar a alcançar seus objetivos.
  • Você pode usá-lo como forma de superar traumas ou encerrar ciclos.
  • É uma ótima ferramenta para lidar com o estresse.
  • Pode ser usado como método terapêutico ou simplesmente para explorar diferentes facetas da sua vida.

Existem consequências negativas?

Até agora nos referimos ao alter ego em seus aspectos positivos. Vale a pena perguntar neste ponto se assumir outro eu, mesmo que apenas temporariamente, pode ter implicações negativas. A resposta, como em muitos casos, é depende.

Quando feito com plena consciência, as repercussões do comportamento e sua relação com a realidade são compreendidas e seu uso é assumido como um exercício terapêutico, configurando uma técnica inofensiva. Quando essas variáveis não são levadas em consideração, podem ser geradas consequências importantes.

Por exemplo, derivar ao que é conhecido como transtorno de personalidade. Existem vários deles, entre os quais destacamos os seguintes:

  • Transtorno dissociativo de identidade.
  • Transtorno de personalidade histriônica.
  • Narcisismo.
  • Transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva.
  • Transtorno de personalidade antissocial.

Esta é apenas uma amostra dos muitos distúrbios que afetam a nossa personalidade. Muitas variáveis determinam o desenvolvimento dessas condições, de forma que não estamos afirmando que a construção de um alter ego necessariamente as provoca. Ao contrário, o indivíduo pode assumir características deles.

Por outro lado, também podem surgir conflitos de identidade de gênero ou identidade sexual. Dúvidas sobre sua orientação sexual podem surgir, a ponto de sobrecarregar a sua vida. Por outro lado, o outro eu pode se fundir com sua personalidade real; ou até substituí-la. Desta forma, tudo depende da maturidade e consciência com que você aborda este exercício.

Como construir um alter ego

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Criar um alter ego pode te ajudar a lidar melhor com algumas situações e aproveitar a vida de uma maneira diferente.

Agora que apresentamos os pontos positivos e negativos de ter um alter ego, é hora de oferecermos algumas ideias de como criar um. Preste atenção ao seguinte:

  • Determine por que deseja realizar este exercício (caso você queira de fato, este é o elemento mais importante de todos).
  • Reúna ideias que te ajudarão a construir essa personalidade. Você encontrará muitas delas dentro de você (em seu passado, infância, etc.).
  • Depois de encontrar a personalidade, equipe-a com todas as características físicas e psicológicas que irão distingui-la (isso inclui gostos, maneira de se vestir, tom de voz, crenças e passado).
  • Caracterize a sua nova personalidade através de um nome (muito importante).
  • Aos poucos, assuma o seu alter ego na realidade. Faça isso por alguns minutos, de preferência em frente ao espelho.
  • Interprete totalmente esse outro eu. Faça isso levando em consideração todas as variáveis que você já considerou.

Como você pode imaginar, não é necessário manifestar abertamente esse papel na frente dos outros. Você pode fazer isso sozinho e em particular, inclusive por um curto período de tempo. Também não é obrigatório mantê-lo se você achar que não se sente confortável com ele; é possível construir um alter ego diferente sempre que você desejar.

Muitos assumem esse papel ao pintar, escrever, desenhar, compor música, cozinhar e até interagir com o parceiro (a representação de papéis pode ser considerada como tal). Tudo depende da sua imaginação. Em qualquer caso, lembre-se do que dissemos sobre as consequências para se manter alerta e evitar que a situação saia de controle.

Todos estamos acostumados a ver como algumas pessoas personificam um papel diferente da sua personalidade. Vemos isso com frequência nos filmes, teatro e publicidades, portanto, é uma experiência relativamente comum. No entanto, muitos não conhecem os benefícios potenciais de fazer isso no cotidiano. Hoje discutiremos o que é um alter ego e como usá-lo.

Alter ego é um termo com o qual artistas, atores e escritores estão familiarizados. Por outro lado, no dia a dia esta pode ser uma ideia mais desconhecida. Assumir uma personalidade paralela pode ser uma fuga do mundo real, que também serve para drenar emoções. Nas linhas a seguir explicaremos os benefícios do alter ego e também as possíveis consequências que ele pode apresentar.

Alter ego: o outro eu

O alter ego é um termo cunhado por Cícero que significa literalmente ‘o outro eu’ ou ‘o segundo eu’. Desde então, essa definição teve grande uma influência na humanidade, principalmente nas manifestações artísticas e na psicologia. Por exemplo, em romances como O Conde de Monte Cristo (1844) a ideia do alter ego é uma parte essencial da história. É também em outras obras como O Médico e o Monstro (1886).

Leia também: O que é e como praticar o egoísmo saudável?

Por outro lado, milhares de escritores, pintores, desenhistas, músicos e outros assumiram mais de um alter ego em seu desenvolvimento artístico. Para mencionar um caso recente, David Bowie interpretou vários durante sua vida; um deles é Ziggy Stardust. Outro exemplo de alter ego na cultura popular é encontrado na série Hannah Montana, na qual a protagonista vive duas vidas paralelas.

A partir destes e de outros exemplos é possível perceber que a ideia do alter ego, do outro eu, é algo que vem acompanhando a humanidade nos últimos dois mil anos. A psicologia, especialmente a psicanálise, tentou explicar suas origens por meio do inconsciente. Ou seja, o alter ego que escolhido por nós nada mais é do que uma manifestação daquilo que está além de nossa consciência.

Por que ter um alter ego?

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No campo artístico, como no caso dos escritores, é relativamente comum o uso do alter ego. No entanto, na vida cotidiana sua aplicação não é tão comum.

Usar um alter ego vai muito além de assumir uma personalidade paralela. Envolve assumir uma nova vida, que se distancia em quase todos os aspectos da vida principal. Obviamente isso é feito de forma temporária (minutos, horas ou dias), pois para que ele exista deve sempre coexistir com a personalidade ou vida originais.

Não deixe de ler: 6 maneiras de cuidar do corpo para ter equilíbrio físico e mental

Talvez você esteja se perguntando quais são as vantagens práticas de se ter um alter ego. Bem, é neste ponto que incluímos as contribuições de Ethan Kross. Em 2017, junto com sua equipe ele publicou um artigo na revista Child Developmet expondo o que foi cunhado como “O efeito Batman”.

Kross descobriu que as crianças que assumem uma personalidade secundária (incorporada neste caso através da roupa do Batman) estavam expostas a alterações de comportamento que podiam afetar a perseverança e concentração delas. Tudo isso por meio do que o autor chamou de autodistanciamento.

Autodistanciamento é a capacidade de recuar e refletir sobre a nossa experiência através de uma perspectiva psicológica diferente. Vejamos outras maneiras pelas quais recriar um outro eu pode ter repercussões na sua vida:

  • Ajuda a liberar as tensões e preocupações do seu dia a dia (o outro eu é uma válvula de escape para outra vida).
  • Pode ajudar a potencializar habilidades paralelas que você não possui em sua vida diária (música, pintura, escrita e outras).
  • É uma técnica para melhorar seu desempenho ou ajudar a alcançar seus objetivos.
  • Você pode usá-lo como forma de superar traumas ou encerrar ciclos.
  • É uma ótima ferramenta para lidar com o estresse.
  • Pode ser usado como método terapêutico ou simplesmente para explorar diferentes facetas da sua vida.

Existem consequências negativas?

Até agora nos referimos ao alter ego em seus aspectos positivos. Vale a pena perguntar neste ponto se assumir outro eu, mesmo que apenas temporariamente, pode ter implicações negativas. A resposta, como em muitos casos, é depende.

Quando feito com plena consciência, as repercussões do comportamento e sua relação com a realidade são compreendidas e seu uso é assumido como um exercício terapêutico, configurando uma técnica inofensiva. Quando essas variáveis não são levadas em consideração, podem ser geradas consequências importantes.

Por exemplo, derivar ao que é conhecido como transtorno de personalidade. Existem vários deles, entre os quais destacamos os seguintes:

  • Transtorno dissociativo de identidade.
  • Transtorno de personalidade histriônica.
  • Narcisismo.
  • Transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva.
  • Transtorno de personalidade antissocial.

Esta é apenas uma amostra dos muitos distúrbios que afetam a nossa personalidade. Muitas variáveis determinam o desenvolvimento dessas condições, de forma que não estamos afirmando que a construção de um alter ego necessariamente as provoca. Ao contrário, o indivíduo pode assumir características deles.

Por outro lado, também podem surgir conflitos de identidade de gênero ou identidade sexual. Dúvidas sobre sua orientação sexual podem surgir, a ponto de sobrecarregar a sua vida. Por outro lado, o outro eu pode se fundir com sua personalidade real; ou até substituí-la. Desta forma, tudo depende da maturidade e consciência com que você aborda este exercício.

Como construir um alter ego

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Criar um alter ego pode te ajudar a lidar melhor com algumas situações e aproveitar a vida de uma maneira diferente.

Agora que apresentamos os pontos positivos e negativos de ter um alter ego, é hora de oferecermos algumas ideias de como criar um. Preste atenção ao seguinte:

  • Determine por que deseja realizar este exercício (caso você queira de fato, este é o elemento mais importante de todos).
  • Reúna ideias que te ajudarão a construir essa personalidade. Você encontrará muitas delas dentro de você (em seu passado, infância, etc.).
  • Depois de encontrar a personalidade, equipe-a com todas as características físicas e psicológicas que irão distingui-la (isso inclui gostos, maneira de se vestir, tom de voz, crenças e passado).
  • Caracterize a sua nova personalidade através de um nome (muito importante).
  • Aos poucos, assuma o seu alter ego na realidade. Faça isso por alguns minutos, de preferência em frente ao espelho.
  • Interprete totalmente esse outro eu. Faça isso levando em consideração todas as variáveis que você já considerou.

Como você pode imaginar, não é necessário manifestar abertamente esse papel na frente dos outros. Você pode fazer isso sozinho e em particular, inclusive por um curto período de tempo. Também não é obrigatório mantê-lo se você achar que não se sente confortável com ele; é possível construir um alter ego diferente sempre que você desejar.

Muitos assumem esse papel ao pintar, escrever, desenhar, compor música, cozinhar e até interagir com o parceiro (a representação de papéis pode ser considerada como tal). Tudo depende da sua imaginação. Em qualquer caso, lembre-se do que dissemos sobre as consequências para se manter alerta e evitar que a situação saia de controle.


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