O que é motivação extrínseca e como ela pode afetar o comportamento?
Escrito e verificado por a psicóloga Maria Fatima Seppi Vinuales
A motivação é o motor de nossas ações; aquilo pelo qual sentimos entusiasmo para empreender projetos ou iniciar atividades. Como um construto psicológico, é definido como “o conjunto de processos envolvidos na ativação, direção e persistência do comportamento”.
No entanto, nem sempre tem a mesma origem. Assim, distinguem-se uma motivação extrínseca e uma motivação intrínseca. A diferença é basicamente o que move a pessoa a fazer determinada coisa. Você quer saber mais sobre isso?
O que é motivação extrínseca?
Se pensarmos em identificar as diferenças entre motivação intrínseca e extrínseca, nos perguntamos sobre sua origem; o que está em questão aqui é se é interno ou externo.
No caso da motivação extrínseca, o fato de iniciar determinada atividade ou realizar um projeto está relacionado ao reconhecimento externo, ou seja, obter alguma recompensa ou reforço.
Pelo contrário, a motivação intrínseca tem a ver com aquilo que nos mobiliza internamente. Por exemplo, a autossatisfação, a necessidade de autorrealização, entre outras coisas.
Ryan e Deci relacionam três determinantes pessoais com motivação intrínseca; o sentimento de autonomia, a percepção de competência e a necessidade de suporte emocional e relacionamento interpessoal. A pessoa “ativa” quando quer e deseja, está sob seu controle e também tem a capacidade de se auto-reforçar.
Continuando com a motivação extrínseca, sendo algo que não está “dentro de um”, depende de outra pessoa ou do ambiente. Em outras palavras, não é algo que possamos controlar.
Por esse motivo, também está associado a técnicas de modificação de comportamento, como o condicionamento operante. Nesse caso, trata-se de fazer com que uma pessoa execute (ou deixe de realizar) determinados comportamentos baseados em reforço ou recompensa.
Também é importante considerar que a motivação não é algo estável ou sempre igual, mas que pode mudar com o tempo. Fatores contextuais, sociais, culturais e econômicos influenciam ambos os tipos, talvez com maior ênfase na motivação extrínseca.
O que é valorizado?, o que é recompensado?, o que é interessante? Cada vez que uma determinada ação é reforçada, enviamos mensagens implícitas (e nem tanto) sobre essas questões.
Onde podemos ver a motivação extrínseca?
A motivação extrínseca está presente em diferentes áreas da vida, tanto laboral como acadêmica e relacional, entre outras. Vejamos alguns exemplos:
- O salário é uma motivação extrínseca por excelência. Trabalhamos em troca de pagamento para poder viver, pagar contas e nos deliciar.
- A motivação extrínseca também é utilizada em programas de fidelização de clientes. Por exemplo, o cliente que mais compra, o cliente premium ou quem tem o cartão black, é quem tem acesso a maiores descontos, vantagens em espaços comerciais, atendimento imediato, entre outras recompensas.
- No ambiente de trabalho, além do salário, encontramos a motivação extrínseca nas oportunidades de ascensão e promoção. Certos benefícios também são um incentivo para atrair ou reter talentos nas organizações.
Quão eficaz é a motivação extrínseca?
A motivação extrínseca é positiva quando usada apropriadamente. Nesse sentido, não se trata de reforçar sempre, ou de alguma forma, mas de escolher quando e como.
Também é importante considerar que os reforços não precisam ser materiais (na verdade, costumam ser os menos recomendados) e optar por sociais ou simbólicos, como reconhecimento ou uma experiência.
Ao usar um reforço ou uma recompensa, convém considerar sua temporalidade; que seja imediato, principalmente quando aplicado com meninos e meninas. Dessa forma, é possível estabelecer a conexão entre o que é feito e a recompensa.
É importante saber que não é necessário recompensar toda e qualquer ação de outras pessoas. Nesse caso, o reforço deixa de ser “o excepcional” e passa a ser o cotidiano, perdendo um pouco a importância ou o interesse.
Possíveis desvantagens
A motivação extrínseca, baseada em reforçadores, pode ser contraproducente em certas situações. Uma das áreas em que sua utilidade está sendo mais questionada é na parentalidade.
Por exemplo, costuma-se dizer que, quando os adultos atenciosos recompensam as crianças que se comportam bem, eles podem estar promovendo uma certa dependência ou preocupação com a recompensa, e não com o ato positivo que estão tentando promover (ser respeitoso, comportar-se etc.). ).
Porém, também é importante não perder de vista que os reforços devem ser aplicados na medida certa e no momento certo. Ir aos extremos nunca foi positivo e, nesse caso, o problema não é o reforçador em si, mas o excesso.
É importante educar com reforços, mas eles devem estar em sintonia com o comportamento e serem proporcionais.
Por outro lado, também foi mencionado que a motivação extrínseca pode ter efeitos opostos à motivação intrínseca, diminuindo-a. A pessoa, quando motivada ou “precisando” da recompensa ou reforço, deixaria de fazer suas ações per se.
Ou seja, a bússola que orienta o fazer ou não fazer tem a ver com o exterior, e não com satisfação ou interesse próprio. Novamente, deve ficar claro que não se trata de demonizar a motivação extrínseca, mas de aprender a fazer bom uso dela.
Estágios da motivação extrínseca
Deci e Ryan desenvolveram os diferentes estágios da motivação extrínseca, entendendo que ela é dinâmica e mutável. Assim, pode haver uma transição da motivação extrínseca para a intrínseca.
Em outras palavras, alguém que começou motivado por algo externo pode mais tarde desenvolver uma motivação interna. As etapas propostas são as seguintes:
- Motivação externa. A pessoa é motivada pelo que espera receber de seu ambiente ou de fora.
- Motivação introjetada. Nessa fase, embora haja interesse em receber algo, se começa a sentir alguma satisfação interna. Mesmo nessa fase, não se tem controle sobre isso.
- Motivação regulada pela identificação. Aqui a pessoa continua realizando determinada atividade com foco na recompensa. Porém, ela começa a ter mais controle sobre ela e maior autonomia sobre suas decisões.
- Motivação por integração. Essa é a última etapa, na qual predomina a motivação intrínseca, embora não possa ser considerada plenamente como tal. Aqui o interesse em realizar determinada atividade pode ser identificado como próprio, ou seja, como algo interno.
A motivação como base para o exercício da autonomia
Por fim, pode-se dizer então que trabalhar a motivação extrínseca pode ser uma boa ferramenta para estimular as pessoas a realizarem determinadas atividades. Intrínseca ou extrínseca, a motivação tem esse “poder de movimento”.
Porém, como já esclarecemos, trata-se de saber aproveitá-lo bem, pode até funcionar em paralelo ao intrínseco. Trata-se de não perder de vista que um dos objetivos da motivação é que a pessoa consiga exercer sua autonomia.
Portanto, quando detectamos que o objetivo final de uma atividade é apenas obter um prêmio, podemos ter que repensar a forma como estamos motivando.
A motivação é o motor de nossas ações; aquilo pelo qual sentimos entusiasmo para empreender projetos ou iniciar atividades. Como um construto psicológico, é definido como “o conjunto de processos envolvidos na ativação, direção e persistência do comportamento”.
No entanto, nem sempre tem a mesma origem. Assim, distinguem-se uma motivação extrínseca e uma motivação intrínseca. A diferença é basicamente o que move a pessoa a fazer determinada coisa. Você quer saber mais sobre isso?
O que é motivação extrínseca?
Se pensarmos em identificar as diferenças entre motivação intrínseca e extrínseca, nos perguntamos sobre sua origem; o que está em questão aqui é se é interno ou externo.
No caso da motivação extrínseca, o fato de iniciar determinada atividade ou realizar um projeto está relacionado ao reconhecimento externo, ou seja, obter alguma recompensa ou reforço.
Pelo contrário, a motivação intrínseca tem a ver com aquilo que nos mobiliza internamente. Por exemplo, a autossatisfação, a necessidade de autorrealização, entre outras coisas.
Ryan e Deci relacionam três determinantes pessoais com motivação intrínseca; o sentimento de autonomia, a percepção de competência e a necessidade de suporte emocional e relacionamento interpessoal. A pessoa “ativa” quando quer e deseja, está sob seu controle e também tem a capacidade de se auto-reforçar.
Continuando com a motivação extrínseca, sendo algo que não está “dentro de um”, depende de outra pessoa ou do ambiente. Em outras palavras, não é algo que possamos controlar.
Por esse motivo, também está associado a técnicas de modificação de comportamento, como o condicionamento operante. Nesse caso, trata-se de fazer com que uma pessoa execute (ou deixe de realizar) determinados comportamentos baseados em reforço ou recompensa.
Também é importante considerar que a motivação não é algo estável ou sempre igual, mas que pode mudar com o tempo. Fatores contextuais, sociais, culturais e econômicos influenciam ambos os tipos, talvez com maior ênfase na motivação extrínseca.
O que é valorizado?, o que é recompensado?, o que é interessante? Cada vez que uma determinada ação é reforçada, enviamos mensagens implícitas (e nem tanto) sobre essas questões.
Onde podemos ver a motivação extrínseca?
A motivação extrínseca está presente em diferentes áreas da vida, tanto laboral como acadêmica e relacional, entre outras. Vejamos alguns exemplos:
- O salário é uma motivação extrínseca por excelência. Trabalhamos em troca de pagamento para poder viver, pagar contas e nos deliciar.
- A motivação extrínseca também é utilizada em programas de fidelização de clientes. Por exemplo, o cliente que mais compra, o cliente premium ou quem tem o cartão black, é quem tem acesso a maiores descontos, vantagens em espaços comerciais, atendimento imediato, entre outras recompensas.
- No ambiente de trabalho, além do salário, encontramos a motivação extrínseca nas oportunidades de ascensão e promoção. Certos benefícios também são um incentivo para atrair ou reter talentos nas organizações.
Quão eficaz é a motivação extrínseca?
A motivação extrínseca é positiva quando usada apropriadamente. Nesse sentido, não se trata de reforçar sempre, ou de alguma forma, mas de escolher quando e como.
Também é importante considerar que os reforços não precisam ser materiais (na verdade, costumam ser os menos recomendados) e optar por sociais ou simbólicos, como reconhecimento ou uma experiência.
Ao usar um reforço ou uma recompensa, convém considerar sua temporalidade; que seja imediato, principalmente quando aplicado com meninos e meninas. Dessa forma, é possível estabelecer a conexão entre o que é feito e a recompensa.
É importante saber que não é necessário recompensar toda e qualquer ação de outras pessoas. Nesse caso, o reforço deixa de ser “o excepcional” e passa a ser o cotidiano, perdendo um pouco a importância ou o interesse.
Possíveis desvantagens
A motivação extrínseca, baseada em reforçadores, pode ser contraproducente em certas situações. Uma das áreas em que sua utilidade está sendo mais questionada é na parentalidade.
Por exemplo, costuma-se dizer que, quando os adultos atenciosos recompensam as crianças que se comportam bem, eles podem estar promovendo uma certa dependência ou preocupação com a recompensa, e não com o ato positivo que estão tentando promover (ser respeitoso, comportar-se etc.). ).
Porém, também é importante não perder de vista que os reforços devem ser aplicados na medida certa e no momento certo. Ir aos extremos nunca foi positivo e, nesse caso, o problema não é o reforçador em si, mas o excesso.
É importante educar com reforços, mas eles devem estar em sintonia com o comportamento e serem proporcionais.
Por outro lado, também foi mencionado que a motivação extrínseca pode ter efeitos opostos à motivação intrínseca, diminuindo-a. A pessoa, quando motivada ou “precisando” da recompensa ou reforço, deixaria de fazer suas ações per se.
Ou seja, a bússola que orienta o fazer ou não fazer tem a ver com o exterior, e não com satisfação ou interesse próprio. Novamente, deve ficar claro que não se trata de demonizar a motivação extrínseca, mas de aprender a fazer bom uso dela.
Estágios da motivação extrínseca
Deci e Ryan desenvolveram os diferentes estágios da motivação extrínseca, entendendo que ela é dinâmica e mutável. Assim, pode haver uma transição da motivação extrínseca para a intrínseca.
Em outras palavras, alguém que começou motivado por algo externo pode mais tarde desenvolver uma motivação interna. As etapas propostas são as seguintes:
- Motivação externa. A pessoa é motivada pelo que espera receber de seu ambiente ou de fora.
- Motivação introjetada. Nessa fase, embora haja interesse em receber algo, se começa a sentir alguma satisfação interna. Mesmo nessa fase, não se tem controle sobre isso.
- Motivação regulada pela identificação. Aqui a pessoa continua realizando determinada atividade com foco na recompensa. Porém, ela começa a ter mais controle sobre ela e maior autonomia sobre suas decisões.
- Motivação por integração. Essa é a última etapa, na qual predomina a motivação intrínseca, embora não possa ser considerada plenamente como tal. Aqui o interesse em realizar determinada atividade pode ser identificado como próprio, ou seja, como algo interno.
A motivação como base para o exercício da autonomia
Por fim, pode-se dizer então que trabalhar a motivação extrínseca pode ser uma boa ferramenta para estimular as pessoas a realizarem determinadas atividades. Intrínseca ou extrínseca, a motivação tem esse “poder de movimento”.
Porém, como já esclarecemos, trata-se de saber aproveitá-lo bem, pode até funcionar em paralelo ao intrínseco. Trata-se de não perder de vista que um dos objetivos da motivação é que a pessoa consiga exercer sua autonomia.
Portanto, quando detectamos que o objetivo final de uma atividade é apenas obter um prêmio, podemos ter que repensar a forma como estamos motivando.
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- Anaya-Durand, Alejandro, & Anaya-Huertas, Celina (2010). ¿Motivar para aprobar o para aprender? Estrategias de motivación del aprendizaje para los estudiantes. Tecnología, Ciencia, Educación, 25(1),5-14.[fecha de Consulta 6 de Abril de 2021]. ISSN: 0186-6036. Disponible en: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=48215094002.
- Domínguez Alonso, José, & Pino-Juste, Margarita R. (2014). Motivación intrínseca y extrínseca: análisis en adolescentes gallegos. International Journal of Developmental and Educational Psychology, 1(1),349-358.[fecha de Consulta 6 de Abril de 2021]. ISSN: 0214-9877. Disponible en: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=349851780036.
- Ryan, M. & Deci. (2020). Intrinsic and extrinsic motivation from a self-determination theory perspective: Definitions, theory, practices, and future directions. Contemporary Educational Psychology. 61. Disponible en: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0361476X20300254
- Fernandez, A., (1997). Modelos de motivación académica: una visión panorámica. R.E.M.E., Disponible en: http://reme.uji.es/articulos/numero25/article1/texto.html
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