O que é a diabulimia?
Escrito e verificado por o médico Iván Losada
Quando um transtorno alimentar se combina com um déficit hormonal, as consequências são devastadoras. A diabulimia é uma doença relativamente recente, que surge pela combinação de duas doenças que sozinhas são muito perigosas, a diabetes insulinodependente e a bulimia; dai seu nome.
Qual é o papel da diabetes na diabulimia?
Nesse caso, nos referimos à diabetes tipo I que precisa de fornecimento exógeno de insulina, visto que o pâncreas do paciente não sintetiza a quantidade necessária.
A falta de insulina é um fator importante na perda de peso destes pacientes. Em suma, esta substância é necessária para levar as moléculas de glicose para as células utilizarem. Se não há insulina, o açúcar se mantém na corrente sanguínea até que é eliminado, geralmente pelo rim. Além disso, conduz a uma perda de peso, em ocasiões extremas.
Em condições normais, os pacientes jovens com diabetes tipo I, logo após o diagnóstico e o tratamento com insulina acompanhado de uma alimentação muito restrita, começam a recuperar seu peso. Na diabulimia, o paciente aproveita a ação da insulina sobre o metabolismo para, longe de recuperar seu estado de saúde e peso, manter um peso exageradamente baixo.
Talvez te interesse ler: Dieta cetogênica
Paciente típico
A diabulimia pode aparecer em ambos sexos ainda que seja claramente majoritária no sexo feminino. O paciente típico com diabulimia costuma apresentar as seguintes características:
- Meninas que são diagnosticadas com diabetes tipo I em idades precoces.
- Inteligentes, com bons resultados acadêmicos e perfeccionistas.
- Com baixa autoestima.
- Ambientes familiares complexos: pouca resolução de problemas, alto nível de exigência e déficit na comunicação emocional de seus membros.
- É comum o aparecimento de características depressivas sem que se saiba muito bem o que surgiu primeiro: a depressão ou a diabulimia.
A paciente com bulimia que também sofre com diabetes tipo I começa a substituir as comilanças, o posterior vômito e o excesso de exercício pelo uso da insulina para perder peso.
Em resumo, injeta doses claramente insuficientes que produzem, às vezes, comas hiperglicêmicos, que são episódios muito graves que podem chegar a comprometer a vida; no entanto, é mais forte o desejo de se manter magra, doentiamente magra.
Este perverso uso da insulina começa como uma espécie de brincadeira no qual se veem presas sem chances de sair, à medida que os sintomas avançam.
Os pacientes sem o transtorno bulímico que controlam bem as doses de insulina e a alimentação, querem evitar a todo custo os picos nos níveis de açúcar, por serem muito desagradáveis e perigosas. Além disso, estes pacientes tendem ao sobrepeso.
Leia também: Diferenças entre a fome real e ansiedade por comida
Complicações
Nos pacientes com diabulimia os efeitos da diabetes insulinodependente são aumentados e acelerados.
- Aumenta-se o risco de dano renal, que pode chegar ao ponto de ser necessária a diálise.
- Afeta a retina podendo produzir cegueira.
- Ademais, compromete a circulação sanguínea periférica causando o pé diabético, que em casos graves acaba em amputação.
- Atraso na menstruação, ou amenorreia.
- Detém-se o crescimento.
- Perda de cabelo, problemas de pele, etc.
- Cetoacidose causada pela hiperglicemia mantida no sangue que pode, ademais, produzir dano celular irreversível e coma.
- É frequente o aparecimento de neuropatias pelo fator tóxico da acidose metabólica sobre os nervos.
- A idade média de morte dos pacientes com diabulimia é de 45 anos.
Como se pode ver, o prognóstico deste tipo de pacientes é muito complicado.
Fatores que fazem suspeitar de diabulimia
Muitos autores recomendam para a família e amigos dos pacientes com diabetes tipo I que vigiem certas condutas que podem fazer suspeitar um transtorno alimentar que acompanhe a própria diabetes, como por exemplo:
- Fases de grande descontrole da diabetes.
- Grande perda de peso.
- Idas frequentes ao hospital por hipo ou hiperglicemia.
- Alterações nos dados de controle do paciente ao compará-los com as análises de laboratório.
A diabulimia é uma doença de muito difícil diagnóstico e bastante desconhecida pelo profissional médico não especializado. Seu prognóstico é muito grave e é bom estar atento para realizar um diagnóstico precoce que permita começar rapidamente com o tratamento.
É um tratamento complexo de uma doença endócrina com ramos na esfera emocional e psíquica e, portanto, requer a atuação de uma equipe multidisciplinar formada, ao menos, por:
- Médico de atenção primária.
- Psicólogo.
- Nutricionista.
- Endocrinologista.
Além disso, todos os profissionais envolvidos devem manter um fluído canal de comunicação, para poder adaptar os tratamentos médicos e psicológicos, e também com a família para o maior benefício do paciente.
Por fim, a diabulimia é mais do que um transtorno alimentar e muito mais do que uma diabetes insulinodependente.
Quando um transtorno alimentar se combina com um déficit hormonal, as consequências são devastadoras. A diabulimia é uma doença relativamente recente, que surge pela combinação de duas doenças que sozinhas são muito perigosas, a diabetes insulinodependente e a bulimia; dai seu nome.
Qual é o papel da diabetes na diabulimia?
Nesse caso, nos referimos à diabetes tipo I que precisa de fornecimento exógeno de insulina, visto que o pâncreas do paciente não sintetiza a quantidade necessária.
A falta de insulina é um fator importante na perda de peso destes pacientes. Em suma, esta substância é necessária para levar as moléculas de glicose para as células utilizarem. Se não há insulina, o açúcar se mantém na corrente sanguínea até que é eliminado, geralmente pelo rim. Além disso, conduz a uma perda de peso, em ocasiões extremas.
Em condições normais, os pacientes jovens com diabetes tipo I, logo após o diagnóstico e o tratamento com insulina acompanhado de uma alimentação muito restrita, começam a recuperar seu peso. Na diabulimia, o paciente aproveita a ação da insulina sobre o metabolismo para, longe de recuperar seu estado de saúde e peso, manter um peso exageradamente baixo.
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Paciente típico
A diabulimia pode aparecer em ambos sexos ainda que seja claramente majoritária no sexo feminino. O paciente típico com diabulimia costuma apresentar as seguintes características:
- Meninas que são diagnosticadas com diabetes tipo I em idades precoces.
- Inteligentes, com bons resultados acadêmicos e perfeccionistas.
- Com baixa autoestima.
- Ambientes familiares complexos: pouca resolução de problemas, alto nível de exigência e déficit na comunicação emocional de seus membros.
- É comum o aparecimento de características depressivas sem que se saiba muito bem o que surgiu primeiro: a depressão ou a diabulimia.
A paciente com bulimia que também sofre com diabetes tipo I começa a substituir as comilanças, o posterior vômito e o excesso de exercício pelo uso da insulina para perder peso.
Em resumo, injeta doses claramente insuficientes que produzem, às vezes, comas hiperglicêmicos, que são episódios muito graves que podem chegar a comprometer a vida; no entanto, é mais forte o desejo de se manter magra, doentiamente magra.
Este perverso uso da insulina começa como uma espécie de brincadeira no qual se veem presas sem chances de sair, à medida que os sintomas avançam.
Os pacientes sem o transtorno bulímico que controlam bem as doses de insulina e a alimentação, querem evitar a todo custo os picos nos níveis de açúcar, por serem muito desagradáveis e perigosas. Além disso, estes pacientes tendem ao sobrepeso.
Leia também: Diferenças entre a fome real e ansiedade por comida
Complicações
Nos pacientes com diabulimia os efeitos da diabetes insulinodependente são aumentados e acelerados.
- Aumenta-se o risco de dano renal, que pode chegar ao ponto de ser necessária a diálise.
- Afeta a retina podendo produzir cegueira.
- Ademais, compromete a circulação sanguínea periférica causando o pé diabético, que em casos graves acaba em amputação.
- Atraso na menstruação, ou amenorreia.
- Detém-se o crescimento.
- Perda de cabelo, problemas de pele, etc.
- Cetoacidose causada pela hiperglicemia mantida no sangue que pode, ademais, produzir dano celular irreversível e coma.
- É frequente o aparecimento de neuropatias pelo fator tóxico da acidose metabólica sobre os nervos.
- A idade média de morte dos pacientes com diabulimia é de 45 anos.
Como se pode ver, o prognóstico deste tipo de pacientes é muito complicado.
Fatores que fazem suspeitar de diabulimia
Muitos autores recomendam para a família e amigos dos pacientes com diabetes tipo I que vigiem certas condutas que podem fazer suspeitar um transtorno alimentar que acompanhe a própria diabetes, como por exemplo:
- Fases de grande descontrole da diabetes.
- Grande perda de peso.
- Idas frequentes ao hospital por hipo ou hiperglicemia.
- Alterações nos dados de controle do paciente ao compará-los com as análises de laboratório.
A diabulimia é uma doença de muito difícil diagnóstico e bastante desconhecida pelo profissional médico não especializado. Seu prognóstico é muito grave e é bom estar atento para realizar um diagnóstico precoce que permita começar rapidamente com o tratamento.
É um tratamento complexo de uma doença endócrina com ramos na esfera emocional e psíquica e, portanto, requer a atuação de uma equipe multidisciplinar formada, ao menos, por:
- Médico de atenção primária.
- Psicólogo.
- Nutricionista.
- Endocrinologista.
Além disso, todos os profissionais envolvidos devem manter um fluído canal de comunicação, para poder adaptar os tratamentos médicos e psicológicos, e também com a família para o maior benefício do paciente.
Por fim, a diabulimia é mais do que um transtorno alimentar e muito mais do que uma diabetes insulinodependente.
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Torjesen I. Diabulimia: the world’s most dangerous eating disorder. BMJ. 2019 Mar 1;364:l982. doi: 10.1136/bmj.l982. PMID: 30824423.
- Morejón CS., Coma hiperosmolar. Rev Cubana Med, 1999. 38 (3): 183-7.
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Coleman SE, Caswell N. Diabetes and eating disorders: an exploration of ‘Diabulimia’. BMC Psychol. 2020 Sep 23;8(1):101. doi: 10.1186/s40359-020-00468-4. PMID: 32967730; PMCID: PMC7513317.
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