NutriScore: a nova rotulagem nutricional
O NutriScore é um sistema de rotulagem nutricional simplificado que busca informar o consumidor de forma clara, simples e direta a respeito da qualidade nutricional dos alimentos.
A rotulagem é mostrada na frente de cada produto, com uma cor que vai do verde (mais saudável) ao vermelho (menos saudável) , passando por três opções intermediárias. Além disso, cada cor é associada a uma letra (A-E) para ajudar as pessoas daltônicas.
A classificação é o resultado de uma operação matemática na qual aspectos como calorias, açúcar, sal e gordura saturada são penalizados, enquanto as fibras e proteínas recebem mais pontos.
NutriScore: uma boa medida inicial, mas com limitações
A priori, o sistema é uma opção muito boa para selecionar alimentos saudáveis sem ter um amplo conhecimento nutricional. No entanto, ainda possui certas limitações que, se não forem levadas em consideração, podem nos levar a escolher alimentos pouco saudáveis acreditando no contrário.
O NutriScore se aplica apenas a alimentos com mais de um ingrediente
Isso não significa que os alimentos sem rótulo sejam piores. Pelo contrário. No entanto, se isso não for bem explicado, podemos cair no erro de fazer a leitura oposta: “se não tiver a etiqueta, deve ser porque é pior que o resto”.
A aplicação da nova rotulagem nutricional é voluntária
No momento, a aplicação do NutriScore é voluntária, e cada empresa tem a liberdade de colocá-la ou não em cada um dos seus produtos.
A priori, uma empresa ter decidido não aderir ao sistema não é bom nem ruim. No entanto, podemos cair no erro de pensar que a qualidade dos seus produtos é a mesma dos alimentos que não contêm um rótulo porque não precisam conter (frutas, verduras, ovos…).
Nesse sentido, Coca Cola, PepsiCo, Nestlé, Mars, Unilever e Mondelez rejeitaram em 2017 a aplicação do NutriScore e decidiram criar o Evolved Nutrition Label (ENL). Este é um sistema tricolor que, após uma análise quantitativa, dá uma pontuação por porção, e não a cada 100 gramas. Isso faz com que seus produtos, apesar da terrível composição nutricional, obtenham boas pontuações.
O NutriScore não penaliza a presença de adoçantes
Esta circunstância faz com que um refrigerante light, apesar de não ser saudável, esteja na mesma categoria que outros produtos que são. O mesmo vale para os iogurtes adoçados, que pontuam tão bem quanto os naturais.
É preciso lembrar que a presença de adoçantes artificiais é prejudicial para a microbiota intestinal, pois altera sua composição e diversidade. Isso é afirmado em um artigo publicado na revista Food and Chemical Toxicology.
Isso reafirma a ideia de que o NutriScore só é útil para comparar diferentes opções da mesma família (tipos de cereais), diferentes produtos da mesma marca (cereais de chocolate de diferentes marcas) ou diferentes produtos que compartilham a ocasião do consumo (cereais, biscoitos, muffins, etc.).
Não pontua a presença de gorduras saudáveis
De acordo com uma pesquisa publicada na revista Biochemical Society Transactions, apesar das gorduras monoinsaturadas terem demonstrado ter um poderoso efeito cardioprotetor, e o ômega 3 ter um ótimo efeito anti-inflamatório, a sua presença não pontua positivamente na fórmula.
O NutriScore não considera a qualidade das proteínas
Sabemos que as proteínas são positivas para o organismo. No entanto, parece que a sua qualidade não importa. O NutriScore não leva em consideração seu valor biológico (se ela possui todos os aminoácidos essenciais) ou a sua digestibilidade (a quantidade de proteína disponível para uso pelo organismo).
Nem todas as proteínas são iguais, e o NutriScore não leva isso em consideração.
O novo sistema de rotulagem nutricional pode fornecer resultados inconsistentes
Na prática, parece que o NutriScore poderia fornecer resultados inconsistentes. Isso acontece quando a pontuação é positiva para certos cereais que, apesar da grande quantidade de açúcar, contêm uma grande quantidade de fibras.
Seu alto teor de fibras faz com que o resultado final se incline para o lado verde da balança, quando a realidade é outra.
Uma boa medida inicial que precisa ser aprimorada
O NutriScore é uma boa medida inicial para a Saúde Pública, e as suas limitações não são tão graves a ponto de considerá-lo ruim. De fato, um estudo realizado em 2018 com 12.000 indivíduos de diferentes países concluiu que o NutriScore era a melhor maneira de identificar a opção mais saudável dentro de uma mesma categoria. Aqui estão algumas recomendações de uso:
- Os alimentos “de verdade”, apesar de não terem um rótulo, sempre serão a melhor opção.
- Não use o sistema para fazer qualquer comparação, e sim para comparar diferentes opções do mesmo produto ou família (diferentes tipos de cereais ou refrigerantes, por exemplo) ou para comparar diferentes produtos atribuíveis a uma mesma ocasião (doces, lanches para uma festa de aniversário…).
- Se você tiver que escolher entre um produto natural ou adoçado, o natural sempre será a melhor opção, independentemente do rótulo.
O NutriScore é um sistema de rotulagem nutricional simplificado que busca informar o consumidor de forma clara, simples e direta a respeito da qualidade nutricional dos alimentos.
A rotulagem é mostrada na frente de cada produto, com uma cor que vai do verde (mais saudável) ao vermelho (menos saudável) , passando por três opções intermediárias. Além disso, cada cor é associada a uma letra (A-E) para ajudar as pessoas daltônicas.
A classificação é o resultado de uma operação matemática na qual aspectos como calorias, açúcar, sal e gordura saturada são penalizados, enquanto as fibras e proteínas recebem mais pontos.
NutriScore: uma boa medida inicial, mas com limitações
A priori, o sistema é uma opção muito boa para selecionar alimentos saudáveis sem ter um amplo conhecimento nutricional. No entanto, ainda possui certas limitações que, se não forem levadas em consideração, podem nos levar a escolher alimentos pouco saudáveis acreditando no contrário.
O NutriScore se aplica apenas a alimentos com mais de um ingrediente
Isso não significa que os alimentos sem rótulo sejam piores. Pelo contrário. No entanto, se isso não for bem explicado, podemos cair no erro de fazer a leitura oposta: “se não tiver a etiqueta, deve ser porque é pior que o resto”.
A aplicação da nova rotulagem nutricional é voluntária
No momento, a aplicação do NutriScore é voluntária, e cada empresa tem a liberdade de colocá-la ou não em cada um dos seus produtos.
A priori, uma empresa ter decidido não aderir ao sistema não é bom nem ruim. No entanto, podemos cair no erro de pensar que a qualidade dos seus produtos é a mesma dos alimentos que não contêm um rótulo porque não precisam conter (frutas, verduras, ovos…).
Nesse sentido, Coca Cola, PepsiCo, Nestlé, Mars, Unilever e Mondelez rejeitaram em 2017 a aplicação do NutriScore e decidiram criar o Evolved Nutrition Label (ENL). Este é um sistema tricolor que, após uma análise quantitativa, dá uma pontuação por porção, e não a cada 100 gramas. Isso faz com que seus produtos, apesar da terrível composição nutricional, obtenham boas pontuações.
O NutriScore não penaliza a presença de adoçantes
Esta circunstância faz com que um refrigerante light, apesar de não ser saudável, esteja na mesma categoria que outros produtos que são. O mesmo vale para os iogurtes adoçados, que pontuam tão bem quanto os naturais.
É preciso lembrar que a presença de adoçantes artificiais é prejudicial para a microbiota intestinal, pois altera sua composição e diversidade. Isso é afirmado em um artigo publicado na revista Food and Chemical Toxicology.
Isso reafirma a ideia de que o NutriScore só é útil para comparar diferentes opções da mesma família (tipos de cereais), diferentes produtos da mesma marca (cereais de chocolate de diferentes marcas) ou diferentes produtos que compartilham a ocasião do consumo (cereais, biscoitos, muffins, etc.).
Não pontua a presença de gorduras saudáveis
De acordo com uma pesquisa publicada na revista Biochemical Society Transactions, apesar das gorduras monoinsaturadas terem demonstrado ter um poderoso efeito cardioprotetor, e o ômega 3 ter um ótimo efeito anti-inflamatório, a sua presença não pontua positivamente na fórmula.
O NutriScore não considera a qualidade das proteínas
Sabemos que as proteínas são positivas para o organismo. No entanto, parece que a sua qualidade não importa. O NutriScore não leva em consideração seu valor biológico (se ela possui todos os aminoácidos essenciais) ou a sua digestibilidade (a quantidade de proteína disponível para uso pelo organismo).
Nem todas as proteínas são iguais, e o NutriScore não leva isso em consideração.
O novo sistema de rotulagem nutricional pode fornecer resultados inconsistentes
Na prática, parece que o NutriScore poderia fornecer resultados inconsistentes. Isso acontece quando a pontuação é positiva para certos cereais que, apesar da grande quantidade de açúcar, contêm uma grande quantidade de fibras.
Seu alto teor de fibras faz com que o resultado final se incline para o lado verde da balança, quando a realidade é outra.
Uma boa medida inicial que precisa ser aprimorada
O NutriScore é uma boa medida inicial para a Saúde Pública, e as suas limitações não são tão graves a ponto de considerá-lo ruim. De fato, um estudo realizado em 2018 com 12.000 indivíduos de diferentes países concluiu que o NutriScore era a melhor maneira de identificar a opção mais saudável dentro de uma mesma categoria. Aqui estão algumas recomendações de uso:
- Os alimentos “de verdade”, apesar de não terem um rótulo, sempre serão a melhor opção.
- Não use o sistema para fazer qualquer comparação, e sim para comparar diferentes opções do mesmo produto ou família (diferentes tipos de cereais ou refrigerantes, por exemplo) ou para comparar diferentes produtos atribuíveis a uma mesma ocasião (doces, lanches para uma festa de aniversário…).
- Se você tiver que escolher entre um produto natural ou adoçado, o natural sempre será a melhor opção, independentemente do rótulo.
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- Lobach AR., Roberts A., Rowland IR., Assessing the in vivo data on low/no calorie sweeteners and the gut microbiota. Food Chem Toxicol, 2019. 124: 385-399.
- Calder PC., Omega 3 fatty acids and inflammatory processes: from molecules to man. Biochem Soc Trans, 2017. 45 (5): 1105-1115.
- Engenll M., Talati Z., Hercberg S., Pettigrew S., Julio C., Objetive understanding of front of package nutrition labels: an international comparative experimental study across 12 countries. Nutrients, 2018.
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