Logo image
Logo image

Meningite

5 minutos
A meningite é uma doença, normalmente infecciosa, que ocorre com a inflamação das meninges, causando sintomas como febre, dores de cabeça e perda de atenção.
Meningite
José Gerardo Rosciano Paganelli

Revisado e aprovado por o médico José Gerardo Rosciano Paganelli

Escrito por Equipe Editorial
Última atualização: 14 dezembro, 2022

Provavelmente você já ouviu falar desta doença, mas será que sabe exatamente o que é a meningite?

A meningite é a inflamação das membranas que recobrem o sistema nervoso central, conhecidas como meningesVisto que tudo o que implica uma inflamação passa do normal em nosso corpo, esta inflamação é considerada uma patologia ou doença. A boa notícia é que é uma doença pouco comum atualmente.

Normalmente é causada por uma gente infeccioso, sendo muito habitual a meningite viral, porém sendo mais grave a bacteriana.

A doença surge de maneira brusca com febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos, ainda que em crianças pequenas possam surgir sintomas de irritabilidade e/ou sonolência, sendo muito pouco específicos.

A meningite pode chegar a lesionar o cérebro. Na verdade, pode inclusive chegar a causar a morte, por isso é essencial obter um diagnóstico e iniciar um tratamento a tempo.

Some figure

O que são as meninges?

Imaginemos por um momento que nosso cérebro é uma espécie de fruta. Esta fruta tem um fruto e um líquido dentro dela, o líquido percorre vários pontos do fruto com a função de preservá-lo em boas condições.

Agora, imaginemos que a casca da fruta é o crânio humano e que o que está embaixo da casca, o fruto, é nosso cérebro, mole, suave e frágil. Debaixo da casca – camada externa – da fruta, há outras três camadas – internas – dentre as quais circula o líquido que preserva essa fruta.

Essas três capas debaixo do crânio são as meninges, três membranas que recobrem e protegem o encéfalo e a medula espinhal, ou seja, o sistema nervoso central.

Lembremos que o encéfalo e a medula espinhal são os órgãos mais protegidos do corpo. As meninges não só amortizam pancadas mas também desempenham a função de “filtro” para evitar que entrem micro-organismos prejudiciais no sistema nervoso central. Dentre as meninges circula o líquido cefalorraquidiano, também com funções protetoras imunológicas.

A distribuição da meningite

A meningite se apresentou como uma epidemia frequente no continente africano, especificamente na África subsaariana, durante a estação de seca. As epidemias nesta região duram entre dois ou três anos, interrompendo-se em períodos de chuva. A falta de atenção médica causa altas taxas de mortalidade na população.

A epidemia de meningite mais grave que houve na região ocorreu no ano de 1996, causando mais de vinte e cinco mil mortes. Em países ocidentais a meningite bacteriana afeta três em cada cem mil pessoas, e a viral dez em cada cem mil.

Fatores de risco

  • Estações secas.
  • Crianças.
  • Infecções contíguas.
  • Imunodepressão.
  • Intoxicações.

Causas da meningite

A meningite normalmente é causada como consequência de outra infecção – normalmente devida a um vírus – ainda que também existam casos de meningite não infecciosa.

Vírus

  • Enterovírus
  • Vírus da herpes simples
  • HIV
  • Vírus do Nilo Ocidental. Transmitido através de mosquitos.

Bactérias

De acordo com a idade do indivíduo, existe um risco diferente de infecção por diferentes micro-organismos.

  • Recém nascidos menores de 3 meses.
    • Estreptococos do grupo B.
    • Escherichia coli.
  • Crianças maiores de 3 meses.
    • Neisseria meningitidis.
    • Streptococcus pneumoniae.
    • Haemophilus influenzae.
  • Adultos
    • Neisseria meningitidis.
    • Streptococcus pneumoniae.
    • Listeria monocytogenes.

Como a doença surge?

Os micro-organismos chegam às meninges por via sanguínea, de forma direta ou por contiguidade.

As bactérias que normalmente residem no nariz, boca e faringe sem causar dano passam para a corrente sanguínea, e daí atravessam a barreira hematoencefálica em regiões onde é mais vulnerável. As bactérias chegam ao líquido cefalorraquidiano do espaço subaracnoideo e causam a infecção das meninges.

As outras vias de transmissão são a forma direta, por faturas do crânio, intervenções cirúrgicas, etc., ou a transmissão por contiguidade desde regiões como os seios paranasais.

Sintomas

  • Febre, especialmente em crianças e recém-nascidos.
  • Calafrios.
  • Náuseas e vômitos.
  • Fotofobia.
  • Rigidez da nuca.
  • Convulsões.
  • Dores de cabeça.
  • Diminuição do nível de consciência.

A doença surge de forma brusca, com febre, dor de cabeça e náuseas e vômitos; ainda que em crianças pequenas possam surgir sintomas não específicos como irritabilidade e sonolência.

Lesão cerebral

O edema cerebral é uma lesão que está associada à inflamação. Ela causa um aumento da pressão intracraniana, o que dificulta a chegada de sangue ao cérebro. Não chega oxigênio suficiente no cérebro, o que faz com que as células cerebrais acabem morrendo. Em alguns casos, especialmente se a meningite não é tratada, a lesão cerebral pode ser letal.

Diagnóstico da meningite

Ainda que a suspeita de meningite sempre seja clínica, o diagnóstico de certeza é obtido por meio da punção lombar.

Lembremos que a punção lombar é um procedimento que consiste na extração do líquido cefalorraquidiano por meio de uma agulha que é inserida na coluna vertebral.

Some figure

Tipos de meningite

Podemos classificar a meningite como viral ou bacteriana, segundo seu agente etiológico. A primeira tem um prognóstico leve e não requer tratamento.

A meningite bacteriana é muito grave e requer tratamento e hospitalização do paciente. Ela é a que tem maior risco de morte, inclusive com tratamento.

A doença também pode se dividir segundo seu curso evolutivo em aguda, subaguda e crônica, ainda que este critério esteja em desuso.

Tratamento

É preciso tentar administrar ao paciente antivirais ou antibióticos o quanto antes.

Para reduzir a inflamação e o edema cerebral são administrados corticoesteroides como a dexametasona, reduzindo assim o risco de lesão cerebral.

São incluídas medidas de suporte geral para qualquer infecção de caráter agudo, como a administração de líquidos, o controle da febre, etc.

Um tratamento oferecido a tempo reduz muito a presença de sequelas a longo prazo e o risco de morte.

Possíveis consequências

  • Surdez.
  • Epilepsia.
  • Déficit cognitivo.
  • Hidrocefalia.
  • Morte.

Os recém-nascidos e os adultos têm de vinte a trinta por cento de chance de que a doença seja letal para eles, reduzindo-se o risco a dois por cento em crianças com mais idade.

Prevenção

Atualmente tem-se trabalhado na vacina preventiva contra a meningite nas crianças. A vacina é de caráter opcional, e pode ser administrada a partir dos dois meses de vida.

São realizados programas de quimioprofilaxia com rifampicina para pessoas em risco de contágio.

Provavelmente você já ouviu falar desta doença, mas será que sabe exatamente o que é a meningite?

A meningite é a inflamação das membranas que recobrem o sistema nervoso central, conhecidas como meningesVisto que tudo o que implica uma inflamação passa do normal em nosso corpo, esta inflamação é considerada uma patologia ou doença. A boa notícia é que é uma doença pouco comum atualmente.

Normalmente é causada por uma gente infeccioso, sendo muito habitual a meningite viral, porém sendo mais grave a bacteriana.

A doença surge de maneira brusca com febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos, ainda que em crianças pequenas possam surgir sintomas de irritabilidade e/ou sonolência, sendo muito pouco específicos.

A meningite pode chegar a lesionar o cérebro. Na verdade, pode inclusive chegar a causar a morte, por isso é essencial obter um diagnóstico e iniciar um tratamento a tempo.

Some figure

O que são as meninges?

Imaginemos por um momento que nosso cérebro é uma espécie de fruta. Esta fruta tem um fruto e um líquido dentro dela, o líquido percorre vários pontos do fruto com a função de preservá-lo em boas condições.

Agora, imaginemos que a casca da fruta é o crânio humano e que o que está embaixo da casca, o fruto, é nosso cérebro, mole, suave e frágil. Debaixo da casca – camada externa – da fruta, há outras três camadas – internas – dentre as quais circula o líquido que preserva essa fruta.

Essas três capas debaixo do crânio são as meninges, três membranas que recobrem e protegem o encéfalo e a medula espinhal, ou seja, o sistema nervoso central.

Lembremos que o encéfalo e a medula espinhal são os órgãos mais protegidos do corpo. As meninges não só amortizam pancadas mas também desempenham a função de “filtro” para evitar que entrem micro-organismos prejudiciais no sistema nervoso central. Dentre as meninges circula o líquido cefalorraquidiano, também com funções protetoras imunológicas.

A distribuição da meningite

A meningite se apresentou como uma epidemia frequente no continente africano, especificamente na África subsaariana, durante a estação de seca. As epidemias nesta região duram entre dois ou três anos, interrompendo-se em períodos de chuva. A falta de atenção médica causa altas taxas de mortalidade na população.

A epidemia de meningite mais grave que houve na região ocorreu no ano de 1996, causando mais de vinte e cinco mil mortes. Em países ocidentais a meningite bacteriana afeta três em cada cem mil pessoas, e a viral dez em cada cem mil.

Fatores de risco

  • Estações secas.
  • Crianças.
  • Infecções contíguas.
  • Imunodepressão.
  • Intoxicações.

Causas da meningite

A meningite normalmente é causada como consequência de outra infecção – normalmente devida a um vírus – ainda que também existam casos de meningite não infecciosa.

Vírus

  • Enterovírus
  • Vírus da herpes simples
  • HIV
  • Vírus do Nilo Ocidental. Transmitido através de mosquitos.

Bactérias

De acordo com a idade do indivíduo, existe um risco diferente de infecção por diferentes micro-organismos.

  • Recém nascidos menores de 3 meses.
    • Estreptococos do grupo B.
    • Escherichia coli.
  • Crianças maiores de 3 meses.
    • Neisseria meningitidis.
    • Streptococcus pneumoniae.
    • Haemophilus influenzae.
  • Adultos
    • Neisseria meningitidis.
    • Streptococcus pneumoniae.
    • Listeria monocytogenes.

Como a doença surge?

Os micro-organismos chegam às meninges por via sanguínea, de forma direta ou por contiguidade.

As bactérias que normalmente residem no nariz, boca e faringe sem causar dano passam para a corrente sanguínea, e daí atravessam a barreira hematoencefálica em regiões onde é mais vulnerável. As bactérias chegam ao líquido cefalorraquidiano do espaço subaracnoideo e causam a infecção das meninges.

As outras vias de transmissão são a forma direta, por faturas do crânio, intervenções cirúrgicas, etc., ou a transmissão por contiguidade desde regiões como os seios paranasais.

Sintomas

  • Febre, especialmente em crianças e recém-nascidos.
  • Calafrios.
  • Náuseas e vômitos.
  • Fotofobia.
  • Rigidez da nuca.
  • Convulsões.
  • Dores de cabeça.
  • Diminuição do nível de consciência.

A doença surge de forma brusca, com febre, dor de cabeça e náuseas e vômitos; ainda que em crianças pequenas possam surgir sintomas não específicos como irritabilidade e sonolência.

Lesão cerebral

O edema cerebral é uma lesão que está associada à inflamação. Ela causa um aumento da pressão intracraniana, o que dificulta a chegada de sangue ao cérebro. Não chega oxigênio suficiente no cérebro, o que faz com que as células cerebrais acabem morrendo. Em alguns casos, especialmente se a meningite não é tratada, a lesão cerebral pode ser letal.

Diagnóstico da meningite

Ainda que a suspeita de meningite sempre seja clínica, o diagnóstico de certeza é obtido por meio da punção lombar.

Lembremos que a punção lombar é um procedimento que consiste na extração do líquido cefalorraquidiano por meio de uma agulha que é inserida na coluna vertebral.

Some figure

Tipos de meningite

Podemos classificar a meningite como viral ou bacteriana, segundo seu agente etiológico. A primeira tem um prognóstico leve e não requer tratamento.

A meningite bacteriana é muito grave e requer tratamento e hospitalização do paciente. Ela é a que tem maior risco de morte, inclusive com tratamento.

A doença também pode se dividir segundo seu curso evolutivo em aguda, subaguda e crônica, ainda que este critério esteja em desuso.

Tratamento

É preciso tentar administrar ao paciente antivirais ou antibióticos o quanto antes.

Para reduzir a inflamação e o edema cerebral são administrados corticoesteroides como a dexametasona, reduzindo assim o risco de lesão cerebral.

São incluídas medidas de suporte geral para qualquer infecção de caráter agudo, como a administração de líquidos, o controle da febre, etc.

Um tratamento oferecido a tempo reduz muito a presença de sequelas a longo prazo e o risco de morte.

Possíveis consequências

  • Surdez.
  • Epilepsia.
  • Déficit cognitivo.
  • Hidrocefalia.
  • Morte.

Os recém-nascidos e os adultos têm de vinte a trinta por cento de chance de que a doença seja letal para eles, reduzindo-se o risco a dois por cento em crianças com mais idade.

Prevenção

Atualmente tem-se trabalhado na vacina preventiva contra a meningite nas crianças. A vacina é de caráter opcional, e pode ser administrada a partir dos dois meses de vida.

São realizados programas de quimioprofilaxia com rifampicina para pessoas em risco de contágio.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


 


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.