Jogador de futebol brasileiro resgatado após meses de trabalho escravo em Dubai
Moisés Brisolla, um jogador de futebol brasileiro de apenas 20 anos, foi resgatado e voltou ao Brasil após passar oito meses em situação de trabalho análogo à escravidão em Dubai, nos Emirados Árabes.
Ele chegou em Dubai em julho de 2022 para jogar no Al-Rams Club, mas foi dispensado após um mês por sentir cãibras. Sem emprego, o jogador foi orientado pelo seu empresário a permanecer no país e trabalhar na fábrica de cosméticos de outro brasileiro que reside em Dubai.
Sem qualquer tipo de contrato trabalhista, o jovem permaneceu no local durante oito meses trabalhando em condições análogas à escravidão, segundo documento enviado pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul (CCDH RS) ao Itamaraty em março deste ano ao qual o UOL teve acesso.
Ele trabalhava cerca de 15 horas por dia em uma jornada exaustiva, não recebia pagamento, não tinha contrato de trabalho e ainda teve o celular retido pelo dono do empreendimento. Esporadicamente, ele conseguia entrar em contato com um familiar a quem pediu ajuda e que denunciou o caso à Comissão de Cidadania e Direitos Humanos.
O resgate de Moisés foi feito pela CCDH do Rio Grande do Sul em parceria com o Itamaraty.
Vaquinha para retornar ao Brasil
O jogador brasileiro desembarcou no dia 31 de maio no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, e já foi ouvido pelas autoridades. O nome da empresa na qual o jovem ficou trabalhando não será divulgado a pedido da CCDH.
“É mais um caso que mostra a estrutura racista no futebol e que, a cada dia, vem nos mostrando que isso já não cabe mais no Brasil, nem no restante do mundo. […] Estamos virando apenas mais uma página de um imenso capítulo sobre o tráfico para trabalho escravo que nunca deixou de existir”, disse Laura Sito, presidenta da Comissão de Direitos Humanos.
Laura Sito foi procurada pela família de Moisés para ajudar no resgate do jogador e no pagamento de multa migratória. Ao UOL, ela explicou que a Portaria MRE nº402, de 22 de julho de 2022, impede o Ministério das Relações Exteriores de pagar a multa migratória com recursos públicos.
As passagens de retorno ao Brasil foram emitidas pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) e a CCDH abriu uma vaquinha para arrecadar o valor de R$ 10 mil, referente às multas migratórias aplicadas contra o jogador por violar leis dos Emirados Árabes como, por exemplo, trabalhar sem permissão.
O Ministério das Relações Exteriores já denunciou os envolvidos no caso de Moisés à Polícia Federal.
Moisés Brisolla, um jogador de futebol brasileiro de apenas 20 anos, foi resgatado e voltou ao Brasil após passar oito meses em situação de trabalho análogo à escravidão em Dubai, nos Emirados Árabes.
Ele chegou em Dubai em julho de 2022 para jogar no Al-Rams Club, mas foi dispensado após um mês por sentir cãibras. Sem emprego, o jogador foi orientado pelo seu empresário a permanecer no país e trabalhar na fábrica de cosméticos de outro brasileiro que reside em Dubai.
Sem qualquer tipo de contrato trabalhista, o jovem permaneceu no local durante oito meses trabalhando em condições análogas à escravidão, segundo documento enviado pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul (CCDH RS) ao Itamaraty em março deste ano ao qual o UOL teve acesso.
Ele trabalhava cerca de 15 horas por dia em uma jornada exaustiva, não recebia pagamento, não tinha contrato de trabalho e ainda teve o celular retido pelo dono do empreendimento. Esporadicamente, ele conseguia entrar em contato com um familiar a quem pediu ajuda e que denunciou o caso à Comissão de Cidadania e Direitos Humanos.
O resgate de Moisés foi feito pela CCDH do Rio Grande do Sul em parceria com o Itamaraty.
Vaquinha para retornar ao Brasil
O jogador brasileiro desembarcou no dia 31 de maio no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, e já foi ouvido pelas autoridades. O nome da empresa na qual o jovem ficou trabalhando não será divulgado a pedido da CCDH.
“É mais um caso que mostra a estrutura racista no futebol e que, a cada dia, vem nos mostrando que isso já não cabe mais no Brasil, nem no restante do mundo. […] Estamos virando apenas mais uma página de um imenso capítulo sobre o tráfico para trabalho escravo que nunca deixou de existir”, disse Laura Sito, presidenta da Comissão de Direitos Humanos.
Laura Sito foi procurada pela família de Moisés para ajudar no resgate do jogador e no pagamento de multa migratória. Ao UOL, ela explicou que a Portaria MRE nº402, de 22 de julho de 2022, impede o Ministério das Relações Exteriores de pagar a multa migratória com recursos públicos.
As passagens de retorno ao Brasil foram emitidas pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) e a CCDH abriu uma vaquinha para arrecadar o valor de R$ 10 mil, referente às multas migratórias aplicadas contra o jogador por violar leis dos Emirados Árabes como, por exemplo, trabalhar sem permissão.
O Ministério das Relações Exteriores já denunciou os envolvidos no caso de Moisés à Polícia Federal.
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