Ibuprofeno
Revisado e aprovado por o médico José Gerardo Rosciano Paganelli
O Ibuprofeno pertence ao grupo dos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) constituindo uma das primeiras opções frente à dor (analgésico), à inflamação ou à febre.
Estima-se que quase a metade da população costume sofrer de dores de cabeça, 30 milhões de pessoas sofrem de lombalgia e outros tantos estão afetados por dores associadas ao câncer, cardiopatias e demais doenças. No tratamento da maioria destes casos participará o Ibuprofeno. Isso nos dá uma ideia do quão amplamente usado que este fármaco é.
Para que serve o Ibuprofeno?
O Ibuprofeno é um medicamento que pode ser encontrado tanto na forma de comprimidos ou envelopes quanto como xarope.
Em qualquer um dos casos serve como anti-inflamatório, analgésico e antipirético.
Os efeitos antipiréticos começam depois de uma hora e são máximos às 2 – 4 horas, se prolongando até as 6 – 8 horas. Para alcançar efeitos anti-inflamatórios podem se requerer até duas semanas de tratamento.
Os principais indicadores recolhidos para o Ibuprofeno são os seguintes:
- Tratamento de situações que cursem com dor ou inflamação como dores de cabeça, enxaquecas, dismenorreia, faringite, otite ou dores musculares.
- Tratamento sintomático da febre.
- Em doenças como a artrite reumatoide juvenil e processos reumáticos (artrose).
- Tratamento de lesões de tecidos moles como torções.
Mecanismo de ação do Ibuprofeno
O mecanismo de ação do Ibuprofeno consiste na inibição da síntese de prostaglandinas. Esta inibição se deve a sua união competitiva e reversível à enzima ciclo-oxigenasse, a qual transforma o ácido araquidônico em ditas prostaglandinas.
Estruturalmente o Ibuprofeno é um derivado do ácido propiônico. É um compostos racêmico (dois compostos que são imagens especulares um do outro), sua atividade recai quase por completo sobre o isômero S.
Farmacocinética: o que acontece com o ibuprofeno dentro do organismo?
Este é um fármaco pouco solúvel em água. Porém, frequentemente se emprega na forma de sais de arginato ou lisinato para melhorar sua solubilidade e seu perfil farmacocinético. Suas características mais importantes são as seguintes:
- Absorção: as vias de administração mais usadas são a oral e a parenteral. A administração oral é boa e rápida e sua biodisponibilidade é de 80% (varia em função da forma farmacêutica). Os sais de arginina e lisina favorecem sua solubilização, por isso se absorve ainda mais rapidamente.
- Distribuição: o Ibuprofeno se une eficazmente às proteínas plasmáticas (90 – 9%). É capaz de difundir através dos tecidos, passando a líquido sinovial e atravessando também a barreira placentária. Não foi detectado, por outro lado, sua presença no leite de mulheres que estavam amamentando.
- Metabolismo: sua metabolização majoritária ocorre no fígado por hidroxilação e carboxilação, gerando vários metabolitos inativos.
- Excreção: é principalmente através da urina (90%) e minoritariamente nas fezes. Sua eliminação completa do organismo ocorre depois de 24 horas.
Posologia
As pautas posológicas dependem da forma farmacêutica que se estime oportuna para cada paciente. Recomenda-se consultar a ficha de cada medicamento de maneira específica.
Porém, de forma geral podemos resumir que:
- Em adultos a administração oral deve ser de 400 – 600 mg a cada 6/8 horas.
- Em crianças de 3 meses a 11 anos se recomenda administrar 20-30 mg/kg/dia repartidos em 3 ou 4 doses. Ainda assim, a segurança e eficácia em crianças menores de 3 meses ainda não foi avaliada.
A via parenteral unicamente se recomenda em adultos, nunca ultrapassando 600 mg a cada 6 – 8 horas. Deverá passar à administração oral do Ibuprofeno o quanto for possível. É preciso ter em conta também a existência de doenças renais e hepáticas que obrigarão a usar sempre e com precaução a menor dose possível.
Contraindicações e precauções do Ibuprofeno
Este medicamento é contraindicado em algumas situações tais como:
- Hipersensibilidade. Foram descritos casos de reações de hipersensibilidade cruzada com outros AINEs, por isso também não se deve usar em caso de alergia a salicilatos. Estas reações são especificamente frequentes em pacientes asmáticos.
- Úlcera péptica, doença inflamatória intestinal ou qualquer processo que aumente o risco de hemorragia gastrointestinal. Devido à inibição da síntese de prostaglandinas, o Ibuprofeno poderia aumentar o risco de hemorragia digestiva e perfuração. É por isso que se recomenda administrar o Ibuprofeno e qualquer AINEs com alimentos para reduzir o dano gástrico. Outra opção seria a de associá-lo a um antiulceroso (anti H2 e IBP).
- Alterações da coagulação. Apresenta certos efeitos antiagregantes plaquetários, aumentando o tempo de hemorragia.
- Insuficiência renal. É eliminado pela urina, por isso nesta situação poderia se acumular no organismo de maneira tóxica. Também poderia diminuir o fluxo sanguíneo renal.
- Insuficiência hepática. De forma paralela à anterior, o Ibuprofeno se metaboliza no fígado, por isso em casos de insuficiência hepática poderia se acumular no organismo.
- Insuficiência cardíaca e hipertensão não controlada.
- Gravidez. Este medicamento está contraindicado durante o terceiro trimestre de gravidez. Além disso, não se aconselha seu uso durante períodos prolongados nos dois primeiros trimestres.
Interações
São numerosos os medicamentos que podem alterar o comportamento do Ibuprofeno e dos AINEs no organismo, seja reduzindo sua efetividade ou aumentando a possibilidade de sofrer efeitos adversos. Dentre eles se encontram os seguintes:
- AINEs. O Ibuprofeno poderia reduzir a função antiagregante plaquetária do ácido acetilsalicílico quando administram conjuntamente.
- Álcool. Pode potencializar sua toxicidade porque ambos metalizam o fígado e o “saturam de trabalho”.
- Anti-hipertensivos. Possível redução do efeito anti-hipertensivo. Em pacientes com a função renal comprometida pode se precipitar a deterioração da mesma (pacientes desidratados ou idosos).
- Anticoagulantes orais, heparina. Possível aumento do efeito anticoagulante com risco de hemorragia. Se aconselham controles periódicos dos índices de coagulação.
- Antidiabéticos. Possível aumento dos tecidos hipoglicemiantes ao reduzir a excreção renal.
- Paracetamol. O uso simultâneo e prolongado de paracetamol e AINE pode causar um aumento do riso dos efeitos renais adversos.
Reações adversas do Ibuprofeno
Os efeitos adversos se originam principalmente pelo mecanismo de ação do AINE, a inibição da ciclo-oxigenasse 1 (COX-1) e com frequência aparecem em doses superiores aos 3.200 mg/dia:
- Gastrointestinais. Possível surgimento de dispepsia, diarreia, náuseas, dor abdominal ou hemorragias gastrointestinais por causa da supressão das prostaglandinas gastro-protetoras aparecem.
- Dermatológica. Costumam ser reações de hipersensibilidade que cursam com erupções, urticária ou eritema. As reações anafiláticas ocorrem normalmente em pacientes com história de hipersensibilidade ao ácido acetilsalicílico e a outros AINEs.
- Sistema nervoso central: astenia, sonolência, cefaleia, enjoos.
- Hematológicas. Pode se prolongar o tempo de sangramento.
- Cardiovasculares. Poderia aparecer hipertensão arterial ou insuficiência cardíaca.
- Renais. Incremento de nitrogênio ureico e precipitação de crises renais.
O Ibuprofeno pertence ao grupo dos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) constituindo uma das primeiras opções frente à dor (analgésico), à inflamação ou à febre.
Estima-se que quase a metade da população costume sofrer de dores de cabeça, 30 milhões de pessoas sofrem de lombalgia e outros tantos estão afetados por dores associadas ao câncer, cardiopatias e demais doenças. No tratamento da maioria destes casos participará o Ibuprofeno. Isso nos dá uma ideia do quão amplamente usado que este fármaco é.
Para que serve o Ibuprofeno?
O Ibuprofeno é um medicamento que pode ser encontrado tanto na forma de comprimidos ou envelopes quanto como xarope.
Em qualquer um dos casos serve como anti-inflamatório, analgésico e antipirético.
Os efeitos antipiréticos começam depois de uma hora e são máximos às 2 – 4 horas, se prolongando até as 6 – 8 horas. Para alcançar efeitos anti-inflamatórios podem se requerer até duas semanas de tratamento.
Os principais indicadores recolhidos para o Ibuprofeno são os seguintes:
- Tratamento de situações que cursem com dor ou inflamação como dores de cabeça, enxaquecas, dismenorreia, faringite, otite ou dores musculares.
- Tratamento sintomático da febre.
- Em doenças como a artrite reumatoide juvenil e processos reumáticos (artrose).
- Tratamento de lesões de tecidos moles como torções.
Mecanismo de ação do Ibuprofeno
O mecanismo de ação do Ibuprofeno consiste na inibição da síntese de prostaglandinas. Esta inibição se deve a sua união competitiva e reversível à enzima ciclo-oxigenasse, a qual transforma o ácido araquidônico em ditas prostaglandinas.
Estruturalmente o Ibuprofeno é um derivado do ácido propiônico. É um compostos racêmico (dois compostos que são imagens especulares um do outro), sua atividade recai quase por completo sobre o isômero S.
Farmacocinética: o que acontece com o ibuprofeno dentro do organismo?
Este é um fármaco pouco solúvel em água. Porém, frequentemente se emprega na forma de sais de arginato ou lisinato para melhorar sua solubilidade e seu perfil farmacocinético. Suas características mais importantes são as seguintes:
- Absorção: as vias de administração mais usadas são a oral e a parenteral. A administração oral é boa e rápida e sua biodisponibilidade é de 80% (varia em função da forma farmacêutica). Os sais de arginina e lisina favorecem sua solubilização, por isso se absorve ainda mais rapidamente.
- Distribuição: o Ibuprofeno se une eficazmente às proteínas plasmáticas (90 – 9%). É capaz de difundir através dos tecidos, passando a líquido sinovial e atravessando também a barreira placentária. Não foi detectado, por outro lado, sua presença no leite de mulheres que estavam amamentando.
- Metabolismo: sua metabolização majoritária ocorre no fígado por hidroxilação e carboxilação, gerando vários metabolitos inativos.
- Excreção: é principalmente através da urina (90%) e minoritariamente nas fezes. Sua eliminação completa do organismo ocorre depois de 24 horas.
Posologia
As pautas posológicas dependem da forma farmacêutica que se estime oportuna para cada paciente. Recomenda-se consultar a ficha de cada medicamento de maneira específica.
Porém, de forma geral podemos resumir que:
- Em adultos a administração oral deve ser de 400 – 600 mg a cada 6/8 horas.
- Em crianças de 3 meses a 11 anos se recomenda administrar 20-30 mg/kg/dia repartidos em 3 ou 4 doses. Ainda assim, a segurança e eficácia em crianças menores de 3 meses ainda não foi avaliada.
A via parenteral unicamente se recomenda em adultos, nunca ultrapassando 600 mg a cada 6 – 8 horas. Deverá passar à administração oral do Ibuprofeno o quanto for possível. É preciso ter em conta também a existência de doenças renais e hepáticas que obrigarão a usar sempre e com precaução a menor dose possível.
Contraindicações e precauções do Ibuprofeno
Este medicamento é contraindicado em algumas situações tais como:
- Hipersensibilidade. Foram descritos casos de reações de hipersensibilidade cruzada com outros AINEs, por isso também não se deve usar em caso de alergia a salicilatos. Estas reações são especificamente frequentes em pacientes asmáticos.
- Úlcera péptica, doença inflamatória intestinal ou qualquer processo que aumente o risco de hemorragia gastrointestinal. Devido à inibição da síntese de prostaglandinas, o Ibuprofeno poderia aumentar o risco de hemorragia digestiva e perfuração. É por isso que se recomenda administrar o Ibuprofeno e qualquer AINEs com alimentos para reduzir o dano gástrico. Outra opção seria a de associá-lo a um antiulceroso (anti H2 e IBP).
- Alterações da coagulação. Apresenta certos efeitos antiagregantes plaquetários, aumentando o tempo de hemorragia.
- Insuficiência renal. É eliminado pela urina, por isso nesta situação poderia se acumular no organismo de maneira tóxica. Também poderia diminuir o fluxo sanguíneo renal.
- Insuficiência hepática. De forma paralela à anterior, o Ibuprofeno se metaboliza no fígado, por isso em casos de insuficiência hepática poderia se acumular no organismo.
- Insuficiência cardíaca e hipertensão não controlada.
- Gravidez. Este medicamento está contraindicado durante o terceiro trimestre de gravidez. Além disso, não se aconselha seu uso durante períodos prolongados nos dois primeiros trimestres.
Interações
São numerosos os medicamentos que podem alterar o comportamento do Ibuprofeno e dos AINEs no organismo, seja reduzindo sua efetividade ou aumentando a possibilidade de sofrer efeitos adversos. Dentre eles se encontram os seguintes:
- AINEs. O Ibuprofeno poderia reduzir a função antiagregante plaquetária do ácido acetilsalicílico quando administram conjuntamente.
- Álcool. Pode potencializar sua toxicidade porque ambos metalizam o fígado e o “saturam de trabalho”.
- Anti-hipertensivos. Possível redução do efeito anti-hipertensivo. Em pacientes com a função renal comprometida pode se precipitar a deterioração da mesma (pacientes desidratados ou idosos).
- Anticoagulantes orais, heparina. Possível aumento do efeito anticoagulante com risco de hemorragia. Se aconselham controles periódicos dos índices de coagulação.
- Antidiabéticos. Possível aumento dos tecidos hipoglicemiantes ao reduzir a excreção renal.
- Paracetamol. O uso simultâneo e prolongado de paracetamol e AINE pode causar um aumento do riso dos efeitos renais adversos.
Reações adversas do Ibuprofeno
Os efeitos adversos se originam principalmente pelo mecanismo de ação do AINE, a inibição da ciclo-oxigenasse 1 (COX-1) e com frequência aparecem em doses superiores aos 3.200 mg/dia:
- Gastrointestinais. Possível surgimento de dispepsia, diarreia, náuseas, dor abdominal ou hemorragias gastrointestinais por causa da supressão das prostaglandinas gastro-protetoras aparecem.
- Dermatológica. Costumam ser reações de hipersensibilidade que cursam com erupções, urticária ou eritema. As reações anafiláticas ocorrem normalmente em pacientes com história de hipersensibilidade ao ácido acetilsalicílico e a outros AINEs.
- Sistema nervoso central: astenia, sonolência, cefaleia, enjoos.
- Hematológicas. Pode se prolongar o tempo de sangramento.
- Cardiovasculares. Poderia aparecer hipertensão arterial ou insuficiência cardíaca.
- Renais. Incremento de nitrogênio ureico e precipitação de crises renais.
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- AMH. (2017). Ibuprofen. https://doi.org/10.1016/j.jorganchem.2012.06.033
- Rainsford, K. D. (2009). Ibuprofen: Pharmacology, efficacy and safety. Inflammopharmacology. https://doi.org/10.1007/s10787-009-0016-x
- Bushra R, A. N. (2010). An overview of clinical pharmacology of Ibuprofen. Oman Medical Journal. https://doi.org/10.5001/omj.2010.49
- Bejarano, P. F., & Paliativos, C. (2006). Ibuprofeno y analgesia. Ibuprofeno y Analgesia.
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