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Familiares desaparecidos: a busca sem fim e o luto que nunca se realiza

2 minutos
Imagine não saber o que aconteceu com seu filho, irmão, pai, mãe ou cônjuge?
Familiares desaparecidos: a busca sem fim e o luto que nunca se realiza
Última atualização: 30 setembro, 2022

Saudade, impotência, desespero. Esses sentimentos são comuns na vida de pessoas que buscam informações sobre seus familiares desaparecidos.

Nos filmes, quando alguém desaparece, os personagens recorrem a um herói para salvá-lo. No entanto, na vida real tudo é muito diferente.

O Brasil registra uma média de 80 mil boletins de ocorrências por ano sobre casos de desaparecimentos. Isso significa que todos os dias 217 famílias passam pelo desespero de terem parentes desaparecidos.

Em 2021, mais de 65 mil pessoas sumiram, segundo dados do 16º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o que representa um aumento de 3,2% em relação a 2020. A taxa é de 30,7 por 100 mil habitantes e, nos últimos cinco anos, houve 369.737 registros.

Ter um parente desaparecido é viver um luto inacabado

O desaparecimento de pessoas é um problema grave, que atinge milhares de famílias brasileiras, deixando muitas perguntas sem respostas. O país é imenso e cada estado tem sua própria legislação e seu modo de tratar essa questão, o que reflete nos números de desaparecidos.

As causas dos desaparecimentos são várias: fuga do lar em função de conflitos familiares, doenças mentais, violência, alcoolismo, uso de drogas, suicídios, acidentes, desastres, sequestros etc.

O que mais assusta as famílias é o desaparecimento forçado. As redes de pedofilia, prostituição, tráfico de órgãos e escravidão estão entre os principais motivos do desaparecimento forçado, principalmente de crianças e adolescentes.

Não saber o que aconteceu ou onde está uma parente desaparecido é uma angústia sem fim. É ter que enfrentar a espera e a expectativa do reencontro. A pessoa fica aprisionada numa busca sem fim e no luto que nunca se realiza.

Independentemente das circunstâncias, os familiares enfrentam a incerteza sobre o que aconteceu com seu ente querido. Não são poucos os prejuízos psicológicos, econômicos e sociais que afetam os familiares de desaparecidos. Além disso, eles se sentem desorientados por sua perda que não é reconhecida socialmente.

Enfim, é importante o esforço coordenado do Estado e da sociedade em ajudar a encontrar os desaparecidos, tornando a acolhida e a escuta de seus familiares um ambiente de confiança mútua e um fator decisivo nas buscas.

Serviço público

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) lançou em 2021 o sistema ‘Sinal Desaparecidos’, com o intuito de ajudar a encontrar pessoas desaparecidas o mais rápido possível.

Para utilizar o sistema é bem simples: basta acessar o site “desaparecidos.prf.gov.br” e preencher os dados do noticiante e da pessoa desaparecida, com o nome, telefone e endereço, bem como as informações sobre o desaparecimento.

Após o registro, todos os policiais de plantão, em um raio de 500 quilômetros do local da ocorrência, serão imediatamente comunicados sobre o ocorrido. 

Texto original: Jackson Buonocore
Sociólogo, psicanalista e escritor

Imagens de Andrew Neel on Unsplash

Saudade, impotência, desespero. Esses sentimentos são comuns na vida de pessoas que buscam informações sobre seus familiares desaparecidos.

Nos filmes, quando alguém desaparece, os personagens recorrem a um herói para salvá-lo. No entanto, na vida real tudo é muito diferente.

O Brasil registra uma média de 80 mil boletins de ocorrências por ano sobre casos de desaparecimentos. Isso significa que todos os dias 217 famílias passam pelo desespero de terem parentes desaparecidos.

Em 2021, mais de 65 mil pessoas sumiram, segundo dados do 16º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o que representa um aumento de 3,2% em relação a 2020. A taxa é de 30,7 por 100 mil habitantes e, nos últimos cinco anos, houve 369.737 registros.

Ter um parente desaparecido é viver um luto inacabado

O desaparecimento de pessoas é um problema grave, que atinge milhares de famílias brasileiras, deixando muitas perguntas sem respostas. O país é imenso e cada estado tem sua própria legislação e seu modo de tratar essa questão, o que reflete nos números de desaparecidos.

As causas dos desaparecimentos são várias: fuga do lar em função de conflitos familiares, doenças mentais, violência, alcoolismo, uso de drogas, suicídios, acidentes, desastres, sequestros etc.

O que mais assusta as famílias é o desaparecimento forçado. As redes de pedofilia, prostituição, tráfico de órgãos e escravidão estão entre os principais motivos do desaparecimento forçado, principalmente de crianças e adolescentes.

Não saber o que aconteceu ou onde está uma parente desaparecido é uma angústia sem fim. É ter que enfrentar a espera e a expectativa do reencontro. A pessoa fica aprisionada numa busca sem fim e no luto que nunca se realiza.

Independentemente das circunstâncias, os familiares enfrentam a incerteza sobre o que aconteceu com seu ente querido. Não são poucos os prejuízos psicológicos, econômicos e sociais que afetam os familiares de desaparecidos. Além disso, eles se sentem desorientados por sua perda que não é reconhecida socialmente.

Enfim, é importante o esforço coordenado do Estado e da sociedade em ajudar a encontrar os desaparecidos, tornando a acolhida e a escuta de seus familiares um ambiente de confiança mútua e um fator decisivo nas buscas.

Serviço público

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) lançou em 2021 o sistema ‘Sinal Desaparecidos’, com o intuito de ajudar a encontrar pessoas desaparecidas o mais rápido possível.

Para utilizar o sistema é bem simples: basta acessar o site “desaparecidos.prf.gov.br” e preencher os dados do noticiante e da pessoa desaparecida, com o nome, telefone e endereço, bem como as informações sobre o desaparecimento.

Após o registro, todos os policiais de plantão, em um raio de 500 quilômetros do local da ocorrência, serão imediatamente comunicados sobre o ocorrido. 

Texto original: Jackson Buonocore
Sociólogo, psicanalista e escritor

Imagens de Andrew Neel on Unsplash

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.