É possível jogar futebol com daltonismo? Este é o caso de Delaney
A equipe que mais nos emocionou na Eurocopa foi a Dinamarca, já que uma fatalidade se transformou no milagre de Christian Eriksen que voltou à vida, e a liderança de Simon Kjær no meio do caos, que agora tem um novo companheiro que desperta emoções. Se trata do protagonismo de Thomas Delaney, que é daltônico. Esse fato levantou a questão da possibilidade de uma pessoa daltônica jogar futebol.
Em um mundo que busca avançar em direção à igualdade em todos os sentidos, ainda há um longo caminho a ser percorrido se considerarmos o daltonismo. Isso é preocupante, alarmante e difícil de compreender, uma vez que o daltonismo é classificado como um dos distúrbios visuais mais comuns no mundo.
De acordo com dados apresentados pela Associação Inglesa de Futebol, o número aproximado de daltônicos no mundo é de 320 milhões. Este valor nos convida à reflexão e à mudança o mais rápido possível. Mas por agora, vejamos o caso de Delaney e a possibilidade de jogar futebol de alto nível mesmo com dificuldades nas células fotossensíveis.
O que é daltonismo?
O daltonismo é uma doença que dificulta a distinção ou diferenciação das cores. A causa pode ser genética, devido à presença de outra doença subjacente ou provocada pelo uso de determinados medicamentos.
Mas como essa anomalia ocorre? Os seres humanos possuem células chamadas cones, que trabalham em conjunto na retina. Estas células fotossensíveis são responsáveis por absorver e perceber três cores: azul, vermelho e verde. Para o daltônico, alguns desses cones são defeituosos, provocando uma anomalia.
Entre os principais tipos de daltonismo estão os seguintes:
- Protanomalia: incapacidade de distinguir a cor vermelha.
- Deuteranopia e deuteranomalia: é o tipo mais comum, que ocorre quando a cor verde não pode ser diferenciada.
- Tritanomalia: trata-se de uma alteração rara, caracterizada por problemas na especificação das tonalidades de amarelo e azul.
Também pode te interessar: 7 cuidados básicos para a higiene dos olhos
É possível jogar futebol com daltonismo?
A resposta para essa pergunta se divide em antes e depois de Thomas Delaney. Embora o meio campo dinamarquês tenha sido o primeiro jogador de elite a revelar seu daltonismo e falar abertamente sobre o assunto em 2018, sem se preocupar com as possíveis implicações em sua carreira, desta vez ele deu salto na discussão do assunto por sua grande atuação.
Assim, após uma Eurocopa excepcional, Delaney se estabeleceu como a bandeira do daltonismo no esporte, ajudando no processo de inclusão de daltônicos em diferentes setores. No entanto, existem algumas limitações cuja discussão se faz pertinente:
Localização do receptor
À distância e em jogos com um ritmo muito forte, os jogadores usam a cor dos uniformes para detectar imediatamente um companheiro que não esteja sendo marcado. Isso não acontece da mesma forma para um jogador daltônico, já que ele não percebe algumas cores. De fato, eles são obrigados a observar outros detalhes, o que pode diminuir o tempo de decisão.
Confusão com os árbitros
Outra limitação de jogar futebol com daltonismo está na confusão com a equipe de arbitragem, já que dúvidas são geradas em relação ao uniforme quando eles então em meio aos jogadores, provocando erros na execução de passes longos.
Alteração no treinamento
Durante as dinâmicas de treinamento também existem dificuldades. Seguindo essa ordem de ideias, nos trabalhos táticos diferenciados que requerem cones de distintas cores para marcar a sequência dos movimentos, o daltônico apresenta confusão para assimilar a execução exata.
Confusão com o gramado
Por fim, há um cenário que também prejudica o bom desenvolvimento dos movimentos. Nos referimos à desordem na assimilação da cor do gramado em relação ao uniforme dos jogadores de linha, goleiros e árbitros.
Para encerrar, vale destacar que ao caso de Delaney se junta o da jogadora Katy Moran, que em sua passagem pelo Aston Villa também mostrou ao mundo a sua coragem, e deixou claras as dificuldades que ela têm devido à falta de apoio da indústria. Além disso, o comportamento generalizado dos jogadores de futebol é ficar em silêncio, por medo de que os times os vejam de forma negativa por causa da condição que possuem.
Leia também: Daltonismo: causas, tipos e tratamento
Opções para normalizar o daltonismo no futebol
Na caminhada em direção à igualdade e inclusão dos jogadores de futebol com daltonismo existem boas práticas que podem ser adotadas sem maiores complicações, para que as limitações mencionadas não afetem a evolução equilibrada do jogo.
Algumas das opções para jogar futebol com daltonismo são as seguintes:
- Combinações de cores entre as equipes: vermelho-amarelo, branco-preto, azul-amarelo, azul-vermelho, entre outras.
- Desenhos de camisetas diferentes: Recomenda-se uma diferenciação contundente entre o desenho das camisetas (formas, listras, mangas e gola), de modo a neutralizar uma semelhança de cores que seja difícil de evitar.
- Contraste entre camisas e shorts: é imprescindível evitar o uso de uma mesma cor nas duas peças principais do uniforme, já que este é um dos meios básicos usados pelos daltônicos para identificar a própria equipe.
É possível jogar futebol com daltonismo
Jogar futebol com daltonismo é possível, na medida em que a indústria do esporte se dedique a criar as circunstâncias de contraste ideais para a igualdade de condições.
Embora Delaney esteja em um torneio abismal com um desempenho titânico, passes precisos, uma parceria permanente e um bom jogo de equipe, ainda existe uma brecha marcada pelas melhores práticas para a situação dele em particular.
A Federação Inglesa de Futebol, a União Dinamarquesa de Futebol e clubes como o Borussia Dortmund começaram o processo de mudança ao apoiar o daltonismo. Veremos se a cobertura da mídia de Delaney na Eurocopa leve a FIFA, UEFA, CONMEBOL, CONCACAF, CAF e a AFC a agir o mais rápido possível. O futebol é para todos!
A equipe que mais nos emocionou na Eurocopa foi a Dinamarca, já que uma fatalidade se transformou no milagre de Christian Eriksen que voltou à vida, e a liderança de Simon Kjær no meio do caos, que agora tem um novo companheiro que desperta emoções. Se trata do protagonismo de Thomas Delaney, que é daltônico. Esse fato levantou a questão da possibilidade de uma pessoa daltônica jogar futebol.
Em um mundo que busca avançar em direção à igualdade em todos os sentidos, ainda há um longo caminho a ser percorrido se considerarmos o daltonismo. Isso é preocupante, alarmante e difícil de compreender, uma vez que o daltonismo é classificado como um dos distúrbios visuais mais comuns no mundo.
De acordo com dados apresentados pela Associação Inglesa de Futebol, o número aproximado de daltônicos no mundo é de 320 milhões. Este valor nos convida à reflexão e à mudança o mais rápido possível. Mas por agora, vejamos o caso de Delaney e a possibilidade de jogar futebol de alto nível mesmo com dificuldades nas células fotossensíveis.
O que é daltonismo?
O daltonismo é uma doença que dificulta a distinção ou diferenciação das cores. A causa pode ser genética, devido à presença de outra doença subjacente ou provocada pelo uso de determinados medicamentos.
Mas como essa anomalia ocorre? Os seres humanos possuem células chamadas cones, que trabalham em conjunto na retina. Estas células fotossensíveis são responsáveis por absorver e perceber três cores: azul, vermelho e verde. Para o daltônico, alguns desses cones são defeituosos, provocando uma anomalia.
Entre os principais tipos de daltonismo estão os seguintes:
- Protanomalia: incapacidade de distinguir a cor vermelha.
- Deuteranopia e deuteranomalia: é o tipo mais comum, que ocorre quando a cor verde não pode ser diferenciada.
- Tritanomalia: trata-se de uma alteração rara, caracterizada por problemas na especificação das tonalidades de amarelo e azul.
Também pode te interessar: 7 cuidados básicos para a higiene dos olhos
É possível jogar futebol com daltonismo?
A resposta para essa pergunta se divide em antes e depois de Thomas Delaney. Embora o meio campo dinamarquês tenha sido o primeiro jogador de elite a revelar seu daltonismo e falar abertamente sobre o assunto em 2018, sem se preocupar com as possíveis implicações em sua carreira, desta vez ele deu salto na discussão do assunto por sua grande atuação.
Assim, após uma Eurocopa excepcional, Delaney se estabeleceu como a bandeira do daltonismo no esporte, ajudando no processo de inclusão de daltônicos em diferentes setores. No entanto, existem algumas limitações cuja discussão se faz pertinente:
Localização do receptor
À distância e em jogos com um ritmo muito forte, os jogadores usam a cor dos uniformes para detectar imediatamente um companheiro que não esteja sendo marcado. Isso não acontece da mesma forma para um jogador daltônico, já que ele não percebe algumas cores. De fato, eles são obrigados a observar outros detalhes, o que pode diminuir o tempo de decisão.
Confusão com os árbitros
Outra limitação de jogar futebol com daltonismo está na confusão com a equipe de arbitragem, já que dúvidas são geradas em relação ao uniforme quando eles então em meio aos jogadores, provocando erros na execução de passes longos.
Alteração no treinamento
Durante as dinâmicas de treinamento também existem dificuldades. Seguindo essa ordem de ideias, nos trabalhos táticos diferenciados que requerem cones de distintas cores para marcar a sequência dos movimentos, o daltônico apresenta confusão para assimilar a execução exata.
Confusão com o gramado
Por fim, há um cenário que também prejudica o bom desenvolvimento dos movimentos. Nos referimos à desordem na assimilação da cor do gramado em relação ao uniforme dos jogadores de linha, goleiros e árbitros.
Para encerrar, vale destacar que ao caso de Delaney se junta o da jogadora Katy Moran, que em sua passagem pelo Aston Villa também mostrou ao mundo a sua coragem, e deixou claras as dificuldades que ela têm devido à falta de apoio da indústria. Além disso, o comportamento generalizado dos jogadores de futebol é ficar em silêncio, por medo de que os times os vejam de forma negativa por causa da condição que possuem.
Leia também: Daltonismo: causas, tipos e tratamento
Opções para normalizar o daltonismo no futebol
Na caminhada em direção à igualdade e inclusão dos jogadores de futebol com daltonismo existem boas práticas que podem ser adotadas sem maiores complicações, para que as limitações mencionadas não afetem a evolução equilibrada do jogo.
Algumas das opções para jogar futebol com daltonismo são as seguintes:
- Combinações de cores entre as equipes: vermelho-amarelo, branco-preto, azul-amarelo, azul-vermelho, entre outras.
- Desenhos de camisetas diferentes: Recomenda-se uma diferenciação contundente entre o desenho das camisetas (formas, listras, mangas e gola), de modo a neutralizar uma semelhança de cores que seja difícil de evitar.
- Contraste entre camisas e shorts: é imprescindível evitar o uso de uma mesma cor nas duas peças principais do uniforme, já que este é um dos meios básicos usados pelos daltônicos para identificar a própria equipe.
É possível jogar futebol com daltonismo
Jogar futebol com daltonismo é possível, na medida em que a indústria do esporte se dedique a criar as circunstâncias de contraste ideais para a igualdade de condições.
Embora Delaney esteja em um torneio abismal com um desempenho titânico, passes precisos, uma parceria permanente e um bom jogo de equipe, ainda existe uma brecha marcada pelas melhores práticas para a situação dele em particular.
A Federação Inglesa de Futebol, a União Dinamarquesa de Futebol e clubes como o Borussia Dortmund começaram o processo de mudança ao apoiar o daltonismo. Veremos se a cobertura da mídia de Delaney na Eurocopa leve a FIFA, UEFA, CONMEBOL, CONCACAF, CAF e a AFC a agir o mais rápido possível. O futebol é para todos!
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- Gómez O. Distintos tipos de células fotosensibles del sistema visual humano. Universidad de Valladolid. Facultad de Ciencias. 2017.
- Firth A. Baja visión y daltonismo. Práctica Inclusión y Accesibilidad Web. Apress, Berkeley. 2019.
- Villegas H y Lillo J. Percepción del color y daltonismos. Ediciones Pirámide. 2014.
- Prado A, Cama J y Laredo L. Sensopercepción del color. Rev Mex Oftalmol. 2008.
- Witzel C y Gegenfurtner K. Percepción del color: objetos, constancia y categorías. Annu Rev Vis Sci. 2018.
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