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Você conhece os perigos do "stealthing"?

4 minutos
O nome stealthing se refere à prática na qual um homem remove o preservativo durante a relação sexual de maneira não consensual. Saiba mais sobre esse tema e tome cuidado!
Você conhece os perigos do "stealthing"?
Isbelia Esther Farías López

Escrito e verificado por a filósofa Isbelia Esther Farías López

Última atualização: 27 maio, 2022

Você sabe o que é stealthing e os riscos aos quais está exposto quando isso acontece? Se até agora você não ouviu nada sobre isso, continue lendo e descubra os perigos envolvidos.

À medida que o tempo avança, os estudos no campo sexual se multiplicam e, com ele, conhecemos novos termos para nomear certas práticas sexuais. Assim, chegou aos nossos dias uma palavra de origem anglo-saxônica para designar um hábito terrível que pode colocar em risco a vida do parceiro.

O que é o stealthing?

O termo stealthing refere-se ao momento em que o homem remove o preservativo, de forma não consensual, durante uma relação sexual.

Ou seja, o homem remove o preservativo sem que a outra pessoa fique sabendo. Por esse motivo, a palavra é apropriada, pois stealthing significa “secretamente” ou “furtivamente”.

Se estamos falando de uma relação sexual em que ambos tenham consentido em usar o preservativo, mas em algum momento o homem o descarta, sem notificar a outra pessoa, ele estará envolvido nessa prática perigosa.

Alexandra Brodsky, uma prestigiada advogada, fez uma pesquisa sobre esse assunto, e muitos alertas foram levantados quando seu estudo surgiu no Columbia Journal of Gender and Law.

A intenção da advogada era conscientizar as pessoas sobre esse fato e sobre a possibilidade de se criar uma lei que regulamente essa prática muito perigosa.

Some figure
O termo stealthing é atualmente usado para definir a prática em que o homem remove o preservativo sem o consentimento de seu parceiro sexual.

Quais são os perigos do stealthing?

A maioria das pessoas que fazem isso são homens, geralmente jovens. É uma questão a ser levada muito a sério. Aliás, a advogada a descreve como um tipo de violação.

A razão para que Brodsky a considere um ato de violação é que não há consentimento da mulher, sua vulnerabilidade é explorada e ela fica exposta a muitos perigos.

Embora essa prática ocorra nas relações sexuais entre casais heterossexuais, também pode ocorrer no caso de casais homossexuais.

Existem várias razões pelas quais se acredita que o homem decide incorrer no stealthing. Por exemplo, alguns homens argumentam que sentem mais prazer sem usar a camisinha.

Da mesma forma, outros homens afirmam que remover o preservativo sem que a outra pessoa perceba é um grande desafio, e isso é emocionante para eles. Já outros homens buscam conscientemente uma gravidez, sem considerar a posição da mulher nesse sentido.

Portanto, mesmo que a relação sexual seja de acordo mútuo, se o homem executa o stealthing, ele está cometendo um tipo de abuso sexual.

Isso decorre do fato de que, no relacionamento, ambos concordaram com determinadas condições, mas o homem não as cumpre. A vítima acredita que mantém um relacionamento seguro, pensando que seu parceiro se protege, quando na realidade ocorre o contrário.

Não deixe de ler: Como esterilizar os brinquedos sexuais corretamente?

Conheça o verdadeiro perigo

Essa prática é realmente perigosa, pois a mulher pode ter uma gravidez indesejada ou contrair infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis, gonorreia ou HIV. Mas esses não são os únicos problemas. A vítima desse tipo de abuso sexual também precisa lidar com outros distúrbios psicológicos.

Some figure
O stealthing representa um perigo para as mulheres, pois aumenta o risco de infecções sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada. Pode até deixar sequelas psicológicas.

O stealthing é verdadeiramente um risco para as mulheres

Quando essa investigação da advogada Brodsky veio à luz, muitas mulheres se sentiram identificadas e comentaram que foram traídas pelo parceiro. Este artigo teve uma repercussão notória e o stealthing foi classificado como um tipo de estupro, tanto na Califórnia como em Wisconsin.

Na Alemanha, foi realizado um julgamento no qual esse fato nefasto foi mais claramente conhecido e até viralizado, e no qual o agressor recebeu uma sentença de quase um ano de prisão, além de pagar uma quantia alta em dinheiro para a vítima.

Esse julgamento foi um marco na luta pelos direitos das mulheres, especialmente aqueles relacionados à área sexual, embora não tenha sido o único.

Continue lendo: 4 produtos para cuidar da sua saúde sexual

O que diz a legislação?

No caso da Espanha, o Código Penal define abuso sexual como atos que atentam contra a liberdade sexual e a saúde de outra pessoa, incluindo casos “sem violência ou intimidação e sem o seu consentimento válido”.

No Brasil, ainda não há uma legislação específica para a prática do stealthing, entretanto, pode configurar diferentes adequações típicas desde crime de estupro, até perigo de contágio venéreo que põe em risco a saúde e a vida da vítima.

A prática do stealthing poderia muito bem ser classificada nessa conceituação, e as penas podem incluir vários anos de prisão, além de multas e indenizações.

Certamente, as leis de outros países também poderiam considerar essa prática como um tipo de abuso ou estupro, mesmo que a palavra stealthing não seja usada como tal.

Você sabe o que é stealthing e os riscos aos quais está exposto quando isso acontece? Se até agora você não ouviu nada sobre isso, continue lendo e descubra os perigos envolvidos.

À medida que o tempo avança, os estudos no campo sexual se multiplicam e, com ele, conhecemos novos termos para nomear certas práticas sexuais. Assim, chegou aos nossos dias uma palavra de origem anglo-saxônica para designar um hábito terrível que pode colocar em risco a vida do parceiro.

O que é o stealthing?

O termo stealthing refere-se ao momento em que o homem remove o preservativo, de forma não consensual, durante uma relação sexual.

Ou seja, o homem remove o preservativo sem que a outra pessoa fique sabendo. Por esse motivo, a palavra é apropriada, pois stealthing significa “secretamente” ou “furtivamente”.

Se estamos falando de uma relação sexual em que ambos tenham consentido em usar o preservativo, mas em algum momento o homem o descarta, sem notificar a outra pessoa, ele estará envolvido nessa prática perigosa.

Alexandra Brodsky, uma prestigiada advogada, fez uma pesquisa sobre esse assunto, e muitos alertas foram levantados quando seu estudo surgiu no Columbia Journal of Gender and Law.

A intenção da advogada era conscientizar as pessoas sobre esse fato e sobre a possibilidade de se criar uma lei que regulamente essa prática muito perigosa.

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O termo stealthing é atualmente usado para definir a prática em que o homem remove o preservativo sem o consentimento de seu parceiro sexual.

Quais são os perigos do stealthing?

A maioria das pessoas que fazem isso são homens, geralmente jovens. É uma questão a ser levada muito a sério. Aliás, a advogada a descreve como um tipo de violação.

A razão para que Brodsky a considere um ato de violação é que não há consentimento da mulher, sua vulnerabilidade é explorada e ela fica exposta a muitos perigos.

Embora essa prática ocorra nas relações sexuais entre casais heterossexuais, também pode ocorrer no caso de casais homossexuais.

Existem várias razões pelas quais se acredita que o homem decide incorrer no stealthing. Por exemplo, alguns homens argumentam que sentem mais prazer sem usar a camisinha.

Da mesma forma, outros homens afirmam que remover o preservativo sem que a outra pessoa perceba é um grande desafio, e isso é emocionante para eles. Já outros homens buscam conscientemente uma gravidez, sem considerar a posição da mulher nesse sentido.

Portanto, mesmo que a relação sexual seja de acordo mútuo, se o homem executa o stealthing, ele está cometendo um tipo de abuso sexual.

Isso decorre do fato de que, no relacionamento, ambos concordaram com determinadas condições, mas o homem não as cumpre. A vítima acredita que mantém um relacionamento seguro, pensando que seu parceiro se protege, quando na realidade ocorre o contrário.

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Conheça o verdadeiro perigo

Essa prática é realmente perigosa, pois a mulher pode ter uma gravidez indesejada ou contrair infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis, gonorreia ou HIV. Mas esses não são os únicos problemas. A vítima desse tipo de abuso sexual também precisa lidar com outros distúrbios psicológicos.

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O stealthing representa um perigo para as mulheres, pois aumenta o risco de infecções sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada. Pode até deixar sequelas psicológicas.

O stealthing é verdadeiramente um risco para as mulheres

Quando essa investigação da advogada Brodsky veio à luz, muitas mulheres se sentiram identificadas e comentaram que foram traídas pelo parceiro. Este artigo teve uma repercussão notória e o stealthing foi classificado como um tipo de estupro, tanto na Califórnia como em Wisconsin.

Na Alemanha, foi realizado um julgamento no qual esse fato nefasto foi mais claramente conhecido e até viralizado, e no qual o agressor recebeu uma sentença de quase um ano de prisão, além de pagar uma quantia alta em dinheiro para a vítima.

Esse julgamento foi um marco na luta pelos direitos das mulheres, especialmente aqueles relacionados à área sexual, embora não tenha sido o único.

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O que diz a legislação?

No caso da Espanha, o Código Penal define abuso sexual como atos que atentam contra a liberdade sexual e a saúde de outra pessoa, incluindo casos “sem violência ou intimidação e sem o seu consentimento válido”.

No Brasil, ainda não há uma legislação específica para a prática do stealthing, entretanto, pode configurar diferentes adequações típicas desde crime de estupro, até perigo de contágio venéreo que põe em risco a saúde e a vida da vítima.

A prática do stealthing poderia muito bem ser classificada nessa conceituação, e as penas podem incluir vários anos de prisão, além de multas e indenizações.

Certamente, as leis de outros países também poderiam considerar essa prática como um tipo de abuso ou estupro, mesmo que a palavra stealthing não seja usada como tal.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Brodsky, A. (2017). “Rape-Adjacent”: Imagining Legal Responses to Nonconsensual Condom Removal. Columbia Journal of Gender and Law.
  • Latimer, R. L., Vodstrcil, L. A., Fairley, C. K., Cornelisse, V. J., Chow, E. P. F., Read, T. R. H., & Bradshaw, C. S. (2018). Non-consensual condom removal, reported by patients at a sexual health clinic in Melbourne, Australia. PLoS ONE. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0209779
  • Ebrahim, S. (2019). I’m Not Sure This Is Rape, But: An Exposition of the Stealthing Trend. SAGE Open. https://doi.org/10.1177/2158244019842201
  • Klein, H. (2014). Generationing, stealthing, and gift giving: the intentional transmission of HIV by HIV-positive men to their HIV-negative sex partners. Health Psychology Research. https://doi.org/10.4081/hpr.2014.1582

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.