Você sabe como o olho se limpa?
Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto
Através de experimentos realizados com ratos, os cientistas descobriram como o olho se limpa usando um sistema de eliminação de toxinas. Essa descoberta mostrou que a autolimpeza em questão é muito semelhante à usada pelo cérebro para a sua drenagem.
Assim como o olho se autolimpa, outros órgãos também têm técnicas para eliminar toxinas e se proteger. O caso do cérebro foi um dos mais comentados porque a pesquisa que o descobriu despertou esperança para o tratamento e a prevenção da doença de Parkinson e Alzheimer.
Este novo artigo científico sobre o olho foi publicado na revista Science Translational Medicine, e os autores explicam que saber como o olho se limpa é mais um passo para a compreensão do glaucoma. Lembre-se de que o glaucoma é uma doença muito prevalente que pode levar à cegueira.
O novo estudo que descobriu como o olho se limpa
A pesquisa de que falamos foi realizada com ratos devido à semelhança da estrutura ocular desses animais com a dos humanos. Os ratos foram injetados com uma substância a ser monitorada, com o objetivo de verificar como os olhos se livrariam dela.
Assim, descobriram a existência de uma rota alternativa às rotas de drenagem tradicionais. Ou seja, sabe-se que o olho utiliza o sistema linfático, como muitos outros órgãos, para eliminar resíduos, mas aqui foi observado o uso de outro mecanismo.
Os cientistas foram capazes de observar como as substâncias amiloides deixaram o globo ocular através de um canal interno chamado AQP4 (aquaporin-4). Essa aquaporina é a mesma que outros pesquisadores descobriram no cérebro há muito tempo.
Além de observar como o olho se limpa, a pesquisa criou diferentes cenários para verificar se a drenagem aumentava ou diminuía. Os testes foram realizados com exposição direta à luz nas retinas e com a injeção de atropina.
Finalmente, foram comparados os globos oculares normais e os globos oculares com glaucoma. E aqui aparece uma aplicação direta da descoberta, uma vez que os camundongos com glaucoma mostraram uma alteração nesse sistema de drenagem.
Continue lendo: Como aliviar o glaucoma com esses 3 remédios naturais
O que acontece com o glaucoma?
O glaucoma é uma doença caracterizada pelo aumento da pressão intraocular. É possível medir essa pressão, e a medição produz um valor convencional sobre a força que o humor aquoso exerce sobre o globo ocular.
Em situações normais, o humor aquoso que está dentro do olho é fabricado ali mesmo e circula até ser drenado para abandonar o sistema orbital. Esse fluxo é constante, e garante que o líquido se limpe de substâncias tóxicas que prejudicariam a visão.
Quando, por alguma razão, o humor aquoso não é drenado adequadamente, ele se acumula e aumenta a pressão intraocular. Também pode ser produzida uma maior quantidade do que o sistema pode drenar, e o resultado final é o mesmo.
Uma pessoa com glaucoma sente gradualmente que sua visão é reduzida. Assim, procura um oftalmologista, que mede a pressão intraocular e faz um diagnóstico. A partir daí, são consideradas as opções de tratamento.
Se, graças ao estudo científico que estamos discutindo, aprendermos como o olho se limpa, talvez possamos prevenir o glaucoma antes que ele apareça. A detecção precoce de uma falha na drenagem corrigiria a circulação do humor aquoso.
Saiba mais: Remédios caseiros para aliviar a inflamação dos olhos por cansaço
O sistema de limpeza do cérebro
Esta nova descoberta está ligada ao sistema de limpeza do cérebro que um grupo de pesquisa descobriu anos atrás. Esse sistema foi chamado de “glinfático”, já que funciona como a linfa, mas mediado pela células gliais do sistema nervoso.
O sistema linfático tradicional que limpa os órgãos está presente no cérebro e também nos olhos, mas elimina toxinas lentamente. Esses sistemas glinfáticos são mais rápidos e especializados, e é por isso que lidam com toxinas específicas.
Supõe-se que o olho e o cérebro tenham sistemas glinfáticos porque são órgãos de alto metabolismo. Isso significa que suas células trabalham em alta velocidade e, portanto, produzem muito resíduos que não devem se acumular.
No caso do cérebro, o sistema é regulado pelo pulso e pela frequência cardíaca, bem como pelo sono. Durante a noite, certos movimentos de contração e expansão do tecido cerebral impelem os resíduos a tomar o curso da limpeza.
A importância de saber como o olho se limpa
Os mesmos pesquisadores vincularam sua descoberta à doença do glaucoma. Pesquisas futuras são necessárias para continuar avançando, mas é promissor saber como o olho se autolimpa.
Se fosse possível identificar falhas no sistema glinfático de forma precoce, as mesmas teriam alguma solução antes que o glaucoma começasse a prejudicar a visão. Isso favoreceria a qualidade de vida de milhões de pessoas com esta doença que recebem o diagnóstico tardiamente.
Através de experimentos realizados com ratos, os cientistas descobriram como o olho se limpa usando um sistema de eliminação de toxinas. Essa descoberta mostrou que a autolimpeza em questão é muito semelhante à usada pelo cérebro para a sua drenagem.
Assim como o olho se autolimpa, outros órgãos também têm técnicas para eliminar toxinas e se proteger. O caso do cérebro foi um dos mais comentados porque a pesquisa que o descobriu despertou esperança para o tratamento e a prevenção da doença de Parkinson e Alzheimer.
Este novo artigo científico sobre o olho foi publicado na revista Science Translational Medicine, e os autores explicam que saber como o olho se limpa é mais um passo para a compreensão do glaucoma. Lembre-se de que o glaucoma é uma doença muito prevalente que pode levar à cegueira.
O novo estudo que descobriu como o olho se limpa
A pesquisa de que falamos foi realizada com ratos devido à semelhança da estrutura ocular desses animais com a dos humanos. Os ratos foram injetados com uma substância a ser monitorada, com o objetivo de verificar como os olhos se livrariam dela.
Assim, descobriram a existência de uma rota alternativa às rotas de drenagem tradicionais. Ou seja, sabe-se que o olho utiliza o sistema linfático, como muitos outros órgãos, para eliminar resíduos, mas aqui foi observado o uso de outro mecanismo.
Os cientistas foram capazes de observar como as substâncias amiloides deixaram o globo ocular através de um canal interno chamado AQP4 (aquaporin-4). Essa aquaporina é a mesma que outros pesquisadores descobriram no cérebro há muito tempo.
Além de observar como o olho se limpa, a pesquisa criou diferentes cenários para verificar se a drenagem aumentava ou diminuía. Os testes foram realizados com exposição direta à luz nas retinas e com a injeção de atropina.
Finalmente, foram comparados os globos oculares normais e os globos oculares com glaucoma. E aqui aparece uma aplicação direta da descoberta, uma vez que os camundongos com glaucoma mostraram uma alteração nesse sistema de drenagem.
Continue lendo: Como aliviar o glaucoma com esses 3 remédios naturais
O que acontece com o glaucoma?
O glaucoma é uma doença caracterizada pelo aumento da pressão intraocular. É possível medir essa pressão, e a medição produz um valor convencional sobre a força que o humor aquoso exerce sobre o globo ocular.
Em situações normais, o humor aquoso que está dentro do olho é fabricado ali mesmo e circula até ser drenado para abandonar o sistema orbital. Esse fluxo é constante, e garante que o líquido se limpe de substâncias tóxicas que prejudicariam a visão.
Quando, por alguma razão, o humor aquoso não é drenado adequadamente, ele se acumula e aumenta a pressão intraocular. Também pode ser produzida uma maior quantidade do que o sistema pode drenar, e o resultado final é o mesmo.
Uma pessoa com glaucoma sente gradualmente que sua visão é reduzida. Assim, procura um oftalmologista, que mede a pressão intraocular e faz um diagnóstico. A partir daí, são consideradas as opções de tratamento.
Se, graças ao estudo científico que estamos discutindo, aprendermos como o olho se limpa, talvez possamos prevenir o glaucoma antes que ele apareça. A detecção precoce de uma falha na drenagem corrigiria a circulação do humor aquoso.
Saiba mais: Remédios caseiros para aliviar a inflamação dos olhos por cansaço
O sistema de limpeza do cérebro
Esta nova descoberta está ligada ao sistema de limpeza do cérebro que um grupo de pesquisa descobriu anos atrás. Esse sistema foi chamado de “glinfático”, já que funciona como a linfa, mas mediado pela células gliais do sistema nervoso.
O sistema linfático tradicional que limpa os órgãos está presente no cérebro e também nos olhos, mas elimina toxinas lentamente. Esses sistemas glinfáticos são mais rápidos e especializados, e é por isso que lidam com toxinas específicas.
Supõe-se que o olho e o cérebro tenham sistemas glinfáticos porque são órgãos de alto metabolismo. Isso significa que suas células trabalham em alta velocidade e, portanto, produzem muito resíduos que não devem se acumular.
No caso do cérebro, o sistema é regulado pelo pulso e pela frequência cardíaca, bem como pelo sono. Durante a noite, certos movimentos de contração e expansão do tecido cerebral impelem os resíduos a tomar o curso da limpeza.
A importância de saber como o olho se limpa
Os mesmos pesquisadores vincularam sua descoberta à doença do glaucoma. Pesquisas futuras são necessárias para continuar avançando, mas é promissor saber como o olho se autolimpa.
Se fosse possível identificar falhas no sistema glinfático de forma precoce, as mesmas teriam alguma solução antes que o glaucoma começasse a prejudicar a visão. Isso favoreceria a qualidade de vida de milhões de pessoas com esta doença que recebem o diagnóstico tardiamente.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Wang, Xiaowei, et al. “An ocular glymphatic clearance system removes β-amyloid from the rodent eye.” Science Translational Medicine 12.536 (2020).
- Plog, Benjamin A., and Maiken Nedergaard. “The glymphatic system in central nervous system health and disease: past, present, and future.” Annual Review of Pathology: Mechanisms of Disease 13 (2018): 379-394.
- Iliff, Jeffrey J., et al. “A paravascular pathway facilitates CSF flow through the brain parenchyma and the clearance of interstitial solutes, including amyloid β.” Science translational medicine 4.147 (2012): 147ra111-147ra111.
- Martínez-Tapia, Ricardo Jesús, et al. “Una nueva vía de drenaje cerebral: el sistema glinfático. Revisión histórica y conceptual.” Revista Mexicana de Neurociencia 19.1 (2018): 104-116.
- Wostyn, Peter, et al. “Evidence for the existence of a communication between the eye and the brain?.” Acta neurochirurgica 159.8 (2017): 1413-1414.
- Torres, Marcelino Río. “Glaucoma: pasado y presente.” Revista Cubana de Oftalmología 30.4 (2018).
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.