Como cuidar da microbiota da pele: nem todas as bactérias são ruins
Revisado e aprovado por médico Leonardo Biolatto
Quando se fala em bactérias, vírus ou parasitas, é comum ficarmos alarmados e esperarmos algo negativo. No entanto, alguns desses microrganismos residem nas camadas externas da pele e fornecem proteção a ela. Descubra como cuidar da microbiota da sua pele e o que acontece quando ela se desequilibra.
O que é e como cuidar da microbiota da sua pele?
Apesar de sua conotação negativa, nem todas as bactérias são ruins. Existe um grupo delas, junto com vírus, parasitas e fungos, que colonizam partes do corpo humano desde o nascimento. É conhecida como microbiota e estima-se que seja composta por mais de 100 trilhões de microrganismos.
Na interação com as células hospedeiras, os microrganismos coexistem em simbiose, ou seja, favorecem-se mutuamente para o seu desenvolvimento. Em geral, essas bactérias cumprem funções protetoras, além de produzir vitaminas e colaborar com o processo de digestão. Em troca, eles recebem um local para se localizar.
Existem três tipos principais de microbiota, dependendo do setor que ocupam:
- Intestinal. Elas colonizam o trato gastrointestinal e contribuem para a nutrição, proteção e digestão. Algumas bactérias são nativas e outras proliferam a partir da ingestão de alimentos.
- Vaginal. Fundamental para o equilíbrio hormonal e para proteger a zona íntima da mulher contra microrganismos patogénicos.
- Cutânea. Função protetora de outros microrganismos externos ameaçadores. É dividido nos grupos que residem na axila e entre os dedos; nos braços e pernas, e no rosto.
A microbiota da pele
Também conhecida como flora cutânea, refere-se ao conjunto de bactérias, fungos, parasitas e outros microrganismos que residem na pele. Eles formam um complexo ecossistema simbiótico, com o qual funcionam como uma barreira protetora contra ameaças externas.
Portanto, um equilíbrio da microbiota é essencial para o bom funcionamento do organismo.
De acordo com um estudo da Revista da Associação Colombiana de Dermatologia e Cirurgia Dermatológica, 9 em cada 10 células humanas apresentam relações simbióticas com a microbiota. Em outras palavras, um desequilíbrio desse “órgão adquirido” representa a exposição a diferentes doenças de pele.
Como cuidar da microbiota da sua pele de possíveis alterações
Ter uma pele hidratada, brilhante e saudável é —em grande parte— produto do equilíbrio da flora cutânea. Mas existem diversas situações que podem alterar essa convivência. Esta alteração é conhecida como «disbiose» ou «disbacteriose».
Alguns motivos estão ligados a aspectos externos, enquanto outros dependem de cuidados pessoais. As seguintes situações tendem a alterar a microbiota:
- Ações excessivas de higiene.
- Má alimentação.
- Alteração do pH da pele.
- Alterações ambientais e poluição.
- Estresse.
- Ingestão de antibióticos.
Se algum desses fatores, ou uma combinação deles, produzir disbiose, isso pode se traduzir em diferentes problemas de pele. Por exemplo, coceira, descamação e erupções cutâneas. Além disso, pode colaborar com a geração de psoríase ou rosácea.
Ainda assim, é possível realizar diversos cuidados para evitar ou contrariar este desequilíbrio. Estas são ações cotidianas, como comer uma dieta saudável, praticar exercícios regularmente e evitar alguns produtos de higiene.
Também é importante não se automedicar para não consumir incorretamente antibióticos que alteram a microbiota.
Dicas de como cuidar da microbiota da sua pele
Alguns fatores que afetam a flora da pele têm a ver com mudanças no ambiente, mas outros com o consumo de medicamentos, alimentos e produtos de higiene. Apesar de não ter o controle total das situações que o alteram, é possível realizar uma série de cuidados pessoais.
Avalie os produtos de higiene
Embora a limpeza da pele e a higiene geral sejam essenciais para a saúde, existem produtos comerciais que podem alterar o equilíbrio da microbiota. Por exemplo, shampoos e sabonetes com sulfatos e outros produtos químicos que afetam o nível de pH da pele.
Nesses casos, recomenda-se o uso de produtos naturais, além de regular a intensidade e a frequência de aplicação. Isso inclui produtos de cabelo, sabonetes e também cosméticos e perfumes. Algumas amostras contêm probióticos que trabalham para restaurar a flora da pele.
Lave com cuidado
Além da frequência de lavagem, é preciso ficar atento também à forma como os produtos são aplicados na pele. Recomenda-se um banho com água não muito quente, de curta duração e sem o uso de esponjas. Quanto à secagem, ela deve ser feita com cuidado e sem esfregar muito.
Garanta a hidratação
Para cuidar do viço da pele é fundamental evitar o ressecamento e aplicar cremes suaves que promovam a hidratação da pele. Além disso, existem produtos regenerativos que respeitam a derme.
A hidratação também se refere à ingestão diária de água sugerida. A Mayo Clinic sugere um consumo diário de 3,7 litros de água para homens e 2,7 litros para mulheres.
Proteja-se do sol
É claro que os raios UV apresentam inúmeras complexidades para a pele. A flacidez da pele pode sofrer desequilíbrios se não for cuidada com protetor solar ao longo do ano. Além disso, a exposição à radiação intensa deve ser evitada.
Posto isto, é fundamental aplicar um protetor solar com fator de proteção superior a 30 e usar roupas e acessórios que ajudem a proteger a pele do impacto direto do sol (camisas compridas, óculos de sol, chapéus, etc.).
Cuide da alimentação e do descanso
Uma alimentação balanceada, que inclua vegetais, proteínas e fibras, favorece a microbiota. Por outro lado, o descanso regular também contribui para um estado saudável da flora da pele e do corpo em geral.
Não se automedique
A ingestão inadequada de medicamentos, principalmente antibióticos, leva a alterações na microbiota cutânea. Além disso, como uma revisão nos detalhes da Science Translational Medicine, isso pode contribuir para o problema da resistência a antibióticos.
Veja: Tipos de fibras que mais ajudam a microbiota
Proteger as bactérias que convivem com o organismo
Claro, nem todas as bactérias são ruins. Aquelas que compõem a microbiota da pele são responsáveis por criar uma barreira protetora contra possíveis patógenos.
Portanto, seu cuidado torna-se essencial para desfrutar de uma pele macia, saudável e com defesas suficientes para cumprir sua função de barreira.
Quando se fala em bactérias, vírus ou parasitas, é comum ficarmos alarmados e esperarmos algo negativo. No entanto, alguns desses microrganismos residem nas camadas externas da pele e fornecem proteção a ela. Descubra como cuidar da microbiota da sua pele e o que acontece quando ela se desequilibra.
O que é e como cuidar da microbiota da sua pele?
Apesar de sua conotação negativa, nem todas as bactérias são ruins. Existe um grupo delas, junto com vírus, parasitas e fungos, que colonizam partes do corpo humano desde o nascimento. É conhecida como microbiota e estima-se que seja composta por mais de 100 trilhões de microrganismos.
Na interação com as células hospedeiras, os microrganismos coexistem em simbiose, ou seja, favorecem-se mutuamente para o seu desenvolvimento. Em geral, essas bactérias cumprem funções protetoras, além de produzir vitaminas e colaborar com o processo de digestão. Em troca, eles recebem um local para se localizar.
Existem três tipos principais de microbiota, dependendo do setor que ocupam:
- Intestinal. Elas colonizam o trato gastrointestinal e contribuem para a nutrição, proteção e digestão. Algumas bactérias são nativas e outras proliferam a partir da ingestão de alimentos.
- Vaginal. Fundamental para o equilíbrio hormonal e para proteger a zona íntima da mulher contra microrganismos patogénicos.
- Cutânea. Função protetora de outros microrganismos externos ameaçadores. É dividido nos grupos que residem na axila e entre os dedos; nos braços e pernas, e no rosto.
A microbiota da pele
Também conhecida como flora cutânea, refere-se ao conjunto de bactérias, fungos, parasitas e outros microrganismos que residem na pele. Eles formam um complexo ecossistema simbiótico, com o qual funcionam como uma barreira protetora contra ameaças externas.
Portanto, um equilíbrio da microbiota é essencial para o bom funcionamento do organismo.
De acordo com um estudo da Revista da Associação Colombiana de Dermatologia e Cirurgia Dermatológica, 9 em cada 10 células humanas apresentam relações simbióticas com a microbiota. Em outras palavras, um desequilíbrio desse “órgão adquirido” representa a exposição a diferentes doenças de pele.
Como cuidar da microbiota da sua pele de possíveis alterações
Ter uma pele hidratada, brilhante e saudável é —em grande parte— produto do equilíbrio da flora cutânea. Mas existem diversas situações que podem alterar essa convivência. Esta alteração é conhecida como «disbiose» ou «disbacteriose».
Alguns motivos estão ligados a aspectos externos, enquanto outros dependem de cuidados pessoais. As seguintes situações tendem a alterar a microbiota:
- Ações excessivas de higiene.
- Má alimentação.
- Alteração do pH da pele.
- Alterações ambientais e poluição.
- Estresse.
- Ingestão de antibióticos.
Se algum desses fatores, ou uma combinação deles, produzir disbiose, isso pode se traduzir em diferentes problemas de pele. Por exemplo, coceira, descamação e erupções cutâneas. Além disso, pode colaborar com a geração de psoríase ou rosácea.
Ainda assim, é possível realizar diversos cuidados para evitar ou contrariar este desequilíbrio. Estas são ações cotidianas, como comer uma dieta saudável, praticar exercícios regularmente e evitar alguns produtos de higiene.
Também é importante não se automedicar para não consumir incorretamente antibióticos que alteram a microbiota.
Dicas de como cuidar da microbiota da sua pele
Alguns fatores que afetam a flora da pele têm a ver com mudanças no ambiente, mas outros com o consumo de medicamentos, alimentos e produtos de higiene. Apesar de não ter o controle total das situações que o alteram, é possível realizar uma série de cuidados pessoais.
Avalie os produtos de higiene
Embora a limpeza da pele e a higiene geral sejam essenciais para a saúde, existem produtos comerciais que podem alterar o equilíbrio da microbiota. Por exemplo, shampoos e sabonetes com sulfatos e outros produtos químicos que afetam o nível de pH da pele.
Nesses casos, recomenda-se o uso de produtos naturais, além de regular a intensidade e a frequência de aplicação. Isso inclui produtos de cabelo, sabonetes e também cosméticos e perfumes. Algumas amostras contêm probióticos que trabalham para restaurar a flora da pele.
Lave com cuidado
Além da frequência de lavagem, é preciso ficar atento também à forma como os produtos são aplicados na pele. Recomenda-se um banho com água não muito quente, de curta duração e sem o uso de esponjas. Quanto à secagem, ela deve ser feita com cuidado e sem esfregar muito.
Garanta a hidratação
Para cuidar do viço da pele é fundamental evitar o ressecamento e aplicar cremes suaves que promovam a hidratação da pele. Além disso, existem produtos regenerativos que respeitam a derme.
A hidratação também se refere à ingestão diária de água sugerida. A Mayo Clinic sugere um consumo diário de 3,7 litros de água para homens e 2,7 litros para mulheres.
Proteja-se do sol
É claro que os raios UV apresentam inúmeras complexidades para a pele. A flacidez da pele pode sofrer desequilíbrios se não for cuidada com protetor solar ao longo do ano. Além disso, a exposição à radiação intensa deve ser evitada.
Posto isto, é fundamental aplicar um protetor solar com fator de proteção superior a 30 e usar roupas e acessórios que ajudem a proteger a pele do impacto direto do sol (camisas compridas, óculos de sol, chapéus, etc.).
Cuide da alimentação e do descanso
Uma alimentação balanceada, que inclua vegetais, proteínas e fibras, favorece a microbiota. Por outro lado, o descanso regular também contribui para um estado saudável da flora da pele e do corpo em geral.
Não se automedique
A ingestão inadequada de medicamentos, principalmente antibióticos, leva a alterações na microbiota cutânea. Além disso, como uma revisão nos detalhes da Science Translational Medicine, isso pode contribuir para o problema da resistência a antibióticos.
Veja: Tipos de fibras que mais ajudam a microbiota
Proteger as bactérias que convivem com o organismo
Claro, nem todas as bactérias são ruins. Aquelas que compõem a microbiota da pele são responsáveis por criar uma barreira protetora contra possíveis patógenos.
Portanto, seu cuidado torna-se essencial para desfrutar de uma pele macia, saudável e com defesas suficientes para cumprir sua função de barreira.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Agua: ¿cuánto tienes que beber todos los días? (2022, octubre 12). Mayo Clinic. https://www.mayoclinic.org/es-es/healthy-lifestyle/nutrition-and-healthy-eating/in-depth/water/art-20044256
- Álvarez Calatayud, Guillermo, Guarner, Francisco, Requena, Teresa, & Marcos, Ascensión. (2018). Dieta y microbiota. Impacto en la salud. Nutrición Hospitalaria, 35(spe6), 11-15. Epub 06 de julio de 2020. Consultado el 15 de junio de 2023. https://dx.doi.org/10.20960/nh.2280
-
Bouslimani, A., da Silva, R., Kosciolek, T., Janssen, S., Callewaert, C., Amir, A., Dorrestein, K., Melnik, A. V., Zaramela, L. S., Kim, J. N., Humphrey, G., Schwartz, T., Sanders, K., Brennan, C., Luzzatto-Knaan, T., Ackermann, G., McDonald, D., Zengler, K., Knight, R., & Dorrestein, P. C. (2019). The impact of skin care products on skin chemistry and microbiome dynamics. BMC biology, 17(1), 47. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6560912/
-
Flowers, L., & Grice, E. A. (2020). The Skin Microbiota: Balancing Risk and Reward. Cell host & microbe, 28(2), 190–200. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7444652/
- Gómez A. (2019). Biomedica : revista del Instituto Nacional de Salud, 39(4), 617–621.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7363347/ -
Harel, N., Reshef, L., Biran, D., Brenner, S., Ron, E. Z., & Gophna, U. (2022). Effect of Solar Radiation on Skin Microbiome: Study of Two Populations. Microorganisms, 10(8), 1523. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9415396/
-
Hou, K., Wu, Z. X., Chen, X. Y., Wang, J. Q., Zhang, D., Xiao, C., Zhu, D., Koya, J. B., Wei, L., Li, J., & Chen, Z. S. (2022). Microbiota in health and diseases. Signal transduction and targeted therapy, 7(1), 135. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9034083/
-
Jo, J. H., Harkins, C. P., Schwardt, N. H., Portillo, J. A., NISC Comparative Sequencing Program, Zimmerman, M. D., Carter, C. L., Hossen, M. A., Peer, C. J., Polley, E. C., Dartois, V., Figg, W. D., Moutsopoulos, N. M., Segre, J. A., & Kong, H. H. (2021). Alterations of human skin microbiome and expansion of antimicrobial resistance after systemic antibiotics. Science translational medicine, 13(625), eabd8077. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34936382/
- Patiño, L. A. & Morales, C. A. (2013). Microbiota de la piel: el ecosistema cutáneo. Rev Asoc Colomb Dermatol. 21: 2 (Abril-Junio), 147-158. Consultado el 15 de junio de 2023. https://revistasocolderma.org/sites/default/files/microbiota_de_la_piel_el_ecosistema_cutaneo.pdf
- Song, S. D., Acharya, K. D., Zhu, J. E., Deveney, C. M., Walther-Antonio, M. R. S., Tetel, M. J., & Chia, N. (2020). Daily Vaginal Microbiota Fluctuations Associated with Natural Hormonal Cycle, Contraceptives, Diet, and Exercise. mSphere, 5(4), e00593-20. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7343982/
- Thursby, E., & Juge, N. (2017). Introduction to the human gut microbiota. The Biochemical journal, 474(11), 1823–1836. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5433529/
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.