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Como o açúcar afeta o cérebro?

5 minutos
Consumir açúcar afeta o cérebro e pode ter outros efeitos negativos. Até o momento, foi demonstrado que ele pode ser viciante, além de desencadear inflamações ou reações de caráter emocional.
Como o açúcar afeta o cérebro?
Marta Guzmán

Escrito e verificado por a nutricionista Marta Guzmán

Escrito por Marta Guzmán
Última atualização: 25 maio, 2022

O açúcar afeta o cérebro e pode causar inúmeros problemas de saúde. O mais preocupante é que o açúcar é o composto que costuma estar mais frequentemente presente nos alimentos que comemos regularmente. Além disso, foi identificado que pode ser tão viciante quanto muitas drogas.

É essencial reduzir o consumo do açúcar na dieta para melhorar o estado de saúde e prevenir o aparecimento de doenças. Neste artigo, você descobrirá como o açúcar afeta o cérebro de forma negativa.

O açúcar e o cérebro

O que é o açúcar?

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Além do açúcar branco refinado que todos conhecemos, existem outros tipos de açúcar que podem estar presentes nos alimentos.

A primeira coisa que vem à mente quando pensamos na palavra açúcar é o açúcar branco que temos em casa. Consiste na sacarose, que é a forma mais comum em que podemos encontrá-lo.

Mas existem muitos outros tipos de açúcar, dependendo da sua estrutura química. Açúcares como a frutose, galactose, glicose, maltose ou lactose podem ser encontrados naturalmente nos alimentos, ou podem ser agregados como adoçantes ou conservantes.

Os fabricantes podem introduzi-los nos alimentos através de uma ampla variedade de nomes. Por isso é importante ler os rótulos nutricionais e conhecer os sinônimos do açúcar. 80% dos produtos processados ​​encontrados no supermercado contêm açúcares ocultos que consumimos sem perceber, sendo estes os que realmente devemos evitar.

A OMS recomenda reduzir o consumo de açúcar livre para menos de 10% da ingestão calórica total do dia (o açúcar livre é aquele que é adicionado aos alimentos, e não aquele encontrado naturalmente neles). A organização também incentiva que esse consumo caia para 5%, pois isso traria benefícios adicionais para a saúde,  conforme afirmado por uma pesquisa publicada na revista Diabetes Research and Clinical Practice. Essa medida é capaz de prevenir doenças como a diabetes e melhorar a sua gestão.

Você também pode estar interessado: É verdade que o açúcar melhora o desempenho mental?

Como o açúcar age no cérebro?

O cérebro, de acordo com um estudo publicado na revista Physiology & Behavior, consome 5,6 miligramas de glicose para cada 100 gramas de tecido cerebral por minuto. No cérebro de um indivíduo adulto, a maior demanda por energia vem dos neurônios.

Apesar de o cérebro representar menos de 2% do peso corporal, gasta até 20% da energia total da glicose produzida pelo organismo, ou seja, é o seu principal consumidor.

Quando você come alimentos que contêm açúcar, ao introduzi-los na boca e entrarem em contato com as papilas gustativas da língua, estas enviam sinais ativando os receptores da doçura no tronco cerebral e, a partir daí, para diferentes áreas do cérebro, onde o sinal recebido ativa o sistema de recompensa do cérebro.

Da mesma forma, também existem receptores de açúcar no sistema digestivo, que enviam sinais ao cérebro indicando se há ou não uma sensação de saciedade. Os efeitos do açúcar no cérebro explicam por que podemos ter dificuldade para controlar o seu consumo.

Provoca dependência

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O consumo de açúcar pode causar dependência. Isso ocorre porque ele desencadeia um efeito gratificante no cérebro ao ativar os sinais de recompensa.

O açúcar pode causar dependência, mas como isso acontece? O principal ativo do sistema de recompensa no cérebro é a dopamina. Foi demonstrado que, quando ingerimos alimentos ricos em açúcar, a resposta da dopamina por parte do cérebro não se estabiliza.

Portanto, quanto mais açúcar ingerimos, mais sinais de recompensa nosso cérebro continuará a enviar, assim como ocorre com algumas drogas, como a cocaína e a heroína.

Por isso, toda vez que comemos qualquer tipo de alimento açucarado, uma sensação gratificante é ativada em nosso cérebro, produzindo efeitos viciantes. Existem estudos, como o publicado em 2018 no British Journal of Sports Medicine, que afirmam que o consumo de açúcar é capaz de criar um vício.

Aumenta o risco de sofrer de certas doenças

Sabemos que o consumo excessivo de açúcar se reflete em doenças cardiovasculares, diabetes, fígado gorduroso, câncer, entre outras. No entanto, novas descobertas revelaram que ele também pode ter efeitos negativos no cérebro, causando inflamação ou reações de caráter emocional, tais como:

Um estudo publicado no Scientific Reports, que incluiu 264.000 adultos com mais de 50 anos acompanhados por 10 anos, mostrou que pessoas que bebiam mais de 4 latas de bebidas açucaradas diariamente tinham um risco maior de sofrer de depressão, em torno de 30%, em comparação com aquelas que não as consumiam.

Leia também: 4 bebidas para depurar açúcares e outros alimentos refinados do corpo

Causa problemas de aprendizagem e memória

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O consumo excessivo de açúcar está associado a problemas de memória e aprendizado.

Outro problema que as pessoas que consomem açúcar em excesso podem sofrer, segundo estudos científicos, é ter uma memória pior que as que o consomem pouco. Isso ocorre porque, quando há altos níveis de glicose no sangue, o cérebro tenta metabolizá-la, causando danos ao hipocampo.

O hipocampo é a área do sistema nervoso central onde as idéias e memórias são formadas, organizadas e armazenadas. Dessa forma, quanto mais açúcar é fornecido ao cérebro, mais saturado ele fica. Com o tempo, isso pode levar à deterioração neurológica, causando deficiências na memória e nas habilidades de raciocínio.

O consumo de açúcar afeta negativamente o cérebro

Como a ciência mostra, existe uma forte relação entre a ingestão regular de açúcar e um risco subsequente de doença mental. Isso ocorre porque esta substância pode causar um efeito neurotóxico no cérebro.

Portanto, é aconselhável eliminar ou reduzir ao mínimo o açúcar refinado, os produtos ultraprocessados, os cereais matinais, os molhos e bebidas açucaradas.

O açúcar afeta o cérebro e pode causar inúmeros problemas de saúde. O mais preocupante é que o açúcar é o composto que costuma estar mais frequentemente presente nos alimentos que comemos regularmente. Além disso, foi identificado que pode ser tão viciante quanto muitas drogas.

É essencial reduzir o consumo do açúcar na dieta para melhorar o estado de saúde e prevenir o aparecimento de doenças. Neste artigo, você descobrirá como o açúcar afeta o cérebro de forma negativa.

O açúcar e o cérebro

O que é o açúcar?

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Além do açúcar branco refinado que todos conhecemos, existem outros tipos de açúcar que podem estar presentes nos alimentos.

A primeira coisa que vem à mente quando pensamos na palavra açúcar é o açúcar branco que temos em casa. Consiste na sacarose, que é a forma mais comum em que podemos encontrá-lo.

Mas existem muitos outros tipos de açúcar, dependendo da sua estrutura química. Açúcares como a frutose, galactose, glicose, maltose ou lactose podem ser encontrados naturalmente nos alimentos, ou podem ser agregados como adoçantes ou conservantes.

Os fabricantes podem introduzi-los nos alimentos através de uma ampla variedade de nomes. Por isso é importante ler os rótulos nutricionais e conhecer os sinônimos do açúcar. 80% dos produtos processados ​​encontrados no supermercado contêm açúcares ocultos que consumimos sem perceber, sendo estes os que realmente devemos evitar.

A OMS recomenda reduzir o consumo de açúcar livre para menos de 10% da ingestão calórica total do dia (o açúcar livre é aquele que é adicionado aos alimentos, e não aquele encontrado naturalmente neles). A organização também incentiva que esse consumo caia para 5%, pois isso traria benefícios adicionais para a saúde,  conforme afirmado por uma pesquisa publicada na revista Diabetes Research and Clinical Practice. Essa medida é capaz de prevenir doenças como a diabetes e melhorar a sua gestão.

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Como o açúcar age no cérebro?

O cérebro, de acordo com um estudo publicado na revista Physiology & Behavior, consome 5,6 miligramas de glicose para cada 100 gramas de tecido cerebral por minuto. No cérebro de um indivíduo adulto, a maior demanda por energia vem dos neurônios.

Apesar de o cérebro representar menos de 2% do peso corporal, gasta até 20% da energia total da glicose produzida pelo organismo, ou seja, é o seu principal consumidor.

Quando você come alimentos que contêm açúcar, ao introduzi-los na boca e entrarem em contato com as papilas gustativas da língua, estas enviam sinais ativando os receptores da doçura no tronco cerebral e, a partir daí, para diferentes áreas do cérebro, onde o sinal recebido ativa o sistema de recompensa do cérebro.

Da mesma forma, também existem receptores de açúcar no sistema digestivo, que enviam sinais ao cérebro indicando se há ou não uma sensação de saciedade. Os efeitos do açúcar no cérebro explicam por que podemos ter dificuldade para controlar o seu consumo.

Provoca dependência

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O consumo de açúcar pode causar dependência. Isso ocorre porque ele desencadeia um efeito gratificante no cérebro ao ativar os sinais de recompensa.

O açúcar pode causar dependência, mas como isso acontece? O principal ativo do sistema de recompensa no cérebro é a dopamina. Foi demonstrado que, quando ingerimos alimentos ricos em açúcar, a resposta da dopamina por parte do cérebro não se estabiliza.

Portanto, quanto mais açúcar ingerimos, mais sinais de recompensa nosso cérebro continuará a enviar, assim como ocorre com algumas drogas, como a cocaína e a heroína.

Por isso, toda vez que comemos qualquer tipo de alimento açucarado, uma sensação gratificante é ativada em nosso cérebro, produzindo efeitos viciantes. Existem estudos, como o publicado em 2018 no British Journal of Sports Medicine, que afirmam que o consumo de açúcar é capaz de criar um vício.

Aumenta o risco de sofrer de certas doenças

Sabemos que o consumo excessivo de açúcar se reflete em doenças cardiovasculares, diabetes, fígado gorduroso, câncer, entre outras. No entanto, novas descobertas revelaram que ele também pode ter efeitos negativos no cérebro, causando inflamação ou reações de caráter emocional, tais como:

Um estudo publicado no Scientific Reports, que incluiu 264.000 adultos com mais de 50 anos acompanhados por 10 anos, mostrou que pessoas que bebiam mais de 4 latas de bebidas açucaradas diariamente tinham um risco maior de sofrer de depressão, em torno de 30%, em comparação com aquelas que não as consumiam.

Leia também: 4 bebidas para depurar açúcares e outros alimentos refinados do corpo

Causa problemas de aprendizagem e memória

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O consumo excessivo de açúcar está associado a problemas de memória e aprendizado.

Outro problema que as pessoas que consomem açúcar em excesso podem sofrer, segundo estudos científicos, é ter uma memória pior que as que o consomem pouco. Isso ocorre porque, quando há altos níveis de glicose no sangue, o cérebro tenta metabolizá-la, causando danos ao hipocampo.

O hipocampo é a área do sistema nervoso central onde as idéias e memórias são formadas, organizadas e armazenadas. Dessa forma, quanto mais açúcar é fornecido ao cérebro, mais saturado ele fica. Com o tempo, isso pode levar à deterioração neurológica, causando deficiências na memória e nas habilidades de raciocínio.

O consumo de açúcar afeta negativamente o cérebro

Como a ciência mostra, existe uma forte relação entre a ingestão regular de açúcar e um risco subsequente de doença mental. Isso ocorre porque esta substância pode causar um efeito neurotóxico no cérebro.

Portanto, é aconselhável eliminar ou reduzir ao mínimo o açúcar refinado, os produtos ultraprocessados, os cereais matinais, os molhos e bebidas açucaradas.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Sainsbury E., Kizirian NV., Partridge SR., Gill T., Colgiuri S., Gibson AA., Effect of dietary carbohydrate restriction on glycemic control in adults with diabetes: a systematic review and meta analysis. Diabetes Res Clin Pract, 2018. 139: 239-252.
  • Murray S., Tulloch A., Avena NM., Recent studies of the effects of sugars on brain systems involved in energy balance and reward: relevance to low calorie sweeteners. Physiology & Behavior, 2016.
  • DiNicolantonio JJ., O’Keefe JH., Wilson WL., Sugar addiction: is it real? a narrative review. Br J Sports Med, 2018. 52 (14): 910-913.
  • Knuppel A., Shipley MJ., Llewellyn CH., Brunner EJ., Sugar intake from sweet food and beverages, common mental disorder and depression: prospective findings from the whitehall II Study. Sci Rep, 2017.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.