Como a nutrigenômica contribui para a sua saúde?
Escrito e verificado por a nutricionista Maria Patricia Pinero Corredor
Os avanços tecnológicos e médicos sempre andaram de mãos dadas. Seu finalidade consiste em resolver problemas de saúde. A nutrigenômica é um exemplo de mudanças tecnológicas a serviço da humanidade. Perscrutar nossos genes para descobrir como os nutrientes que ingerimos podem nos afetar significa individualizar completamente a nossa dieta.
É assim que a nutrigenômica fornece mais informações sobre como escolher os melhores alimentos ou as dietas mais convenientes para o nosso genoma. Esse ramo da ciência pode ajudar a prevenir doenças, promover a perda de peso, melhorar o desempenho esportivo e muito mais.
Continue com a gente para conhecer o alcance dessa tecnologia que personaliza o seu estilo de vida e te proporciona uma saúde melhor.
O que é nutrigenômica?
No século 21, foram obtidas informações sobre o genoma humano completo. E com isso, a relação entre DNA e saúde.
Após essa descoberta, surgiram outros ramos da nutrição molecular, como a nutrigenômica, que se concentra no estudo dos efeitos dos nutrientes no genoma, nas proteínas e no metabolismo do corpo.
De outra perspectiva, a nutrigenômica identifica nutrientes específicos relacionados a doenças. É assim que foram estabelecidos fortes vínculos entre alimentação e genes, bem como com o estilo de vida.
Portanto, esse campo do saber atua em uma tríade:
- Genoma humano.
- Nutrição.
- Saúde
Representa a base da medicina preventiva do futuro.
Outros conceitos que surgiram foram os de nutrigenética e epigenética. O primeiro refere-se a como os genes podem condicionar as necessidades nutricionais. O segundo, a como fatores externos modificam a expressão dos genes.
A identificação de certos genes pode prever como cada organismo responderá a determinados nutrientes. Por exemplo, o gene FTO está relacionado ao gasto energético e metabolismo, afetando o controle de peso e a composição corporal. Portanto, um nutricionista pode ajudá-lo a escolher a melhor dieta para evitar o sobrepeso e a obesidade.
Leia também: Tudo o que você precisa saber sobre DNA
Em que se baseia a nutrigenômica?
A nutrigenômica é baseada em 3 princípios:
- Os nutrientes e compostos bioquímicos que ingerimos em nossa dieta interagem com o genoma. Essa relação pode ser direta ou indireta e regula a expressão gênica.
- Alguns genes regulados pela dieta desempenham um papel importante na origem, incidência, progressão ou gravidade de doenças crônicas.
- As variações genéticas entre os indivíduos podem influenciar a forma como metabolizamos os nutrientes.
Objetivos da nutrigenômica para a saúde
A nutrigenômica adquire uma especial relevância na medicina de precisão, adaptando medidas preventivas e tratamentos às características particulares de cada pessoa. Ela busca atingir os seguintes objetivos :
- Provocar alterações no metabolismo celular e nos perfis metabólicos, a fim de prevenir, mitigar, prever e curar doenças. Especialmente aquelas em que o fator nutricional é o elemento de causa mais importante.
- Descobrir quais componentes da dieta trazem benefícios para a saúde.
- Entender como nossos genes interagem com os diferentes elementos nutricionais.
- Determinar a dose adequada que devemos consumir de nutrientes.
- Desenvolver recomendações de dieta individuais. Dessa forma, os planos nutricionais seriam mais eficientes.
Embora existam muitas respostas, ainda há muito para se fazer. Além disso, existem algumas doenças complexas em que a nutrição é apenas parte do total de fatores. É o caso das doenças cardiovasculares e da obesidade, por exemplo.
Aplicações da nutrigenômica na saúde
Na nutrigenômica houve alguns avanços para que a nutrição contribua para recuperar a saúde. Aqui os explicamos.
Desenvolvimento de portfólios alimentares
Uma das aplicações mais difundidas da nutrigenômica é o desenvolvimento de portfólios alimentares ou PAs para doenças específicas. Esses portfólios são criados com a combinação de dois ou mais alimentos funcionais que são projetados para uma patologia ou grupo específico.
O mais importante do PA é que ela se baseia em evidências científicas que comprovam o efeito de cada nutriente na saúde. Até agora, sabe-se que existem vários PAs para diferentes doenças, embora nem todos funcionem adequadamente.
Um exemplo é o portfólio desenvolvido para síndrome metabólica (obesidade, pressão alta, aumento de açúcar no sangue, triglicerídeos elevados e colesterol HDL baixo). O PA dessa doença inclui 4 alimentos funcionais: proteína de soja, aveia, sementes de chia e nopal desidratado. Cada um desses alimentos foi estudado e demonstrou ter um efeito na síndrome metabólica, incluindo a ativação e transcrição de genes.
Fornece evidências sobre as dietas mais saudáveis
Até agora existem vários estudos que demonstram o efeito da dieta mediterrânea no genoma. Assim, esse tipo de programa alimentar é recomendado para pessoas mais suscetíveis ou com risco de adoecer.
Em geral, o padrão da dieta mediterrânea é caracterizado pelo seguinte:
- Um alto consumo de vegetais, frutas, grãos integrais, legumes e oleaginosas.
- Predominância de gorduras monoinsaturadas, como o azeite de oliva.
- Alto consumo de peixe.
- Quantidades moderadas de aves e derivados de leite.
- Baixo consumo de carne vermelha e seus derivados.
- Consumo moderado de álcool, como o vinho tinto.
Evidências indicam que o estilo mediterrâneo de dieta pode combater o risco genético. Em particular, as interações que esse tipo de dieta possui com o gene FTO da obesidade e o MC4R que determina o risco de diabetes. Da mesma forma, foi estabelecida sua interação genética com o risco de hipertrigliceridemia.
Leia também: Dieta do paradoxo dos vegetais: o que é, como funciona e quais são seus riscos
Ajuda a tomar melhores decisões nutricionais
A nutrigenômica fornece informações que ajudam a discernir se é ou não conveniente consumir determinados alimentos. Essas decisões podem melhorar, recuperar ou prevenir algumas condições de saúde. Por exemplo, se a pessoa é propensa a ter pressão alta ou colesterol alto, será planejada uma dieta com o objetivo de reduzir a ingestão de sódio e de gordura saturada.
Caso você goste de comer doces, é possível estabelecer um plano para combater essa condição e prevenir o desenvolvimento de diabetes tipo 2. Da mesma forma, pode-se saber se uma dieta rica em proteínas ajuda na perda de peso. Em caso afirmativo, elabora-se um plano com base nesse resultado.
Dessa forma, a informação genética permitirá uma vida mais saudável, modificando os fatores externos relacionados à alimentação e à saúde.
Como são aplicados os testes nutrigenômicos?
Para obter informações genéticas, retira-se uma simples amostra do interior da boca. Em seguida, ele é enviado ao laboratório para análise e é preciso esperar algumas semanas para obter os resultados acerca das variações genéticas.
Deve ficar claro que os resultados do teste mostram o potencial para uma condição de saúde e como o corpo responderá a certos nutrientes. Estamos falando de probabilidades; portanto, não significa que seja um fato.
Além disso, os resultados devem ser orientados por um nutricionista com formação em nutrigenômica. O profissional explicará o seu efeito para a saúde e os alimentos ou nutrientes a serem selecionados.
A nutrigenômica é uma ferramenta eficiente para melhorar sua saúde?
A nutrição personalizada, baseada na genética, predisposições e preferências, pode substituir as recomendações nutricionais gerais no futuro. A tomada de decisão será mais confiável. No entanto, devemos lembrar que a tendência é uma previsão e não uma garantia.
Um grande avanço da nutrigenômica é que com ela podem ser conhecidos os mecanismos de ação dos nutrientes para prevenir ou se curar de certas doenças. Da mesma forma, a indústria alimentícia pode desenvolver novos produtos dietéticos que tragam benefícios para a saúde.
Ainda são necessários mais estudos para determinar a suscetibilidade individual a alguns distúrbios de saúde e implementar medidas para preveni-los. Com tudo isso, busca-se melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Os avanços tecnológicos e médicos sempre andaram de mãos dadas. Seu finalidade consiste em resolver problemas de saúde. A nutrigenômica é um exemplo de mudanças tecnológicas a serviço da humanidade. Perscrutar nossos genes para descobrir como os nutrientes que ingerimos podem nos afetar significa individualizar completamente a nossa dieta.
É assim que a nutrigenômica fornece mais informações sobre como escolher os melhores alimentos ou as dietas mais convenientes para o nosso genoma. Esse ramo da ciência pode ajudar a prevenir doenças, promover a perda de peso, melhorar o desempenho esportivo e muito mais.
Continue com a gente para conhecer o alcance dessa tecnologia que personaliza o seu estilo de vida e te proporciona uma saúde melhor.
O que é nutrigenômica?
No século 21, foram obtidas informações sobre o genoma humano completo. E com isso, a relação entre DNA e saúde.
Após essa descoberta, surgiram outros ramos da nutrição molecular, como a nutrigenômica, que se concentra no estudo dos efeitos dos nutrientes no genoma, nas proteínas e no metabolismo do corpo.
De outra perspectiva, a nutrigenômica identifica nutrientes específicos relacionados a doenças. É assim que foram estabelecidos fortes vínculos entre alimentação e genes, bem como com o estilo de vida.
Portanto, esse campo do saber atua em uma tríade:
- Genoma humano.
- Nutrição.
- Saúde
Representa a base da medicina preventiva do futuro.
Outros conceitos que surgiram foram os de nutrigenética e epigenética. O primeiro refere-se a como os genes podem condicionar as necessidades nutricionais. O segundo, a como fatores externos modificam a expressão dos genes.
A identificação de certos genes pode prever como cada organismo responderá a determinados nutrientes. Por exemplo, o gene FTO está relacionado ao gasto energético e metabolismo, afetando o controle de peso e a composição corporal. Portanto, um nutricionista pode ajudá-lo a escolher a melhor dieta para evitar o sobrepeso e a obesidade.
Leia também: Tudo o que você precisa saber sobre DNA
Em que se baseia a nutrigenômica?
A nutrigenômica é baseada em 3 princípios:
- Os nutrientes e compostos bioquímicos que ingerimos em nossa dieta interagem com o genoma. Essa relação pode ser direta ou indireta e regula a expressão gênica.
- Alguns genes regulados pela dieta desempenham um papel importante na origem, incidência, progressão ou gravidade de doenças crônicas.
- As variações genéticas entre os indivíduos podem influenciar a forma como metabolizamos os nutrientes.
Objetivos da nutrigenômica para a saúde
A nutrigenômica adquire uma especial relevância na medicina de precisão, adaptando medidas preventivas e tratamentos às características particulares de cada pessoa. Ela busca atingir os seguintes objetivos :
- Provocar alterações no metabolismo celular e nos perfis metabólicos, a fim de prevenir, mitigar, prever e curar doenças. Especialmente aquelas em que o fator nutricional é o elemento de causa mais importante.
- Descobrir quais componentes da dieta trazem benefícios para a saúde.
- Entender como nossos genes interagem com os diferentes elementos nutricionais.
- Determinar a dose adequada que devemos consumir de nutrientes.
- Desenvolver recomendações de dieta individuais. Dessa forma, os planos nutricionais seriam mais eficientes.
Embora existam muitas respostas, ainda há muito para se fazer. Além disso, existem algumas doenças complexas em que a nutrição é apenas parte do total de fatores. É o caso das doenças cardiovasculares e da obesidade, por exemplo.
Aplicações da nutrigenômica na saúde
Na nutrigenômica houve alguns avanços para que a nutrição contribua para recuperar a saúde. Aqui os explicamos.
Desenvolvimento de portfólios alimentares
Uma das aplicações mais difundidas da nutrigenômica é o desenvolvimento de portfólios alimentares ou PAs para doenças específicas. Esses portfólios são criados com a combinação de dois ou mais alimentos funcionais que são projetados para uma patologia ou grupo específico.
O mais importante do PA é que ela se baseia em evidências científicas que comprovam o efeito de cada nutriente na saúde. Até agora, sabe-se que existem vários PAs para diferentes doenças, embora nem todos funcionem adequadamente.
Um exemplo é o portfólio desenvolvido para síndrome metabólica (obesidade, pressão alta, aumento de açúcar no sangue, triglicerídeos elevados e colesterol HDL baixo). O PA dessa doença inclui 4 alimentos funcionais: proteína de soja, aveia, sementes de chia e nopal desidratado. Cada um desses alimentos foi estudado e demonstrou ter um efeito na síndrome metabólica, incluindo a ativação e transcrição de genes.
Fornece evidências sobre as dietas mais saudáveis
Até agora existem vários estudos que demonstram o efeito da dieta mediterrânea no genoma. Assim, esse tipo de programa alimentar é recomendado para pessoas mais suscetíveis ou com risco de adoecer.
Em geral, o padrão da dieta mediterrânea é caracterizado pelo seguinte:
- Um alto consumo de vegetais, frutas, grãos integrais, legumes e oleaginosas.
- Predominância de gorduras monoinsaturadas, como o azeite de oliva.
- Alto consumo de peixe.
- Quantidades moderadas de aves e derivados de leite.
- Baixo consumo de carne vermelha e seus derivados.
- Consumo moderado de álcool, como o vinho tinto.
Evidências indicam que o estilo mediterrâneo de dieta pode combater o risco genético. Em particular, as interações que esse tipo de dieta possui com o gene FTO da obesidade e o MC4R que determina o risco de diabetes. Da mesma forma, foi estabelecida sua interação genética com o risco de hipertrigliceridemia.
Leia também: Dieta do paradoxo dos vegetais: o que é, como funciona e quais são seus riscos
Ajuda a tomar melhores decisões nutricionais
A nutrigenômica fornece informações que ajudam a discernir se é ou não conveniente consumir determinados alimentos. Essas decisões podem melhorar, recuperar ou prevenir algumas condições de saúde. Por exemplo, se a pessoa é propensa a ter pressão alta ou colesterol alto, será planejada uma dieta com o objetivo de reduzir a ingestão de sódio e de gordura saturada.
Caso você goste de comer doces, é possível estabelecer um plano para combater essa condição e prevenir o desenvolvimento de diabetes tipo 2. Da mesma forma, pode-se saber se uma dieta rica em proteínas ajuda na perda de peso. Em caso afirmativo, elabora-se um plano com base nesse resultado.
Dessa forma, a informação genética permitirá uma vida mais saudável, modificando os fatores externos relacionados à alimentação e à saúde.
Como são aplicados os testes nutrigenômicos?
Para obter informações genéticas, retira-se uma simples amostra do interior da boca. Em seguida, ele é enviado ao laboratório para análise e é preciso esperar algumas semanas para obter os resultados acerca das variações genéticas.
Deve ficar claro que os resultados do teste mostram o potencial para uma condição de saúde e como o corpo responderá a certos nutrientes. Estamos falando de probabilidades; portanto, não significa que seja um fato.
Além disso, os resultados devem ser orientados por um nutricionista com formação em nutrigenômica. O profissional explicará o seu efeito para a saúde e os alimentos ou nutrientes a serem selecionados.
A nutrigenômica é uma ferramenta eficiente para melhorar sua saúde?
A nutrição personalizada, baseada na genética, predisposições e preferências, pode substituir as recomendações nutricionais gerais no futuro. A tomada de decisão será mais confiável. No entanto, devemos lembrar que a tendência é uma previsão e não uma garantia.
Um grande avanço da nutrigenômica é que com ela podem ser conhecidos os mecanismos de ação dos nutrientes para prevenir ou se curar de certas doenças. Da mesma forma, a indústria alimentícia pode desenvolver novos produtos dietéticos que tragam benefícios para a saúde.
Ainda são necessários mais estudos para determinar a suscetibilidade individual a alguns distúrbios de saúde e implementar medidas para preveni-los. Com tudo isso, busca-se melhorar a qualidade de vida das pessoas.
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