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Cleitrofobia ou medo de ficar preso: causas e tratamento

5 minutos
Para o tratamento da cleitrofobia, as técnicas propostas pela terapia cognitivo-comportamental são frequentemente muito úteis. A que se refere esta fobia?
Cleitrofobia ou medo de ficar preso: causas e tratamento
Maria Fatima Seppi Vinuales

Escrito e verificado por a psicóloga Maria Fatima Seppi Vinuales

Última atualização: 29 março, 2023

Cleitrofobia é o termo usado para se referir à fobia específica que envolve o medo de ficar preso. Pode ser acionado ao ficar trancado em espaços comuns como banheiro, elevador ou quartos pequenos.

Tenha em mente que medos e fobias não são o mesmo. Enquanto o medo é adaptativo e predispõe à ação, a fobia paralisa. É uma forma de ansiedade em que o medo é intenso, persistente e irracional.

Neste caso particular, pode desencadear episódios de pânico em situações em que a pessoa se sinta aprisionada. A condição afeta crianças e adultos e pode coexistir com a claustrofobia, com a qual é frequentemente confundida. Quais são seus principais sintomas? Como é abordada? A seguir, detalhamos.

Sintomas da Cleitrofobia

Como a maioria das fobias, a cleitrofobia causa uma ativação do sistema nervoso simpático antes do que é percebido como um sinal ou estímulo de perigo. Assim, alguns dos sintomas mais frequentes são os seguintes:

  • Aumento da frequência cardíaca.
  • Dificuldade em respirar ou hiperventilação.
  • Sudorese.
  • Tontura.
  • Náusea.
  • Tremor de mãos.
  • Bloqueio ou imobilidade.
  • Ataque de pânico, com sensação crescente de medo da morte por estar confinado em um espaço pequeno.

O problema com os sintomas é que a pessoa não apenas começa a temer o objeto ou a situação fóbica em si, mas também começa a temer os sintomas, aumentando assim sua ansiedade. Isso reforça a evitação da situação e a pessoa começa a se isolar.

Veja: Mulher luta contra a gordofobia ao recriar looks das famosas: beleza e elegância não requerem corpo super magro

É o mesmo que claustrofobia?

Não, não são iguais, embora um possa acompanhar o outro. Isso acontece porque ter uma fobia de um tipo aumenta a probabilidade de ter uma semelhante. Por exemplo, se tenho medo de gatos, posso desenvolver uma fobia de cães.

O mesmo se aplica à cleitrofobia e à claustrofobia. É o medo do confinamento, de um espaço fechado, enquanto a cleitrofobia implica o medo de ficar trancado, de não poder sair ou escapar.

A diferença delas é sutil. Para exemplificar, se estivermos em um elevador, seria um caso de cleitrofobia se houver medo de ficar trancado. Também de claustrofobia se houver medo de entrar no elevador devido ao fato de ser um local fechado.

Outro exemplo de cleitrofobia também pode ser o medo de ficar preso e não conseguir escapar quando estamos presos a um arnês, em um parque de diversões, mesmo que seja um espaço aberto.

O que causa isso?

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Algumas experiências traumáticas durante a infância podem levar à cleitrofobia.

Em relação à gênese e manutenção da cleitrofobia, uma de suas origens pode ser encontrada nas experiências diretas da pessoa. Por exemplo, ficar trancado em um elevador por muito tempo.

Deve-se esclarecer que esse fato per se não implica necessariamente que uma fobia se desenvolva, mas a frequência e a gravidade dela sim. Por outro lado, se depois disso não houve exposição, presença ou contato com a situação temida, aumenta a possibilidade de ela se tornar um estímulo aversivo.

Outras explicações possíveis têm a ver com a aprendizagem vicária; ou seja, ter visto uma pessoa em situação semelhante (modelagem). Também para a transmissão de informações negativas sobre determinadas situações.

Por exemplo, se durante a infância os pais nos diziam constantemente para ter cuidado porque poderíamos ficar trancados em um elevador. No entanto, essas três formas podem interagir e se reforçar mutuamente.

Um alto nível de estresse é uma variável que também intervém. Isso pode acentuar tanto a experiência direta quanto o impacto da informação recebida e da situação observada. O mesmo vale para pensamentos tendenciosos, que dão mais ênfase aos sinais de perigo.

Veja: Como identificar a ansiedade infantil?

Como a cleitrofobia pode ser tratada?

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O apoio psicológico é essencial para pessoas que sofrem de cleitrofobia.

Para o tratamento de fobias, as técnicas propostas pela terapia cognitivo-comportamental costumam ser muito úteis. A psicoeducação é uma das mais relevantes, pois permite fornecer informações ao paciente sobre as fobias, a forma como se apresentam e como influenciam os pensamentos e comportamentos.

Outra das técnicas tem a ver com a exposição gradual ao estímulo fóbico ou aversivo, ou seja, aquele que se evita. Isso implica um planejamento, passo a passo, das diferentes situações às quais a pessoa será exposta. Este é escolhido com base na elaboração prévia de uma hierarquia de medos.

Da mesma forma, trabalha-se a imaginação de uma situação, ou também a visualização de uma situação semelhante, para depois confrontar a pessoa com a situação temida. Em alguns casos, já é utilizado o uso da realidade virtual como ferramenta.

Como já mencionamos, em muitos casos a ansiedade gerada por uma fobia aumenta porque os pacientes começam a temer seus sintomas. Para isso, também trabalhamos a exposição interoceptiva.

Consiste na pessoa experimentar essas sensações temidas e desagradáveis para que as identifique quando elas aparecerem, aprenda a controlá-las e perca o medo. Esse controle é obtido ensinando técnicas de relaxamento ao mesmo tempo.

Às vezes, se trabalha a reestruturação cognitiva, por meio da qual a pessoa aprende a questionar seus pensamentos. Em muitos casos, o paciente é apresentado com o modelo ABC de Ellis.

Este busca expor a forma como diante de um evento ou estímulo (A), nosso sistema de crenças (B) é ativado, o que nos leva a executar determinados comportamentos. A intenção é que o paciente aprenda a questionar essas crenças preconceituosas ou irracionais e sugerir novas.

É importante abordar essa fobia

Existem algumas fobias que são realmente limitantes, pois fazem parte do nosso dia a dia. Não enfrentá-las leva a uma grande deterioração do próprio desempenho e dos relacionamentos.

A cleitrofobia é uma delas, pois qualquer lugar ou objeto que impeça a fuga ou dificulte a saída pode ser interpretado como um perigo potencial. Portanto, você deve dar a atenção que merece e buscar a ajuda adequada para lidar com isso.

Cleitrofobia é o termo usado para se referir à fobia específica que envolve o medo de ficar preso. Pode ser acionado ao ficar trancado em espaços comuns como banheiro, elevador ou quartos pequenos.

Tenha em mente que medos e fobias não são o mesmo. Enquanto o medo é adaptativo e predispõe à ação, a fobia paralisa. É uma forma de ansiedade em que o medo é intenso, persistente e irracional.

Neste caso particular, pode desencadear episódios de pânico em situações em que a pessoa se sinta aprisionada. A condição afeta crianças e adultos e pode coexistir com a claustrofobia, com a qual é frequentemente confundida. Quais são seus principais sintomas? Como é abordada? A seguir, detalhamos.

Sintomas da Cleitrofobia

Como a maioria das fobias, a cleitrofobia causa uma ativação do sistema nervoso simpático antes do que é percebido como um sinal ou estímulo de perigo. Assim, alguns dos sintomas mais frequentes são os seguintes:

  • Aumento da frequência cardíaca.
  • Dificuldade em respirar ou hiperventilação.
  • Sudorese.
  • Tontura.
  • Náusea.
  • Tremor de mãos.
  • Bloqueio ou imobilidade.
  • Ataque de pânico, com sensação crescente de medo da morte por estar confinado em um espaço pequeno.

O problema com os sintomas é que a pessoa não apenas começa a temer o objeto ou a situação fóbica em si, mas também começa a temer os sintomas, aumentando assim sua ansiedade. Isso reforça a evitação da situação e a pessoa começa a se isolar.

Veja: Mulher luta contra a gordofobia ao recriar looks das famosas: beleza e elegância não requerem corpo super magro

É o mesmo que claustrofobia?

Não, não são iguais, embora um possa acompanhar o outro. Isso acontece porque ter uma fobia de um tipo aumenta a probabilidade de ter uma semelhante. Por exemplo, se tenho medo de gatos, posso desenvolver uma fobia de cães.

O mesmo se aplica à cleitrofobia e à claustrofobia. É o medo do confinamento, de um espaço fechado, enquanto a cleitrofobia implica o medo de ficar trancado, de não poder sair ou escapar.

A diferença delas é sutil. Para exemplificar, se estivermos em um elevador, seria um caso de cleitrofobia se houver medo de ficar trancado. Também de claustrofobia se houver medo de entrar no elevador devido ao fato de ser um local fechado.

Outro exemplo de cleitrofobia também pode ser o medo de ficar preso e não conseguir escapar quando estamos presos a um arnês, em um parque de diversões, mesmo que seja um espaço aberto.

O que causa isso?

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Algumas experiências traumáticas durante a infância podem levar à cleitrofobia.

Em relação à gênese e manutenção da cleitrofobia, uma de suas origens pode ser encontrada nas experiências diretas da pessoa. Por exemplo, ficar trancado em um elevador por muito tempo.

Deve-se esclarecer que esse fato per se não implica necessariamente que uma fobia se desenvolva, mas a frequência e a gravidade dela sim. Por outro lado, se depois disso não houve exposição, presença ou contato com a situação temida, aumenta a possibilidade de ela se tornar um estímulo aversivo.

Outras explicações possíveis têm a ver com a aprendizagem vicária; ou seja, ter visto uma pessoa em situação semelhante (modelagem). Também para a transmissão de informações negativas sobre determinadas situações.

Por exemplo, se durante a infância os pais nos diziam constantemente para ter cuidado porque poderíamos ficar trancados em um elevador. No entanto, essas três formas podem interagir e se reforçar mutuamente.

Um alto nível de estresse é uma variável que também intervém. Isso pode acentuar tanto a experiência direta quanto o impacto da informação recebida e da situação observada. O mesmo vale para pensamentos tendenciosos, que dão mais ênfase aos sinais de perigo.

Veja: Como identificar a ansiedade infantil?

Como a cleitrofobia pode ser tratada?

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O apoio psicológico é essencial para pessoas que sofrem de cleitrofobia.

Para o tratamento de fobias, as técnicas propostas pela terapia cognitivo-comportamental costumam ser muito úteis. A psicoeducação é uma das mais relevantes, pois permite fornecer informações ao paciente sobre as fobias, a forma como se apresentam e como influenciam os pensamentos e comportamentos.

Outra das técnicas tem a ver com a exposição gradual ao estímulo fóbico ou aversivo, ou seja, aquele que se evita. Isso implica um planejamento, passo a passo, das diferentes situações às quais a pessoa será exposta. Este é escolhido com base na elaboração prévia de uma hierarquia de medos.

Da mesma forma, trabalha-se a imaginação de uma situação, ou também a visualização de uma situação semelhante, para depois confrontar a pessoa com a situação temida. Em alguns casos, já é utilizado o uso da realidade virtual como ferramenta.

Como já mencionamos, em muitos casos a ansiedade gerada por uma fobia aumenta porque os pacientes começam a temer seus sintomas. Para isso, também trabalhamos a exposição interoceptiva.

Consiste na pessoa experimentar essas sensações temidas e desagradáveis para que as identifique quando elas aparecerem, aprenda a controlá-las e perca o medo. Esse controle é obtido ensinando técnicas de relaxamento ao mesmo tempo.

Às vezes, se trabalha a reestruturação cognitiva, por meio da qual a pessoa aprende a questionar seus pensamentos. Em muitos casos, o paciente é apresentado com o modelo ABC de Ellis.

Este busca expor a forma como diante de um evento ou estímulo (A), nosso sistema de crenças (B) é ativado, o que nos leva a executar determinados comportamentos. A intenção é que o paciente aprenda a questionar essas crenças preconceituosas ou irracionais e sugerir novas.

É importante abordar essa fobia

Existem algumas fobias que são realmente limitantes, pois fazem parte do nosso dia a dia. Não enfrentá-las leva a uma grande deterioração do próprio desempenho e dos relacionamentos.

A cleitrofobia é uma delas, pois qualquer lugar ou objeto que impeça a fuga ou dificulte a saída pode ser interpretado como um perigo potencial. Portanto, você deve dar a atenção que merece e buscar a ajuda adequada para lidar com isso.


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  • Bados, A. (2009). Fobias específicas. Departament de personalitat, Avaluacio y Tractament Psicologics: Universidad de Barcelona.
  • Bados, A., y García, E. (2011). Técnicas de Exposición. Departamento de Personalidad,
    Evaluación y Tratamiento Psicológicos Facultad de Psicología, Universidad de
    Barcelona.
  • Otto, M.W., Smits, J.A., Reese, H.E. (2004). Cognitive-behavioral therapy for the treatment of
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  • Samra CK, Abdijadid S. Specific Phobia. [Updated 2022 May 8]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2022 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK499923/

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