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Casal decide devolver criança africana adotada após conhecer sua história

5 minutos
Conheça a história de um casal que decidiu devolver a criança que tinham adotado após descobrir que na verdade ela tinha uma família.
Casal decide devolver criança africana adotada após conhecer sua história
Escrito por Equipe Editorial
Última atualização: 14 março, 2022

É cada vez mais comum ouvir relatos de famílias com boas condições financeiras que escolhem adotar crianças de países mais pobres com o intuito de oferecer a elas uma vida melhor. Hoje mostraremos um caso surpreendente: um casal decide devolver a criança africana adotada após descobrir sua verdadeira história.

A fotógrafa americana Jessica Davis sempre teve o sonho de adotar uma criança necessitada, abrindo sua casa e seu coração para a chegada de uma nova filha. Ela e o marido, Adam, estavam decididos a realizar esse objetivo mesmo já tendo quatro filhos biológicos.

Eles pesquisaram de forma profunda sobre o processo de adoção, de forma a fazer tudo da maneira mais ética possível, seguindo todas as leis relacionadas ao assunto. Ambos entendiam essa adoção como uma forma de retribuir ao universo a abundância que tiveram em suas vidas.

Jessica optou por adotar uma criança de outro país pois acreditava que elas poderiam precisar de mais ajuda.

Atualmente, ela entende que esse pensamento foi fabricado através da enorme propagada feita em prol da adoção de crianças estrangeiras, que usava argumentos como “existem quase 3 milhões de órfãos em Uganda”.

Toda essa mídia repleta de estatísticas levou o casal a optar por adotar uma criança nascida em Uganda. Em outubro de 2013 eles começaram o processo e, após incontáveis documentos e milhares de dólares, um ano depois a burocracia havia sido vencida. Em 2015 chegou Namata, uma linda menina de 6 anos de idade.

Some figure

A adaptação de Namata aconteceu de forma gradual, incluindo o fato de a criança ter precisado de um certo tempo para aprender a falar inglês.

Quanto mais a menina aprendia a se comunicar, mais relatava histórias que fizeram Jessica perceber que algo estava errado, pois nada do que a criança dizia era coerente com os documentos da agência de adoção ou o histórico de Namata que tinha sido fornecido.

Em dezembro de 2015 o Departamento de Estado dos EUA proibiu a agência que intermediou a adoção de Namata de atuar na adoção de crianças, pois havia evidências de problemas graves como erros provocados por negligência ou mesmo intencionalmente.

Em outras palavras, os padrões internacionais de adoção não estavam sendo respeitados por essa agência, o que significa que o bem-estar das crianças e de suas famílias não estava sendo priorizado.

Jessica chegou a se questionar se a filha contava tais histórias como uma forma de lidar com o trauma gerado pelo abandono e abuso que ela teria sofrido. Mas o que Namata dizia era verdade. A menina afirmava desesperadamente que não era órfã e pedia que sua história fosse ouvida.

Some figure

A descoberta de que Namata não era órfã

Namata contou que tinha uma família amorosa e que os pais dela nunca haviam cedido sua guarda para outra família. O que aconteceu foi que a agência entrou em contato com eles dizendo que um casal americano “rico” tinha se oferecido para pagar pelos custos da educação dela.

A mãe de Namata ficou extremamente feliz, pois sua filha teria a oportunidade de estudar e superar a pobreza que atingia a família há gerações. Ela só percebeu que havia sido enganada e seria obrigada a ceder os direitos da guarda de Namata quando já era tarde demais. A papelada da criança já estava pronta e a menina já tinha sido levada.

Conforme a filha relatava mais sobre sua vida e seu país, Jessica descobriu a verdadeira realidade das famílias de Uganda e de vários outros países emergentes: várias mães, pais e avós passam a vida toda lutando para reencontrar crianças que haviam sido levadas para adoção de forma ilegal.

Em outras palavras, o que parecia um ato de amor era na verdade motivo de sofrimento para as famílias desse países, que eram separadas de suas crianças para que as agências ficassem mais ricas.

Some figure

Para Jessica, é crucial que todo o processo de adoção internacional seja revisto. Os governos e entidades internacionais já não podem alegar desconhecimento em relação a essa situação.

A decisão do casal de devolver a criança

Foi assim que começou uma nova batalha: devolver a criança à sua família e país de origem. O casal ouviu inúmeras críticas, várias pessoas diziam que eles deveriam ficar com a menina, como se ela fosse um objeto e como se a família dela não estivesse sofrendo com a situação.

Eles ouviram que deveriam manter a verdade em sigilo e até mesmo que ambos tinham a obrigação e o dever de criar Namata “na fé adequada”.

Jessica afirma que sua cor, origem e dinheiro não permitem que ela roube os filhos de pessoas pobres. Para ela, esses privilégios se traduzem na responsabilidade de agir corretamente, lutando para corrigir as injustiças. Ninguém pode criar uma família a partir da destruição de outra.

Some figure

Após expor todo o esquema e lutar para que Namata e sua mãe se reencontrassem, aconteceu a despedida da criança ainda nos Estados Unidos, pois o casal teve medo de sofrer retaliações. Em setembro de 2016 finalmente Namata e a mãe se reencontraram, e hoje em dia o casal americano entende o que aconteceu como parte de um processo muito maior.

Jessica e o marido estavam tão focados na adoção que não pensaram que primeiro seria preciso garantir que a criança não poderia estar junto da própria família, o que deve sempre ser a prioridade. Ela diz que não é contra o processo de adoção, mas acredita que as pessoas com condições têm a obrigação de ajudar as famílias a permanecerem unidas.

Jessica e Adam defendem a adoção responsável, que significa que as famílias devem entender claramente em que consiste um processo de adoção e quais são as consequências que podem ser geradas. Em outras palavras, é essencial que o bem-estar, a felicidade e os desejos da criança sejam respeitados.

Some figure

Atualmente a família ainda mantém contato com Namata, que envia fotos e vídeos de si mesma e da família, nas quais aparece sempre feliz e sorrindo. É inevitável a sensação de saudade e a vontade de abraçá-la, mas o casal sabe que devolver a criança foi a melhor opção para ela.

É cada vez mais comum ouvir relatos de famílias com boas condições financeiras que escolhem adotar crianças de países mais pobres com o intuito de oferecer a elas uma vida melhor. Hoje mostraremos um caso surpreendente: um casal decide devolver a criança africana adotada após descobrir sua verdadeira história.

A fotógrafa americana Jessica Davis sempre teve o sonho de adotar uma criança necessitada, abrindo sua casa e seu coração para a chegada de uma nova filha. Ela e o marido, Adam, estavam decididos a realizar esse objetivo mesmo já tendo quatro filhos biológicos.

Eles pesquisaram de forma profunda sobre o processo de adoção, de forma a fazer tudo da maneira mais ética possível, seguindo todas as leis relacionadas ao assunto. Ambos entendiam essa adoção como uma forma de retribuir ao universo a abundância que tiveram em suas vidas.

Jessica optou por adotar uma criança de outro país pois acreditava que elas poderiam precisar de mais ajuda.

Atualmente, ela entende que esse pensamento foi fabricado através da enorme propagada feita em prol da adoção de crianças estrangeiras, que usava argumentos como “existem quase 3 milhões de órfãos em Uganda”.

Toda essa mídia repleta de estatísticas levou o casal a optar por adotar uma criança nascida em Uganda. Em outubro de 2013 eles começaram o processo e, após incontáveis documentos e milhares de dólares, um ano depois a burocracia havia sido vencida. Em 2015 chegou Namata, uma linda menina de 6 anos de idade.

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A adaptação de Namata aconteceu de forma gradual, incluindo o fato de a criança ter precisado de um certo tempo para aprender a falar inglês.

Quanto mais a menina aprendia a se comunicar, mais relatava histórias que fizeram Jessica perceber que algo estava errado, pois nada do que a criança dizia era coerente com os documentos da agência de adoção ou o histórico de Namata que tinha sido fornecido.

Em dezembro de 2015 o Departamento de Estado dos EUA proibiu a agência que intermediou a adoção de Namata de atuar na adoção de crianças, pois havia evidências de problemas graves como erros provocados por negligência ou mesmo intencionalmente.

Em outras palavras, os padrões internacionais de adoção não estavam sendo respeitados por essa agência, o que significa que o bem-estar das crianças e de suas famílias não estava sendo priorizado.

Jessica chegou a se questionar se a filha contava tais histórias como uma forma de lidar com o trauma gerado pelo abandono e abuso que ela teria sofrido. Mas o que Namata dizia era verdade. A menina afirmava desesperadamente que não era órfã e pedia que sua história fosse ouvida.

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A descoberta de que Namata não era órfã

Namata contou que tinha uma família amorosa e que os pais dela nunca haviam cedido sua guarda para outra família. O que aconteceu foi que a agência entrou em contato com eles dizendo que um casal americano “rico” tinha se oferecido para pagar pelos custos da educação dela.

A mãe de Namata ficou extremamente feliz, pois sua filha teria a oportunidade de estudar e superar a pobreza que atingia a família há gerações. Ela só percebeu que havia sido enganada e seria obrigada a ceder os direitos da guarda de Namata quando já era tarde demais. A papelada da criança já estava pronta e a menina já tinha sido levada.

Conforme a filha relatava mais sobre sua vida e seu país, Jessica descobriu a verdadeira realidade das famílias de Uganda e de vários outros países emergentes: várias mães, pais e avós passam a vida toda lutando para reencontrar crianças que haviam sido levadas para adoção de forma ilegal.

Em outras palavras, o que parecia um ato de amor era na verdade motivo de sofrimento para as famílias desse países, que eram separadas de suas crianças para que as agências ficassem mais ricas.

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Para Jessica, é crucial que todo o processo de adoção internacional seja revisto. Os governos e entidades internacionais já não podem alegar desconhecimento em relação a essa situação.

A decisão do casal de devolver a criança

Foi assim que começou uma nova batalha: devolver a criança à sua família e país de origem. O casal ouviu inúmeras críticas, várias pessoas diziam que eles deveriam ficar com a menina, como se ela fosse um objeto e como se a família dela não estivesse sofrendo com a situação.

Eles ouviram que deveriam manter a verdade em sigilo e até mesmo que ambos tinham a obrigação e o dever de criar Namata “na fé adequada”.

Jessica afirma que sua cor, origem e dinheiro não permitem que ela roube os filhos de pessoas pobres. Para ela, esses privilégios se traduzem na responsabilidade de agir corretamente, lutando para corrigir as injustiças. Ninguém pode criar uma família a partir da destruição de outra.

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Após expor todo o esquema e lutar para que Namata e sua mãe se reencontrassem, aconteceu a despedida da criança ainda nos Estados Unidos, pois o casal teve medo de sofrer retaliações. Em setembro de 2016 finalmente Namata e a mãe se reencontraram, e hoje em dia o casal americano entende o que aconteceu como parte de um processo muito maior.

Jessica e o marido estavam tão focados na adoção que não pensaram que primeiro seria preciso garantir que a criança não poderia estar junto da própria família, o que deve sempre ser a prioridade. Ela diz que não é contra o processo de adoção, mas acredita que as pessoas com condições têm a obrigação de ajudar as famílias a permanecerem unidas.

Jessica e Adam defendem a adoção responsável, que significa que as famílias devem entender claramente em que consiste um processo de adoção e quais são as consequências que podem ser geradas. Em outras palavras, é essencial que o bem-estar, a felicidade e os desejos da criança sejam respeitados.

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Atualmente a família ainda mantém contato com Namata, que envia fotos e vídeos de si mesma e da família, nas quais aparece sempre feliz e sorrindo. É inevitável a sensação de saudade e a vontade de abraçá-la, mas o casal sabe que devolver a criança foi a melhor opção para ela.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.