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Os cães podem prever como está o seu estado de espírito, diz a ciência

3 minutos
Estudos comprovam que os cães levam em consideração as expressões faciais humanas para tomar decisões.
Os cães podem prever como está o seu estado de espírito, diz a ciência
Última atualização: 18 julho, 2022

Será que os cães são mesmo capazes de prever como está o nosso estado de espírito? Isso é o que afirma o artigo desenvolvido pelos pesquisadores Natalia Albuquerque e Briseida Resende, do Instituto de Psicologia da USP, e Daniel Mills, Kun Guo e Anna Wilkinson, da Universidade de Lincoln, publicado na revista científica Animal Cognition. 

O estudo mostra justamente que a capacidade de observar fisionomias, trejeitos e ações, relacionando-as com as emoções, não é uma característica inerente apenas aos seres humanos. Outros animais, de acordo com estudos anteriores, já tinham sido capazes de demonstrar as mesmas características, mas estes estavam incluídos principalmente da família dos primatas.

Contudo, outro trabalho também conduzido pela pesquisadora Natalia e colaboradores comprovou que os cães vão além: eles reconhecem as emoções humanas, e não apenas emoções de outros seres da sua própria espécie – sendo os únicos animais capazes de realizar esse feito.

“Assim, o próximo passo foi saber se eles entendem que o estado emocional de uma pessoa altera a forma como ele se comporta e, portanto, pode se ajustar a isso”, explica Natalia ao Jornal da USP.

O experimento

Para os testes, foram usados 114 cachorros, sendo 68 fêmeas e 46 machos, todos já convivendo com uma família humana há pelo menos seis meses, acostumados a interagir com pessoas e frequentar espaços desconhecidos. Da amostra inicial, 91 cães (56 fêmeas e 35 machos) foram incluídos no conjunto final de dados.

Todos os animais que demonstraram passar por algum tipo de estresse foram retirados dos testes, assim como aqueles que não observaram a interação de duas atrizes por pelo menos 5 segundos.

Depois de habituados na sala, os cães observaram uma interação entre as atrizes, treinadas para, a cada sessão, demonstrarem expressões faciais neutras, positivas (alegria) ou negativas (raiva). Vestidas da mesma maneira, elas passavam objetos uma para a outra, silenciosamente e, em seguida, sentavam-se com um pote de ração em uma das mãos e uma folha de jornal na outra.

Depois da interação, feita de maneira semelhante entre todos, a coleira era solta e, então, o cão podia interagir com as atrizes, agora ambas com expressões neutras. O comportamento de cada animal foi registrado por cerca de 30 segundos.

Os cães levam em conta as expressões das emoções dos humanos para fazer escolhas

O resultado mostrou que os animais eram quase 14 vezes mais propensos a escolher uma das atrizes ao invés da outra. Sempre que uma interação positiva acontecia, em 68% das vezes eles escolhiam o receptor feliz. Quando uma interação negativa acontecia, 95% escolhiam a pessoa neutra, aquela que não demonstrava nenhum sinal de agressividade.

Para conseguir um pouco de ração, os cães precisavam pedir a uma das mulheres – e essa escolha revelou a capacidade desses animais. A maioria tomava a decisão de interagir com a atriz que no momento da observação mostrava-se feliz e evitava contato com a atriz que antes demonstrava estar com raiva.

Os testes demonstraram que os cães levam em consideração as expressões faciais humanas para tomar decisões, já que pode ser mais fácil conseguir alguns petiscos de alguém mais amigável.

Outras partes do estudo ainda mostraram de maneira enfática que os cães são plenamente capazes de inferir os estados emocionais das pessoas ao seu redor, usando a memória e todas as experiências que tiveram na vida ou com aqueles indivíduos.

Simples trejeitos ou expressões corporais são capazes de fazer com que os cães modifiquem seu comportamento para se adequar ao espaço e ao ambiente em que estão inseridos.

“Desta forma, acho que podemos desenvolver uma relação mais saudável e respeitosa”, afirma a coautora do trabalho, a professora Briseida. Ela ainda destaca que é importante não tratar os cães como humanos, e sim respeitá-los enquanto animais.

Será que os cães são mesmo capazes de prever como está o nosso estado de espírito? Isso é o que afirma o artigo desenvolvido pelos pesquisadores Natalia Albuquerque e Briseida Resende, do Instituto de Psicologia da USP, e Daniel Mills, Kun Guo e Anna Wilkinson, da Universidade de Lincoln, publicado na revista científica Animal Cognition. 

O estudo mostra justamente que a capacidade de observar fisionomias, trejeitos e ações, relacionando-as com as emoções, não é uma característica inerente apenas aos seres humanos. Outros animais, de acordo com estudos anteriores, já tinham sido capazes de demonstrar as mesmas características, mas estes estavam incluídos principalmente da família dos primatas.

Contudo, outro trabalho também conduzido pela pesquisadora Natalia e colaboradores comprovou que os cães vão além: eles reconhecem as emoções humanas, e não apenas emoções de outros seres da sua própria espécie – sendo os únicos animais capazes de realizar esse feito.

“Assim, o próximo passo foi saber se eles entendem que o estado emocional de uma pessoa altera a forma como ele se comporta e, portanto, pode se ajustar a isso”, explica Natalia ao Jornal da USP.

O experimento

Para os testes, foram usados 114 cachorros, sendo 68 fêmeas e 46 machos, todos já convivendo com uma família humana há pelo menos seis meses, acostumados a interagir com pessoas e frequentar espaços desconhecidos. Da amostra inicial, 91 cães (56 fêmeas e 35 machos) foram incluídos no conjunto final de dados.

Todos os animais que demonstraram passar por algum tipo de estresse foram retirados dos testes, assim como aqueles que não observaram a interação de duas atrizes por pelo menos 5 segundos.

Depois de habituados na sala, os cães observaram uma interação entre as atrizes, treinadas para, a cada sessão, demonstrarem expressões faciais neutras, positivas (alegria) ou negativas (raiva). Vestidas da mesma maneira, elas passavam objetos uma para a outra, silenciosamente e, em seguida, sentavam-se com um pote de ração em uma das mãos e uma folha de jornal na outra.

Depois da interação, feita de maneira semelhante entre todos, a coleira era solta e, então, o cão podia interagir com as atrizes, agora ambas com expressões neutras. O comportamento de cada animal foi registrado por cerca de 30 segundos.

Os cães levam em conta as expressões das emoções dos humanos para fazer escolhas

O resultado mostrou que os animais eram quase 14 vezes mais propensos a escolher uma das atrizes ao invés da outra. Sempre que uma interação positiva acontecia, em 68% das vezes eles escolhiam o receptor feliz. Quando uma interação negativa acontecia, 95% escolhiam a pessoa neutra, aquela que não demonstrava nenhum sinal de agressividade.

Para conseguir um pouco de ração, os cães precisavam pedir a uma das mulheres – e essa escolha revelou a capacidade desses animais. A maioria tomava a decisão de interagir com a atriz que no momento da observação mostrava-se feliz e evitava contato com a atriz que antes demonstrava estar com raiva.

Os testes demonstraram que os cães levam em consideração as expressões faciais humanas para tomar decisões, já que pode ser mais fácil conseguir alguns petiscos de alguém mais amigável.

Outras partes do estudo ainda mostraram de maneira enfática que os cães são plenamente capazes de inferir os estados emocionais das pessoas ao seu redor, usando a memória e todas as experiências que tiveram na vida ou com aqueles indivíduos.

Simples trejeitos ou expressões corporais são capazes de fazer com que os cães modifiquem seu comportamento para se adequar ao espaço e ao ambiente em que estão inseridos.

“Desta forma, acho que podemos desenvolver uma relação mais saudável e respeitosa”, afirma a coautora do trabalho, a professora Briseida. Ela ainda destaca que é importante não tratar os cães como humanos, e sim respeitá-los enquanto animais.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.