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Burnout parental: o que é e como superá-lo?

6 minutos
O burnout parental é uma síndrome que surge em resposta ao estresse prolongado desencadeado pelo cuidado dos filhos. Neste artigo, explicaremos todos os detalhes e falaremos sobre como lidar com esta situação da melhor maneira possível.
Burnout parental: o que é e como superá-lo?
Montse Armero

Escrito e verificado por a psicóloga Montse Armero

Escrito por Montse Armero
Última atualização: 27 maio, 2022

Burnout parental é um estado psicológico de desconforto crônico que surge quando o adulto não dispõe de recursos suficientes para lidar com o estresse gerado pela criação dos filhos. Em geral, é caracterizado por extrema exaustão psicológica, perda de realização dos pais e distanciamento emocional dos filhos.

O conceito de burnout parental é relativamente novo. Surgiu na década de 1980, quando se constatou que afetava pais de crianças com doenças crônicas ou graves. No entanto, esta síndrome tem se tornado cada vez mais comum nos últimos anos.

No contexto social atual, há muita pressão sobre os pais. A chamada parentalidade positiva exige que cuidem dos filhos com um nível de envolvimento nunca visto antes. De certa forma, os pais são obrigados a dar aos filhos uma boa educação, segurança financeira, estabilidade emocional, boa autoestima, alimentação saudável e um longo etc. impossível de cumprir.

A existência de redes sociais nas quais podemos ver pais e mães que parecem viver em um mundo idílico de fantasia só prejudicou ainda mais o sentimento de insatisfação que muitos pais têm com a sua vida real.

Características do burnout parental

A maioria dos pais sabe o que é o estresse parental. Sabemos que as crianças proporcionam um grande nível de satisfação e realização pessoal, mas também podem criar momentos muito estressantes.

Na maioria dos casos, os pais aprendem a lidar com esses momentos específicos de estresse. No entanto, cerca de 5% dos pais acabam desenvolvendo a síndrome de burnout parental.

Esta síndrome é caracterizada por uma série de situações, experiências e emoções, como as seguintes:

  • Perda de realização pessoal como pai.
  • Exaustão extrema
  • Desgaste parental.
  • Distanciamento emocional das crianças.
  • Ideias de fuga.
  • Pensamentos negativos recorrentes como “Não aguento mais”, “Não suporto meus filhos“.
  • Vivência da parentalidade como obrigação ou infortúnio.

Não deixe de ler: Está destruindo a autoestima de seu filho sem saber?

Fatores de risco para o burnout parental

Embora o burnout parental se manifeste tanto em homens quanto em mulheres, as mães têm duas vezes mais chances de desenvolvê-lo. Outras pessoas em maior risco são aquelas com poucos recursos emocionais, transtornos mentais, traços altamente perfeccionistas, pais solteiros com filhos pequenos, pais com pouco apoio social ou poucos recursos financeiros.

Se nos concentrarmos nas crianças, os pais que têm filhos com algum tipo de necessidade especial correm um risco muito maior de sofrer de burnout parental. Estamos falando de algum tipo de doença ou deficiência, um transtorno do espectro do autismo ou algum transtorno do comportamento, por exemplo.

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O burnout leva a um distanciamento entre pais e filhos, piorando a comunicação e o vínculo.

Consequências de viver uma parentalidade estressante

As consequências de sofrer o burnout parental dependerão, em grande parte, da duração da situação, das características pessoais e de outros fatores, como ter ou não uma rede de apoio e a possibilidade de buscar ajuda. Algumas das mais notáveis são as seguintes:

  • Sentimento de culpa e vergonha.
  • Irritabilidade aumentada.
  • Distúrbios do sono
  • Níveis elevados de cortisol.
  • Ansiedade, tristeza ou depressão.
  • Dores de cabeça frequentes ou problemas digestivos.
  • Dificuldade de concentração.
  • Conflitos com o parceiro.
  • Deterioração da relação pai-filho.
  • Aumento do consumo de álcool ou substâncias psicoativas.
  • Violência psicológica e física.
  • Ideação suicida em casos extremos.

Como prevenir o burnout parental?

Uma das melhores maneiras de evitar o burnout parental é seguir uma série de comportamentos acessíveis para a maioria das pessoas. Vamos ver alguns deles.

Expectativas mais baixas

A autoexigência a que os pais com burnout estão sujeitos é muito elevada. Eles acreditam que têm que ser pais perfeitos, dando aos filhos tudo o que eles não tinham e mergulhando em cada nova estratégia que se mostre benéfica para eles, como mindfulness para crianças, xadrez, aprender a tocar um instrumento, aulas de idiomas ou esportes coletivos.

A realidade é que a vida é complexa. Embora seja desejável dar o melhor aos seus filhos, nem sempre é possível, pelo menos não em todos os âmbitos. Portanto, os pais devem aprender a ajustar as expectativas aos recursos disponíveis.

Não se renda

Quando você sofre de burnout no trabalho, sempre tem a opção de pedir demissão do seu emprego. Por outro lado, os filhos são para sempre, e jogar a toalha não é uma opção. Não devemos esquecer que, na maioria das vezes, a situação pode melhorar, embora nos momentos mais estressantes não saibamos como.

O importante é que os filhos não percebam que os pais desistiram, pois isso só vai piorar a situação. Uma criança que pensa que os pais não se importam e se sente abandonada vai apresentar comportamentos disfuncionais mais cedo ou mais tarde.

Encontre seu próprio espaço

Se a pessoa que sofre de burnout parental cria seus filhos sozinha, é muito importante que ela encontre momentos em que possa reservar um tempo para si mesma. Longe de ser um ato egoísta, isso ajuda a recuperar as energias. Cuidar bem de si mesmo é a chave para ser capaz de cuidar bem dos outros.

No caso de um casal, é importante encontrar espaços para que ambos possam passar algum tempo sozinhos. Mas não para cuidar dos afazeres domésticos ou do trabalho, e sim para se desconectar do núcleo familiar e voltar para casa revigorado.

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Ter tempo de qualidade para si mesmo é essencial se quisermos voltar às tarefas de criação dos filhos com energia renovada.

Fale com alguém em quem você confia

Quando uma pessoa sofre de burnout parental, ela pode pensar que é um pai ruim, uma pessoa má e que ninguém mais passa por isso. Porém, a realidade não é essa.

Pense em quantos milhões de pais passaram por experiências semelhantes. Compartilhar nossas preocupações com alguém que tenha passado por algo semelhante pode aliviar muito o sofrimento.

Busque ajuda em seu entorno

Algo que pode funcionar quando um pai está exausto é buscar ajuda externa. Ela pode vir de amigos que ficam com os filhos uma tarde, um membro da família que passe o fim de semana com eles ou contratando alguém diretamente.

Pedir ajuda a outras pessoas nos impede de nos sentirmos solitários. Portanto, é uma estratégia a ser considerada.

Busque ajuda profissional

Quando um pai percebe que está vivenciando a parentalidade de forma estressante há algum tempo e nada do que experimentou funciona, é um bom momento para considerar a ajuda profissional. Existem psicólogos de gestão de estresse que podem nos fornecer inúmeras ferramentas e estratégias para lidar com a paternidade de uma maneira muito mais saudável.

Leia também: Como o cérebro muda com a maternidade?

Considerações finais sobre o burnout parental

A sociedade de hoje está cada vez mais complexa e muitos pais vivenciam a parentalidade de forma estressante. Todos devem saber onde está seu limite e quanto estresse podem suportar sem mergulhar no sofrimento físico e mental.

Existem pessoas que encontram as estratégias certas e enfrentam bem a parte mais difícil da criação dos filhos. Existem pessoas que não o fazem. Somos todos diferentes e temos circunstâncias particulares.

Portanto, se este for o seu caso, você não deve esperar que a situação mude por conta própria, porque isso quase nunca acontece. Se você já experimentou algumas técnicas ou métodos de criação de filhos e seu nível de estresse continua elevado, pode ser a hora de pedir ajuda.

Um profissional, como um psicólogo clínico, provavelmente poderá ajudá-lo a controlar o seu estado emocional atual.

Burnout parental é um estado psicológico de desconforto crônico que surge quando o adulto não dispõe de recursos suficientes para lidar com o estresse gerado pela criação dos filhos. Em geral, é caracterizado por extrema exaustão psicológica, perda de realização dos pais e distanciamento emocional dos filhos.

O conceito de burnout parental é relativamente novo. Surgiu na década de 1980, quando se constatou que afetava pais de crianças com doenças crônicas ou graves. No entanto, esta síndrome tem se tornado cada vez mais comum nos últimos anos.

No contexto social atual, há muita pressão sobre os pais. A chamada parentalidade positiva exige que cuidem dos filhos com um nível de envolvimento nunca visto antes. De certa forma, os pais são obrigados a dar aos filhos uma boa educação, segurança financeira, estabilidade emocional, boa autoestima, alimentação saudável e um longo etc. impossível de cumprir.

A existência de redes sociais nas quais podemos ver pais e mães que parecem viver em um mundo idílico de fantasia só prejudicou ainda mais o sentimento de insatisfação que muitos pais têm com a sua vida real.

Características do burnout parental

A maioria dos pais sabe o que é o estresse parental. Sabemos que as crianças proporcionam um grande nível de satisfação e realização pessoal, mas também podem criar momentos muito estressantes.

Na maioria dos casos, os pais aprendem a lidar com esses momentos específicos de estresse. No entanto, cerca de 5% dos pais acabam desenvolvendo a síndrome de burnout parental.

Esta síndrome é caracterizada por uma série de situações, experiências e emoções, como as seguintes:

  • Perda de realização pessoal como pai.
  • Exaustão extrema
  • Desgaste parental.
  • Distanciamento emocional das crianças.
  • Ideias de fuga.
  • Pensamentos negativos recorrentes como “Não aguento mais”, “Não suporto meus filhos“.
  • Vivência da parentalidade como obrigação ou infortúnio.

Não deixe de ler: Está destruindo a autoestima de seu filho sem saber?

Fatores de risco para o burnout parental

Embora o burnout parental se manifeste tanto em homens quanto em mulheres, as mães têm duas vezes mais chances de desenvolvê-lo. Outras pessoas em maior risco são aquelas com poucos recursos emocionais, transtornos mentais, traços altamente perfeccionistas, pais solteiros com filhos pequenos, pais com pouco apoio social ou poucos recursos financeiros.

Se nos concentrarmos nas crianças, os pais que têm filhos com algum tipo de necessidade especial correm um risco muito maior de sofrer de burnout parental. Estamos falando de algum tipo de doença ou deficiência, um transtorno do espectro do autismo ou algum transtorno do comportamento, por exemplo.

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O burnout leva a um distanciamento entre pais e filhos, piorando a comunicação e o vínculo.

Consequências de viver uma parentalidade estressante

As consequências de sofrer o burnout parental dependerão, em grande parte, da duração da situação, das características pessoais e de outros fatores, como ter ou não uma rede de apoio e a possibilidade de buscar ajuda. Algumas das mais notáveis são as seguintes:

  • Sentimento de culpa e vergonha.
  • Irritabilidade aumentada.
  • Distúrbios do sono
  • Níveis elevados de cortisol.
  • Ansiedade, tristeza ou depressão.
  • Dores de cabeça frequentes ou problemas digestivos.
  • Dificuldade de concentração.
  • Conflitos com o parceiro.
  • Deterioração da relação pai-filho.
  • Aumento do consumo de álcool ou substâncias psicoativas.
  • Violência psicológica e física.
  • Ideação suicida em casos extremos.

Como prevenir o burnout parental?

Uma das melhores maneiras de evitar o burnout parental é seguir uma série de comportamentos acessíveis para a maioria das pessoas. Vamos ver alguns deles.

Expectativas mais baixas

A autoexigência a que os pais com burnout estão sujeitos é muito elevada. Eles acreditam que têm que ser pais perfeitos, dando aos filhos tudo o que eles não tinham e mergulhando em cada nova estratégia que se mostre benéfica para eles, como mindfulness para crianças, xadrez, aprender a tocar um instrumento, aulas de idiomas ou esportes coletivos.

A realidade é que a vida é complexa. Embora seja desejável dar o melhor aos seus filhos, nem sempre é possível, pelo menos não em todos os âmbitos. Portanto, os pais devem aprender a ajustar as expectativas aos recursos disponíveis.

Não se renda

Quando você sofre de burnout no trabalho, sempre tem a opção de pedir demissão do seu emprego. Por outro lado, os filhos são para sempre, e jogar a toalha não é uma opção. Não devemos esquecer que, na maioria das vezes, a situação pode melhorar, embora nos momentos mais estressantes não saibamos como.

O importante é que os filhos não percebam que os pais desistiram, pois isso só vai piorar a situação. Uma criança que pensa que os pais não se importam e se sente abandonada vai apresentar comportamentos disfuncionais mais cedo ou mais tarde.

Encontre seu próprio espaço

Se a pessoa que sofre de burnout parental cria seus filhos sozinha, é muito importante que ela encontre momentos em que possa reservar um tempo para si mesma. Longe de ser um ato egoísta, isso ajuda a recuperar as energias. Cuidar bem de si mesmo é a chave para ser capaz de cuidar bem dos outros.

No caso de um casal, é importante encontrar espaços para que ambos possam passar algum tempo sozinhos. Mas não para cuidar dos afazeres domésticos ou do trabalho, e sim para se desconectar do núcleo familiar e voltar para casa revigorado.

Some figure
Ter tempo de qualidade para si mesmo é essencial se quisermos voltar às tarefas de criação dos filhos com energia renovada.

Fale com alguém em quem você confia

Quando uma pessoa sofre de burnout parental, ela pode pensar que é um pai ruim, uma pessoa má e que ninguém mais passa por isso. Porém, a realidade não é essa.

Pense em quantos milhões de pais passaram por experiências semelhantes. Compartilhar nossas preocupações com alguém que tenha passado por algo semelhante pode aliviar muito o sofrimento.

Busque ajuda em seu entorno

Algo que pode funcionar quando um pai está exausto é buscar ajuda externa. Ela pode vir de amigos que ficam com os filhos uma tarde, um membro da família que passe o fim de semana com eles ou contratando alguém diretamente.

Pedir ajuda a outras pessoas nos impede de nos sentirmos solitários. Portanto, é uma estratégia a ser considerada.

Busque ajuda profissional

Quando um pai percebe que está vivenciando a parentalidade de forma estressante há algum tempo e nada do que experimentou funciona, é um bom momento para considerar a ajuda profissional. Existem psicólogos de gestão de estresse que podem nos fornecer inúmeras ferramentas e estratégias para lidar com a paternidade de uma maneira muito mais saudável.

Leia também: Como o cérebro muda com a maternidade?

Considerações finais sobre o burnout parental

A sociedade de hoje está cada vez mais complexa e muitos pais vivenciam a parentalidade de forma estressante. Todos devem saber onde está seu limite e quanto estresse podem suportar sem mergulhar no sofrimento físico e mental.

Existem pessoas que encontram as estratégias certas e enfrentam bem a parte mais difícil da criação dos filhos. Existem pessoas que não o fazem. Somos todos diferentes e temos circunstâncias particulares.

Portanto, se este for o seu caso, você não deve esperar que a situação mude por conta própria, porque isso quase nunca acontece. Se você já experimentou algumas técnicas ou métodos de criação de filhos e seu nível de estresse continua elevado, pode ser a hora de pedir ajuda.

Um profissional, como um psicólogo clínico, provavelmente poderá ajudá-lo a controlar o seu estado emocional atual.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Mikolajczak, M., Gross, J. J., & Roskam, I. (2019). Parental Burnout: What Is It, and Why Does It Matter? Clinical psychological science, Vol(7),6, 1-32. [fecha de consulta 26 de octubre de 2021]. doi:10.1177/2167702619858430
  • Richards, N. (2010). The Ethics of Parenthood.
  • Roskam, I., Raes, M.E., & Mikolajczak, M. (2017). Exhausted Parents: Development and Preliminary Validation of the Parental Burnout Inventory. Frontiers in Psychology, Vol.(8),163. [fecha de consulta 26 de octubre de 2021]. Recuperado de https://doi.org/10.3389/fpsyg.2017.00163

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