As 6 diferenças entre tumor e câncer
É comum que a maioria das pessoas desconheça as diferenças entre tumor e câncer. Em parte, isso acontece porque os médicos ou divulgadores científicos costumam usar os dois termos como sinônimos. Embora, é claro, eles compartilhem semelhanças, a verdade é que podemos estabelecer diferenças claras. No artigo de hoje apresentaremos 6 delas para que você saiba exatamente a que se refere um diagnóstico desse tipo.
Certamente, as diferenças entre tumor e câncer não são bem conhecidas pelos pacientes. Isso pode causar incerteza, medo ou ansiedade ao ouvir um ou outro termo após uma consulta com o especialista. Nas linhas a seguir você aprenderá a que os especialistas aludem quando falam de um diagnóstico ou outro, mas sem a intenção de substituir o julgamento deles.
Principais diferenças entre tumor e câncer
Antes de descrever as principais diferenças entre tumor e câncer, é justo avançarmos na tese que será sustentada durante esta jornada: todos os cânceres são tumores, mas nem todos os tumores são cânceres. Em essência, esta frase resume muito bem as 6 diferenças que mostraremos a seguir. Vamos analisá-las cuidadosamente.
1. Características intrínsecas
Tanto o tumor quanto o câncer se referem a um crescimento desproporcional de células. Nisso os dois são semelhantes, mas não em relação às características intrínsecas dessas células. Quando um patologista examina as amostras no microscópio após uma biópsia, ele pode encontrar certas características e agrupá-las como tumor ou câncer.
Leia também: Como detectar o câncer de mama?
Tumor é um crescimento desproporcional de células normais. Houve um descontrole em seu funcionamento diário e elas começaram a crescer, resultando em um nódulo. As análises mostram que o DNA e a estrutura parecem normais. Quando isso acontece, a classificação é de um tumor não canceroso (ou tumor benigno).
Por outro lado, as células cancerosas são anormais. Sob o microscópio a forma ou tamanho delas é diferente. Os pesquisadores acreditam que apenas 4 mutações são necessárias para que uma célula evolua de normal para anormal. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, essa variação altera o comportamento delas. Vejamos alguns exemplos:
- Elas podem enganar o sistema imunológico para não serem detectadas como anormais (quando elas não se destroem, o sistema geralmente as identifica e elimina).
- Elas convencem o sistema imunológico a protegê-las e estimular seu crescimento anormal.
- Elas crescem independentemente dos sinais externos que indiquem o contrário.
- Elas ignoram os sinais externos que as dizem para parar de crescer ou se autodestruir (apoptose).
- Elas ordenam que os vasos sanguíneos cresçam ao seu redor. Isso elimina os resíduos e garante oxigênio e nutrientes para que elas cresçam mais.
- Elas têm anormalidades cromossômicas.
- Elas podem sobreviver e crescer com nutrientes diferentes do que as células normais usam.
Quando as células detectadas respondem a várias dessas características, o diagnóstico é de um tumor cancerígeno (ou tumor maligno). Como você pode ver, a diferença é dada pelas características e comportamento. Ainda assim, elas compartilham um crescimento desproporcional. Por isso, ressaltamos que todos os cânceres são tumores, mas nem todos os tumores são cânceres.
2. Crescimento
Como nos lembra a Stanford Health Care, no crescimento celular encontramos outra diferença entre tumor e câncer. De fato, os tumores benignos geralmente têm crescimento lento, enquanto os tumores malignos o fazem rapidamente. Isso se deve às características que já discutimos.
Um tumor maligno pode crescer em algumas semanas ou meses, enquanto um tumor benigno pode levar anos para crescer. É por isso que nem todos os tumores benignos são operados, principalmente quando são muito pequenos e não estão localizados em uma área comprometida (no cérebro ou ovários, por exemplo).
3. Evolução
A próxima distinção útil para diferenciar entre tumor e câncer é o caráter da evolução. As células de tumores benignos não se espalham. Ou seja, elas permanecem agrupadas em um local, sem invadir o tecido circundante. Elas podem crescer, mas sempre dentro de sua própria área.
Não deixe de ler: “Não precisa ser assustador e não deveria”, diz mulher que superou o câncer e encontrou a plenitude após a retirada das mamas
O mesmo não acontece com as células de tumores cancerígenos. Estas tendem a se espalhar pelos tecidos circundantes e até mesmo viajar para outras partes do corpo. Esse processo é conhecido como metástase, e sua peculiaridade é que a célula que se reproduz em outro local é idêntica à original.
Devido a esta última característica, um câncer metastático é denominado da mesma forma que o câncer original ou primário. Por exemplo, se uma mulher com câncer de mama sofreu metástase para o pulmão (as células se espalharam para o pulmão), isso não é classificado como câncer de pulmão. É classificado como câncer de mama metastático.
4. Periculosidade
Como você já pode intuir, as células cancerosas oferecem um perigo maior do que as células não cancerosas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020 houve uma média de 10 milhões de mortes relacionadas ao câncer. Os mais letais para aquele ano foram os seguintes:
- Pulmão: 1,8 milhão de mortes.
- Cólon e reto: 935.000 mortes.
- Fígado: 830.000 mortes.
- Estômago: 769.000 mortes.
- Mama: 685.000 mortes.
É difícil determinar o número de mortes causadas por um tumor benigno, embora possamos dizer com total certeza que é muito baixo. Mesmo quando ele se desenvolve em áreas delicadas como o cérebro, e desde que seja feito um diagnóstico precoce, a taxa de sobrevivência é consideravelmente alta.
5. Classificação
O câncer é classificado como um grupo de doenças, isso é reconhecido pela OMS. O grupo é definido de acordo com as características e parte do corpo afetada. Os tumores não são oficialmente considerados uma doença, mas sim uma condição ou, em qualquer caso, uma alteração dos tecidos. Pode parecer uma pequena diferença, mas do ponto de vista médico não é.
6. Recaídas
É muito improvável que ocorra recorrência quando um tumor benigno é removido. Já o câncer, especialmente as variedades mais agressivas, tem alta probabilidade de retornar no futuro. Isso é conhecido como recorrência do câncer, e pode acontecer no mesmo local ou em outras partes do corpo.
Como você pode ver, existem critérios sólidos que nos permitem diferenciar o tumor do câncer. É importante que as pessoas conheçam cada um deles, pois assim será possível assimilar um diagnóstico com mais responsabilidade. Durante um processo de diagnóstico deve-se tirar todas as dúvidas ao especialista, de forma a entender o prognóstico e a gravidade do quadro.
É comum que a maioria das pessoas desconheça as diferenças entre tumor e câncer. Em parte, isso acontece porque os médicos ou divulgadores científicos costumam usar os dois termos como sinônimos. Embora, é claro, eles compartilhem semelhanças, a verdade é que podemos estabelecer diferenças claras. No artigo de hoje apresentaremos 6 delas para que você saiba exatamente a que se refere um diagnóstico desse tipo.
Certamente, as diferenças entre tumor e câncer não são bem conhecidas pelos pacientes. Isso pode causar incerteza, medo ou ansiedade ao ouvir um ou outro termo após uma consulta com o especialista. Nas linhas a seguir você aprenderá a que os especialistas aludem quando falam de um diagnóstico ou outro, mas sem a intenção de substituir o julgamento deles.
Principais diferenças entre tumor e câncer
Antes de descrever as principais diferenças entre tumor e câncer, é justo avançarmos na tese que será sustentada durante esta jornada: todos os cânceres são tumores, mas nem todos os tumores são cânceres. Em essência, esta frase resume muito bem as 6 diferenças que mostraremos a seguir. Vamos analisá-las cuidadosamente.
1. Características intrínsecas
Tanto o tumor quanto o câncer se referem a um crescimento desproporcional de células. Nisso os dois são semelhantes, mas não em relação às características intrínsecas dessas células. Quando um patologista examina as amostras no microscópio após uma biópsia, ele pode encontrar certas características e agrupá-las como tumor ou câncer.
Leia também: Como detectar o câncer de mama?
Tumor é um crescimento desproporcional de células normais. Houve um descontrole em seu funcionamento diário e elas começaram a crescer, resultando em um nódulo. As análises mostram que o DNA e a estrutura parecem normais. Quando isso acontece, a classificação é de um tumor não canceroso (ou tumor benigno).
Por outro lado, as células cancerosas são anormais. Sob o microscópio a forma ou tamanho delas é diferente. Os pesquisadores acreditam que apenas 4 mutações são necessárias para que uma célula evolua de normal para anormal. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, essa variação altera o comportamento delas. Vejamos alguns exemplos:
- Elas podem enganar o sistema imunológico para não serem detectadas como anormais (quando elas não se destroem, o sistema geralmente as identifica e elimina).
- Elas convencem o sistema imunológico a protegê-las e estimular seu crescimento anormal.
- Elas crescem independentemente dos sinais externos que indiquem o contrário.
- Elas ignoram os sinais externos que as dizem para parar de crescer ou se autodestruir (apoptose).
- Elas ordenam que os vasos sanguíneos cresçam ao seu redor. Isso elimina os resíduos e garante oxigênio e nutrientes para que elas cresçam mais.
- Elas têm anormalidades cromossômicas.
- Elas podem sobreviver e crescer com nutrientes diferentes do que as células normais usam.
Quando as células detectadas respondem a várias dessas características, o diagnóstico é de um tumor cancerígeno (ou tumor maligno). Como você pode ver, a diferença é dada pelas características e comportamento. Ainda assim, elas compartilham um crescimento desproporcional. Por isso, ressaltamos que todos os cânceres são tumores, mas nem todos os tumores são cânceres.
2. Crescimento
Como nos lembra a Stanford Health Care, no crescimento celular encontramos outra diferença entre tumor e câncer. De fato, os tumores benignos geralmente têm crescimento lento, enquanto os tumores malignos o fazem rapidamente. Isso se deve às características que já discutimos.
Um tumor maligno pode crescer em algumas semanas ou meses, enquanto um tumor benigno pode levar anos para crescer. É por isso que nem todos os tumores benignos são operados, principalmente quando são muito pequenos e não estão localizados em uma área comprometida (no cérebro ou ovários, por exemplo).
3. Evolução
A próxima distinção útil para diferenciar entre tumor e câncer é o caráter da evolução. As células de tumores benignos não se espalham. Ou seja, elas permanecem agrupadas em um local, sem invadir o tecido circundante. Elas podem crescer, mas sempre dentro de sua própria área.
Não deixe de ler: “Não precisa ser assustador e não deveria”, diz mulher que superou o câncer e encontrou a plenitude após a retirada das mamas
O mesmo não acontece com as células de tumores cancerígenos. Estas tendem a se espalhar pelos tecidos circundantes e até mesmo viajar para outras partes do corpo. Esse processo é conhecido como metástase, e sua peculiaridade é que a célula que se reproduz em outro local é idêntica à original.
Devido a esta última característica, um câncer metastático é denominado da mesma forma que o câncer original ou primário. Por exemplo, se uma mulher com câncer de mama sofreu metástase para o pulmão (as células se espalharam para o pulmão), isso não é classificado como câncer de pulmão. É classificado como câncer de mama metastático.
4. Periculosidade
Como você já pode intuir, as células cancerosas oferecem um perigo maior do que as células não cancerosas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020 houve uma média de 10 milhões de mortes relacionadas ao câncer. Os mais letais para aquele ano foram os seguintes:
- Pulmão: 1,8 milhão de mortes.
- Cólon e reto: 935.000 mortes.
- Fígado: 830.000 mortes.
- Estômago: 769.000 mortes.
- Mama: 685.000 mortes.
É difícil determinar o número de mortes causadas por um tumor benigno, embora possamos dizer com total certeza que é muito baixo. Mesmo quando ele se desenvolve em áreas delicadas como o cérebro, e desde que seja feito um diagnóstico precoce, a taxa de sobrevivência é consideravelmente alta.
5. Classificação
O câncer é classificado como um grupo de doenças, isso é reconhecido pela OMS. O grupo é definido de acordo com as características e parte do corpo afetada. Os tumores não são oficialmente considerados uma doença, mas sim uma condição ou, em qualquer caso, uma alteração dos tecidos. Pode parecer uma pequena diferença, mas do ponto de vista médico não é.
6. Recaídas
É muito improvável que ocorra recorrência quando um tumor benigno é removido. Já o câncer, especialmente as variedades mais agressivas, tem alta probabilidade de retornar no futuro. Isso é conhecido como recorrência do câncer, e pode acontecer no mesmo local ou em outras partes do corpo.
Como você pode ver, existem critérios sólidos que nos permitem diferenciar o tumor do câncer. É importante que as pessoas conheçam cada um deles, pois assim será possível assimilar um diagnóstico com mais responsabilidade. Durante um processo de diagnóstico deve-se tirar todas as dúvidas ao especialista, de forma a entender o prognóstico e a gravidade do quadro.
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- Koten JW, Neijt JP, Zonnenberg BA, Den Otter W. The difference between benign and malignant tumours explained with the 4-mutation paradigm for carcinogenesis. Anticancer Res. 1993 Jul-Aug;13(4):1179-82.
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