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Medo de dirigir: conheça a amaxofobia

7 minutos
O medo de dirigir é uma resposta normal do nosso corpo que pode nos manter alertas e atentos. No entanto, algumas pessoas podem desenvolver amaxofobia, um medo irracional e descontrolado de se sentar ao volante.
Medo de dirigir: conheça a amaxofobia
Última atualização: 16 novembro, 2021

Todos nós conhecemos alguém com medo de dirigir. Em seu estado mais sério, esse medo pode levar ao que a psicologia conhece como amaxofobia.

33% dos motoristas de todo o mundo sofrem com esse medo de dirigir em algum grau, sendo as mulheres as mais propensas a desenvolvê-lo.

O que é a amaxofobia?

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Amaxofobia é o medo irracional de dirigir ou de ter que se sentar ao volante de um veículo.

A palavra é um composto de dois lexemas gregos: amaxi, que significa “veículo”, e fobia, que significa “fobia”.

É importante observar que “medo” não é a mesma coisa que “fobia”. Nesta última, a emoção aparece distorcida, exagerada, irracional e definitivamente não controlada. Portanto, a amaxofobia é classificada como um transtorno de ansiedade. Tem consequências negativas na vida e nos hábitos das pessoas.

Por outro lado, o medo tem uma base racional e pode ser controlado. O medo de dirigir é característico, por exemplo, de motoristas novatos, e diminui com a prática à medida que eles se tornam confiantes ao volante.

Qual é a causa da amaxofobia?

Segundo o psicólogo clínico Javier Díaz Calero, especialista no tratamento dessa fobia e criador do site “Conduce sin miedo“, as pessoas que sofrem de amaxofobia podem ser classificadas em três categorias de acordo com o momento e as situações que deram origem ao desenvolvimento do transtorno.

Primeira categoria: motoristas novatos

A primeira categoria é a dos que acabaram de obter a carteira de habilitação. Esse grupo sofre naturalmente de estresse impulsivo, que é gradualmente superado pela experiência. Esse medo de dirigir é normal e não requer preocupação. No entanto, existe um pequeno grupo (representando 3% dos motoristas novatos) que não consegue controlá-lo e pode acabar desenvolvendo amaxofobia.

Nesses casos, quando o indivíduo tenta dirigir novamente, fica muito nervoso e acaba desistindo. Díaz Calero explica que, nessas pessoas, há uma preocupação “obsessiva” com os outros. Além disso, eles não suportam se sentir julgados por outros motoristas.

Segunda categoria: fobia após um episódio de ansiedade

Esta segunda categoria é composta por motoristas mais experientes. São motoristas que desenvolvem fobia após sofrer um episódio de ansiedade ao dirigir. Normalmente, essa crise coincide com algum tipo ou período de estresse em sua vida que leva a esse medo de dirigir. De um modo geral, são motoristas com cinco anos de experiência que nunca tiveram sintomas antes.

Esses casos geralmente têm dois estágios:

  • No primeiro, procuram evitar a todo custo o local onde sofreram a crise.
  • Mais tarde, no segundo estágio, desenvolvem tamanha inquietação que a simples ideia de dirigir produz ansiedade. O medo intenso de dirigir pode levá-los a abandonar essa atividade. Este é o grupo majoritário desta categoria.

Terceira categoria: amaxofobia após uma experiência traumática em um veículo

Finalmente, a terceira categoria inclui aqueles que sofreram uma experiência traumática enquanto dirigiam ou simplesmente enquanto estavam em um veículo. São, por exemplo, aqueles que sofreram um acidente de carro no passado. Dessa forma, quando são expostos a situações semelhantes, respondem com ansiedade.

“Quando se deparam com uma situação semelhante à do acidente, costumam ativar imediatamente uma resposta na forma de ansiedade que gera o medo de que aquela situação volte a ocorrer”, explica Díaz Calero.

De acordo com a psicóloga, os amaxófobos costumam ter pensamentos catastróficos sobre o que pode acontecer se eles tiverem um ataque de ansiedade enquanto dirigem. Assim, sentem-se incapazes de suportar a situação e, por fim, acabam evitando determinados percursos ou cenários, ou abandonam a direção.

Como isso se manifesta?

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Há uma ampla gama de sintomas que vão desde o físico-químico ao mental. Além disso, eles podem se manifestar em diferentes graus.

Em geral, podem ser classificados em cognitivos, emocionais ou fisiológicos e comportamentais.

  • A possibilidade de se machucar ou de machucar outra pessoa ao dirigir é muito estressante para você? Se a sua resposta for positiva, você já experimentou o nível cognitivo desse transtorno. Os amaxofóbicos têm pensamentos catastróficos relacionados a estar em um acidente, sentir ansiedade ou perder o controle. Em última análise, existe o medo de morrer ou de causar a morte de outras pessoas.
  • Você já sentiu insegurança, tensão muscular, rigidez, aumento da frequência cardíaca, suor, náusea, tontura, sensação de braços ou pernas soltos ou visão turva ao dirigir? Todos esses sintomas fisiológicos são indicações de que você está passando por uma situação que lhe causa muito estresse e ansiedade.
  • Sentiu que precisa estar acompanhado de alguém para poder dirigir? Você dirige apenas em certas rotas? Pessoas com esse transtorno evitam dirigir ou o fazem apenas em condições específicas. É importante levar esse aspecto em consideração, pois ele determina, em grande parte, o grau de amaxofobia.

É fundamental lembrar que as pessoas que sofrem desse transtorno “têm medo de perder o controle do carro e passam a pensar em situações praticamente impossíveis. São obcecadas pela possibilidade de atropelar alguém e não perceber, e acreditam até que vão tombar o carro em uma rotatória”, explica o psicólogo Encarni Ayoso Galisteo.

É possível que, se não houver consciência das causas e a fobia não for tratada, o medo aumente a ponto de se tornar uma situação crônica e a pessoa não conseguir dirigir.

Consequências

Existem diferentes graus de amaxofobia. Desde o medo de dirigir na estrada até não conseguir chegar ao volante sem entrar em pânico. Por esse motivo, dependendo da gravidade da fobia, vários problemas irão surgir.

Uma das primeiras consequências é a dependência. O medo de dirigir pode impossibilitar uma pessoa de se locomover sozinha. Também afeta a vida pessoal e profissional. Por exemplo, ir a qualquer lugar se torna impossível se ele só puder ser acessado de carro e não houver outras opções de transporte. No local de trabalho, existem empregos que exigem movimentação de veículos, e um amaxofóbico não conseguirá fazê-lo.

Esse problema também pode levar à deterioração da autoestima. A pessoa afetada pode ficar frustrada, se sentir incompetente e até inferior aos outros.

Dicas para superar a amaxofobia

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Querer é poder!

É essencial estar ciente de que você tem um problema e deseja superá-lo. É um trabalho mental, então a pessoa precisa sentir que será capaz de superá-lo.

Descubra de onde vem o seu medo

Para tratar essa fobia, é muito importante determinar de onde ela vem e o que a causou. Faça o exercício sozinho ou com alguém da sua confiança e tente observar quais situações o deixam ansioso enquanto dirige.

Dirija!

Um tratamento para a amaxofia é a exposição sistemática à fonte da fobia. “É preciso entrar no carro e enfrentar o fato que causa ansiedade”, diz Encarni Ayoso.

Vá por partes

O enfrentamento deve ser gradual. Desta forma, você pode ganhar confiança.

Para fazer isso, você precisa começar a dirigir em áreas tranquilas com pouco tráfego. Então, a intensidade de seus passeios aumentará conforme você se sentir confortável ao volante. Recomenda-se também anotar em um caderno como você se sente ao final de cada passeio.

Vale lembrar que a companhia de outra pessoa nesses trajetos seria conveniente para superar a fobia. Desta forma, é mais fácil evitar problemas.

Controle os sintomas do medo de dirigir

Quando aparecerem sintomas como frequência cardíaca acelerada e respiração rápida, tente pará-los com exercícios de respiração abdominal e relaxamento muscular. Essas técnicas visam reduzir as manifestações fisiológicas do medo de dirigir. Além disso, é importante regular os pensamentos com antecedência (para evitar pensamentos catastróficos). Devemos permanecer positivos e avaliar os riscos enquanto dirigimos.

Busque ajuda

Se o medo é incontrolável e parece opressor, é melhor procurar a ajuda de um profissional. Um psicólogo terá autonomia para determinar com precisão a origem do problema, além de oferecer suporte durante o processo de recuperação.

Como posso saber se tenho amaxofobia?

Avalie seus sintomas de acordo com o guia que apresentamos neste artigo. Se você descobrir que não consegue seguir em frente ou perder o controle das suas emoções, talvez precise de ajuda profissional.

Este distúrbio não está relacionado à habilidade do motorista, nem à sua experiência. Qualquer pessoa pode desenvolver essa fobia, seja um novato ou alguém que dirige há anos.

Um motorista com 20 anos de experiência pode adquirir amaxofobia depois de testemunhar um acidente ou de ter passado por algum tipo de experiência traumática pessoal, por exemplo.

Todos nós conhecemos alguém com medo de dirigir. Em seu estado mais sério, esse medo pode levar ao que a psicologia conhece como amaxofobia.

33% dos motoristas de todo o mundo sofrem com esse medo de dirigir em algum grau, sendo as mulheres as mais propensas a desenvolvê-lo.

O que é a amaxofobia?

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Amaxofobia é o medo irracional de dirigir ou de ter que se sentar ao volante de um veículo.

A palavra é um composto de dois lexemas gregos: amaxi, que significa “veículo”, e fobia, que significa “fobia”.

É importante observar que “medo” não é a mesma coisa que “fobia”. Nesta última, a emoção aparece distorcida, exagerada, irracional e definitivamente não controlada. Portanto, a amaxofobia é classificada como um transtorno de ansiedade. Tem consequências negativas na vida e nos hábitos das pessoas.

Por outro lado, o medo tem uma base racional e pode ser controlado. O medo de dirigir é característico, por exemplo, de motoristas novatos, e diminui com a prática à medida que eles se tornam confiantes ao volante.

Qual é a causa da amaxofobia?

Segundo o psicólogo clínico Javier Díaz Calero, especialista no tratamento dessa fobia e criador do site “Conduce sin miedo“, as pessoas que sofrem de amaxofobia podem ser classificadas em três categorias de acordo com o momento e as situações que deram origem ao desenvolvimento do transtorno.

Primeira categoria: motoristas novatos

A primeira categoria é a dos que acabaram de obter a carteira de habilitação. Esse grupo sofre naturalmente de estresse impulsivo, que é gradualmente superado pela experiência. Esse medo de dirigir é normal e não requer preocupação. No entanto, existe um pequeno grupo (representando 3% dos motoristas novatos) que não consegue controlá-lo e pode acabar desenvolvendo amaxofobia.

Nesses casos, quando o indivíduo tenta dirigir novamente, fica muito nervoso e acaba desistindo. Díaz Calero explica que, nessas pessoas, há uma preocupação “obsessiva” com os outros. Além disso, eles não suportam se sentir julgados por outros motoristas.

Segunda categoria: fobia após um episódio de ansiedade

Esta segunda categoria é composta por motoristas mais experientes. São motoristas que desenvolvem fobia após sofrer um episódio de ansiedade ao dirigir. Normalmente, essa crise coincide com algum tipo ou período de estresse em sua vida que leva a esse medo de dirigir. De um modo geral, são motoristas com cinco anos de experiência que nunca tiveram sintomas antes.

Esses casos geralmente têm dois estágios:

  • No primeiro, procuram evitar a todo custo o local onde sofreram a crise.
  • Mais tarde, no segundo estágio, desenvolvem tamanha inquietação que a simples ideia de dirigir produz ansiedade. O medo intenso de dirigir pode levá-los a abandonar essa atividade. Este é o grupo majoritário desta categoria.

Terceira categoria: amaxofobia após uma experiência traumática em um veículo

Finalmente, a terceira categoria inclui aqueles que sofreram uma experiência traumática enquanto dirigiam ou simplesmente enquanto estavam em um veículo. São, por exemplo, aqueles que sofreram um acidente de carro no passado. Dessa forma, quando são expostos a situações semelhantes, respondem com ansiedade.

“Quando se deparam com uma situação semelhante à do acidente, costumam ativar imediatamente uma resposta na forma de ansiedade que gera o medo de que aquela situação volte a ocorrer”, explica Díaz Calero.

De acordo com a psicóloga, os amaxófobos costumam ter pensamentos catastróficos sobre o que pode acontecer se eles tiverem um ataque de ansiedade enquanto dirigem. Assim, sentem-se incapazes de suportar a situação e, por fim, acabam evitando determinados percursos ou cenários, ou abandonam a direção.

Como isso se manifesta?

Some figure

Há uma ampla gama de sintomas que vão desde o físico-químico ao mental. Além disso, eles podem se manifestar em diferentes graus.

Em geral, podem ser classificados em cognitivos, emocionais ou fisiológicos e comportamentais.

  • A possibilidade de se machucar ou de machucar outra pessoa ao dirigir é muito estressante para você? Se a sua resposta for positiva, você já experimentou o nível cognitivo desse transtorno. Os amaxofóbicos têm pensamentos catastróficos relacionados a estar em um acidente, sentir ansiedade ou perder o controle. Em última análise, existe o medo de morrer ou de causar a morte de outras pessoas.
  • Você já sentiu insegurança, tensão muscular, rigidez, aumento da frequência cardíaca, suor, náusea, tontura, sensação de braços ou pernas soltos ou visão turva ao dirigir? Todos esses sintomas fisiológicos são indicações de que você está passando por uma situação que lhe causa muito estresse e ansiedade.
  • Sentiu que precisa estar acompanhado de alguém para poder dirigir? Você dirige apenas em certas rotas? Pessoas com esse transtorno evitam dirigir ou o fazem apenas em condições específicas. É importante levar esse aspecto em consideração, pois ele determina, em grande parte, o grau de amaxofobia.

É fundamental lembrar que as pessoas que sofrem desse transtorno “têm medo de perder o controle do carro e passam a pensar em situações praticamente impossíveis. São obcecadas pela possibilidade de atropelar alguém e não perceber, e acreditam até que vão tombar o carro em uma rotatória”, explica o psicólogo Encarni Ayoso Galisteo.

É possível que, se não houver consciência das causas e a fobia não for tratada, o medo aumente a ponto de se tornar uma situação crônica e a pessoa não conseguir dirigir.

Consequências

Existem diferentes graus de amaxofobia. Desde o medo de dirigir na estrada até não conseguir chegar ao volante sem entrar em pânico. Por esse motivo, dependendo da gravidade da fobia, vários problemas irão surgir.

Uma das primeiras consequências é a dependência. O medo de dirigir pode impossibilitar uma pessoa de se locomover sozinha. Também afeta a vida pessoal e profissional. Por exemplo, ir a qualquer lugar se torna impossível se ele só puder ser acessado de carro e não houver outras opções de transporte. No local de trabalho, existem empregos que exigem movimentação de veículos, e um amaxofóbico não conseguirá fazê-lo.

Esse problema também pode levar à deterioração da autoestima. A pessoa afetada pode ficar frustrada, se sentir incompetente e até inferior aos outros.

Dicas para superar a amaxofobia

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Querer é poder!

É essencial estar ciente de que você tem um problema e deseja superá-lo. É um trabalho mental, então a pessoa precisa sentir que será capaz de superá-lo.

Descubra de onde vem o seu medo

Para tratar essa fobia, é muito importante determinar de onde ela vem e o que a causou. Faça o exercício sozinho ou com alguém da sua confiança e tente observar quais situações o deixam ansioso enquanto dirige.

Dirija!

Um tratamento para a amaxofia é a exposição sistemática à fonte da fobia. “É preciso entrar no carro e enfrentar o fato que causa ansiedade”, diz Encarni Ayoso.

Vá por partes

O enfrentamento deve ser gradual. Desta forma, você pode ganhar confiança.

Para fazer isso, você precisa começar a dirigir em áreas tranquilas com pouco tráfego. Então, a intensidade de seus passeios aumentará conforme você se sentir confortável ao volante. Recomenda-se também anotar em um caderno como você se sente ao final de cada passeio.

Vale lembrar que a companhia de outra pessoa nesses trajetos seria conveniente para superar a fobia. Desta forma, é mais fácil evitar problemas.

Controle os sintomas do medo de dirigir

Quando aparecerem sintomas como frequência cardíaca acelerada e respiração rápida, tente pará-los com exercícios de respiração abdominal e relaxamento muscular. Essas técnicas visam reduzir as manifestações fisiológicas do medo de dirigir. Além disso, é importante regular os pensamentos com antecedência (para evitar pensamentos catastróficos). Devemos permanecer positivos e avaliar os riscos enquanto dirigimos.

Busque ajuda

Se o medo é incontrolável e parece opressor, é melhor procurar a ajuda de um profissional. Um psicólogo terá autonomia para determinar com precisão a origem do problema, além de oferecer suporte durante o processo de recuperação.

Como posso saber se tenho amaxofobia?

Avalie seus sintomas de acordo com o guia que apresentamos neste artigo. Se você descobrir que não consegue seguir em frente ou perder o controle das suas emoções, talvez precise de ajuda profissional.

Este distúrbio não está relacionado à habilidade do motorista, nem à sua experiência. Qualquer pessoa pode desenvolver essa fobia, seja um novato ou alguém que dirige há anos.

Um motorista com 20 anos de experiência pode adquirir amaxofobia depois de testemunhar um acidente ou de ter passado por algum tipo de experiência traumática pessoal, por exemplo.


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  • Taylor JE, Deane FP, Podd JV (2000). “Determining the focus of driving fears”. J Anxiety Disord. 14 (5): 453–70
  •  Lauer G (1992). “The Treatment of Driving Phobia”. International Journal of Psychology. 27 (3): 469–469
  • Wiederhold B, Wiederhold M. Fear of Driving. Washington, DC, American Psychological Association, 2005

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