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Unhas de gel podem ser prejudiciais à saúde?

5 minutos
As unhas de gel viraram moda, mas exigem alguns cuidados.
Unhas de gel podem ser prejudiciais à saúde?
Última atualização: 21 julho, 2023

As unhas de gel têm se tornado cada vez mais populares entre mulheres que desejam ter unhas mais resistentes, duráveis e bonitas. Mas, sem os cuidados necessários, as unhas de verdade podem sair prejudicadas.

Existem duas técnicas principais utilizadas para unhas de gel: o alongamento e o banho de gel. No alongamento, o gel é usado para deixar as unhas mais longas, enquanto no banho de gel, camadas de gel são aplicadas na unha natural sem alterar o comprimento, deixando-a mais rígida e resistente.

Esse gel é modelado de acordo com a forma e o tamanho desejados, proporcionando um aspecto mais resistente e durável às unhas. Após a aplicação, o gel é endurecido com um aparelho de luz ultravioleta (UV) para garantir a fixação correta e a durabilidade do produto.

Apesar de ser uma forma recente de esmaltar as unhas, a ciência já reforça que tanto o uso de aparelhos com luz ultravioleta (UV) quanto os géis, entre outros produtos, como as substâncias utilizadas para aumentar o tamanho das unhas ou para perdurar a esmaltação, podem causar alergias, lesões e até câncer.

Risco no uso de raios ultravioletas

Independentemente do método usado, os especialistas em dermatologia são categóricos: todo alongamento traz danos às unhas originais, que tendem a se tornarem fracas, quebradiças e opacas.

Outro ponto estudado é a possibilidade de o procedimento favorecer o aparecimento do câncer de pele, que pode surgir até 10 a 15 anos após o uso da lâmpada ultravioleta.

Um estudo publicado na revista Nature mostrou que a exposição aos raios ultravioletas emitidos pela lâmpada usada na secagem do gel pode ser cancerígena. Os pesquisadores observaram que esse efeito era proporcional ao tempo de exposição. Portanto, o aumento de risco de câncer de pele existe em longo prazo.

“Para sua utilização, o ideal é se informar sobre o tipo de lâmpada que está sendo utilizada, bem como os componentes do esmalte gel e seu removedor. No caso de dúvidas, sempre procurar o dermatologista, trazendo consigo as especificações dos componentes para verificar e receber as orientações adequadas”, afirma a dermatologista Anamaria da Silva Facina, professora da Unifesp.

Unhas de gel podem causar alergias

“Esse tipo de procedimento não deveria ser realizado de forma rotineira na população em geral e, especialmente, nas pessoas mais suscetíveis a alergias”, segundo a dermatologista.

As alergias são as complicações mais comuns e podem se manifestar por vermelhidão e coceira nos locais próximos da aplicação, como nos dedos e nas mãos. Contudo, esses sintomas podem atingir outras áreas do corpo, como nas pálpebras, e a alergia pode demorar para ser diagnosticada.

Além disso, algumas pessoas podem ter quadros de alergia respiratória. Embora o efeito da alergia possa ser perceptível no momento do procedimento ou horas depois, as alergias cutâneas secundárias, principalmente a alguns tipos de metacrilatos, entre outros produtos, podem aparecer depois de certo tempo de uso. Um estudo recente mostrou uma média de 30 meses para o surgimento do processo alérgico.

Daniel Soares de Sousa Dantas, médico infectologista formado pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas, reforça que qualquer alergia, feridas e cortes oriundos do procedimento precisam ser diagnosticados e tratados. “Como a parede de proteção natural da pele é quebrada, o caminho fica aberto para a contaminação de bactérias, fungos e outras doenças infecciosas, tanto agudas como crônicas”.

Como se proteger?

Pesquise o trabalho do profissional, se informe sobre os produtos usados e faça a manutenção regular.

Um dos pontos mais preocupantes para os efeitos colaterais do uso do esmalte em gel é a falta de informação de consumidores e esteticistas que fazem o uso descontrolado do procedimento, além da falta de compreensão dos processos envolvidos e das complicações do uso de diferentes substâncias.

“O ideal é não utilizar o procedimento com alta frequência e utilizar protetor solar, luvas ou tecidos para proteger as mãos dos raios ultravioletas, deixando exposta apenas parte da unha. Atenção também vale para os materiais que são utilizados na cola para adesão, e se eles seguem todas as regras sanitárias”, explica a dermatologista Renata Furtado, professora do Hospital Otávio de Freitas, em Recife.

Segundo o infectologista Daniel Soares de Sousa Dantas, é muito importante a individualização do material, especialmente no momento da higienização, lixamento e remoção da cutícula antes do procedimento, para diminuir o contágio de doenças infecciosas crônicas como hepatite B, hepatite C e o vírus HIV.

“Como os materiais têm contato com sangue e não há fiscalização que reforça que todos os materiais das manicures devem ser higienizados, é importante que cada um leve seu material de casa, e garanta a higienização e o uso individualizado, sem emprestar para familiares ou amigos. Sendo assim, você garante que não utilizará um material contaminado”.

Além disso, tenha atenção aos produtos utilizados. Avaliar a qualidade e a procedência de todos os produtos envolvidos no procedimento de unhas em gel pode ser difícil para quem não conhece o processo, mas vale pesquisar quais são os produtos autorizados pelos órgãos regulatórios.

Por ser uma categoria nova de produtos no mercado, também é importante ficar atento às movimentações regulatórias e principalmente aos recalls de produtos. Em 2020, por exemplo, foi realizado um recall na Inglaterra de um removedor de gel para unhas por ele conter produto cancerígeno.

“O diclorometano afeta o sistema nervoso central e pode causar câncer quando inalado, uma insegurança tanto para o cliente como para o profissional responsável pelo procedimento”, explica Facina.

Há contraindicações?

Esse procedimento não é recomendado para gestantes, lactantes ou crianças, justamente por conta da exposição às substâncias químicas e aos raios ultravioletas.

Mas, mesmo com os possíveis riscos, as técnicas de alongamento disponíveis hoje em dia são seguras quando aplicadas e retiradas por profissionais qualificados, além de terem um ótimo custo-benefício. 

Para aqueles que encontraram um local confiável e não tiveram nenhum sintoma relacionado ao procedimento, a dermatologista Renata Furtado ressalta a importância de ter atenção aos resultados.

“Ao usar esmalte em gel, nunca deixe-o por muito tempo, para manter a saúde das unhas naturais. Siga as recomendações passadas pelos profissionais e sempre observe o estado das unhas, antes e depois do procedimento”, completa.

As unhas de gel têm se tornado cada vez mais populares entre mulheres que desejam ter unhas mais resistentes, duráveis e bonitas. Mas, sem os cuidados necessários, as unhas de verdade podem sair prejudicadas.

Existem duas técnicas principais utilizadas para unhas de gel: o alongamento e o banho de gel. No alongamento, o gel é usado para deixar as unhas mais longas, enquanto no banho de gel, camadas de gel são aplicadas na unha natural sem alterar o comprimento, deixando-a mais rígida e resistente.

Esse gel é modelado de acordo com a forma e o tamanho desejados, proporcionando um aspecto mais resistente e durável às unhas. Após a aplicação, o gel é endurecido com um aparelho de luz ultravioleta (UV) para garantir a fixação correta e a durabilidade do produto.

Apesar de ser uma forma recente de esmaltar as unhas, a ciência já reforça que tanto o uso de aparelhos com luz ultravioleta (UV) quanto os géis, entre outros produtos, como as substâncias utilizadas para aumentar o tamanho das unhas ou para perdurar a esmaltação, podem causar alergias, lesões e até câncer.

Risco no uso de raios ultravioletas

Independentemente do método usado, os especialistas em dermatologia são categóricos: todo alongamento traz danos às unhas originais, que tendem a se tornarem fracas, quebradiças e opacas.

Outro ponto estudado é a possibilidade de o procedimento favorecer o aparecimento do câncer de pele, que pode surgir até 10 a 15 anos após o uso da lâmpada ultravioleta.

Um estudo publicado na revista Nature mostrou que a exposição aos raios ultravioletas emitidos pela lâmpada usada na secagem do gel pode ser cancerígena. Os pesquisadores observaram que esse efeito era proporcional ao tempo de exposição. Portanto, o aumento de risco de câncer de pele existe em longo prazo.

“Para sua utilização, o ideal é se informar sobre o tipo de lâmpada que está sendo utilizada, bem como os componentes do esmalte gel e seu removedor. No caso de dúvidas, sempre procurar o dermatologista, trazendo consigo as especificações dos componentes para verificar e receber as orientações adequadas”, afirma a dermatologista Anamaria da Silva Facina, professora da Unifesp.

Unhas de gel podem causar alergias

“Esse tipo de procedimento não deveria ser realizado de forma rotineira na população em geral e, especialmente, nas pessoas mais suscetíveis a alergias”, segundo a dermatologista.

As alergias são as complicações mais comuns e podem se manifestar por vermelhidão e coceira nos locais próximos da aplicação, como nos dedos e nas mãos. Contudo, esses sintomas podem atingir outras áreas do corpo, como nas pálpebras, e a alergia pode demorar para ser diagnosticada.

Além disso, algumas pessoas podem ter quadros de alergia respiratória. Embora o efeito da alergia possa ser perceptível no momento do procedimento ou horas depois, as alergias cutâneas secundárias, principalmente a alguns tipos de metacrilatos, entre outros produtos, podem aparecer depois de certo tempo de uso. Um estudo recente mostrou uma média de 30 meses para o surgimento do processo alérgico.

Daniel Soares de Sousa Dantas, médico infectologista formado pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas, reforça que qualquer alergia, feridas e cortes oriundos do procedimento precisam ser diagnosticados e tratados. “Como a parede de proteção natural da pele é quebrada, o caminho fica aberto para a contaminação de bactérias, fungos e outras doenças infecciosas, tanto agudas como crônicas”.

Como se proteger?

Pesquise o trabalho do profissional, se informe sobre os produtos usados e faça a manutenção regular.

Um dos pontos mais preocupantes para os efeitos colaterais do uso do esmalte em gel é a falta de informação de consumidores e esteticistas que fazem o uso descontrolado do procedimento, além da falta de compreensão dos processos envolvidos e das complicações do uso de diferentes substâncias.

“O ideal é não utilizar o procedimento com alta frequência e utilizar protetor solar, luvas ou tecidos para proteger as mãos dos raios ultravioletas, deixando exposta apenas parte da unha. Atenção também vale para os materiais que são utilizados na cola para adesão, e se eles seguem todas as regras sanitárias”, explica a dermatologista Renata Furtado, professora do Hospital Otávio de Freitas, em Recife.

Segundo o infectologista Daniel Soares de Sousa Dantas, é muito importante a individualização do material, especialmente no momento da higienização, lixamento e remoção da cutícula antes do procedimento, para diminuir o contágio de doenças infecciosas crônicas como hepatite B, hepatite C e o vírus HIV.

“Como os materiais têm contato com sangue e não há fiscalização que reforça que todos os materiais das manicures devem ser higienizados, é importante que cada um leve seu material de casa, e garanta a higienização e o uso individualizado, sem emprestar para familiares ou amigos. Sendo assim, você garante que não utilizará um material contaminado”.

Além disso, tenha atenção aos produtos utilizados. Avaliar a qualidade e a procedência de todos os produtos envolvidos no procedimento de unhas em gel pode ser difícil para quem não conhece o processo, mas vale pesquisar quais são os produtos autorizados pelos órgãos regulatórios.

Por ser uma categoria nova de produtos no mercado, também é importante ficar atento às movimentações regulatórias e principalmente aos recalls de produtos. Em 2020, por exemplo, foi realizado um recall na Inglaterra de um removedor de gel para unhas por ele conter produto cancerígeno.

“O diclorometano afeta o sistema nervoso central e pode causar câncer quando inalado, uma insegurança tanto para o cliente como para o profissional responsável pelo procedimento”, explica Facina.

Há contraindicações?

Esse procedimento não é recomendado para gestantes, lactantes ou crianças, justamente por conta da exposição às substâncias químicas e aos raios ultravioletas.

Mas, mesmo com os possíveis riscos, as técnicas de alongamento disponíveis hoje em dia são seguras quando aplicadas e retiradas por profissionais qualificados, além de terem um ótimo custo-benefício. 

Para aqueles que encontraram um local confiável e não tiveram nenhum sintoma relacionado ao procedimento, a dermatologista Renata Furtado ressalta a importância de ter atenção aos resultados.

“Ao usar esmalte em gel, nunca deixe-o por muito tempo, para manter a saúde das unhas naturais. Siga as recomendações passadas pelos profissionais e sempre observe o estado das unhas, antes e depois do procedimento”, completa.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.