Tireoidectomia: processo, razões e recuperação
Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto
A tireoidectomia é uma intervenção cirúrgica feita com relativa frequência. Consiste em remover a glândula tireoide de forma total ou parcial. A tireoide é um órgão que desempenha um papel muito importante para a regulação do metabolismo.
O problema é que as patologias que acometem essa glândula são muito comuns na população em geral. Por exemplo, a doença de Graves, o bócio ou até mesmo o câncer de tireoide. Todas essas doenças podem levar à indicação da tireoidectomia.
Trata-se de uma técnica considerada segura, mas, assim como qualquer outra cirurgia, não é isenta de riscos. Por isso, neste artigo, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre esta intervenção e por que ela é realizada.
O que é uma tireoidectomia?
Antes de explicar em que consiste uma tireoidectomia, é fundamental primeiramente falar sobre a glândula. A tireoide é um órgão em forma de borboleta que fica na parte da frente do pescoço. É formada por dois lobos que se unem por uma parte que recebe o nome de istmo.
É responsável pela secreção dos hormônios tireoidianos, os quais desempenham um papel muito importante para a regulação do metabolismo. Eles influenciam, por exemplo, a temperatura corporal ou o gasto calórico, entre outras funções.
As doenças da glândula tireoide são muito comuns na população em geral. A tireoidectomia, conforme explicam os especialistas da Clínica Mayo, é um procedimento cirúrgico que permite remover o órgão de forma parcial ou total.
Desta forma, ela serve para tratar patologias como o bócio ou o câncer de tireoide. Existem diferentes maneiras de realizá-la, de acordo com a doença subjacente. Vamos explicar melhor mais adiante.
Quando a tireoidectomia se torna necessária?
A causa mais comum para a realização desta intervenção é o câncer de tireoide. Existem diferentes tipos oncológicos, dentre os quais o carcinoma papilífero se destaca como o mais comum.
Todos eles podem se beneficiar deste tratamento se estiverem localizados na glândula e não houver metástases para outras partes do corpo. Além do câncer, a tireoidectomia também pode ser útil para o tratamento de certos casos de bócio.
O bócio é um aumento não canceroso da glândula. Quando atinge um tamanho significativo ou cresce em direção ao interior do pescoço, ele pode pressionar algumas estruturas, como a traqueia. Como resultado, surgem sintomas muito incômodos, tais como dificuldade para engolir ou para respirar.
Certos tipos de hipertireoidismo podem se beneficiar da tireoidectomia. Ela geralmente é utilizada nos casos em que o tratamento médico ou com iodo radioativo falha. É comum na doença de Graves.
Outra possível indicação para a tireoidectomia são os nódulos da tireoide. Nem todos são removidos, mas isso é feito no caso das pessoas nas quais não se sabe se eles são benignos ou malignos.
Tipos de remoção da glândula tireoide
A tireoidectomia pode ser realizada de diferentes maneiras. Conforme explica um artigo da American Thyroid Association, a escolha da técnica dependerá da causa da cirurgia. Portanto, trata-se de uma decisão complexa que deve ser tomada por uma equipe de profissionais.
A primeira classificação divide a tireoidectomia em parcial ou total. Quando se fala da forma parcial, ela também é chamada de hemitireoidectomia. Consiste na retirada de apenas metade da glândula. É útil quando há nódulos localizados em um único lobo.
Enquanto isso, a tireoidectomia total é a remoção da glândula inteira. É a que mais se utiliza nos casos de câncer ou quando há um bócio muito extenso. O problema é que essa técnica requer medicação posteriormente, a fim de repor os hormônios.
Além disso, também se classifica a cirurgia de acordo com a abordagem utilizada para a sua execução. Assim, ela pode ser convencional, transoral ou endoscópica.
Tireoidectomia convencional
Esta técnica consiste em fazer uma incisão na parte central do pescoço. É neste local que se localiza a glândula. Desta forma, procede-se à sua remoção direta, com o uso de anestesia geral.
Tireoidectomia transoral ou endoscópica
Esta cirurgia permite remover a glândula de forma menos invasiva. São usadas incisões menores. Através delas, inserem-se instrumentos cirúrgicos e uma pequena câmera para visualização. É útil para as pessoas com alto risco cirúrgico.
Além disso, serve também para melhorar o resultado estético, já que as cicatrizes não ficam tão visíveis. Conforme explica um artigo em Endocrine Surgery, existe um procedimento transoral e submentoniano que é mais útil.
A glândula é removida através de uma incisão sob o queixo. Assim, a cicatriz fica oculta por causa do próprio formato do queixo. Além disso, também há uma redução das complicações pós-operatórias e da sensação de desconforto.
Preparação para a intervenção
Antes de realizar uma tireoidectomia, é fundamental que o paciente esteja bem informado. Uma vez que há a utilização de anestesia geral, é comum que não se possa comer ou beber nada nas horas que antecedem o procedimento.
O médico deve conhecer qualquer tipo de tratamento que o paciente esteja fazendo. É possível que seja necessário interromper o uso de certos medicamentos para evitar complicações. Este é o caso, por exemplo, dos anticoagulantes.
O paciente deve saber que, se a tireoidectomia for total, ele precisará fazer um tratamento farmacológico durante a vida toda. Isso ocorre porque, com a remoção da glândula, o corpo deixa de ser capaz de sintetizar os hormônios da tireoide.
Recuperação após o procedimento
Após a tireoidectomia, o paciente deve permanecer no hospital. Assim, ele poderá se recuperar da anestesia e da cirurgia em si. Além disso, esse período de observação também é essencial para controlar eventuais complicações pós-cirúrgicas.
É frequente que surja desconforto ou dor no pescoço. Inclusive, até mesmo a voz pode ficar levemente distorcida ou mais fraca. Isso pode ocorrer por causa da intubação durante a cirurgia ou de uma irritação dos nervos laríngeos.
Não é necessário permanecer em jejum após a cirurgia. Embora a intervenção seja no pescoço, é permitido comer e beber. Por outro lado, é recomendável passar 10 dias sem realizar atividades intensas. No entanto, nos dias seguintes, é possível retornar à vida normal e até mesmo trabalhar.
Possíveis riscos e complicações da tireoidectomia
Assim como qualquer outra intervenção cirúrgica, a tireoidectomia também apresenta riscos e pode levar a complicações. No entanto, conforme afirmam os especialistas da Johns Hopkins Medicine, os riscos são muito baixos.
Pode haver sangramento ou infecções. No entanto, geralmente não se utilizam antibióticos de forma rotineira, uma vez que se considera que a probabilidade de que isso aconteça é baixa. Por outro lado, há a possibilidade de lesões em certos nervos laríngeos. Como resultado, há alterações da voz, tais como rouquidão ou fraqueza permanente.
Quando há sangramento, existe a possibilidade de o hematoma comprimir as vias aéreas. Esta é uma situação de emergência médica, já que o paciente não consegue respirar.
Finalmente, em alguns casos, pode surgir o hipoparatireoidismo. Isso acontece quando há a remoção ou lesão acidental das glândulas paratireoides. Como consequência, surge a perda do controle do cálcio no sangue.
A tireoidectomia é uma cirurgia segura
Apesar de existirem riscos e a tireoidectomia às vezes envolver um tratamento hormonal para o resto da vida, ela é considerada a técnica de escolha para muitas patologias. Por exemplo, no caso do câncer de tireoide. Trata-se de uma intervenção segura que aumenta a qualidade e a expectativa de vida em inúmeras doenças.
A tireoidectomia é uma intervenção cirúrgica feita com relativa frequência. Consiste em remover a glândula tireoide de forma total ou parcial. A tireoide é um órgão que desempenha um papel muito importante para a regulação do metabolismo.
O problema é que as patologias que acometem essa glândula são muito comuns na população em geral. Por exemplo, a doença de Graves, o bócio ou até mesmo o câncer de tireoide. Todas essas doenças podem levar à indicação da tireoidectomia.
Trata-se de uma técnica considerada segura, mas, assim como qualquer outra cirurgia, não é isenta de riscos. Por isso, neste artigo, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre esta intervenção e por que ela é realizada.
O que é uma tireoidectomia?
Antes de explicar em que consiste uma tireoidectomia, é fundamental primeiramente falar sobre a glândula. A tireoide é um órgão em forma de borboleta que fica na parte da frente do pescoço. É formada por dois lobos que se unem por uma parte que recebe o nome de istmo.
É responsável pela secreção dos hormônios tireoidianos, os quais desempenham um papel muito importante para a regulação do metabolismo. Eles influenciam, por exemplo, a temperatura corporal ou o gasto calórico, entre outras funções.
As doenças da glândula tireoide são muito comuns na população em geral. A tireoidectomia, conforme explicam os especialistas da Clínica Mayo, é um procedimento cirúrgico que permite remover o órgão de forma parcial ou total.
Desta forma, ela serve para tratar patologias como o bócio ou o câncer de tireoide. Existem diferentes maneiras de realizá-la, de acordo com a doença subjacente. Vamos explicar melhor mais adiante.
Quando a tireoidectomia se torna necessária?
A causa mais comum para a realização desta intervenção é o câncer de tireoide. Existem diferentes tipos oncológicos, dentre os quais o carcinoma papilífero se destaca como o mais comum.
Todos eles podem se beneficiar deste tratamento se estiverem localizados na glândula e não houver metástases para outras partes do corpo. Além do câncer, a tireoidectomia também pode ser útil para o tratamento de certos casos de bócio.
O bócio é um aumento não canceroso da glândula. Quando atinge um tamanho significativo ou cresce em direção ao interior do pescoço, ele pode pressionar algumas estruturas, como a traqueia. Como resultado, surgem sintomas muito incômodos, tais como dificuldade para engolir ou para respirar.
Certos tipos de hipertireoidismo podem se beneficiar da tireoidectomia. Ela geralmente é utilizada nos casos em que o tratamento médico ou com iodo radioativo falha. É comum na doença de Graves.
Outra possível indicação para a tireoidectomia são os nódulos da tireoide. Nem todos são removidos, mas isso é feito no caso das pessoas nas quais não se sabe se eles são benignos ou malignos.
Tipos de remoção da glândula tireoide
A tireoidectomia pode ser realizada de diferentes maneiras. Conforme explica um artigo da American Thyroid Association, a escolha da técnica dependerá da causa da cirurgia. Portanto, trata-se de uma decisão complexa que deve ser tomada por uma equipe de profissionais.
A primeira classificação divide a tireoidectomia em parcial ou total. Quando se fala da forma parcial, ela também é chamada de hemitireoidectomia. Consiste na retirada de apenas metade da glândula. É útil quando há nódulos localizados em um único lobo.
Enquanto isso, a tireoidectomia total é a remoção da glândula inteira. É a que mais se utiliza nos casos de câncer ou quando há um bócio muito extenso. O problema é que essa técnica requer medicação posteriormente, a fim de repor os hormônios.
Além disso, também se classifica a cirurgia de acordo com a abordagem utilizada para a sua execução. Assim, ela pode ser convencional, transoral ou endoscópica.
Tireoidectomia convencional
Esta técnica consiste em fazer uma incisão na parte central do pescoço. É neste local que se localiza a glândula. Desta forma, procede-se à sua remoção direta, com o uso de anestesia geral.
Tireoidectomia transoral ou endoscópica
Esta cirurgia permite remover a glândula de forma menos invasiva. São usadas incisões menores. Através delas, inserem-se instrumentos cirúrgicos e uma pequena câmera para visualização. É útil para as pessoas com alto risco cirúrgico.
Além disso, serve também para melhorar o resultado estético, já que as cicatrizes não ficam tão visíveis. Conforme explica um artigo em Endocrine Surgery, existe um procedimento transoral e submentoniano que é mais útil.
A glândula é removida através de uma incisão sob o queixo. Assim, a cicatriz fica oculta por causa do próprio formato do queixo. Além disso, também há uma redução das complicações pós-operatórias e da sensação de desconforto.
Preparação para a intervenção
Antes de realizar uma tireoidectomia, é fundamental que o paciente esteja bem informado. Uma vez que há a utilização de anestesia geral, é comum que não se possa comer ou beber nada nas horas que antecedem o procedimento.
O médico deve conhecer qualquer tipo de tratamento que o paciente esteja fazendo. É possível que seja necessário interromper o uso de certos medicamentos para evitar complicações. Este é o caso, por exemplo, dos anticoagulantes.
O paciente deve saber que, se a tireoidectomia for total, ele precisará fazer um tratamento farmacológico durante a vida toda. Isso ocorre porque, com a remoção da glândula, o corpo deixa de ser capaz de sintetizar os hormônios da tireoide.
Recuperação após o procedimento
Após a tireoidectomia, o paciente deve permanecer no hospital. Assim, ele poderá se recuperar da anestesia e da cirurgia em si. Além disso, esse período de observação também é essencial para controlar eventuais complicações pós-cirúrgicas.
É frequente que surja desconforto ou dor no pescoço. Inclusive, até mesmo a voz pode ficar levemente distorcida ou mais fraca. Isso pode ocorrer por causa da intubação durante a cirurgia ou de uma irritação dos nervos laríngeos.
Não é necessário permanecer em jejum após a cirurgia. Embora a intervenção seja no pescoço, é permitido comer e beber. Por outro lado, é recomendável passar 10 dias sem realizar atividades intensas. No entanto, nos dias seguintes, é possível retornar à vida normal e até mesmo trabalhar.
Possíveis riscos e complicações da tireoidectomia
Assim como qualquer outra intervenção cirúrgica, a tireoidectomia também apresenta riscos e pode levar a complicações. No entanto, conforme afirmam os especialistas da Johns Hopkins Medicine, os riscos são muito baixos.
Pode haver sangramento ou infecções. No entanto, geralmente não se utilizam antibióticos de forma rotineira, uma vez que se considera que a probabilidade de que isso aconteça é baixa. Por outro lado, há a possibilidade de lesões em certos nervos laríngeos. Como resultado, há alterações da voz, tais como rouquidão ou fraqueza permanente.
Quando há sangramento, existe a possibilidade de o hematoma comprimir as vias aéreas. Esta é uma situação de emergência médica, já que o paciente não consegue respirar.
Finalmente, em alguns casos, pode surgir o hipoparatireoidismo. Isso acontece quando há a remoção ou lesão acidental das glândulas paratireoides. Como consequência, surge a perda do controle do cálcio no sangue.
A tireoidectomia é uma cirurgia segura
Apesar de existirem riscos e a tireoidectomia às vezes envolver um tratamento hormonal para o resto da vida, ela é considerada a técnica de escolha para muitas patologias. Por exemplo, no caso do câncer de tireoide. Trata-se de uma intervenção segura que aumenta a qualidade e a expectativa de vida em inúmeras doenças.
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- Información para el paciente sobre cirugía de tiroides | Johns Hopkins Medicine en Baltimore, MD. (n.d.). Retrieved March 18, 2021, from https://www.hopkinsmedicine.org/surgery/specialty-areas/surgical-oncology/endocrine/patient_information/thyroid_surgery.html
- Endocrine Surgery – Thyroidectomy. (n.d.). Retrieved March 18, 2021, from https://endocrinesurgery.ucsf.edu/conditions–procedures/thyroidectomy.aspx
- Thyroid Surgery | American Thyroid Association. (n.d.). Retrieved March 18, 2021, from https://www.thyroid.org/thyroid-surgery/
- Tiroidectomía – Mayo Clinic. (n.d.). Retrieved March 18, 2021, from https://www.mayoclinic.org/es-es/tests-procedures/thyroidectomy/about/pac-20385195
- González Fernández, Ramón, Ahmed Llapur Gónzalez, and Domingo Pérez González. “Cirugía conservadora y tiroidectomía total en el cáncer tiroideo bien diferenciado.” Revista Cubana de Cirugía 56.4 (2017): 0-0.
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