Timidez infantil: 6 dicas para enfrentá-la
Escrito e verificado por a psicóloga Elena Sanz
Se seu filho é tímido, é possível que você esteja preocupado com seu bem-estar atual e futuro. Talvez você tenha medo de que ele não faça amigos, que sofra nos ambientes sociais que encontrará ao longo da vida ou que haja algo errado com ele que você não saiba como consertar. Na verdade, a timidez infantil é normal até certo ponto. Além disso, é possível intervir para que não atinja níveis que limitem ou causem desconforto à criança.
É importante ter isto em mente: a timidez não é uma condição que durará para sempre. É verdade que tem um componente genético e hereditário considerável que se manifesta na disposição com que a criança nasce. No entanto, a educação, o ambiente no qual ela cresce e as primeiras experiências que ela vive podem modular a presença dessa condição. Veja como podemos ajudar.
O que consideramos timidez infantil?
A timidez é a tendência a se retrair e se sentir desconfortável em situações sociais novas ou desconhecidas. Geralmente está relacionado ao medo do julgamento dos outros, à propensão a não se expressar e a ficar em segundo plano.
A pessoa tímida se sente insegura ao interagir com estranhos. Você evita tomar a iniciativa, mesmo quando gostaria de ter mais contato social.
É comum que apresentem insegurança e baixa autoestima e que esse comportamento os leve a perder oportunidades importantes. Por isso, a intervenção pode ser necessária.
Vale ressaltar que certo grau de timidez é normal e esperado em determinadas fases da vida. As crianças podem naturalmente olhar para seus pais ou pessoas de confiança em busca de segurança quando se deparam com ambientes novos ou desconhecidos. Mas, eventualmente, à medida que vão crescendo tornam-se mais confiantes.
Também é verdade que a timidez nos ajuda a ser mais cautelosos e reflexivos, evitando riscos e tomando melhores decisões em determinadas circunstâncias. No entanto, quando ocorre de forma excessiva, pode causar grande sofrimento e dificultar o desenvolvimento escolar e social. Ele pode ainda causar distúrbios como a fobia social.
Dicas para lidar com a timidez infantil
Se você perceber que a timidez do seu filho está causando desconforto ou interferindo em sua vida diária, aqui estão algumas orientações que você pode aplicar para ajudá-lo.
1. Não o pressione, critique ou rotule
Se você não é uma pessoa tímida, pode ser difícil para você entender as reações do seu filho. No entanto, é importante que você não invalide ou minimize suas emoções.
Não o ridicularize por ser tímido ou o pressione a mudar o seu comportamento à força. Em primeiro lugar, você precisa se sentir compreendido, aceito e apoiado. A partir dessa segurança é que você pode progredir no seu próprio ritmo.
Por outro lado, evite rotulá-lo como tímido, envergonhado ou solitário. As palavras têm mais poder do que pensamos e isso só fará com que seu filho se perceba cada vez mais dessa forma. Ele vai acreditar e entrar em seu papel, tornando-se cada vez mais reservado e medroso.
Saiba mais 10 coisas que nunca devemos dizer para as crianças
2. Ensine e modele habilidades sociais
Às vezes, a timidez é fruto de uma falta de habilidades sociais que faz com que a criança não saiba se dar bem com os outros e suas interações sejam desagradáveis. Portanto, pode ser bom enfatizar habilidades como iniciar e manter conversas, fazer elogios, fazer pedidos ou dizer “não”.
Algumas crianças acham mais difícil do que outras entender e internalizar essas regras, mas é tudo uma questão de prática. Vendo você (como sua principal figura de referência) interagindo com os outros, ele poderá internalizar certas ideias. No entanto, dinâmicas performáticas, como dramatizações, podem auxiliar nesse processo de aprendizagem.
3. Ofereça oportunidades de socialização
Quando uma criança é tímida. alguns pais tendem a ser superprotetores e evitam expô-lo a situações desconfortáveis. No entanto, o pequeno precisa de prática e oportunidades para ganhar autoconfiança.
Por esta razão, é uma boa ideia fornecer espaços para conviver com outras crianças, além da escola. Inscrever-se em atividades extracurriculares, ir a acampamentos ou workshops relacionados aos seus hobbies podem ser boas alternativas.
Se a criança estiver muito assustada, você pode começar a fazer atividades junto com outras famílias ou participar de aulas para pais e filhos. Sua presença lhe dará segurança. Ao perceber que é capaz de fazer isso, ganhará confiança para enfrentar novas oportunidades por conta própria.
4. Fortaleça sua autoestima e confiança
A timidez tem um grande componente de insegurança, falta de autoconfiança e medo de que os outros nos julguem. Por isso, é fundamental promover uma autoestima saudável e sólida, ajudando seu filho a identificar e valorizar suas virtudes e aceitar onde deve melhorar.
A autoestima não é apenas receber elogios e pensar bem de si mesmo, mas também ser capaz de ver aquilo em que não somos tão bons, sem nos envergonharmos por isso. Ensine seu filho a ver os erros como naturais e aceitáveis, como parte do processo de aprendizado, e você liberará muito da pressão dele.
5. Promova um diálogo interno positivo
Em consonância com o exposto, vale a pena saber que as pessoas tímidas costumam fazer uma crítica interna severa em suas cabeças que antecipa tudo o que pode dar errado, dizendo-lhes no presente os erros que estão cometendo e lembrando-as de seus fracassos passados. É esse diálogo interno que pode te paralisar.
Pela mesma razão, uma ótima ideia é ensinar as crianças a falarem consigo mesmas com amor, respeito e autocompaixão, para serem seus melhores amigos e incentivadores. O objetivo é que pensamentos como os que seguem abaixo venham à sua mente automaticamente:
- “Você fez muito bem, estou orgulhoso de você.”
- “Você cometeu um erro, mas tudo bem, você ainda é valioso.”
- “Você consegue, basta tentar”.
Para isso, essas palavras devem vir primeiro de seus pais: são eles que moldam o diálogo interno da criança.
Continue lendo: Transtorno de interação social desinibida em crianças
6. Promova a expressividade e a tomada de decisão
Por fim, lembremos que a timidez infantil faz com que as crianças fiquem em segundo plano para não chamar a atenção e não serem julgadas. Se quisermos contrariar essa tendência, podemos promover situações em que a criança se expresse livremente e faça valer as suas opiniões num ambiente seguro.
Conversas em família, jogos de tabuleiro, atividades criativas e artísticas… as opções são muitas. O importante é estimular a criança a participar, fazer com que ouça a sua voz e, claro, ouvi-la, levá-la em consideração e valorizar suas contribuições.
A timidez infantil pode exigir ajuda profissional
Em última análise, se você aplicou as orientações acima e a timidez do seu filho ainda é excessiva, não hesite em procurar ajuda profissional. Tenha em mente que experiências sociais negativas ou ser rejeitado por outras pessoas podem nos marcar no futuro.
É importante resolver a situação o mais rápido possível. Um profissional poderá ajudar seu filho a adquirir as ferramentas necessárias para superar sua timidez.
Se seu filho é tímido, é possível que você esteja preocupado com seu bem-estar atual e futuro. Talvez você tenha medo de que ele não faça amigos, que sofra nos ambientes sociais que encontrará ao longo da vida ou que haja algo errado com ele que você não saiba como consertar. Na verdade, a timidez infantil é normal até certo ponto. Além disso, é possível intervir para que não atinja níveis que limitem ou causem desconforto à criança.
É importante ter isto em mente: a timidez não é uma condição que durará para sempre. É verdade que tem um componente genético e hereditário considerável que se manifesta na disposição com que a criança nasce. No entanto, a educação, o ambiente no qual ela cresce e as primeiras experiências que ela vive podem modular a presença dessa condição. Veja como podemos ajudar.
O que consideramos timidez infantil?
A timidez é a tendência a se retrair e se sentir desconfortável em situações sociais novas ou desconhecidas. Geralmente está relacionado ao medo do julgamento dos outros, à propensão a não se expressar e a ficar em segundo plano.
A pessoa tímida se sente insegura ao interagir com estranhos. Você evita tomar a iniciativa, mesmo quando gostaria de ter mais contato social.
É comum que apresentem insegurança e baixa autoestima e que esse comportamento os leve a perder oportunidades importantes. Por isso, a intervenção pode ser necessária.
Vale ressaltar que certo grau de timidez é normal e esperado em determinadas fases da vida. As crianças podem naturalmente olhar para seus pais ou pessoas de confiança em busca de segurança quando se deparam com ambientes novos ou desconhecidos. Mas, eventualmente, à medida que vão crescendo tornam-se mais confiantes.
Também é verdade que a timidez nos ajuda a ser mais cautelosos e reflexivos, evitando riscos e tomando melhores decisões em determinadas circunstâncias. No entanto, quando ocorre de forma excessiva, pode causar grande sofrimento e dificultar o desenvolvimento escolar e social. Ele pode ainda causar distúrbios como a fobia social.
Dicas para lidar com a timidez infantil
Se você perceber que a timidez do seu filho está causando desconforto ou interferindo em sua vida diária, aqui estão algumas orientações que você pode aplicar para ajudá-lo.
1. Não o pressione, critique ou rotule
Se você não é uma pessoa tímida, pode ser difícil para você entender as reações do seu filho. No entanto, é importante que você não invalide ou minimize suas emoções.
Não o ridicularize por ser tímido ou o pressione a mudar o seu comportamento à força. Em primeiro lugar, você precisa se sentir compreendido, aceito e apoiado. A partir dessa segurança é que você pode progredir no seu próprio ritmo.
Por outro lado, evite rotulá-lo como tímido, envergonhado ou solitário. As palavras têm mais poder do que pensamos e isso só fará com que seu filho se perceba cada vez mais dessa forma. Ele vai acreditar e entrar em seu papel, tornando-se cada vez mais reservado e medroso.
Saiba mais 10 coisas que nunca devemos dizer para as crianças
2. Ensine e modele habilidades sociais
Às vezes, a timidez é fruto de uma falta de habilidades sociais que faz com que a criança não saiba se dar bem com os outros e suas interações sejam desagradáveis. Portanto, pode ser bom enfatizar habilidades como iniciar e manter conversas, fazer elogios, fazer pedidos ou dizer “não”.
Algumas crianças acham mais difícil do que outras entender e internalizar essas regras, mas é tudo uma questão de prática. Vendo você (como sua principal figura de referência) interagindo com os outros, ele poderá internalizar certas ideias. No entanto, dinâmicas performáticas, como dramatizações, podem auxiliar nesse processo de aprendizagem.
3. Ofereça oportunidades de socialização
Quando uma criança é tímida. alguns pais tendem a ser superprotetores e evitam expô-lo a situações desconfortáveis. No entanto, o pequeno precisa de prática e oportunidades para ganhar autoconfiança.
Por esta razão, é uma boa ideia fornecer espaços para conviver com outras crianças, além da escola. Inscrever-se em atividades extracurriculares, ir a acampamentos ou workshops relacionados aos seus hobbies podem ser boas alternativas.
Se a criança estiver muito assustada, você pode começar a fazer atividades junto com outras famílias ou participar de aulas para pais e filhos. Sua presença lhe dará segurança. Ao perceber que é capaz de fazer isso, ganhará confiança para enfrentar novas oportunidades por conta própria.
4. Fortaleça sua autoestima e confiança
A timidez tem um grande componente de insegurança, falta de autoconfiança e medo de que os outros nos julguem. Por isso, é fundamental promover uma autoestima saudável e sólida, ajudando seu filho a identificar e valorizar suas virtudes e aceitar onde deve melhorar.
A autoestima não é apenas receber elogios e pensar bem de si mesmo, mas também ser capaz de ver aquilo em que não somos tão bons, sem nos envergonharmos por isso. Ensine seu filho a ver os erros como naturais e aceitáveis, como parte do processo de aprendizado, e você liberará muito da pressão dele.
5. Promova um diálogo interno positivo
Em consonância com o exposto, vale a pena saber que as pessoas tímidas costumam fazer uma crítica interna severa em suas cabeças que antecipa tudo o que pode dar errado, dizendo-lhes no presente os erros que estão cometendo e lembrando-as de seus fracassos passados. É esse diálogo interno que pode te paralisar.
Pela mesma razão, uma ótima ideia é ensinar as crianças a falarem consigo mesmas com amor, respeito e autocompaixão, para serem seus melhores amigos e incentivadores. O objetivo é que pensamentos como os que seguem abaixo venham à sua mente automaticamente:
- “Você fez muito bem, estou orgulhoso de você.”
- “Você cometeu um erro, mas tudo bem, você ainda é valioso.”
- “Você consegue, basta tentar”.
Para isso, essas palavras devem vir primeiro de seus pais: são eles que moldam o diálogo interno da criança.
Continue lendo: Transtorno de interação social desinibida em crianças
6. Promova a expressividade e a tomada de decisão
Por fim, lembremos que a timidez infantil faz com que as crianças fiquem em segundo plano para não chamar a atenção e não serem julgadas. Se quisermos contrariar essa tendência, podemos promover situações em que a criança se expresse livremente e faça valer as suas opiniões num ambiente seguro.
Conversas em família, jogos de tabuleiro, atividades criativas e artísticas… as opções são muitas. O importante é estimular a criança a participar, fazer com que ouça a sua voz e, claro, ouvi-la, levá-la em consideração e valorizar suas contribuições.
A timidez infantil pode exigir ajuda profissional
Em última análise, se você aplicou as orientações acima e a timidez do seu filho ainda é excessiva, não hesite em procurar ajuda profissional. Tenha em mente que experiências sociais negativas ou ser rejeitado por outras pessoas podem nos marcar no futuro.
É importante resolver a situação o mais rápido possível. Um profissional poderá ajudar seu filho a adquirir as ferramentas necessárias para superar sua timidez.
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- Kagan, J. (1997). Temperament and the reactions to unfamiliarity. Child development, 68(1), 139-143.
- Ordóñez-Ortega, A., Espinosa-Fernández, L., García-López, L. J., & Muela-Martínez, J. A. (2013). Inhibición conductual y su relación con los trastornos de ansiedad infantil. terapia psicolÓgica, 31(3), 355-362.
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