Terapia revolucionária devolve a consciência a um homem em coma
Escrito e verificado por o médico Gilberto Adaulfo Sánchez Abreu
Quase sempre é notícia quando uma pessoa recupera a consciência depois de vários anos em coma.
Porém, o ocorrido há pouco tempo em um hospital na França tem um componente especial do ponto de vista científico que, sem dúvida, abre a esperança a muitos pacientes nesta mesma situação.
O acontecimento se deu no Hospital Neurológico Pierre Wherteimer, em Lyon (França). O que se desenvolveu não foi algo espontâneo e nem casual.
Nosso afortunado protagonista tem 50 anos, e desde os 35 estava em coma depois de um grave acidente de trânsito que o deixou em estado vegetativo.
A Universidade de Lyo junto a este mesmo hospital neurológico realizou um interessante experimento baseado na simples estimulação do nervo vago.
Vale dizer que foi um processo lento e que hoje ainda esperam-se mais vitórias, mais avanços.
O paciente ainda conta com sequelas graves e seu despertar tem sido lento.
Porém, já reage frente a diversos estímulos, mantém a atenção, o olhar e gira a cabeça para cada coisa que lhe chama a atenção.
É só o começo, é a primeira fase e a antessala de um avanço que, sem dúvidas, trará em breve notícias incríveis.
Analisemos por um momento em que se baseia essa terapia que foi desenvolvida por uma equipe médica de ponta liderada pelo pesquisador do Instituto de Ciências Cognitivas, Marc Jeannerod.
Homem em coma recupera a consciência depois de 15 anos
Se há algo que os psicólogos nos dizem frequentemente é que nada é tão enigmático como explicar o que é realmente a consciência.
Porém, as pessoas que têm um familiar em estado vegetativo e em coma sabem perfeitamente que algo assim e como estar morto em vida, afastado da realidade.
São mantidas algumas constantes vitais, mas o paciente se perde em um mundo distante onde também não há noção de humanidade.
Porém, cabe lembrar que esse fio ou essa atividade neuronal que delimita a inconsciência da consciência é muito frágil, e esse foi o desafio de muitos cientistas: trazer ao mundo sensitivo, real e próximo à pessoa que está em estado vegetativo.
O nervo vago, a chave do “despertar”
O trabalho foi publicado na revista Current Biology faz apenas alguns dias, porém, a notícia deu a volta ao mundo.
No momento, só há um paciente submetido a esta terapia. Faltaria, portanto, desenvolvê-la em mais pessoas com diferentes danos cerebrais para valorizar seu alcance autêntico.
- A terapia se baseia na estimulação do nervo vago.
- O tratamento como tal se baseou na aplicação de um pequeno marca-passo na região do nervo vago do paciente.
- Devemos lembrar antes de mais nada que o nervo vago conecta uma infinidade de nervos, órgãos e estruturas com o nosso cérebro.
É como um canal por onde ficam conectadas infinitas funções que este nervo “ativa”, impulsiona ou condiciona a um tipo de resposta ou outra.
- O que fizeram os cientistas neste caso foi estimular também uma área específica que conecta com o nervo vago: a formação reticular.
Trata-se de uma estrutura fascinante encarregada de regular, dentre outras coisas, os estados de sono e vigília.
Essa foi a premissa da qual partiu essa equipe de neurologistas: se estimulassem o nervo vago propiciariam uma volta à consciência nos pacientes em coma.
O resultado foi lento, porém efetivo. A primeira pessoa na qual provaram estes marca-passos despertou depois de 15 anos imersa em seu mundo de inconsciência, longe da realidade, de seu entorno, de sua família…
São necessários mais estudos, por isso, de momento, “prudência”
A resposta da comunidade científica em geral é a de ser prudentes. A técnica da estimulação do nervo vago como tal não é nova. De fato, tem-se praticado essa técnica há bastante tempo em pessoas epilépticas e também em casos de depressão grave.
O que se consegue é “reativar” a consciência e a atividade de muitos de nossos órgãos, apesar de essa ativação ser leve, muito leve; por isso é preciso continuar trabalhando nesta terapia.
- Ainda que esta notícia apareça no cabeçalho de muitos meios de comunicação dando ênfase ao fato de que “um paciente em coma acordou”, isso não quer dizer que a pessoa já é autônoma, e muito menos que é capaz de interagir com o meio.
- O paciente está consciente, isso é certo; está acordado, não há dúvidas, mas ainda não se comunica e nem tem constância de que entenda em que situação se encontra.
- A única atividade que demonstrou até o momento se limita ao olhar: ele atende, olha, observa e parece ter especial interesse em que seus familiares leiam coisas para ele.
Tal e como dissemos, é muito difícil explicar com exatidão o que é a consciência. Ela tem, sem dúvidas, diversas escalas, diferentes graus e portanto, este paciente talvez ainda esteja na primeira escala.
Ainda lhe faltam alguns passos para atingir o total despertar, até poder se comunicar e conectar com autenticidade com os seus e com seu entorno.
Esperemos que com o tempo e uma estimulação adequada ele o consiga. Estaremos pendentes de mais notícias relacionadas com a terapia do nervo vago em pacientes em estado vegetativo.
Quase sempre é notícia quando uma pessoa recupera a consciência depois de vários anos em coma.
Porém, o ocorrido há pouco tempo em um hospital na França tem um componente especial do ponto de vista científico que, sem dúvida, abre a esperança a muitos pacientes nesta mesma situação.
O acontecimento se deu no Hospital Neurológico Pierre Wherteimer, em Lyon (França). O que se desenvolveu não foi algo espontâneo e nem casual.
Nosso afortunado protagonista tem 50 anos, e desde os 35 estava em coma depois de um grave acidente de trânsito que o deixou em estado vegetativo.
A Universidade de Lyo junto a este mesmo hospital neurológico realizou um interessante experimento baseado na simples estimulação do nervo vago.
Vale dizer que foi um processo lento e que hoje ainda esperam-se mais vitórias, mais avanços.
O paciente ainda conta com sequelas graves e seu despertar tem sido lento.
Porém, já reage frente a diversos estímulos, mantém a atenção, o olhar e gira a cabeça para cada coisa que lhe chama a atenção.
É só o começo, é a primeira fase e a antessala de um avanço que, sem dúvidas, trará em breve notícias incríveis.
Analisemos por um momento em que se baseia essa terapia que foi desenvolvida por uma equipe médica de ponta liderada pelo pesquisador do Instituto de Ciências Cognitivas, Marc Jeannerod.
Homem em coma recupera a consciência depois de 15 anos
Se há algo que os psicólogos nos dizem frequentemente é que nada é tão enigmático como explicar o que é realmente a consciência.
Porém, as pessoas que têm um familiar em estado vegetativo e em coma sabem perfeitamente que algo assim e como estar morto em vida, afastado da realidade.
São mantidas algumas constantes vitais, mas o paciente se perde em um mundo distante onde também não há noção de humanidade.
Porém, cabe lembrar que esse fio ou essa atividade neuronal que delimita a inconsciência da consciência é muito frágil, e esse foi o desafio de muitos cientistas: trazer ao mundo sensitivo, real e próximo à pessoa que está em estado vegetativo.
O nervo vago, a chave do “despertar”
O trabalho foi publicado na revista Current Biology faz apenas alguns dias, porém, a notícia deu a volta ao mundo.
No momento, só há um paciente submetido a esta terapia. Faltaria, portanto, desenvolvê-la em mais pessoas com diferentes danos cerebrais para valorizar seu alcance autêntico.
- A terapia se baseia na estimulação do nervo vago.
- O tratamento como tal se baseou na aplicação de um pequeno marca-passo na região do nervo vago do paciente.
- Devemos lembrar antes de mais nada que o nervo vago conecta uma infinidade de nervos, órgãos e estruturas com o nosso cérebro.
É como um canal por onde ficam conectadas infinitas funções que este nervo “ativa”, impulsiona ou condiciona a um tipo de resposta ou outra.
- O que fizeram os cientistas neste caso foi estimular também uma área específica que conecta com o nervo vago: a formação reticular.
Trata-se de uma estrutura fascinante encarregada de regular, dentre outras coisas, os estados de sono e vigília.
Essa foi a premissa da qual partiu essa equipe de neurologistas: se estimulassem o nervo vago propiciariam uma volta à consciência nos pacientes em coma.
O resultado foi lento, porém efetivo. A primeira pessoa na qual provaram estes marca-passos despertou depois de 15 anos imersa em seu mundo de inconsciência, longe da realidade, de seu entorno, de sua família…
São necessários mais estudos, por isso, de momento, “prudência”
A resposta da comunidade científica em geral é a de ser prudentes. A técnica da estimulação do nervo vago como tal não é nova. De fato, tem-se praticado essa técnica há bastante tempo em pessoas epilépticas e também em casos de depressão grave.
O que se consegue é “reativar” a consciência e a atividade de muitos de nossos órgãos, apesar de essa ativação ser leve, muito leve; por isso é preciso continuar trabalhando nesta terapia.
- Ainda que esta notícia apareça no cabeçalho de muitos meios de comunicação dando ênfase ao fato de que “um paciente em coma acordou”, isso não quer dizer que a pessoa já é autônoma, e muito menos que é capaz de interagir com o meio.
- O paciente está consciente, isso é certo; está acordado, não há dúvidas, mas ainda não se comunica e nem tem constância de que entenda em que situação se encontra.
- A única atividade que demonstrou até o momento se limita ao olhar: ele atende, olha, observa e parece ter especial interesse em que seus familiares leiam coisas para ele.
Tal e como dissemos, é muito difícil explicar com exatidão o que é a consciência. Ela tem, sem dúvidas, diversas escalas, diferentes graus e portanto, este paciente talvez ainda esteja na primeira escala.
Ainda lhe faltam alguns passos para atingir o total despertar, até poder se comunicar e conectar com autenticidade com os seus e com seu entorno.
Esperemos que com o tempo e uma estimulação adequada ele o consiga. Estaremos pendentes de mais notícias relacionadas com a terapia do nervo vago em pacientes em estado vegetativo.
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- Teasdale, G., & Jennett, B. (1974). ASSESSMENT OF COMA AND IMPAIRED CONSCIOUSNESS. A Practical Scale. The Lancet. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(74)91639-0
- Laureys, S., Owen, A. M., & Schiff, N. D. (2004). Brain function in coma, vegetative state, and related disorders. Lancet Neurology. https://doi.org/10.1016/S1474-4422(04)00852-X
- Tshibanda, L., Vanhaudenhuyse, A., Boly, M., Soddu, A., Bruno, M. A., Moonen, G., … Noirhomme, Q. (2010). Neuroimaging after coma. Neuroradiology. https://doi.org/10.1007/s00234-009-0614-8
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