Como superar o 'Complexo de Wendy', ou a necessidade satisfazer o outro
Escrito e verificado por o psicólogo Bernardo Peña
O “Complexo de Wendy” tem sua raiz na psicologia popular.
Apesar de não ser um transtorno reconhecido pelos manuais de psicodiagnóstico, apresenta certos pontos que se traduzem em aspectos clínicos que requerem um tratamento.
Centrar nossa existência no cuidado alheio provoca uma gradual autodestruição. A queda de autoestima ou o esgotamento físico e mental podem gerar perfeitamente uma depressão.
A literatura clássica nos traz com muita frequência autênticos modelos capazes de descrever comportamentos muito reais.
O “Complexo de Wendy”, a “Síndrome de Peter Pan”, a “Síndrome de Otelo” ou a “Síndrome de Alice no País das Maravilhas” descrevem transtornos, problemas e comportamentos onde a ficção se transforma, muitas vezes, em realidade.
Agora, podemos dizer sem errar que o que intitula este artigo é o mais comum de todos.
De certo modo, muitas mulheres o interiorizam não por imposição, e sim porque é assim que as coisas funcionam há gerações.
Porque quem cuida e ajuda, ama. Porque dar tudo é, aparentemente, uma forma excepcional de amar. No entanto, às vezes nos esquecemos de algo: quem dá também merece e deve receber.
É aí que começa o problema, a dissonância emocional, a tristeza. Propomos refletir sobre o assunto através dos seguintes fatores.
O Complexo de Wendy, ou a renúncia progressiva de si mesmo
Apesar desta síndrome, como indicamos, estar relacionada com a psicologia popular, a sintomatologia que apresenta é bem clara:
Descubra como reparar seu relacionamento depois de uma infidelidade
Entendemos que amar é, acima de tudo, atender o outro.
- Durante muito tempo nos sentimos bem por estabelecer este tipo de relação. É assim que entendemos o amor.
- Não nos preocupamos (a princípio) que os demais não nos atendam de modo igual. Basta saber que nosso companheiro se sente amado e que é feliz. É assim que nos sentimos bem.
- Fazemos o que for para que aqueles que nos rodeiam não se aborreçam, não se incomodem. Lutamos pelo equilíbrio alheio e nos esquecendo do nosso.
- No entanto, pouco a pouco percebemos que os demais percebem cada esforço e cada renúncia feita como “algo normal”, até o ponto de se tornarem tirânicos e exigentes.
Se isto for o que você está experimentando no momento, confira a seguir alguns fatores que precisam mudar.
Entenda que amor não é sacrifício: amor é dar e RECEBER
Muitos de nós fomos educados com a ideia de que no amor é preciso renunciar a certas coisas para garantir a relação. Se você ama alguém, “tem que silenciar” muitas coisas.
Também nos fizeram acreditar que temos que dizer “sim” quando o que pensamos é “não”. Que amar é, acima de tudo, priorizar o outro antes de nós mesmos.
Se você também tem em mente estes esquemas de pensamento, comece a derrubá-los para hospedar outros novos:
- Amar não é renunciar. Se você renuncia, converte-se em um suplente de si mesmo.
- Uma relação afetiva deve ser madura e consciente. Ambos os membros devem dar, não existe dúvida, mas é igualmente importante receber.
- Trata-se de formar uma equipe, de harmonizar forças, interesses e necessidades.
- No complexo de Wendy sempre existe um que oferece e um que recebe. Um que ganha e outro que, pouco a pouco, perde.
- No entanto, o real problema está no fato da outra pessoa não perceber isso. No início das relações, um se sente feliz cuidando, preocupando-se, olhando cada detalhe para oferecer o máximo de bem-estar.
- No entanto, com os meses ou anos, notamos que algo está errado. No final, tudo o que fazemos é dado como certo, não é apreciado, e mais é exigido.
Não temos que cair nestes labirintos tão complicados e infelizes.
Ideias para olhar as relações afetivas de outro modo
Primeiro e essencial conselho: nunca deixe de ser você mesmo, por mais que ame a outra pessoa. Do contrário, cedo ou tarde aparecerá a frustração, o mal-estar, a infelicidade.
Leia também “O amor está nos pequenos detalhes”
Cuide, proteja, concorde, presenteie, renuncie… Agora, seu parceiro também deve cuidar de você, concordar, presentear e fazer alguma renúncia por você. No entanto, e pontuamos: faça renúncias sempre que sejam pelo bem comum.
- Não peça perdão por algo que não é responsabilidade sua.
- O maior medo das pessoas com o Complexo de Wendy é de serem abandonadas. Para evitar que isso ocorra, podem fazer qualquer coisa (nunca chegue neste extremo).
- É necessário aprender a ser feliz na solidão. Desfrutar de nós mesmos até o ponto de saber que caso fiquemos sem alguém, o mundo não vai terminar.
- Aprenda, por outro lado, a corrigir seus padrões de pensamento, principalmente aqueles que trazem sofrimento. Deste modo você criará novas emoções e será mais forte.
- Quebre ideias como “se eu cuidar melhor, ele me amará mais”, “é melhor renunciar a isso e assim ele se dará conta de como eu o amo”.
- Deixe de projetar todas as suas esperanças, desejos e energias na outra pessoa. Reparta e faça-o com equivalência. Você merece meu amor e eu também mereço seu respeito.
Lembre-se: no amor, merecemos dignidade. Não aceite menos: aprenda a receber e lute por sua integridade pessoal.
O “Complexo de Wendy” tem sua raiz na psicologia popular.
Apesar de não ser um transtorno reconhecido pelos manuais de psicodiagnóstico, apresenta certos pontos que se traduzem em aspectos clínicos que requerem um tratamento.
Centrar nossa existência no cuidado alheio provoca uma gradual autodestruição. A queda de autoestima ou o esgotamento físico e mental podem gerar perfeitamente uma depressão.
A literatura clássica nos traz com muita frequência autênticos modelos capazes de descrever comportamentos muito reais.
O “Complexo de Wendy”, a “Síndrome de Peter Pan”, a “Síndrome de Otelo” ou a “Síndrome de Alice no País das Maravilhas” descrevem transtornos, problemas e comportamentos onde a ficção se transforma, muitas vezes, em realidade.
Agora, podemos dizer sem errar que o que intitula este artigo é o mais comum de todos.
De certo modo, muitas mulheres o interiorizam não por imposição, e sim porque é assim que as coisas funcionam há gerações.
Porque quem cuida e ajuda, ama. Porque dar tudo é, aparentemente, uma forma excepcional de amar. No entanto, às vezes nos esquecemos de algo: quem dá também merece e deve receber.
É aí que começa o problema, a dissonância emocional, a tristeza. Propomos refletir sobre o assunto através dos seguintes fatores.
O Complexo de Wendy, ou a renúncia progressiva de si mesmo
Apesar desta síndrome, como indicamos, estar relacionada com a psicologia popular, a sintomatologia que apresenta é bem clara:
Descubra como reparar seu relacionamento depois de uma infidelidade
Entendemos que amar é, acima de tudo, atender o outro.
- Durante muito tempo nos sentimos bem por estabelecer este tipo de relação. É assim que entendemos o amor.
- Não nos preocupamos (a princípio) que os demais não nos atendam de modo igual. Basta saber que nosso companheiro se sente amado e que é feliz. É assim que nos sentimos bem.
- Fazemos o que for para que aqueles que nos rodeiam não se aborreçam, não se incomodem. Lutamos pelo equilíbrio alheio e nos esquecendo do nosso.
- No entanto, pouco a pouco percebemos que os demais percebem cada esforço e cada renúncia feita como “algo normal”, até o ponto de se tornarem tirânicos e exigentes.
Se isto for o que você está experimentando no momento, confira a seguir alguns fatores que precisam mudar.
Entenda que amor não é sacrifício: amor é dar e RECEBER
Muitos de nós fomos educados com a ideia de que no amor é preciso renunciar a certas coisas para garantir a relação. Se você ama alguém, “tem que silenciar” muitas coisas.
Também nos fizeram acreditar que temos que dizer “sim” quando o que pensamos é “não”. Que amar é, acima de tudo, priorizar o outro antes de nós mesmos.
Se você também tem em mente estes esquemas de pensamento, comece a derrubá-los para hospedar outros novos:
- Amar não é renunciar. Se você renuncia, converte-se em um suplente de si mesmo.
- Uma relação afetiva deve ser madura e consciente. Ambos os membros devem dar, não existe dúvida, mas é igualmente importante receber.
- Trata-se de formar uma equipe, de harmonizar forças, interesses e necessidades.
- No complexo de Wendy sempre existe um que oferece e um que recebe. Um que ganha e outro que, pouco a pouco, perde.
- No entanto, o real problema está no fato da outra pessoa não perceber isso. No início das relações, um se sente feliz cuidando, preocupando-se, olhando cada detalhe para oferecer o máximo de bem-estar.
- No entanto, com os meses ou anos, notamos que algo está errado. No final, tudo o que fazemos é dado como certo, não é apreciado, e mais é exigido.
Não temos que cair nestes labirintos tão complicados e infelizes.
Ideias para olhar as relações afetivas de outro modo
Primeiro e essencial conselho: nunca deixe de ser você mesmo, por mais que ame a outra pessoa. Do contrário, cedo ou tarde aparecerá a frustração, o mal-estar, a infelicidade.
Leia também “O amor está nos pequenos detalhes”
Cuide, proteja, concorde, presenteie, renuncie… Agora, seu parceiro também deve cuidar de você, concordar, presentear e fazer alguma renúncia por você. No entanto, e pontuamos: faça renúncias sempre que sejam pelo bem comum.
- Não peça perdão por algo que não é responsabilidade sua.
- O maior medo das pessoas com o Complexo de Wendy é de serem abandonadas. Para evitar que isso ocorra, podem fazer qualquer coisa (nunca chegue neste extremo).
- É necessário aprender a ser feliz na solidão. Desfrutar de nós mesmos até o ponto de saber que caso fiquemos sem alguém, o mundo não vai terminar.
- Aprenda, por outro lado, a corrigir seus padrões de pensamento, principalmente aqueles que trazem sofrimento. Deste modo você criará novas emoções e será mais forte.
- Quebre ideias como “se eu cuidar melhor, ele me amará mais”, “é melhor renunciar a isso e assim ele se dará conta de como eu o amo”.
- Deixe de projetar todas as suas esperanças, desejos e energias na outra pessoa. Reparta e faça-o com equivalência. Você merece meu amor e eu também mereço seu respeito.
Lembre-se: no amor, merecemos dignidade. Não aceite menos: aprenda a receber e lute por sua integridade pessoal.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
-
Quadrio, C. (1982). The peter pan and wendy syndrome: A marital dynamic. Australasian Psychiatry. https://doi.org/10.3109/00048678209161187
-
Dalla, R. L., Marchetti, A. M., Sechrest, E. A., & White, J. L. (2010). “All the Men Here Have the Peter Pan Syndrome- They Don’t Want to Grow Up”: Navajo Adolescent Mothers’ Intimate Partner Relationships-A 15-Year Perspective. Violence Against Women. https://doi.org/10.1177/1077801210374866
-
Monod, E., & Boland, R. J. (2007). Special issue on philosophy and epistemology: A “Peter Pan syndrome”? Information Systems Journal. https://doi.org/10.1111/j.1365-2575.2007.00231.x
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.