Tudo o que você precisa saber sobre a sinusite

A maioria dos casos de sinusite é leve e pode ser tratada com medicamentos básicos. Apesar disso, é uma condição que causa dor, dificuldades respiratórias e outros desconfortos.
Tudo o que você precisa saber sobre a sinusite

Escrito por Edith Sánchez

Última atualização: 09 agosto, 2022

A sinusite é uma condição que ocorre quando os tecidos que revestem os seios paranasais ficam inflamados. Segundo o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, cerca de 30 milhões de americanos são afetados por essa condição todos os anos.

Na maioria das vezes, ela está relacionada a infecções virais. No entanto, também pode ser causada por fungos, bactérias, alergias, obstrução dos seios paranasais, entre outros. Além disso, dependendo da causa, a condição pode ser aguda ou crônica.

Apesar disto, a maioria dos casos melhora em uma ou duas semanas, mesmo sem tratamento. Além disso, se a condição for causada pelo desvio do septo ou pela presença de pólipos, é possível melhorá-la com uma intervenção cirúrgica.

O que é a sinusite?

A sinusite é a inflamação dos seios paranasais, que são dois pequenos espaços ocos por onde passa o ar que circula entre os ossos do nariz. Eles são divididos em seios frontais, seios etmoidais, seios esfenoidais e seios maxilares.

Estando tudo dentro da normalidade, o ar passa sem problemas por estas cavidades. Por outro lado, quando elas sofrem algum tipo de inflamação, surgem dificuldades respiratórias e outros desconfortos, como dores que às vezes podem ser muito intensas.

Muitos fatores podem influenciar o surgimento da sinusite. No entanto, ela geralmente é causada por um acúmulo excessivo de muco, infecções virais e bacterianas, e alergias.

A sinusite é classificada de acordo com a sua duração da seguinte forma:

  • Aguda: dura até 4 semanas.
  • Subaguda: dura de 4 a 12 semanas.
  • Crônico: dura mais de 12 semanas.
  • Recorrente: ocorre várias vezes durante o mesmo ano.
O que é a sinusite?
A sinusite se origina da inflamação dos seios paranasais. Essa inflamação pode ser causada pelo acúmulo excessivo de muco, pela proliferação de vírus e bactérias, ou alergias.

Causas da sinusite

A sinusite ocorre quando as aberturas paranasais ficam bloqueadas ou acumulam muito muco. Muitas vezes, isso se deve a um processo inflamatório desencadeado pela presença de vírus e bactérias no sistema respiratório.

Quando isto acontece, as membranas mucosas incham e os líquidos nos seios paranasais não podem ser eliminados normalmente. Como resultado, o muco torna-se mais espesso, adquire um tom verde-amarelado e dificulta a respiração.

Da mesma forma, a rinite alérgica, os pólipos nasais, o desvio do septo ou o sistema imunológico enfraquecido aumentam o risco de surgimento desta condição. Também é possível que ela surja devido a um problema nos cílios, ou seja, nos pelos localizados nas aberturas paranasais.

Fatores de risco

Qualquer um pode desenvolver a sinusite. No entanto,  existem algumas condições de saúde e fatores de risco que aumentam a probabilidade de ter esse problema, inclusive de forma recorrente. Os mais comuns são os seguintes:

  • Anormalidades nas estruturas nasais, como desvios de septo, pólipos ou tumores nasais.
  • Histórico de alergias ou doenças respiratórias.
  • Estar em contato com mofo.
  • Sofrer de doenças como fibrose cística ou transtornos imunológicos, como o HIV/AIDS.
  • Tabagismo.
  • Mudanças de altitude (voar ou mergulhar).
  • Condições que impeçam os cílios do nariz de funcionarem corretamente.
  • Infecção dentária.

Sintomas da sinusite

Os sintomas da sinusite são variados e muitas vezes semelhantes aos de outras doenças respiratórias. No entanto, eles podem ter diferentes níveis de gravidade e duração de acordo com o tipo de sinusite que se desenvolve (aguda, subaguda ou crônica). Os mais frequentes são os seguintes:

  • Perda do olfato ou mau hálito.
  • Febre moderada ou alta.
  • Tosse, mais intensa à noite.
  • Fadiga.
  • Sensação de mal-estar.
  • Dor de cabeça.
  • Sensação de pressão interna na regjão ao redor do nariz.
  • Dor atrás dos olhos.
  • Dor de dentes.
  • Sensibilidade no rosto.
  • Congestionamento nasal.
  • Gotejamento pós-nasal.
  • Dor de garganta.
Sintomas da sinusite
Os sintomas da sinusite são semelhantes aos do resfriado comum. No entanto, eles podem ser mais duradouros e às vezes virem acompanhados de febre alta.

Complicações

As complicações da sinusite não são tão comuns. No entanto, é fundamental ter muito cuidado, pois quando elas ocorrem, podem ser muito perigosas. Algumas delas são:

  • Ataques de asma decorrentes de sinusite crônica.
  • Dificuldades de visão: surgem quando a infecção se estende ao olho. Em alguns casos, podem causar perda de visão ou cegueira.
  • Coágulos sanguíneos ou aneurismas. A sinusite pode afetar as veias ao redor dos seios paranasais. Nesse caso, o fluxo sanguíneo é interrompido e surge o risco de acidente vascular cerebral. Isso ocorre quando a inflamação progride em direção ao cérebro.
  • Outras complicações menos frequentes são a infecção óssea (osteomielite) e a infecção cutânea na região ao redor dos olhos.

Diagnóstico

Para diagnosticar a sinusiteo médico realiza um exame físico de inspeção dos seios paranasais projetando uma luz nessa região em busca de pólipos ou sinais de inflamação.

Também é comum aplicar pressão na região para verificar se há dor ou não. A presença de dor sugere sinusite.

Em seguida, para confirmar a condição, o médico solicita uma ou mais tomografias computadorizadas ou ressonâncias magnéticas.

As radiografias dificilmente oferecem um resultado confiável. Outros exames complementares são os seguintes:

  • Zaragatoa nasofaríngea.
  • Citologia nasal.
  • Exames de sangue para avaliar a função do sistema imunológico.
  • Testes de alergias, função ciliar e fibrose cística.

Tratamento

Em muitos casos, a sinusite não requer um tratamento específico, pois ela melhora espontaneamente em questão de dias. No entanto, existem várias maneiras de controlar os sintomas desconfortáveis ​​que ela causa.

Medidas não farmacológicas

Os tratamentos não farmacológicos são usados, na maioria dos casos, para aliviar temporariamente os sintomas da sinusite. Em particular, eles podem ajudar a aliviar a congestão, as dores de cabeça e a produção excessiva de muco. Eles consistem em:

Tratamento farmacológico

tratamento farmacológico para a sinusite geralmente é aconselhado quando os sintomas não melhoram com os cuidados básicos em casa. Ele também pode ser necessário se a sinusite for causada por uma condição subjacente, como o resfriado. Esse tratamento abrange as seguintes opções:

  • Sprays farmacológicos com princípios ativos descongestionantes, como a fenilefrina ou a oximetazolina. Esse tipo de medicamento ajuda a descongestionar as partes superiores do nariz para reduzir a inflamação dos seios paranasais.
  • Analgésicos, como o paracetamol ou o ibuprofeno.
  • Descongestionantes orais.
  • Inaladores com corticosteróides. Eles aliviam os sintomas, mas demoram um pouco mais para fazer efeito. Incluem fluticasona, budesonida, mometasona ou beclometasona.
Uma infecção sinusal pode levar a complicações como abscessos, meningite, celulite orbitária e osteomielite
Geralmente, o tratamento da sinusite se concentra em melhorar a drenagem dos seios paranasais.

Tratamento com antibióticos

Embora os antibióticos façam parte do tratamento farmacológico, é importante mencioná-los de forma especial. Seu uso não é indicado em todos os casos, pois  nem todas as infecções nos seios paranasais surgem de uma infecção bacteriana. Além disso, muitos casos melhoram sem ter que recorrer a eles.

No entanto, se a sinusite for persistente ou não responder a outros tratamentos, o médico pode sugerir o uso de certos antibióticos, que devem ser administrados na dose e horários indicados pelo profissional, pois, caso contrário, pode ocorrer o agravamento dos sintomas.

  • Sinusite aguda. Se o paciente tiver febre alta e dor por mais de 3 dias, são administrados antibióticos. Os mais frequentes são a amoxicilina/ácido clavulânico, a doxiciclina, entre outros. Geralmente dura de 1 a 3 semanas.
  • Sinusite crônica. São administrados os mesmos antibióticos, mas por um período de tempo mais longo, que geralmente varia de 4 a 6 semanas.

Cirurgia

Os casos que não melhoram com nenhum dos tratamentos acima podem exigir cirurgia, que pode controlar a infecção sinusal crônica limpando os seios paranasais, reparando um desvio de septo ou removendo pólipos.

Prognóstigo

Quando tratada de maneira oportuna e adequada, a sinusite tem um prognóstico muito favorável. Na maioria das vezes, ela pode ser controlada com cuidados básicos em casa e tratamento médico.

No entanto, se os sintomas não melhorarem ou forem recorrentes, o médico deve determinar sua causa para prosseguir com a escolha de outros tratamentos, como a cirurgia.

Embora não aconteça com frequência, uma infecção sinusal pode levar a complicações como abscessos, meningite, celulite orbitária e osteomielite. Portanto, se a doença for recorrente ou grave, o paciente deve informar o médico o mais rápido possível.

Prevenção

É importante saber que a sinusite geralmente é resultado de outros problemas respiratórios, como gripe, resfriados e reações alérgicas. Portanto, a melhor maneira de prevenir é tentar reduzir a exposição a patógenos e alérgenos.

Para isso, é conveniente seguir as seguintes recomendações:

  • Vacinar-se anualmente contra a influenza.
  • Aumentar a ingestão de alimentos saudáveis, como frutas e vegetais.
  • Lavar as mãos várias vezes ao dia.
  • Evitar a exposição constante ao estresse.
  • Limitar a exposição à fumaça de cigarro, a produtos químicos, ao pólen e a outros irritantes.
  • Utilizar um umidificador para aumentar a umidade no nariz e nas regiões sinusais.
  • Tratar alergias de forma adequada e rápida.
  • Aumentar a ingestão de água.
  • Purificar o ar de casa, ventilando os ambientes e limpando a poeira.

Em geral, a sinusite t orna a respiração difícil e causa tensão ou desconforto na cabeça, mas ela pode se apresentar com sintomas diferentes em cada paciente.

Embora esta condição geralmente não seja grave, é aconselhável tratá-la o quanto antes para acelerar o alívio e reduzir o risco de complicações.


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