Sincericídio: a importância de pensar antes de dizer a verdade
O sincericídio geralmente é um assunto que não passa despercebido, uma vez que há quem seja a favor da honestidade em primeiro lugar e como valor absoluto, independentemente das consequências. No entanto, por outro lado, também existem aqueles que são mais favoráveis às nuances.
Dizer a verdade, custe o que custar? Na realidade, isso traz várias consequências. A seguir, vamos detalhar do que se trata o sincericídio e como gerenciá-lo melhor.
Sincericídio: quando a palavra antecede o pensamento
Falar em sincericídio nos leva inevitavelmente a pensar na conjunção de duas palavras: sinceridade e suicídio como morte. Ou seja, de uma “verdade que mata”, chocante e excessiva. Portanto, para entender do que se trata, precisamos diferenciá-lo da sinceridade.
Sinceridade
Sinceridade tem a ver com compartilhar uma ideia, mas com a consideração do outro. É uma verdade que está em sintonia com o interlocutor, porque empatiza. Trata-se de ser cuidadoso, prudente e abordar o outro com algo que possa ser útil e construtivo.
Sincericídio
O sincericídio não conhece limites, perde o respeito pelos outros, geralmente tem base em impulsos e, dessa forma, beira a grosseria e a falta de critério. Além disso, prioriza as próprias convicções, como se fosse um “pacote” que é preciso despachar ou de uma bomba-relógio que vai explodir nas mãos dos outros.
Em outras palavras, colocamos a nós mesmos e as nossas opiniões em primeiro lugar, o outro deixa de importar e também ignoramos o contexto da comunicação. Às vezes, isso é motivado pela busca por estar certo e ter a última palavra. Em suma, por um interesse egoísta.
No entanto, temos que saber que o sincericídio tem consequências, não apenas no nível individual, mas também nas relações interpessoais.
Algumas recomendações sobre o sincericídio
É preciso ter muito cuidado porque em nome da “sinceridade” se dizem coisas ofensivas ou se negligencia o outro. Devemos exercer a responsabilidade afetiva, levando em consideração a outra pessoa envolvida.
Nossas palavras não são ingênuas ou inocentes; elas carregam um grande peso. Portanto, não podemos “jogá-las” ao vento simplesmente. A seguir, vamos mencionar algumas das chaves para não cruzar a linha tênue que separa a sinceridade da completa falta de consideração.
Cuidar do outro através da assertividade
Vamos escolher palavras justas, ponderadas e empáticas. Devemos evitar expressões absolutistas, extremistas, carregadas de emoções negativas. É preciso ser consciente de que as palavras não são inócuas, mas sim enfatizam e acentuam as ideias.
Controlar as informações, medir a dose
Quando começamos uma conversa, temos que pensar na utilidade do que queremos dizer. Para que essa pessoa precisa saber disso? Ela quer saber? O que o meu comentário vai proporcionar para ela? É importante sermos capazes de nos colocarmos no seu lugar.
Perguntar-nos de onde vem a necessidade de falar
Muitas vezes, a novidade “queima” a nossa boca; queremos ser os primeiros a falar sobre ela. No entanto, quando pensamos com mais cuidado, percebemos que isso corresponde à nossa própria necessidade, de sermos vistos, de sermos os protagonistas.
Por isso é tão importante tomar um tempo para refletir e entender o que nos motiva a compartilhar determinadas informações. Às vezes isso também mostra uma incapacidade de gerenciar as nossas próprias emoções e, por isso, “descarregamos” nos outros a maneira como nos sentimos.
Escolher o momento certo
A comunicação tem um sentido de “oportunidade” que não podemos ignorar se quisermos que ela seja eficaz. Porém, é diferente abordar um assunto delicado durante uma viagem de ônibus ou na sala da nossa casa, com tranquilidade.
Se vamos compartilhar uma notícia, devemos estar à altura da ocasião e encontrar um momento oportuno. Embora seja verdade que quando se trata de um tema difícil não existe um momento “perfeito”, podemos escolher as melhores circunstâncias.
Há uma frase famosa que diz “uma pessoa pode esquecer o que dizemos, mas nunca esquecerá como a tratamos”.
Questionar-se: é uma opinião ou um conselho?
Devemos ter muito cuidado em apresentar as nossas ideias como se fossem verdades, com conotações moralistas e preconceituosas. Por exemplo, uma pessoa quer dizer à irmã que está preocupada com o seu excesso de peso. No entanto, antes de fazer um julgamento, é preciso investigar se ele está fazendo algo a respeito, se tem alguma dificuldade, por quais situações está passando, etc.
Dizer “você engordou”, além de ser um comentário inapropriado sobre o corpo de outra pessoa e algo destrutivo, também não contribui em nada para a solução.
Respeitar a comunicação e os processos de cada um
Uma vez que decidimos dizer algo a alguém, temos que respeitar a sua reação, seus tempos, seus silêncios e o impacto que aquilo que dizemos pode causar. Nesse sentido, também precisamos saber que não devemos “falar e sair correndo”. Pelo contrário, devemos oferecer um espaço de contenção e escuta.
E se invertermos? Primeiro o registro e depois a palavra
Conforme já mencionamos, o sincericídio muitas vezes responde às nossas próprias ideias, a crenças rígidas que nos levam a sustentar a “verdade” como uma norma ou caminho fixo, independentemente das circunstâncias. Vamos começar por aceitar que uma verdade absoluta e única não existe; cada pessoa faz um recorte da realidade e a vê através das suas próprias lentes.
Às vezes, agir por meio do sincericídio é uma estratégia para chamar a atenção ou para “revidar” por algo que a outra pessoa nos disse e nos feriu em algum momento. Por isso, é necessário primeiramente parar e pensar, analisando as nossas próprias emoções e a posição de onde falamos. Informação é poder, e muitas vezes confundimos ser sincero com o uso desse poder.
Ao mesmo tempo, é preciso evitar cair na “unidirecionalidade” da comunicação, em que só importa o que queremos dizer e o que temos para dizer. A comunicação sempre implica o outro; por isso a importância de ter a consciência disso toda vez que falamos.
Não se trata de sinceridade se estamos expondo a outra pessoa e se a humilhamos com os nossos comentários; isso é abuso, puro e simples. Devemos ser capazes de nos desculpar se acharmos que erramos. Às vezes somos “desbocados” e machucamos os outros. Devemos recuar, tendo humildade e admitindo o erro.
O sincericídio geralmente é um assunto que não passa despercebido, uma vez que há quem seja a favor da honestidade em primeiro lugar e como valor absoluto, independentemente das consequências. No entanto, por outro lado, também existem aqueles que são mais favoráveis às nuances.
Dizer a verdade, custe o que custar? Na realidade, isso traz várias consequências. A seguir, vamos detalhar do que se trata o sincericídio e como gerenciá-lo melhor.
Sincericídio: quando a palavra antecede o pensamento
Falar em sincericídio nos leva inevitavelmente a pensar na conjunção de duas palavras: sinceridade e suicídio como morte. Ou seja, de uma “verdade que mata”, chocante e excessiva. Portanto, para entender do que se trata, precisamos diferenciá-lo da sinceridade.
Sinceridade
Sinceridade tem a ver com compartilhar uma ideia, mas com a consideração do outro. É uma verdade que está em sintonia com o interlocutor, porque empatiza. Trata-se de ser cuidadoso, prudente e abordar o outro com algo que possa ser útil e construtivo.
Sincericídio
O sincericídio não conhece limites, perde o respeito pelos outros, geralmente tem base em impulsos e, dessa forma, beira a grosseria e a falta de critério. Além disso, prioriza as próprias convicções, como se fosse um “pacote” que é preciso despachar ou de uma bomba-relógio que vai explodir nas mãos dos outros.
Em outras palavras, colocamos a nós mesmos e as nossas opiniões em primeiro lugar, o outro deixa de importar e também ignoramos o contexto da comunicação. Às vezes, isso é motivado pela busca por estar certo e ter a última palavra. Em suma, por um interesse egoísta.
No entanto, temos que saber que o sincericídio tem consequências, não apenas no nível individual, mas também nas relações interpessoais.
Algumas recomendações sobre o sincericídio
É preciso ter muito cuidado porque em nome da “sinceridade” se dizem coisas ofensivas ou se negligencia o outro. Devemos exercer a responsabilidade afetiva, levando em consideração a outra pessoa envolvida.
Nossas palavras não são ingênuas ou inocentes; elas carregam um grande peso. Portanto, não podemos “jogá-las” ao vento simplesmente. A seguir, vamos mencionar algumas das chaves para não cruzar a linha tênue que separa a sinceridade da completa falta de consideração.
Cuidar do outro através da assertividade
Vamos escolher palavras justas, ponderadas e empáticas. Devemos evitar expressões absolutistas, extremistas, carregadas de emoções negativas. É preciso ser consciente de que as palavras não são inócuas, mas sim enfatizam e acentuam as ideias.
Controlar as informações, medir a dose
Quando começamos uma conversa, temos que pensar na utilidade do que queremos dizer. Para que essa pessoa precisa saber disso? Ela quer saber? O que o meu comentário vai proporcionar para ela? É importante sermos capazes de nos colocarmos no seu lugar.
Perguntar-nos de onde vem a necessidade de falar
Muitas vezes, a novidade “queima” a nossa boca; queremos ser os primeiros a falar sobre ela. No entanto, quando pensamos com mais cuidado, percebemos que isso corresponde à nossa própria necessidade, de sermos vistos, de sermos os protagonistas.
Por isso é tão importante tomar um tempo para refletir e entender o que nos motiva a compartilhar determinadas informações. Às vezes isso também mostra uma incapacidade de gerenciar as nossas próprias emoções e, por isso, “descarregamos” nos outros a maneira como nos sentimos.
Escolher o momento certo
A comunicação tem um sentido de “oportunidade” que não podemos ignorar se quisermos que ela seja eficaz. Porém, é diferente abordar um assunto delicado durante uma viagem de ônibus ou na sala da nossa casa, com tranquilidade.
Se vamos compartilhar uma notícia, devemos estar à altura da ocasião e encontrar um momento oportuno. Embora seja verdade que quando se trata de um tema difícil não existe um momento “perfeito”, podemos escolher as melhores circunstâncias.
Há uma frase famosa que diz “uma pessoa pode esquecer o que dizemos, mas nunca esquecerá como a tratamos”.
Questionar-se: é uma opinião ou um conselho?
Devemos ter muito cuidado em apresentar as nossas ideias como se fossem verdades, com conotações moralistas e preconceituosas. Por exemplo, uma pessoa quer dizer à irmã que está preocupada com o seu excesso de peso. No entanto, antes de fazer um julgamento, é preciso investigar se ele está fazendo algo a respeito, se tem alguma dificuldade, por quais situações está passando, etc.
Dizer “você engordou”, além de ser um comentário inapropriado sobre o corpo de outra pessoa e algo destrutivo, também não contribui em nada para a solução.
Respeitar a comunicação e os processos de cada um
Uma vez que decidimos dizer algo a alguém, temos que respeitar a sua reação, seus tempos, seus silêncios e o impacto que aquilo que dizemos pode causar. Nesse sentido, também precisamos saber que não devemos “falar e sair correndo”. Pelo contrário, devemos oferecer um espaço de contenção e escuta.
E se invertermos? Primeiro o registro e depois a palavra
Conforme já mencionamos, o sincericídio muitas vezes responde às nossas próprias ideias, a crenças rígidas que nos levam a sustentar a “verdade” como uma norma ou caminho fixo, independentemente das circunstâncias. Vamos começar por aceitar que uma verdade absoluta e única não existe; cada pessoa faz um recorte da realidade e a vê através das suas próprias lentes.
Às vezes, agir por meio do sincericídio é uma estratégia para chamar a atenção ou para “revidar” por algo que a outra pessoa nos disse e nos feriu em algum momento. Por isso, é necessário primeiramente parar e pensar, analisando as nossas próprias emoções e a posição de onde falamos. Informação é poder, e muitas vezes confundimos ser sincero com o uso desse poder.
Ao mesmo tempo, é preciso evitar cair na “unidirecionalidade” da comunicação, em que só importa o que queremos dizer e o que temos para dizer. A comunicação sempre implica o outro; por isso a importância de ter a consciência disso toda vez que falamos.
Não se trata de sinceridade se estamos expondo a outra pessoa e se a humilhamos com os nossos comentários; isso é abuso, puro e simples. Devemos ser capazes de nos desculpar se acharmos que erramos. Às vezes somos “desbocados” e machucamos os outros. Devemos recuar, tendo humildade e admitindo o erro.
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- Garaigordobil, M., & Peña, A. (2014). INTERVENCIÓN EN LAS HABILIDADES SOCIALES: EFECTOS EN LA INTELIGENCIA EMOCIONAL Y LA CONDUCTA SOCIAL. Behavioral Psychology/Psicología Conductual, 22(3).
- Goleman, Daniel (1996) Vital Lies, Simple Truths: The Psychology of Self-Deception. Simon & Schuster
- Ortega González, M. (2010). Comportamiento mentiroso: Un análisis conceptual desde una perspectiva interconductual. Revista electrónica de psicología Iztacala, 13(1).
- Bisquerra, R. (2012). De la inteligencia emocional a la educación emocional. Cómo educar las emociones, 1, 24-35.
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