Sobre remédios com alho para fungos vaginais

Nem o consumo de alho nem seu uso tópico, seja qual for o remédio, é aconselhável para combater fungos vaginais ou qualquer outro problema semelhante. Pelo contrário, pode piorar o problema e causar complicações.
Sobre remédios com alho para fungos vaginais
Karla Henríquez

Escrito e verificado por a Doutora Karla Henríquez.

Última atualização: 17 abril, 2023

Os fungos vaginais podem aparecer não apenas como resultado de questões como falta de higiene íntima, mas devido à gravidez, ao consumo de certos antibióticos (que causam um desequilíbrio na flora vaginal) e anticoncepcionais (que aumentam os níveis de estrogênio), e também podem aparecer quando o diabetes não é tratado.

Além disso, os fungos vaginais podem afetar mulheres que têm um sistema imunológico prejudicado, como as pacientes com HIV. Você quer saber mais sobre esse assunto? Continue lendo porque contaremos muito mais a seguir!

Informações sobre os fungos vaginais

Os fungos vaginais causam principalmente irritação e coceira intensa na vagina e na vulva. Também causam alterações no fluxo, dor, vermelhidão, erupção cutânea vaginal e ardor, o que pode interferir na rotina e até mesmo na atividade sexual.

Quando o equilíbrio da flora vaginal é alterado, pode ocorrer a infecção por fungos vaginais (candidíase vaginal).

 

Ao ter os sintomas, é necessário ir ao médico o mais rápido possível e começar a seguir o tratamento que ele recomendar. Este não costuma ser duradouro (a menos que seja um caso complexo) e geralmente envolve tomar um medicamento antifúngico por vários dias.

NÃO foi demonstrado que os remédios naturais podem ser eficazes no tratamento de fungos vaginais e de outras infecções nessa região. Portanto, o mais recomendável é evitá-los.

Contudo, se você quiser experimentar algum em particular, por qualquer motivo, pelo menos certifique-se de consultar primeiro o seu médico para proceder com o maior cuidado possível. Caso contrário, você pode se expor a reações adversas.

Os fungos vaginais e o alho: uma péssiama combinação

Na esfera popular, foi afirmado em várias ocasiões que existem “antibióticos naturais” que podem ajudar a tratar várias infecções, incluindo aquelas que afetam a saúde da vagina. Um desses supostos antibióticos é o alho.

O alho é um alimento usado em um grande número de receitas e é muito comum na culinária mediterrânea. Ajuda a temperar os pratos e a realçar o sabor de outros alimentos, ajudando a obter misturas requintadas.

Esse alimento tem chamado a atenção de pesquisadores e, por isso, foram realizados vários estudos sobre seus compostos e propriedades. Acima de tudo, sobre a alicina, composto ao qual são atribuídas propriedades antibióticas.

As evidências encontradas até o momento indicam que é necessário continuar estudando os efeitos dos extratos de alho, uma vez que em laboratório, embora o alho tenha demonstrado propriedades antibióticas, não se sabe se estas atuam da mesma forma fora dele.

Portanto, embora o alho possa ter potencial antibiótico, isso não significa que possa ser usado de qualquer forma (inteiro, em pasta, amassado e misturado com óleo, em cápsulas ou de qualquer outra forma) em casa para tratar ou curar infecções vaginais ou de outra área do corpo.

Conforme explicado por Gemma del Caño, farmacêutica, divulgadora científica e especialista em Segurança Alimentar, embora o alho tenha certos ingredientes ativos aproveitados na preparação de diferentes medicamentos, isso não significa que consumir ou aplicar alho possa ter o efeito específico desejado.

Então, por si só, um remédio à base de alho não é capaz de eliminar os fungos vaginais, nem de restituir a flora da vagina ou fortalecer o sistema imunitário para prevenir a infecção no futuro.

E o alho não poderia ser aproveitado de alguma forma? Sim, dentro de uma dieta balanceada, como a dieta mediterrânea por exemplo.

Melhor esquecer os remédios caseiros à base de alho

No caso de ter uma infecção vaginal ou qualquer outro problema de saúde, o melhor é evitar os remédios caseiros à base de alho. O ideal é procurar o ginecologista para uma avaliação e, em seguida, receber o tratamento mais adequado, dependendo do diagnóstico. Dessa forma, você evita expor sua saúde a maiores riscos e complicações.

Cuidando da causa do problema da maneira correta, com os medicamentos e as orientações fornecidas pelo médico, podemos obter alívio, melhorar e nos recuperar adequadamente. Se você utilizar remédios caseiros, pode interferir no processo de recuperação, favorecer o aparecimento de interações e sofrer mais desconfortos (e com maior intensidade).

Além de seguir as instruções do médico, é essencial manter uma higiene íntima adequada e tentar levar um estilo de vida saudável, pois é isso que pode nos proporcionar bem-estar a longo prazo e evitar futuros problemas de saúde.

Pode ser interessante ler: 7 dicas para cuidar da sua área íntima

Evite a automedicação

Cristina Galiano, farmacêutica e especialista em nutrição, esclarece que é importante evitar a automedicação, mas também depositar esperanças em produtos que prometem “aumentar as defesas”, “curar o sistema imunológico” e “proteger o corpo” contra infecções vaginais por fungos.

E acrescenta que, após uma revisão da literatura científica disponível, a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) não aprovou nenhuma declaração de saúde relacionada à imunidade em nenhum alimento ou suplemento alimentar.

Portanto, a única coisa que realmente funciona para gozar de boa saúde é sempre manter bons hábitos de vida e, é claro, uma higiene pessoal adequada.


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