Como reconhecer relacionamentos abusivos

Os relacionamentos abusivos não nos dão espaço para crescer, sermos felizes ou vivermos fora do ambiente da outra pessoa. Eles são tão tóxicos que nos diminuem, nos deprimem e reduzem nossa autoestima.
Como reconhecer relacionamentos abusivos

Escrito por Yamila Papa Pintor

Última atualização: 26 maio, 2022

Alguns consideram que a falta de autoestima nos leva a protagonizar e nos impede de reconhecer relacionamentos abusivos, tóxicos e complicados. Essa “necessidade” de passar o dia todo com seu parceiro pode ser sinônimo de amor, mas também de dependência emocional.

Uma vez que superamos a fase da paixão inicial, em que tudo gira em torno daquele ser tão maravilhoso que está do nosso lado e parece que “não podemos viver sem ele“, todos devem ter suas próprias atividades e espaços.

Dicas para reconhecer relacionamentos abusivos

É muito fácil confundir amor e paixão com dependência, principalmente nos estágios iniciais. No entanto, com o passar do tempo, há sinais claros de que a pessoa com quem você decidiu compartilhar seus dias absorve todas as suas energias, seu tempo livre (e aqueles muito ocupados) e suas atividades. Preste atenção a esses sinais para reconhecer relacionamentos abusivos:

1. Você deixa de ter autonomia

Como dissemos antes, é normal que, no princípio, a paixão nos leve a querer passar o máximo de tempo possível com a outra pessoa. No entanto, uma vez que esta fase inicial termina, os primeiros sinais de uma relação abusiva começam.

Casal com problemas no relacionamento

A perda de autonomia significa não ir a nenhum evento sem ‘companhia’ ou reduzir o contato com outras pessoas (amigos ou familiares) por conta do tempo que passam juntos. É muito importante que a vida social seja mantida, mesmo que seja reduzida.

A falta de autonomia também pode ser experimentada quando todos os planos são pensados “a dois” e não há espaço para nada individual. Mesmo quando não gostamos de assistir a um esporte ou a um filme romântico, fazemos isso para ficar ao lado da outra pessoa.

2. Você recebe mensagens e ligações continuamente

É bom receber algumas palavras românticas de manhã ou antes de dormir, mas quando as mensagens ou ligações se tornam um ‘bombardeio’, isso não é tão agradável. A situação é ainda pior se elas modificam ou criam problemas em outros âmbitos, como no trabalho ou estudo.

Homem e mulher brigando

A doçura e a paixão se tornam sufocantes e irritantes quando são excessivas. Se você recebe uma ligação a cada cinco minutos “porque ele quer saber como você está” ou “porque ele não pode viver sem ouvir sua voz” este pode ser um problema grave e, sem dúvida, um sinal típico das relações abusivas.

3. Você não tem privacidade

Você deu suas senhas das redes sociais, e-mail e celular… ele lê as mensagens que seus amigos deixam e precisa saber quem está ligando para você. Não ter privacidade é sinônimo de estar em um relacionamento tóxico e sufocante.

Seu parceiro não precisa ir com você para um aniversário ou uma festa, principalmente se os outros namorados ou namoradas não forem, nem acompanhá-la se você quiser comprar roupas ou marcar uma consulta com o médico.

Se ele se matriculou na mesma academia ou aula que você, mudou o trabalho ou atividades para passar mais tempo com você ou se basta você dizer que fará algo para que ele responda: “Eu irei também”, este é um sinal de alerta.

Pode parecer “legal” querer passar mais tempo ao seu lado, mas é essencial que todos tenham sua própria vida. Isso não significa que você não ama ou ama menos, mas todos nós precisamos de um pouco de ar, de liberdade (que não é o mesmo que libertinagem) e de fazer o que gostamos.

4. Ele organiza a sua agenda

Em relação ao que foi dito acima, é muito perigoso que o seu parceiro lhe diga o que você deve fazer e, acima de tudo, decida acompanhá-la em todas as atividades. Todo mundo tem suas tarefas, obrigações e compromissos e, embora seja importante separar um tempo para se divertir em casal, só você tem a capacidade de organizar a sua agenda.

Você também pode gostar de: Quando visitar um terapeuta de casais?

5. Ele sente um ciúme exagerado

Há quem diga que o ciúme é sinônimo de amor, no entanto, devemos ser muito cuidadosos, porque este é um sinal típico de relacionamentos abusivos.

Uma pessoa muito ciumenta não é segura de si mesma, acredita que o outro irá enganá-la no primeiro “descuido”, que ele deixará de amá-la ou que encontrará alguém melhor e a deixará para sempre.

Homem olhando celular da mulher

O ciúme pode aparecer a qualquer momento e lugar; com seu grupo de amigos, com seus colegas de trabalho, com seu professor de ginástica, com um vizinho e até com sua família. Não aceite esse tipo de exposição, pois elas podem se tornar cada vez piores.

No começo, é provável que ele faça cena para te convencer do porquê pode ser positivo para você que seu parceiro esteja com um pouco de ciúme; mas logo você vai se arrepender de ter permitido esse tipo de comportamento.

Mesmo que ele seja uma pessoa muito importante em sua vida, ele não tem o direito de lhe dizer como se vestir, quem você vê, com quem trabalha ou estuda. Muito menos fazer uma cena de ciúmes na frente dos outros!

6. Suas condições são sempre impostas

Finalmente, outro sinal para reconhecer relacionamentos abusivos é a pressão que a pessoa exerce sobre seu parceiro. “Escolha entre seus amigos / colegas / trabalho / estudo / família ou eu” é uma expressão muito típica.

Estar nessa situação é muito difícil, porque, por um lado, queremos passar mais tempo com aqueles que mais amamos, mas, por outro lado, não podemos negligenciar nossos objetivos, sonhos ou desejos.

O que essa pessoa “abusiva” não entende é que, ao agir dessa maneira, a única coisa que consegue é se afastar cada vez mais da sua vida, e não o contrário. Basta pensar sobre o tipo de relacionamento que você tem; se for algo abusivo, não hesite em se afastar.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Wang, X., Zhao, F., & Lei, L. (2019). Partner phubbing and relationship satisfaction: Self-esteem and marital status as moderators. Current Psychology, 1-11.
  • Aranda, B. E., & Huerto, J. A. L. (2015). Gender and cultural effects on perception of psychological violence in the partner. Psicothema, 381-387.
  • Bornstein, R. F. (2006). The complex relationship between dependency and domestic violence: Converging psychological factors and social forces. American psychologist, 61(6), 595.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.