O número de infectados pelo Zikavírus na Colômbia pode chegar a 600.000

O Zika é transmitido pelo mesmo mosquito da dengue e Chikungunya. Embora o vírus não seja mortal, em mulheres grávidas pode causar má formação fetal
O número de infectados pelo Zikavírus na Colômbia pode chegar a 600.000
José Gerardo Rosciano Paganelli

Revisado e aprovado por o médico José Gerardo Rosciano Paganelli.

Última atualização: 23 agosto, 2022

O Ministro da Saúde da Colômbia, Alejandro Gaviria, revelou que, a nível nacional, o número de pacientes infectados com o Zika pode aumentar este ano para 450.000 ou até 600.000, tal como evoluiu o vírus Chikungunya até ano passado.

A Colômbia é o segundo país com mais casos confirmados da epidemia na América Latina, superado apenas pelo Brasil, que foi um dos primeiros a relatar casos.

O risco é maior para as unidades populacionais que se encontram abaixo de 2200 metros do nível do mar e há um aviso especial para as mulheres grávidas.

A transmissão do vírus na Colômbia começou no segundo semestre de 2015 e, desde então, têm sido confirmados 429 casos por laboratório, de mulheres grávidas com Zika, enquanto 202 outros têm sido declarados como suspeitos.

Estes últimos casos estão sob supervisão médica cuidadosa, que procura confirmar ou descartar a anormalidades neurológicas no feto.

Também foram relatados 106 partos de mulheres diagnosticadas com o vírus e, dos que nasceram, apenas 30 não foram afetados.

Os últimos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Saúde da Colômbia (INS) garantem que há é um total de 13.531 de casos de vírus Zika no país, dos quais 10.837 foram confirmados clinicamente, 776 confirmados laboratorialmente e 1.918 são suspeitos.

América Latina em alerta…

A epidemia do Zika, um vírus originário da África e Ásia, tem em alerta 18 países da América Latina e, de fato, já foram detectados três casos nos Estados Unidos: dois em Miami e um no Havaí.

O Brasil, o país mais afetado, é outro que estimou que o número irá aumentar significativamente este ano, e que os recém-nascidos serão os mais afetados por más formações relacionadas com o ataque do vírus em mulheres grávidas.

Ministério da Saúde do Brasil revelou que os casos suspeitos de microcefalia subiram para 3.893 desde que as investigações começaram no ano passado. Destes, 224 casos confirmaram a presença da má formação, mas continuam a ser investigados para analisar a sua relação com a presença do vírus.

Um dos estudos mais recentes foi relatado pelo Instituto Carlos Chagas do Brasil, e sugere-se que o Zika pode atravessar a placenta da grávida colocando em risco o feto.

Países como México, Bolívia, El Salvador e Porto Rico, entre outros, também manifestaram preocupação com a rápida expansão que teve o vírus desde o final de 2015 até hoje.

O governo colombiano recomendou aos casais que vivem no país que evitem a gravidez, pelo menos nos primeiros seis meses deste ano, a fim de reduzir o risco de microcefalia ou má formação pela Zika.

Isso também foi solicitado pela Jamaica -país onde ainda não há reportados- e República Dominicana, que já estão trabalhando em campanhas de prevenção e informação.

Enquanto isso, na Bolívia, as autoridades da região de Santa Cruz declararam um alerta laranja depois de conhecer o diagnóstico oficial de quatro pacientes, entre os quais há é uma mulher grávida.

Por outro lado, o Estados Unidos recomendou que as mulheres grávidas evitem visitar 14 dos 20 países que estão em estado de alerta pela transmissão do vírus.

Os sintomas do Zika geralmente duram de quatro a sete dias e são muito semelhantes aos da dengue. Portanto, é essencial consultar o seu médico imediatamente se você apresentar:

  • Febre.
  • Dor muscular.
  • Fraqueza.
  • Conjuntivite.
  • Vômito.
  • Diarreia.
  • Erupções cutâneas.

Tal como acontece com qualquer doença, a detecção precoce é fundamental para  reduzir os riscos mais graves e aliviar seus sintomas.

Organização Mundial da Saúde pediu aos países afetados para melhorar a capacidade de seus laboratórios para detectar a presença da infecção por este vírus.

Isto é conseguido através da análise da reação em cadeia da polimerase, através de amostras de DNA e o isolamento do vírus a partir de amostras de sangue.

Adverte-se que não há ainda nenhum tratamento para se proteger de seus efeitos, ainda que lugares como o Brasil já estão trabalhando nisso.


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