O abraço da esclerose múltipla: causas e dicas
Escrito e verificado por a médica Maryel Alvarado Nieto
A esclerose múltipla é uma doença neurodegenerativa que afeta o cérebro e a medula espinhal. Nesta patologia, a bainha de mielina é lesada por um processo inflamatório de origem autoimune, pouco conhecido. Devido à localização do dano, os sintomas são altamente variáveis, incluindo o chamado abraço da esclerose múltipla.
Os pacientes com EM apresentam evolução crônica, sem possibilidade de tratamento curativo no momento. No entanto, devido à progressão do quadro clínico, a esclerose múltipla tem sido classificada em vários padrões de apresentação. Isso é muito útil no estabelecimento de um tratamento eficaz, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
O que é o abraço da esclerose múltipla?
Devido às diversas localizações das lesões, a descrição do quadro clínico varia ao longo do tempo, em resposta à sua progressão. Os sintomas podem incluir distúrbios sensoriais, motores, cognitivos e emocionais.
Entre os primeiros, alguns pacientes com EM relatam uma sensação de aperto no peito ou no abdômen, que os aprisiona como uma espécie de faixa ou cinto.
Este sintoma em particular é o chamado abraço da esclerose múltipla. Pode afetar apenas um lado do tronco ou ser bilateral.
Além da sensação de aperto, pode haver dor e formigamento na área afetada, além de sudorese e falta de ar. A intensidade varia, simulando até mesmo um evento de origem cardíaca, como um infarto do miocárdio.
Outras doenças com este sintoma
No entanto, o abraço da esclerose múltipla não é exclusivo desta doença. Existem outras condições em que uma sensação semelhante é descrita pelos pacientes:
- Mielite transversa.
- Espondilite anquilosante.
- Fraturas das vértebras.
- Tumores metastáticos na coluna.
O que produz o abraço da esclerose múltipla?
A possível causa dessa sensação é o dano à bainha de mielina em regiões precisas da medula espinhal. Essa estrutura em forma de cordão possui as fibras que transportam, de forma organizada, todas as informações sensoriais do corpo, com exceção da face.
Graças ao arranjo dessas fibras, é possível inferir que o padrão de cinturão exibido pelo abraço da esclerose múltipla corresponde à lesão de um dermátomo específico.
O que é um dermátomo e o que tem a ver com a EM?
Um dermátomo é a representação que um nervo sensorial possui, ou seja, é uma faixa da superfície corporal que segue o trajeto do nervo que transmite as informações dessa faixa.
No tórax e no abdome, os dermátomos estão dispostos em cada lado da coluna vertebral, transmitindo sensações dessa área através do nervo correspondente. Assim, existem dois dermátomos para cada nível da medula espinhal: um para cada lado.
Essa distribuição significa que quando uma fibra nervosa é lesada, a sensibilidade de toda essa faixa do tronco fica comprometida. Isso poderia explicar a sensação de aperto que os pacientes descrevem.
Em alguns, o abraço da esclerose múltipla ocorre em apenas um lado do corpo, enquanto outros experimentam a sensação em ambos os lados, como uma espécie de cinto. Porém, ao querer verificar a lesão medular causadora do abraço da esclerose múltipla, não ficou evidente em todos os pacientes.
Por isso, a aceitação da hipótese de lesão medular na EM não é definitiva. Um estudo propõe que, de fato, o sintoma poderia servir para localizar uma nova lesão ou predizer uma futura naqueles pacientes em que a ressonância magnética (RM) não apresenta nenhuma alteração nesse nível.
Gatilhos
Da mesma forma, são descritas algumas condições que aumentam o risco de produzir a sensação constritiva no abraço da esclerose múltipla. A flexão torácica rápida para a frente pode levar a uma dor severa no tronco.
A explicação para esse fenômeno se baseia na irritação produzida pelo alongamento das fibras nervosas que apresentam lesão na bainha de mielina. Algumas circunstâncias ajudam o sinal da anaconda a aparecer:
- Estresse.
- Aquecer.
- Fadiga.
Como o sinal do abraço da esclerose múltipla pode ser evitado?
Embora não haja uma maneira comprovada de prevenir o aparecimento dos sintomas da EM, a terapia modificadora da doença (DMT) mostrou eficácia no controle da progressão da EM. Portanto, estabelecer um regime terapêutico precoce é muito útil.
Além disso, várias recomendações, como medidas preventivas do abraço na esclerose múltipla, podem ajudar. Estes incluem o seguinte:
- Use roupas folgadas e frescas.
- Garanta o descanso adequado.
- Encontre maneiras de reduzir o estresse.
- Evite a exposição ao calor ou altas temperaturas.
- Gerencie a febre quando houver.
Tratamento para o abraço da esclerose múltipla
A prioridade atual é tratar a esclerose múltipla para retardar a progressão da doença, melhorando assim a qualidade de vida dos pacientes, apesar de não ter cura definitiva. Há pouca informação científica sobre o abraço da esclerose múltipla. No entanto, por se tratar de uma disestesia, ou seja, uma alteração da sensibilidade, existem várias abordagens terapêuticas.
Drogas anticonvulsivantes, como gabapentina, pregabalina, oxcarbamazepina e carbamazepina são indicadas no manejo da esclerose múltipla. Da mesma forma, outros regimes incluem acetazolamida, glicocorticóides, hormônio adrenocorticotrófico e até canabinóides para reduzir os sintomas.
Por outro lado, o bloqueio do nervo paravertebral também mostrou eficácia no manejo a médio prazo da sensação constritiva ao redor do tórax. Um estudo propõe que esse tipo de terapia pode ser realizado repetidamente, pois teria mostrado um aumento na duração do efeito com bloqueios sucessivos. No entanto, a desvantagem é que o ultrassom guiado deve ser usado para aumentar a segurança da intervenção.
A esclerose múltipla é uma doença neurodegenerativa que afeta o cérebro e a medula espinhal. Nesta patologia, a bainha de mielina é lesada por um processo inflamatório de origem autoimune, pouco conhecido. Devido à localização do dano, os sintomas são altamente variáveis, incluindo o chamado abraço da esclerose múltipla.
Os pacientes com EM apresentam evolução crônica, sem possibilidade de tratamento curativo no momento. No entanto, devido à progressão do quadro clínico, a esclerose múltipla tem sido classificada em vários padrões de apresentação. Isso é muito útil no estabelecimento de um tratamento eficaz, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
O que é o abraço da esclerose múltipla?
Devido às diversas localizações das lesões, a descrição do quadro clínico varia ao longo do tempo, em resposta à sua progressão. Os sintomas podem incluir distúrbios sensoriais, motores, cognitivos e emocionais.
Entre os primeiros, alguns pacientes com EM relatam uma sensação de aperto no peito ou no abdômen, que os aprisiona como uma espécie de faixa ou cinto.
Este sintoma em particular é o chamado abraço da esclerose múltipla. Pode afetar apenas um lado do tronco ou ser bilateral.
Além da sensação de aperto, pode haver dor e formigamento na área afetada, além de sudorese e falta de ar. A intensidade varia, simulando até mesmo um evento de origem cardíaca, como um infarto do miocárdio.
Outras doenças com este sintoma
No entanto, o abraço da esclerose múltipla não é exclusivo desta doença. Existem outras condições em que uma sensação semelhante é descrita pelos pacientes:
- Mielite transversa.
- Espondilite anquilosante.
- Fraturas das vértebras.
- Tumores metastáticos na coluna.
O que produz o abraço da esclerose múltipla?
A possível causa dessa sensação é o dano à bainha de mielina em regiões precisas da medula espinhal. Essa estrutura em forma de cordão possui as fibras que transportam, de forma organizada, todas as informações sensoriais do corpo, com exceção da face.
Graças ao arranjo dessas fibras, é possível inferir que o padrão de cinturão exibido pelo abraço da esclerose múltipla corresponde à lesão de um dermátomo específico.
O que é um dermátomo e o que tem a ver com a EM?
Um dermátomo é a representação que um nervo sensorial possui, ou seja, é uma faixa da superfície corporal que segue o trajeto do nervo que transmite as informações dessa faixa.
No tórax e no abdome, os dermátomos estão dispostos em cada lado da coluna vertebral, transmitindo sensações dessa área através do nervo correspondente. Assim, existem dois dermátomos para cada nível da medula espinhal: um para cada lado.
Essa distribuição significa que quando uma fibra nervosa é lesada, a sensibilidade de toda essa faixa do tronco fica comprometida. Isso poderia explicar a sensação de aperto que os pacientes descrevem.
Em alguns, o abraço da esclerose múltipla ocorre em apenas um lado do corpo, enquanto outros experimentam a sensação em ambos os lados, como uma espécie de cinto. Porém, ao querer verificar a lesão medular causadora do abraço da esclerose múltipla, não ficou evidente em todos os pacientes.
Por isso, a aceitação da hipótese de lesão medular na EM não é definitiva. Um estudo propõe que, de fato, o sintoma poderia servir para localizar uma nova lesão ou predizer uma futura naqueles pacientes em que a ressonância magnética (RM) não apresenta nenhuma alteração nesse nível.
Gatilhos
Da mesma forma, são descritas algumas condições que aumentam o risco de produzir a sensação constritiva no abraço da esclerose múltipla. A flexão torácica rápida para a frente pode levar a uma dor severa no tronco.
A explicação para esse fenômeno se baseia na irritação produzida pelo alongamento das fibras nervosas que apresentam lesão na bainha de mielina. Algumas circunstâncias ajudam o sinal da anaconda a aparecer:
- Estresse.
- Aquecer.
- Fadiga.
Como o sinal do abraço da esclerose múltipla pode ser evitado?
Embora não haja uma maneira comprovada de prevenir o aparecimento dos sintomas da EM, a terapia modificadora da doença (DMT) mostrou eficácia no controle da progressão da EM. Portanto, estabelecer um regime terapêutico precoce é muito útil.
Além disso, várias recomendações, como medidas preventivas do abraço na esclerose múltipla, podem ajudar. Estes incluem o seguinte:
- Use roupas folgadas e frescas.
- Garanta o descanso adequado.
- Encontre maneiras de reduzir o estresse.
- Evite a exposição ao calor ou altas temperaturas.
- Gerencie a febre quando houver.
Tratamento para o abraço da esclerose múltipla
A prioridade atual é tratar a esclerose múltipla para retardar a progressão da doença, melhorando assim a qualidade de vida dos pacientes, apesar de não ter cura definitiva. Há pouca informação científica sobre o abraço da esclerose múltipla. No entanto, por se tratar de uma disestesia, ou seja, uma alteração da sensibilidade, existem várias abordagens terapêuticas.
Drogas anticonvulsivantes, como gabapentina, pregabalina, oxcarbamazepina e carbamazepina são indicadas no manejo da esclerose múltipla. Da mesma forma, outros regimes incluem acetazolamida, glicocorticóides, hormônio adrenocorticotrófico e até canabinóides para reduzir os sintomas.
Por outro lado, o bloqueio do nervo paravertebral também mostrou eficácia no manejo a médio prazo da sensação constritiva ao redor do tórax. Um estudo propõe que esse tipo de terapia pode ser realizado repetidamente, pois teria mostrado um aumento na duração do efeito com bloqueios sucessivos. No entanto, a desvantagem é que o ultrassom guiado deve ser usado para aumentar a segurança da intervenção.
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- Reder, A.; Thoracic Flexion Provokes Circumferential Dysesthesia: A Symptom of Thoracic Cord Lession in MS: Multiple Sclerosis Journal; 2020.
- Wingerchuck, D.; Valencia, C.; Carter, J.; The “MS Hug”: Definition, Characteristics, Course and Misattribution Risk; Neurology; 92 (15 Supplement); 2019.
- Nasir, U.; Deng, J.; Waheed, T.; A Not-so-friendly Hug, Manifestation of the “Anaconda Sign”; J Am Coll Cardiol.; 79; 2022.
- Kalava, A.; Ambai, V.; Atawala, N.; Estrada, E.; Suresh, N.; Use of Thoracic Paravertebral Nerve Blocks to Manage Symptomatic Multiple Sclerosis “Hug”; Neuroinmmunology reports 2 100079; 2022.
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