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5 mitos sobre a menopausa desmascarados por um especialista

6 minutos
Giram em torno da menopausa crenças, ditados populares e pensamentos que nem sempre são corretos. Trazer clareza é uma forma de tirar o tabu dessa fase natural da vida da mulher.
5 mitos sobre a menopausa desmascarados por um especialista
Leonardo Biolatto

Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto

Última atualização: 06 novembro, 2024

As ondas de calor são inevitáveis, não é possível recuperar o desejo sexual que desaparece depois dos 50 anos, a terapia de reposição hormonal é perigosa… Essas e outras afirmações são impostas à vida das mulheres, sem que elas possam ter clareza se estão diante de verdades ou mitos sobre a menopausa.

Lucía Yturriaga, fundadora do projeto Womanhood, trabalha para combater a desinformação que circula sobre um período da vida que não deve ser estigmatizado. A partir de suas experiências pessoais, ela entendeu que faltam espaços, profissionais e iniciativas que proporcionem às mulheres apoio e cuidado integral e de qualidade.

Por isso falamos com ela, que apoiou os dados com a Dra. Bárbara Fernández del Bas, ginecologista e sexóloga, para desmantelar os mitos mais comuns sobre a menopausa. Alguns dados irão surpreendê-lo.

Nem todas as mulheres que passam pela menopausa sentem ondas de calor

Talvez, na cultura popular, as ondas de calor ou ondas de calor sejam o sintoma mais associado à menopausa. No entanto, embora se estime que 75% das mulheres as tenham, duas em cada dez nunca as sentem.

Cada corpo é diferente e a menopausa se manifesta de diferentes maneiras”, esclarece Lucía Yturriaga. E acrescenta: “Algumas mulheres terão ondas de calor leves, outras as sentirão com maior intensidade e algumas nem as sentirão”.

Também é importante compreender que o sintoma não é incontrolável. Hoje, conhecemos diversas estratégias que reduzem as ondas de calor ou reduzem o risco de elas interferirem na vida diária.

O desejo sexual pode ser reativado

Segundo Yturriaga, a vergonha e o desconforto em falar sobre o assunto fazem com que a baixa libido não seja devidamente diagnosticada. Há um silêncio em torno do tema que dificulta uma abordagem adequada.

A verdade é que, embora mais de metade das mulheres relatem uma diminuição do desejo sexual durante a menopausa, este não desaparece completamente. Basta apenas mais trabalho e dedicação para conseguir a sua reativação.

E como fazer isso? A fundadora da Womanhood enfatiza os seguintes aspectos:

  • Expanda sua visão sobre sexo. O Sexo não deve ser reduzido apenas ao coito, pois o prazer não depende apenas da genitalidade.
  • Comunique-se com seu parceiro. Falar sobre o que gostamos, nossas necessidades e preocupações pode transformar completamente a experiência sexual.
  • Reconecte-se com a autoerotização. Ler literatura erótica, desfrutar do prazer sexual em momentos de solidão ou simplesmente descobrir o que gostamos é uma forma de nos conectarmos com nosso corpo.
  • Experimentar coisas novas. Às vezes a falta de vontade vem da rotina. Experimentar brinquedos ou explorar novas formas de intimidade pode fazer sua libido ressurgir naturalmente.
  • Vá ao médico para avaliar as opções disponíveis. Existem tratamentos que podem ajudar e um deles é a testosterona. Sob prescrição médica, pode ser eficaz na melhoria da libido em algumas mulheres.
  • Não tenha medo de usar lubrificantes. A secura vaginal da menopausa pode tornar a relação sexual desconfortável. Os lubrificantes à base de água aumentam o conforto e contribuem para o relaxamento durante o sexo.

‘Hormonofobia’ limita o uso médico da terapia de reposição hormonal (TRH)

Para Lucía Yturriaga, os dados são claros e indicam um medo generalizado do uso de terapias hormonais na menopausa. De acordo com os registros que compartilha conosco, há 20 anos havia 20% das mulheres na menopausa que usavam TRH, enquanto agora são apenas 4%.

“Na Espanha, 1,6 milhões de mulheres com mais de 50 anos têm uma pior qualidade de vida devido à desinformação e ao abandono deste tratamento”, conta-nos. E continua: “Em mulheres sem riscos adicionais, a TRH ajuda a prevenir fraturas, insônia, ondas de calor e problemas de saúde cardiovasculares e cognitivos”.

A terapia ganhou má reputação há duas décadas. O estudo da Iniciativa de Saúde da Mulher de 2002 e o Estudo de Milhões de Mulheres de 2003 associaram seu uso a riscos à saúde. Porém, atualmente, existem 21 sociedades científicas que publicaram um documento de consenso afirmando que, devidamente prescrita, antes dos 60 anos, a TRH pode melhorar a qualidade de vida e aliviar os sintomas da menopausa.

Yturriaga recomenda que cada mulher converse com seu médico e busque informações com especialistas que conheçam o assunto. A desinformação pode limitar o acesso a um maior bem-estar.

Mulheres com mais de 50 anos podem fazer treinamento de força

Durante muito tempo, apenas o exercício cardiovascular era recomendado para pessoas com mais de 50 ou 60 anos. As rotinas baseavam-se em caminhar, nadar ou andar de bicicleta.

Hoje entendemos que o melhor é uma abordagem abrangente e uma rotina que inclua diferentes aspectos do exercício. Assim, a fundadora da Womanhood propõe três dimensões para trabalhar durante a menopausa:

  • Força: para manter a massa muscular e a saúde óssea. É possível levantar pesos e fazer trabalhos de resistência para prevenir problemas como a osteoporose.
  • Elasticidade e equilíbrio: ioga e pilates, por exemplo, que melhoram a flexibilidade e o controle do corpo. É uma forma de prevenir acidentes.
  • Cardiovascular: o cardio ainda é importante para a saúde geral.
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“Na menopausa devemos nos manter ativos, pois o exercício é o melhor complemento que podemos oferecer ao nosso corpo”, afirma Lucía Yturriaga (foto).

Ganhar peso não é inevitável

À medida que as mulheres chegam à menopausa, costumam ganhar cerca de meio quilo por ano”, confirma Lucía Yturriaga. Mas esse aumento não é responsabilidade exclusiva das alterações hormonais. Ela nos explica que o próprio envelhecimento e um estilo de vida menos ativo são fatores importantes.

A diminuição do estrogênio está presente e contribui para o acúmulo de gordura na região abdominal. No entanto, à medida que envelhecemos, ocorre uma perda de massa muscular, o que faz com que o corpo queime calorias mais lentamente.

Se você continuar comendo as mesmas coisas de antes e não ajustar seu nível de atividade física, o metabolismo mais lento e a menor massa muscular podem levar ao ganho de peso.

Lúcia Yturriaga

O segredo, segundo sua proposta, é adaptar hábitos. O exercício regular e o ajuste dietético são essenciais. Como nos lembra, o risco associado ao excesso de peso não pode ser subestimado, pois está associado ao aumento da possibilidade de sofrer de câncer da mama, diabetes tipo 2, hipertensão, apneia do sono e osteoartrite.

Informação de qualidade para viver melhor

“É normal sentir-se sobrecarregada pela quantidade de desinformação que existe sobre a menopausa”, diz Lucía Yturriaga. Especialmente quando você está no meio dos sintomas. Por isso, ela acredita que é fundamental buscar fontes confiáveis e profissionais que entendam essa etapa.

A sua mensagem é para que as mulheres não tenham medo de fazer perguntas, pedir segundas opiniões e até mesmo mudar de médico se não estiverem convencidas. Não tem sentido se conformar se você perceber que não está em boas mãos.

“Não aceite menos do que você merece e certifique-se de que as decisões sobre sua saúde sejam baseadas em informações sólidas e personalizadas”, afirma Yturriaga. Para isso, existem espaços como o Womanhood.

As ondas de calor são inevitáveis, não é possível recuperar o desejo sexual que desaparece depois dos 50 anos, a terapia de reposição hormonal é perigosa… Essas e outras afirmações são impostas à vida das mulheres, sem que elas possam ter clareza se estão diante de verdades ou mitos sobre a menopausa.

Lucía Yturriaga, fundadora do projeto Womanhood, trabalha para combater a desinformação que circula sobre um período da vida que não deve ser estigmatizado. A partir de suas experiências pessoais, ela entendeu que faltam espaços, profissionais e iniciativas que proporcionem às mulheres apoio e cuidado integral e de qualidade.

Por isso falamos com ela, que apoiou os dados com a Dra. Bárbara Fernández del Bas, ginecologista e sexóloga, para desmantelar os mitos mais comuns sobre a menopausa. Alguns dados irão surpreendê-lo.

Nem todas as mulheres que passam pela menopausa sentem ondas de calor

Talvez, na cultura popular, as ondas de calor ou ondas de calor sejam o sintoma mais associado à menopausa. No entanto, embora se estime que 75% das mulheres as tenham, duas em cada dez nunca as sentem.

Cada corpo é diferente e a menopausa se manifesta de diferentes maneiras”, esclarece Lucía Yturriaga. E acrescenta: “Algumas mulheres terão ondas de calor leves, outras as sentirão com maior intensidade e algumas nem as sentirão”.

Também é importante compreender que o sintoma não é incontrolável. Hoje, conhecemos diversas estratégias que reduzem as ondas de calor ou reduzem o risco de elas interferirem na vida diária.

O desejo sexual pode ser reativado

Segundo Yturriaga, a vergonha e o desconforto em falar sobre o assunto fazem com que a baixa libido não seja devidamente diagnosticada. Há um silêncio em torno do tema que dificulta uma abordagem adequada.

A verdade é que, embora mais de metade das mulheres relatem uma diminuição do desejo sexual durante a menopausa, este não desaparece completamente. Basta apenas mais trabalho e dedicação para conseguir a sua reativação.

E como fazer isso? A fundadora da Womanhood enfatiza os seguintes aspectos:

  • Expanda sua visão sobre sexo. O Sexo não deve ser reduzido apenas ao coito, pois o prazer não depende apenas da genitalidade.
  • Comunique-se com seu parceiro. Falar sobre o que gostamos, nossas necessidades e preocupações pode transformar completamente a experiência sexual.
  • Reconecte-se com a autoerotização. Ler literatura erótica, desfrutar do prazer sexual em momentos de solidão ou simplesmente descobrir o que gostamos é uma forma de nos conectarmos com nosso corpo.
  • Experimentar coisas novas. Às vezes a falta de vontade vem da rotina. Experimentar brinquedos ou explorar novas formas de intimidade pode fazer sua libido ressurgir naturalmente.
  • Vá ao médico para avaliar as opções disponíveis. Existem tratamentos que podem ajudar e um deles é a testosterona. Sob prescrição médica, pode ser eficaz na melhoria da libido em algumas mulheres.
  • Não tenha medo de usar lubrificantes. A secura vaginal da menopausa pode tornar a relação sexual desconfortável. Os lubrificantes à base de água aumentam o conforto e contribuem para o relaxamento durante o sexo.

‘Hormonofobia’ limita o uso médico da terapia de reposição hormonal (TRH)

Para Lucía Yturriaga, os dados são claros e indicam um medo generalizado do uso de terapias hormonais na menopausa. De acordo com os registros que compartilha conosco, há 20 anos havia 20% das mulheres na menopausa que usavam TRH, enquanto agora são apenas 4%.

“Na Espanha, 1,6 milhões de mulheres com mais de 50 anos têm uma pior qualidade de vida devido à desinformação e ao abandono deste tratamento”, conta-nos. E continua: “Em mulheres sem riscos adicionais, a TRH ajuda a prevenir fraturas, insônia, ondas de calor e problemas de saúde cardiovasculares e cognitivos”.

A terapia ganhou má reputação há duas décadas. O estudo da Iniciativa de Saúde da Mulher de 2002 e o Estudo de Milhões de Mulheres de 2003 associaram seu uso a riscos à saúde. Porém, atualmente, existem 21 sociedades científicas que publicaram um documento de consenso afirmando que, devidamente prescrita, antes dos 60 anos, a TRH pode melhorar a qualidade de vida e aliviar os sintomas da menopausa.

Yturriaga recomenda que cada mulher converse com seu médico e busque informações com especialistas que conheçam o assunto. A desinformação pode limitar o acesso a um maior bem-estar.

Mulheres com mais de 50 anos podem fazer treinamento de força

Durante muito tempo, apenas o exercício cardiovascular era recomendado para pessoas com mais de 50 ou 60 anos. As rotinas baseavam-se em caminhar, nadar ou andar de bicicleta.

Hoje entendemos que o melhor é uma abordagem abrangente e uma rotina que inclua diferentes aspectos do exercício. Assim, a fundadora da Womanhood propõe três dimensões para trabalhar durante a menopausa:

  • Força: para manter a massa muscular e a saúde óssea. É possível levantar pesos e fazer trabalhos de resistência para prevenir problemas como a osteoporose.
  • Elasticidade e equilíbrio: ioga e pilates, por exemplo, que melhoram a flexibilidade e o controle do corpo. É uma forma de prevenir acidentes.
  • Cardiovascular: o cardio ainda é importante para a saúde geral.
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“Na menopausa devemos nos manter ativos, pois o exercício é o melhor complemento que podemos oferecer ao nosso corpo”, afirma Lucía Yturriaga (foto).

Ganhar peso não é inevitável

À medida que as mulheres chegam à menopausa, costumam ganhar cerca de meio quilo por ano”, confirma Lucía Yturriaga. Mas esse aumento não é responsabilidade exclusiva das alterações hormonais. Ela nos explica que o próprio envelhecimento e um estilo de vida menos ativo são fatores importantes.

A diminuição do estrogênio está presente e contribui para o acúmulo de gordura na região abdominal. No entanto, à medida que envelhecemos, ocorre uma perda de massa muscular, o que faz com que o corpo queime calorias mais lentamente.

Se você continuar comendo as mesmas coisas de antes e não ajustar seu nível de atividade física, o metabolismo mais lento e a menor massa muscular podem levar ao ganho de peso.

Lúcia Yturriaga

O segredo, segundo sua proposta, é adaptar hábitos. O exercício regular e o ajuste dietético são essenciais. Como nos lembra, o risco associado ao excesso de peso não pode ser subestimado, pois está associado ao aumento da possibilidade de sofrer de câncer da mama, diabetes tipo 2, hipertensão, apneia do sono e osteoartrite.

Informação de qualidade para viver melhor

“É normal sentir-se sobrecarregada pela quantidade de desinformação que existe sobre a menopausa”, diz Lucía Yturriaga. Especialmente quando você está no meio dos sintomas. Por isso, ela acredita que é fundamental buscar fontes confiáveis e profissionais que entendam essa etapa.

A sua mensagem é para que as mulheres não tenham medo de fazer perguntas, pedir segundas opiniões e até mesmo mudar de médico se não estiverem convencidas. Não tem sentido se conformar se você perceber que não está em boas mãos.

“Não aceite menos do que você merece e certifique-se de que as decisões sobre sua saúde sejam baseadas em informações sólidas e personalizadas”, afirma Yturriaga. Para isso, existem espaços como o Womanhood.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Hays, J., Hunt, J. R., Hubbell, F. A., Anderson, G. L., Limacher, M., Allen, C., & Rossouw, J. E. (2003). The Women’s Health Initiative recruitment methods and results. Annals of epidemiology13(9), S18-S77. https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1047279703000425
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