Meu bebê se mexe muito no útero: devo me preocupar?
Revisado e aprovado por a enfermeira Leidy Mora Molina
Desde o momento em que descobrimos a gravidez, nada nos deixa mais animadas que sentir o bebê. Queremos saber desde o primeiro momento quando chegará o dia em que ele será percebido dentro de nós, e a espera é longa. Uma vez que ele começa a fazer isso com energia, a preocupação é inversa: se o bebê se mexe muito no útero, devemos nos preocupar?
É importante conhecer as fases do desenvolvimento do feto durante a gravidez para ter calma. Um artigo publicado na Revista de Especialidades Médico Cirúrgicas sobre a importância do perfil biofísico para monitorar o bem-estar fetal, afirma que os primeiros movimentos são identificados na sexta semana de gestação.
Nesse momento o bebê é muito pequeno, e apesar dele crescer de forma rápida e vertiginosa, seria impossível percebê-lo.
Nas primeiras semanas o que a mulher pode perceber são sintomas como cansaço ou náusea, que às vezes se confundem com desconfortos típicos de processos virais ou estomacais. Isso acontece porque nos primeiros dois meses o bebê está em pleno processo de formação dos seus principais órgãos.
Por que o bebê se move no útero?
O bebê se mexe porque isso faz parte do neurodesenvolvimento dele e da interação permanente que ocorre com o meio uterino, como podemos ler nessa pesquisa publicada no Revista Pediatria de Atenção Primária intitulada “Comportamento fetal: uma janela para o neurodesenvolvimento e diagnóstico precoce”.
Esse estudo apresenta uma tabela que detalha a ordem de aparecimento dos movimentos durante o primeiro trimestre. A princípio, entre a sétima e a oitava semanas, o que ocorre são reflexos automáticos, que após um mês se transformam em movimentos produzidos por estímulos. Algumas mães que experimentam uma segunda gravidez podem diferenciá-los.
Os braços e pernas, que apareceram por volta da sexta semana, começam a se mover por volta da décima. Esses movimentos se tornarão mais complexos à medida em que o bebê amadurece, e se tornarão mais evidentes entre dezoito e vinte semanas de gestação, à medida em que os ossos do bebê crescem e os músculos se formam. Portanto, é normal que você não sinta seu bebê antes disso, principalmente se for a sua primeira gravidez.
A movimentação indica que tudo está indo bem e, quando o sentimos, sem dúvida experimentamos uma grande emoção que fortalece o vínculo entre a mãe e o bebê.
Isso pode ser perigoso?
O fato de o bebê estar inquieto e nos fazer pular de susto de vez em quando não é perigoso. Em vez disso, significa que ele está ativo e crescendo, portanto, saudável. Para se ter uma ideia, um bebê pode se mover até 10 vezes por hora, embora isso possa variar em cada gravidez.
Por outro lado, um estudo recente publicado na revista BMC Pregnancy and Childbirth associou o aumento dos movimentos fetais a vários parâmetros no nascimento. De fato, o estudo citado mostrou que as crianças que se movem mais têm uma maior probabilidade de serem grandes para a idade gestacional.
Existem muitas razões pelas quais isso pode acontecer. Um motivo muito comum geralmente são os soluços; sim, os bebês têm soluços e podemos sentir isso. Em pouco tempo saberemos distingui-los por eles serem repetitivos, principalmente por volta da vigésima quinta semana de gravidez, e também sentiremos que o bebê está se movendo para mudar de posição, dando voltas ou girando.
Também pode te interessar: Estratégias para gerenciar o estresse na gravidez
O que uma diminuição da atividade na barriga pode significar?
No segundo trimestre o bebê se mexe muito no útero: ele já tem força suficiente para movimentar os membros, que veremos salientes na barriga quando se trata de um pé, joelho, cotovelo ou mão. À medida em que o bebê cresce, o espaço no útero se estreita e os movimentos dele diminuem.
É comum que isso aconteça principalmente no último mês de gestação. Essa diminuição nem sempre é um sinal negativo, pois pode ser devida aos períodos de descanso do bebê. No entanto, se as mudanças são muito evidentes, é preciso investigar a situação rapidamente.
Se o bebê estiver muito quieto podemos provocar estímulos, como uma música não muito alta. Podemos massagear a barriga suavemente ou acender uma lanterna e movê-la de várias direções.
Também é recomendável realizar um monitoramento em casa para saber se os movimentos estão dentro dos limites normais. Isso envolve a contagem dos chutes por um tempo estimado de 10 a 15 minutos, ou até meia hora.
Para que o método seja eficaz o ideal é fazê-lo vários dias no mesmo horário, para que seja obtido um padrão pessoal que servirá de referência. Isso será de grande utilidade para o médico que está nos acompanhando. É importante lembrar que as gestações não são iguais, e que cada bebê tem seu próprio ritmo.
Se após fazermos essa avaliação percebermos que a variação na intensidade dos movimentos da criança é considerável, devemos avisar ao nosso médico imediatamente ou ir a um pronto-socorro. Será necessário fazer um check-up e talvez um ultrassom para ter certeza de que o bebê está saudável.
Quando isso pode significar um problema?
A partir do quarto mês é natural que nós nos familiarizemos gradualmente com os horários em que o bebê está mais ou menos ativo.
Também aprendemos a associar certas posições que adotamos como estímulos para mais movimentos, ou alguns alimentos açucarados que atuam como gatilhos para iniciar uma festa na barriga.
Tudo isso aumenta progressivamente o nosso instinto materno, que saberá nos alertar de que algo está errado. Um estudo recente estabelece que uma diminuição nos movimentos fetais pode significar uma deterioração ou risco para a saúde do bebê. Nesse sentido, uma avaliação adicional é recomendada nessas situações.
Portanto, se os movimentos do seu bebê param inesperadamente ou se reduzem sem uma explicação aparente, é necessário procurar um especialista para descartar as seguintes possibilidades:
- Diminuição do líquido amniótico. Se ele começar a vazar ou estiver posicionado abaixo do nível adequado, os movimentos do bebê serão reduzidos.
- Falta de oxigênio ou nutrientes provocada por um problema com a placenta, situação que exige atenção urgente.
- Movimentos inexistentes devido à morte fetal. Nesse caso as causas podem ser muito variadas e será necessário fazer estudos específicos para determinar o motivo.
Continue lendo: Cuidados diários para uma gravidez de alto risco
Se o bebê se mexe muito no útero, aproveite!
Agora que sabemos que a intensidade dos movimentos do bebê no útero significa saúde e bem-estar no neurodesenvolvimento dele, só podemos aproveitar o momento. Seja a sós, com o nosso companheiro ou com os irmãos mais novos, caso não seja o nosso primeiro filho ou filha. Esse será um momento mágico que recordaremos com muito carinho.
É importante não esquecer de medir o nosso próprio padrão de chutes do bebê a partir do segundo trimestre; isso nos ajudará a ficar de olho no restante da gravidez. Podemos separar um horário específico do dia ou da noite para fazer isso.
Além das anotações é importante fazer o registro das situações semelhantes, por exemplo, deitar na cama depois de comer, caminhar um pouco antes de ir para a cama ou depois de fazer um lanche à tarde. E adicionar a esse diário os momentos em que geralmente o bebê está mais tranquilo, de acordo com a nossa experiência.
Desde o momento em que descobrimos a gravidez, nada nos deixa mais animadas que sentir o bebê. Queremos saber desde o primeiro momento quando chegará o dia em que ele será percebido dentro de nós, e a espera é longa. Uma vez que ele começa a fazer isso com energia, a preocupação é inversa: se o bebê se mexe muito no útero, devemos nos preocupar?
É importante conhecer as fases do desenvolvimento do feto durante a gravidez para ter calma. Um artigo publicado na Revista de Especialidades Médico Cirúrgicas sobre a importância do perfil biofísico para monitorar o bem-estar fetal, afirma que os primeiros movimentos são identificados na sexta semana de gestação.
Nesse momento o bebê é muito pequeno, e apesar dele crescer de forma rápida e vertiginosa, seria impossível percebê-lo.
Nas primeiras semanas o que a mulher pode perceber são sintomas como cansaço ou náusea, que às vezes se confundem com desconfortos típicos de processos virais ou estomacais. Isso acontece porque nos primeiros dois meses o bebê está em pleno processo de formação dos seus principais órgãos.
Por que o bebê se move no útero?
O bebê se mexe porque isso faz parte do neurodesenvolvimento dele e da interação permanente que ocorre com o meio uterino, como podemos ler nessa pesquisa publicada no Revista Pediatria de Atenção Primária intitulada “Comportamento fetal: uma janela para o neurodesenvolvimento e diagnóstico precoce”.
Esse estudo apresenta uma tabela que detalha a ordem de aparecimento dos movimentos durante o primeiro trimestre. A princípio, entre a sétima e a oitava semanas, o que ocorre são reflexos automáticos, que após um mês se transformam em movimentos produzidos por estímulos. Algumas mães que experimentam uma segunda gravidez podem diferenciá-los.
Os braços e pernas, que apareceram por volta da sexta semana, começam a se mover por volta da décima. Esses movimentos se tornarão mais complexos à medida em que o bebê amadurece, e se tornarão mais evidentes entre dezoito e vinte semanas de gestação, à medida em que os ossos do bebê crescem e os músculos se formam. Portanto, é normal que você não sinta seu bebê antes disso, principalmente se for a sua primeira gravidez.
A movimentação indica que tudo está indo bem e, quando o sentimos, sem dúvida experimentamos uma grande emoção que fortalece o vínculo entre a mãe e o bebê.
Isso pode ser perigoso?
O fato de o bebê estar inquieto e nos fazer pular de susto de vez em quando não é perigoso. Em vez disso, significa que ele está ativo e crescendo, portanto, saudável. Para se ter uma ideia, um bebê pode se mover até 10 vezes por hora, embora isso possa variar em cada gravidez.
Por outro lado, um estudo recente publicado na revista BMC Pregnancy and Childbirth associou o aumento dos movimentos fetais a vários parâmetros no nascimento. De fato, o estudo citado mostrou que as crianças que se movem mais têm uma maior probabilidade de serem grandes para a idade gestacional.
Existem muitas razões pelas quais isso pode acontecer. Um motivo muito comum geralmente são os soluços; sim, os bebês têm soluços e podemos sentir isso. Em pouco tempo saberemos distingui-los por eles serem repetitivos, principalmente por volta da vigésima quinta semana de gravidez, e também sentiremos que o bebê está se movendo para mudar de posição, dando voltas ou girando.
Também pode te interessar: Estratégias para gerenciar o estresse na gravidez
O que uma diminuição da atividade na barriga pode significar?
No segundo trimestre o bebê se mexe muito no útero: ele já tem força suficiente para movimentar os membros, que veremos salientes na barriga quando se trata de um pé, joelho, cotovelo ou mão. À medida em que o bebê cresce, o espaço no útero se estreita e os movimentos dele diminuem.
É comum que isso aconteça principalmente no último mês de gestação. Essa diminuição nem sempre é um sinal negativo, pois pode ser devida aos períodos de descanso do bebê. No entanto, se as mudanças são muito evidentes, é preciso investigar a situação rapidamente.
Se o bebê estiver muito quieto podemos provocar estímulos, como uma música não muito alta. Podemos massagear a barriga suavemente ou acender uma lanterna e movê-la de várias direções.
Também é recomendável realizar um monitoramento em casa para saber se os movimentos estão dentro dos limites normais. Isso envolve a contagem dos chutes por um tempo estimado de 10 a 15 minutos, ou até meia hora.
Para que o método seja eficaz o ideal é fazê-lo vários dias no mesmo horário, para que seja obtido um padrão pessoal que servirá de referência. Isso será de grande utilidade para o médico que está nos acompanhando. É importante lembrar que as gestações não são iguais, e que cada bebê tem seu próprio ritmo.
Se após fazermos essa avaliação percebermos que a variação na intensidade dos movimentos da criança é considerável, devemos avisar ao nosso médico imediatamente ou ir a um pronto-socorro. Será necessário fazer um check-up e talvez um ultrassom para ter certeza de que o bebê está saudável.
Quando isso pode significar um problema?
A partir do quarto mês é natural que nós nos familiarizemos gradualmente com os horários em que o bebê está mais ou menos ativo.
Também aprendemos a associar certas posições que adotamos como estímulos para mais movimentos, ou alguns alimentos açucarados que atuam como gatilhos para iniciar uma festa na barriga.
Tudo isso aumenta progressivamente o nosso instinto materno, que saberá nos alertar de que algo está errado. Um estudo recente estabelece que uma diminuição nos movimentos fetais pode significar uma deterioração ou risco para a saúde do bebê. Nesse sentido, uma avaliação adicional é recomendada nessas situações.
Portanto, se os movimentos do seu bebê param inesperadamente ou se reduzem sem uma explicação aparente, é necessário procurar um especialista para descartar as seguintes possibilidades:
- Diminuição do líquido amniótico. Se ele começar a vazar ou estiver posicionado abaixo do nível adequado, os movimentos do bebê serão reduzidos.
- Falta de oxigênio ou nutrientes provocada por um problema com a placenta, situação que exige atenção urgente.
- Movimentos inexistentes devido à morte fetal. Nesse caso as causas podem ser muito variadas e será necessário fazer estudos específicos para determinar o motivo.
Continue lendo: Cuidados diários para uma gravidez de alto risco
Se o bebê se mexe muito no útero, aproveite!
Agora que sabemos que a intensidade dos movimentos do bebê no útero significa saúde e bem-estar no neurodesenvolvimento dele, só podemos aproveitar o momento. Seja a sós, com o nosso companheiro ou com os irmãos mais novos, caso não seja o nosso primeiro filho ou filha. Esse será um momento mágico que recordaremos com muito carinho.
É importante não esquecer de medir o nosso próprio padrão de chutes do bebê a partir do segundo trimestre; isso nos ajudará a ficar de olho no restante da gravidez. Podemos separar um horário específico do dia ou da noite para fazer isso.
Além das anotações é importante fazer o registro das situações semelhantes, por exemplo, deitar na cama depois de comer, caminhar um pouco antes de ir para a cama ou depois de fazer um lanche à tarde. E adicionar a esse diário os momentos em que geralmente o bebê está mais tranquilo, de acordo com a nossa experiência.
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- Berrones, M. Á. S., Castillo, I. B. y Berrones, J. R. S. (2012). Perfil biofísico para conocer el bienestar fetal. Revista de Especialidades Médico-Quirúrgicas, 17(4), 300-307. Disponible en: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=47325181010
- Bryant, J., Jamil, R. T. & Thistle, J. (2021). Fetal movement. StatPearls. Disponible en: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK470566/
- Cabanyes, J. (2014). El comportamiento fetal: una ventana al neurodesarrollo y al diagnóstico temprano. Pediatría Atención Primaria, 16(63), e101-e110. Disponible en: https://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1139-76322014000400012
- Huang, C., Han, W. & Fan, Y. (2019). Correlation study between increased fetal movement during the third trimester and neonatal outcome. BMC Pregnancy and Childbirth, 19(1), 1-6. Disponible en: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31801506/
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