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O que é a homofobia internalizada?

5 minutos
A homofobia internalizada é caracterizada por atos homofóbicos praticados entre membros da comunidade. Descubra tudo sobre ela a seguir.
O que é a homofobia internalizada?
Última atualização: 09 agosto, 2022

De acordo com o dicionário da American Psychological Association (APA), a homofobia é descrita como medo, preconceito ou raiva em relação à homossexualidade. Como consequência, surgem episódios de discriminação e violência. Embora muito se fale sobre a homofobia em relação à comunidade, a homofobia internalizada raramente é mencionada.

A homofobia internalizada é um conceito usado há alguns anos para descrever atos de homofobia que acontecem entre pessoas que fazem parte da comunidade. Ou seja, entre gays, lésbicas, pessoas de gênero fluido e outros. Embora isso possa ser manifestado em relação aos outros, também pode ser feito em relação a si mesmo. Falaremos sobre o tema em mais detalhes nas próximas linhas.

Características da homofobia internalizada

É provável que muitos dos leitores achem paradoxal que haja atos de homofobia entre aqueles que fazem parte da própria comunidade homossexual. Na verdade, este é um problema que muitas vezes se tenta esconder.

Em qualquer caso, a homofobia internalizada descreve todos os atos conscientes e inconscientes que um membro da comunidade LGBT+ pratica consigo mesmo e com outros membros. Embora cada caso seja diferente, a maioria dos episódios desse tipo se desenvolve por meio de preconceitos na infância ou na adolescência.

Em linhas gerais, não difere da homofobia praticada por quem não se identifica na comunidade. Nesse sentido, podem ser atos discriminatórios devido à aparência e até levar a situações de violência. Para dar um exemplo, um ato de homofobia internalizada é a rejeição que um homossexual faz de outro quando ele não é viril o suficiente.

Existem muitas teorias sobre por que esse comportamento existe. Para a maioria, é porque é mais uma manifestação de preconceito, rejeição e estigma na sociedade.

Visto que você cresceu em uma sociedade, a influência de seus pais, religião, amigos ou ideologias pode ser tão profunda que o preconceito se desenvolve mesmo fazendo parte da comunidade rejeitada.

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A discriminação dentro da comunidade LGBT+ é uma realidade muitas vezes desconhecida.

Leia também: 5 tipos de orientação sexual

Consequências da homofobia internalizada

Como era de se esperar, as consequências da homofobia internalizada não passam despercebidas. Elas afetam tanto a pessoa em questão quanto aqueles ao seu redor. De acordo com um estudo publicado no Journal of Counseling Psychology em 2009, a homofobia internalizada é um obstáculo para que o relacionamento entre gays, lésbicas e bissexuais floresça.

Por exemplo, quem desenvolve essa atitude terá vergonha de mostrar sua relação ao público, manifestar determinados comportamentos e até ter uma vida sexual ativa. A este respeito, um pesquisa publicada em 2016 na European Psychiatry aponta que esses episódios são obstáculos para desfrutar de uma vida sexual de qualidade. Eles também podem antecipar quadros de depressão.

Mas tem mais. Um estudo publicado no International Journal for Equity in Health em 2017 descobriu que aqueles que manifestam atitudes desse tipo também tendem a esconder sua identidade sexual e desenvolver sofrimento psíquico. As evidências também indicam que a soma de todos os itens acima é um obstáculo na hora de encontrar um parceiro.

Não deixe de ler: O que é a intersexualidade?

A homofobia internalizada pode ser medida?

Especialistas e pesquisadores criaram escalas para medir a homofobia internalizada. A verdade é que nem sempre elas são aplicadas explicitamente.

Vejamos alguns exemplos de como ela pode se manifestar em sua variedade:

  • Interação reduzida com o parceiro em público.
  • Inclinação para padrões muito masculinos ou muito femininos ao encontrar um parceiro (de forma que a relação seja igual a uma heterossexual).
  • Negação de episódios de homofobia (tanto seus quanto dos outros).
  • Sentimentos de vergonha em relação à inclinação sexual.
  • Rejeição daqueles que são mais abertos sobre suas inclinações sexuais ou românticas.
  • Manter os relacionamentos em segredo (evitar comentar sobre eles com amigos, familiares ou colegas).

Em suma, qualquer ato de intolerância ou discriminação para com a comunidade ou para consigo mesmo pode ser classificado como um ato desse tipo. Embora não tenhamos apontado, muitas vezes isso leva a práticas sexuais inseguras, abuso de álcool e drogas e até mesmo a comportamentos violentos.

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Essa discriminação pode levar à ansiedade e à depressão, com graves consequências para a saúde.

O que pode ser feito para evitar essa situação?

Como expusemos, a homofobia internalizada é um problema real que afeta quem a pratica, quem está ao seu redor e a sociedade em geral. Uma vez que muitos casos se desenvolvem devido a preconceitos ou experiências na infância e adolescência, a terapia psicológica é uma alternativa eficaz.

Também é possível que existam dúvidas, inseguranças ou medos em torno da inclinação sexual. Portanto, isso se manifestará em relação a outros membros da comunidade. Em qualquer caso, a terapia pode ser de grande ajuda para enfrentá-los e superá-los.

Outra coisa a fazer é desabafar com pessoas que se identificam como lésbicas, gays ou fluidas de gênero. Conhecer suas experiências em primeira mão é de grande ajuda para assimilar como o estigma da sociedade os afetou, os afeta, e o que eles fizeram para chegar onde estão hoje.

A tudo isso, o seguinte pode ser adicionado:

  • Evite fazer piadas sobre a homossexualidade.
  • Esteja aberto a respeitar as diversas manifestações que fazem parte da comunidade.
  • Afaste os julgamentos de valor negativos que antecipam o encontro com alguém homossexual.
  • Aceite-se como você é, com suas luzes e sombras.
  • Compreenda o papel que a comunidade desempenhou ao longo da história. Tanto a discriminação que sofreu quanto tudo o que fez para ganhar a liberdade.
  • Aceite os comentários feitos a respeito da atitude que se manifesta.
  • Condene qualquer ato de homofobia.

Não é necessário que você se sinta totalmente identificado com o coletivo LGBT+. Respeitá-lo, no entanto, é o mínimo que você pode fazer se não simpatiza com os seus valores.

Considerando que levamos anos para assimilar a homossexualidade internalizada, às vezes também leva tempo para se livrar dos preconceitos. É um trabalho lento que exige empenho para seguir em frente.

De acordo com o dicionário da American Psychological Association (APA), a homofobia é descrita como medo, preconceito ou raiva em relação à homossexualidade. Como consequência, surgem episódios de discriminação e violência. Embora muito se fale sobre a homofobia em relação à comunidade, a homofobia internalizada raramente é mencionada.

A homofobia internalizada é um conceito usado há alguns anos para descrever atos de homofobia que acontecem entre pessoas que fazem parte da comunidade. Ou seja, entre gays, lésbicas, pessoas de gênero fluido e outros. Embora isso possa ser manifestado em relação aos outros, também pode ser feito em relação a si mesmo. Falaremos sobre o tema em mais detalhes nas próximas linhas.

Características da homofobia internalizada

É provável que muitos dos leitores achem paradoxal que haja atos de homofobia entre aqueles que fazem parte da própria comunidade homossexual. Na verdade, este é um problema que muitas vezes se tenta esconder.

Em qualquer caso, a homofobia internalizada descreve todos os atos conscientes e inconscientes que um membro da comunidade LGBT+ pratica consigo mesmo e com outros membros. Embora cada caso seja diferente, a maioria dos episódios desse tipo se desenvolve por meio de preconceitos na infância ou na adolescência.

Em linhas gerais, não difere da homofobia praticada por quem não se identifica na comunidade. Nesse sentido, podem ser atos discriminatórios devido à aparência e até levar a situações de violência. Para dar um exemplo, um ato de homofobia internalizada é a rejeição que um homossexual faz de outro quando ele não é viril o suficiente.

Existem muitas teorias sobre por que esse comportamento existe. Para a maioria, é porque é mais uma manifestação de preconceito, rejeição e estigma na sociedade.

Visto que você cresceu em uma sociedade, a influência de seus pais, religião, amigos ou ideologias pode ser tão profunda que o preconceito se desenvolve mesmo fazendo parte da comunidade rejeitada.

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A discriminação dentro da comunidade LGBT+ é uma realidade muitas vezes desconhecida.

Leia também: 5 tipos de orientação sexual

Consequências da homofobia internalizada

Como era de se esperar, as consequências da homofobia internalizada não passam despercebidas. Elas afetam tanto a pessoa em questão quanto aqueles ao seu redor. De acordo com um estudo publicado no Journal of Counseling Psychology em 2009, a homofobia internalizada é um obstáculo para que o relacionamento entre gays, lésbicas e bissexuais floresça.

Por exemplo, quem desenvolve essa atitude terá vergonha de mostrar sua relação ao público, manifestar determinados comportamentos e até ter uma vida sexual ativa. A este respeito, um pesquisa publicada em 2016 na European Psychiatry aponta que esses episódios são obstáculos para desfrutar de uma vida sexual de qualidade. Eles também podem antecipar quadros de depressão.

Mas tem mais. Um estudo publicado no International Journal for Equity in Health em 2017 descobriu que aqueles que manifestam atitudes desse tipo também tendem a esconder sua identidade sexual e desenvolver sofrimento psíquico. As evidências também indicam que a soma de todos os itens acima é um obstáculo na hora de encontrar um parceiro.

Não deixe de ler: O que é a intersexualidade?

A homofobia internalizada pode ser medida?

Especialistas e pesquisadores criaram escalas para medir a homofobia internalizada. A verdade é que nem sempre elas são aplicadas explicitamente.

Vejamos alguns exemplos de como ela pode se manifestar em sua variedade:

  • Interação reduzida com o parceiro em público.
  • Inclinação para padrões muito masculinos ou muito femininos ao encontrar um parceiro (de forma que a relação seja igual a uma heterossexual).
  • Negação de episódios de homofobia (tanto seus quanto dos outros).
  • Sentimentos de vergonha em relação à inclinação sexual.
  • Rejeição daqueles que são mais abertos sobre suas inclinações sexuais ou românticas.
  • Manter os relacionamentos em segredo (evitar comentar sobre eles com amigos, familiares ou colegas).

Em suma, qualquer ato de intolerância ou discriminação para com a comunidade ou para consigo mesmo pode ser classificado como um ato desse tipo. Embora não tenhamos apontado, muitas vezes isso leva a práticas sexuais inseguras, abuso de álcool e drogas e até mesmo a comportamentos violentos.

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Essa discriminação pode levar à ansiedade e à depressão, com graves consequências para a saúde.

O que pode ser feito para evitar essa situação?

Como expusemos, a homofobia internalizada é um problema real que afeta quem a pratica, quem está ao seu redor e a sociedade em geral. Uma vez que muitos casos se desenvolvem devido a preconceitos ou experiências na infância e adolescência, a terapia psicológica é uma alternativa eficaz.

Também é possível que existam dúvidas, inseguranças ou medos em torno da inclinação sexual. Portanto, isso se manifestará em relação a outros membros da comunidade. Em qualquer caso, a terapia pode ser de grande ajuda para enfrentá-los e superá-los.

Outra coisa a fazer é desabafar com pessoas que se identificam como lésbicas, gays ou fluidas de gênero. Conhecer suas experiências em primeira mão é de grande ajuda para assimilar como o estigma da sociedade os afetou, os afeta, e o que eles fizeram para chegar onde estão hoje.

A tudo isso, o seguinte pode ser adicionado:

  • Evite fazer piadas sobre a homossexualidade.
  • Esteja aberto a respeitar as diversas manifestações que fazem parte da comunidade.
  • Afaste os julgamentos de valor negativos que antecipam o encontro com alguém homossexual.
  • Aceite-se como você é, com suas luzes e sombras.
  • Compreenda o papel que a comunidade desempenhou ao longo da história. Tanto a discriminação que sofreu quanto tudo o que fez para ganhar a liberdade.
  • Aceite os comentários feitos a respeito da atitude que se manifesta.
  • Condene qualquer ato de homofobia.

Não é necessário que você se sinta totalmente identificado com o coletivo LGBT+. Respeitá-lo, no entanto, é o mínimo que você pode fazer se não simpatiza com os seus valores.

Considerando que levamos anos para assimilar a homossexualidade internalizada, às vezes também leva tempo para se livrar dos preconceitos. É um trabalho lento que exige empenho para seguir em frente.


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  • Campo Arias, A., Herazo, E., & Oviedo, L. Internalized homophobia in homosexual men: a qualitative study. Duazary. 2015; 12(2): 140-146.
  • Currie, M. R., Cunningham, E. G., & Findlay, B. M. The Short Internalized Homonegativity Scale: Examination of the factorial structure of a new measure of internalized homophobia. Educational and Psychological Measurement. 2004; 64(6): 1053-1067.
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  • Szymanski, D. M., & Chung, Y. B. The lesbian internalized homophobia scale: A rational/theoretical approach. Journal of homosexuality. 2001; 41(2): 37-52.
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  • Xu W, Zheng L, Xu Y, Zheng Y. Internalized homophobia, mental health, sexual behaviors, and outness of gay/bisexual men from Southwest China. Int J Equity Health. 2017 Feb 17;16(1):36.

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