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Fissura por estresse: a lesão que afastará Rafael Nadal das quadras

5 minutos
O grande tenista terá que parar um pouco para se recuperar. Mas qual a lesão por estresse sofrida por ele?
Fissura por estresse: a lesão que afastará Rafael Nadal das quadras
Leonardo Biolatto

Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto

Escrito por Leonardo Biolatto
Última atualização: 27 maio, 2022

Rafael Nadal anunciou através de suas redes que está com uma fissura por estresse. Depois de perder a final da Indian Wells e ter afirmado que não conseguia respirar bem durante a partida, todas as atenções estavam voltadas para o atleta para descobrir qual o diagnóstico do que o afligia.

Suas palavras no Twitter foram contundentes e não deixaram espaço para especulações:

Estou com uma fratura por estresse em uma das minhas costelas, e ficarei fora por 4 a 6 semanas. Esta não é uma boa notícia e eu não esperava isso. Estou triste por essa notícia depois do início de uma temporada na qual eu estava indo tão bem.

Rafael Nadal através do Twitter 

Com a confirmação, podemos explorar do que se trata essa lesão, que é mais frequente do que parece entre os atletas. E embora inclua a palavra estresse, é importante mencionar que a condição não tem nada a ver com um distúrbio mental de saúde.

O que é a fissura por estresse sofrida por Rafael Nadal?

Essas fissuras são fraturas, ou seja, interrupções na linha de continuidade de um osso. Embora o nome fissura seja popularmente usado para designar uma linha de quebra óssea não muito profunda, a verdade é elas ainda são fraturas.

Essas são rupturas que não atingem a parte média dos ossos, pois se concentram no córtex, sem penetrar muito. Nesse caso específico, não são causadas por um único trauma externo que atinge a pessoa naquele local, mas sim pela repetição de movimentos que acabam provocando dor.

Por isso o nome fratura por estresse. Ele explica o mecanismo, que está relacionado à sobrecarga. Isso significa que o osso recebeu repetidamente tanta pressão, e de forma persistente, que cedeu em sua parte mais externa.

Ao mesmo tempo, essa sobrecarga constante impede que os processos normais de cicatrização reparem o dano. Por isso elas são tão comuns em corredores, tenistas, jogadores de futebol e montanhistas; todos repetem os mesmos movimentos ao realizar suas atividades esportivas.

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Entre as lesões frequentes do tênis, além dos problemas articulares de cotovelo e ombro, é importante mencionar as fraturas.

Quem sofre mais com elas?

Embora os atletas sejam um grupo altamente acometido pela fratura por estresse, como demonstra Rafael Nadal, sua presença também pode ser encontrada no campo militar. Os exercícios de preparação dos soldados e as longas marchas contribuem para seu aparecimento nos pés.

Os registros indicam que até um quinto de todas as lesões nos esportes podem ser atribuídas a uma fratura por estresse. Entre os corredores, a prevalência chega a 16%. O diagnóstico é mais comum em mulheres do que em homens.

Embora a manifestação nas costelas, como a de Rafa Nadal, não seja incomum, os pés recebem a maior sobrecarga, de forma que duas localizações comuns são as seguintes:

  • Segundo metatarso: é a fratura por estresse mais comum nos corredores. Por ser o osso mais longo do pé, ele fica exposto à tensão durante as passadas.
  • Quinto metatarso: também é chamada de fratura de Jones. Está intimamente ligada ao uso de calçados inadequados, pois isso leva a uma sobrecarga de peso corporal na parte externa do pé, forçando o osso pequeno a suportar mais pressão do que ele é capaz.

Veja a Lesão de Daniel Carvajal: quantos jogos vai perder pelo Real Madrid?

Como essa lesão é reconhecida?

A fissura por estresse de Rafael Nadal, por exemplo, foi reconhecida pelo aparecimento de sintomas no tenista. Ao manifestar falta de ar e um desconforto lancinante no peito, foram realizados métodos complementares para buscar a origem.

Na verdade tudo depende da localização da fratura. Corredores com lesões metatarsais relatam dor ao caminhar e até inchaço nos pés.

A falta de ar de Nadal, em seu caso particular, é explicada pela irritação dos nervos torácicos que intervém na respiração. Como houve uma fratura, com o inchaço e acúmulo de líquido ao redor, é quase certo que as terminações nervosas do tórax manifestem dor.

Essa dor na parede torácica corta a respiração. O corpo, como mecanismo de defesa, interrompe abruptamente os movimentos de inspiração e isso limita a entrada de ar. Enquanto Nadal estava jogando a final de Indian Wells, ele não conseguiu todo o oxigênio de que precisava para manter o ritmo de jogo.

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As fraturas costais interrompem os movimentos respiratórios normais, impedindo a inspiração correta.

Descubra: Quão grave foi a assustadora lesão sofrida pelo Neymar?

O que espera Rafael Nadal por causa da fissura por estresse?

A fissura por estresse nas costelas exigirá de Rafael Nadal um descanso de 4 a 6 semanas. Esse é o tempo estipulado para que as células façam uma cicatrização correta.

Durante este tempo ele não poderá competir e treinará em uma intensidade muito baixa, pois o objetivo é que ocorra uma reparação adequada de sua costela danificada. É provável que ele precise usar uma bandagem ou dispositivo de compressão no peito para favorecer e estimular a cicatrização.

O uso de anti-inflamatórios fica a critério do médico responsável. Em geral eles são prescritos no início, quando a dor dificulta a respiração. Há também profissionais que prescrevem suplementos vitamínicos e de cálcio para ajudar no metabolismo ósseo, embora essa não seja uma prática universal.

Como sempre, o trecho final envolve a reabilitação. As sessões de fisioterapia ajudam a fortalecer os músculos circundantes para dar suporte à fratura.

Rafael Nadal não precisará passar por cirurgia devido à sua fissura por estresse. Pelo menos isso pode ser intuído, pois as indicações de cirurgia nesses casos são reservadas para fraturas que foram deslocadas, pacientes com más condições ósseas (osteoporose, por exemplo) ou quando a cicatrização deixou um calo não funcional.

Será preciso paciência. Nadal terá que esperar pelo menos 1 mês.

Rafael Nadal anunciou através de suas redes que está com uma fissura por estresse. Depois de perder a final da Indian Wells e ter afirmado que não conseguia respirar bem durante a partida, todas as atenções estavam voltadas para o atleta para descobrir qual o diagnóstico do que o afligia.

Suas palavras no Twitter foram contundentes e não deixaram espaço para especulações:

Estou com uma fratura por estresse em uma das minhas costelas, e ficarei fora por 4 a 6 semanas. Esta não é uma boa notícia e eu não esperava isso. Estou triste por essa notícia depois do início de uma temporada na qual eu estava indo tão bem.

Rafael Nadal através do Twitter 

Com a confirmação, podemos explorar do que se trata essa lesão, que é mais frequente do que parece entre os atletas. E embora inclua a palavra estresse, é importante mencionar que a condição não tem nada a ver com um distúrbio mental de saúde.

O que é a fissura por estresse sofrida por Rafael Nadal?

Essas fissuras são fraturas, ou seja, interrupções na linha de continuidade de um osso. Embora o nome fissura seja popularmente usado para designar uma linha de quebra óssea não muito profunda, a verdade é elas ainda são fraturas.

Essas são rupturas que não atingem a parte média dos ossos, pois se concentram no córtex, sem penetrar muito. Nesse caso específico, não são causadas por um único trauma externo que atinge a pessoa naquele local, mas sim pela repetição de movimentos que acabam provocando dor.

Por isso o nome fratura por estresse. Ele explica o mecanismo, que está relacionado à sobrecarga. Isso significa que o osso recebeu repetidamente tanta pressão, e de forma persistente, que cedeu em sua parte mais externa.

Ao mesmo tempo, essa sobrecarga constante impede que os processos normais de cicatrização reparem o dano. Por isso elas são tão comuns em corredores, tenistas, jogadores de futebol e montanhistas; todos repetem os mesmos movimentos ao realizar suas atividades esportivas.

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Entre as lesões frequentes do tênis, além dos problemas articulares de cotovelo e ombro, é importante mencionar as fraturas.

Quem sofre mais com elas?

Embora os atletas sejam um grupo altamente acometido pela fratura por estresse, como demonstra Rafael Nadal, sua presença também pode ser encontrada no campo militar. Os exercícios de preparação dos soldados e as longas marchas contribuem para seu aparecimento nos pés.

Os registros indicam que até um quinto de todas as lesões nos esportes podem ser atribuídas a uma fratura por estresse. Entre os corredores, a prevalência chega a 16%. O diagnóstico é mais comum em mulheres do que em homens.

Embora a manifestação nas costelas, como a de Rafa Nadal, não seja incomum, os pés recebem a maior sobrecarga, de forma que duas localizações comuns são as seguintes:

  • Segundo metatarso: é a fratura por estresse mais comum nos corredores. Por ser o osso mais longo do pé, ele fica exposto à tensão durante as passadas.
  • Quinto metatarso: também é chamada de fratura de Jones. Está intimamente ligada ao uso de calçados inadequados, pois isso leva a uma sobrecarga de peso corporal na parte externa do pé, forçando o osso pequeno a suportar mais pressão do que ele é capaz.

Veja a Lesão de Daniel Carvajal: quantos jogos vai perder pelo Real Madrid?

Como essa lesão é reconhecida?

A fissura por estresse de Rafael Nadal, por exemplo, foi reconhecida pelo aparecimento de sintomas no tenista. Ao manifestar falta de ar e um desconforto lancinante no peito, foram realizados métodos complementares para buscar a origem.

Na verdade tudo depende da localização da fratura. Corredores com lesões metatarsais relatam dor ao caminhar e até inchaço nos pés.

A falta de ar de Nadal, em seu caso particular, é explicada pela irritação dos nervos torácicos que intervém na respiração. Como houve uma fratura, com o inchaço e acúmulo de líquido ao redor, é quase certo que as terminações nervosas do tórax manifestem dor.

Essa dor na parede torácica corta a respiração. O corpo, como mecanismo de defesa, interrompe abruptamente os movimentos de inspiração e isso limita a entrada de ar. Enquanto Nadal estava jogando a final de Indian Wells, ele não conseguiu todo o oxigênio de que precisava para manter o ritmo de jogo.

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As fraturas costais interrompem os movimentos respiratórios normais, impedindo a inspiração correta.

Descubra: Quão grave foi a assustadora lesão sofrida pelo Neymar?

O que espera Rafael Nadal por causa da fissura por estresse?

A fissura por estresse nas costelas exigirá de Rafael Nadal um descanso de 4 a 6 semanas. Esse é o tempo estipulado para que as células façam uma cicatrização correta.

Durante este tempo ele não poderá competir e treinará em uma intensidade muito baixa, pois o objetivo é que ocorra uma reparação adequada de sua costela danificada. É provável que ele precise usar uma bandagem ou dispositivo de compressão no peito para favorecer e estimular a cicatrização.

O uso de anti-inflamatórios fica a critério do médico responsável. Em geral eles são prescritos no início, quando a dor dificulta a respiração. Há também profissionais que prescrevem suplementos vitamínicos e de cálcio para ajudar no metabolismo ósseo, embora essa não seja uma prática universal.

Como sempre, o trecho final envolve a reabilitação. As sessões de fisioterapia ajudam a fortalecer os músculos circundantes para dar suporte à fratura.

Rafael Nadal não precisará passar por cirurgia devido à sua fissura por estresse. Pelo menos isso pode ser intuído, pois as indicações de cirurgia nesses casos são reservadas para fraturas que foram deslocadas, pacientes com más condições ósseas (osteoporose, por exemplo) ou quando a cicatrização deixou um calo não funcional.

Será preciso paciência. Nadal terá que esperar pelo menos 1 mês.


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  • del Arco, Jessica Grande. “Fracturas de estrés en atletas.” Revista Internacional de Ciencias Podológicas 12.2 (2018): 63.
  • Martínez, Guillermo Anguita, et al. “Fracturas de estrés de los metatarsianos.” Revista Internacional de Ciencias Podológicas 5.2 (2011): 47-54.
  • Torrengo, Federico, Vicente Paús, and Jorge Cédola. “Fracturas por estrés en deportistas.” Rev la Asoc argentina Traumatol del Deport (2010): 18-23.
  • Canales, Jorge Alberto, and Josue Isaí Lagos Sánchez. “Fractura de la base del quinto metatarsiano: Informe de un caso y revisión de la literatura.” Rev. méd. hondur (2002): 31-33.

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