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Maus-tratos contra a mulher: violência contra a alma

4 minutos
Ainda que não sejam aceitáveis em nenhuma de suas formas, às vezes os maus-tratos psicológicos são mais perigosos que os físicos, já que não os consideramos como tal e eles causam o mesmo dano.
Maus-tratos contra a mulher: violência contra a alma
Bernardo Peña

Escrito e verificado por o psicólogo Bernardo Peña

Escrito por Valeria Sabater
Última atualização: 11 julho, 2023

A luta para combater os maus-tratos contra a mulher é um responsabilidade de todos nós.

Há pouco tempo a ONU Mulheres, organização das Nações Unidas dedicada a promover a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres, estabeleceu, por exemplo, a necessidade de lutar contra a violência sexual cometida contra o sexo feminino durante os conflitos armados.

Ainda que seja claro para todos que os homens também sofrem agressões, constrangimentos e maus-tratos físicos e emocionais, segundo dados da própria organização quase 35% das mulheres de todo o mundo já sofreram algum tipo de violência.

São números que impactam, sem dúvida; ainda mais se considerarmos os países em que o amparo social ou legal vira as costas para as mulheres.

Um claro exemplo disso é a Índia, onde quase 92% da população feminina já sofreu algum tipo de agressão.

As piores feridas não são sempre as que se veem por fora. Um golpe, uma pancada ou tapa é algo mais que uma agressão ao nosso corpo.

A ferida é muito mais profunda. Os maus-tratos causam graves sequelas neuropsicológicas que explicaremos a seguir.

Os maus-tratos e seu impacto no cérebro da mulher

Atualmente existem vários estudos que nos revelam como os maus-tratos afetam o cérebro das crianças. São traumas profundos, cujo impacto afeta posteriormente seu amadurecimento, seu equilíbrio emocional.

Mas… O que acontece num cérebro adulto? A violência contra a mulher tem, às vezes, um componente complexo e particular que deve ser levado em conta.

Em muitos casos estamos diante de uma pessoa feliz, segura de si mesma e com uma boa autoestima; e, pouco a pouco, os maus-tratos vão quebrando esse tecido de saúde emocional e força.

Leia também: “Florais de Bach para quem se sente sobrecarregado

Surpreendentemente, a violência pode afetar a qualquer mulher, sem importar seu status, idade, religião ou cultura.

Ainda que, de fato, haja uma maior incidência em contextos desfavorecidos ou países subdesenvolvidos).

Um dado importante que precisamos saber e refletir é que, atualmente, são muitas as adolescentes que sofrem maus-tratos psicológicos de seus parceiros.

Vejaagora em detalhes de que forma a violência física e emocional impacta o cérebro a mulher.

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A violência contra a mulher e a depressão

De acordo com um estudo publicado na revista Science Daily, as mulheres que sofrem violência doméstica durante vários anos têm um risco mais elevado de sofrer de depressão.

  • O estudo foi realizado por um grupo de pesquisadores do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência da King’s College de Londres (Inglaterra), do Instituto Universitário de Saúde Mental de Montreal (IUSMM) e pela Universidade de Montreal (Canadá).
  • Os maus-tratos contra a mulher afetam sua saúde e elevam o risco de sofrer de depressão, ansiedade ou até de transtornos psicológicos.
  • O impacto dessas situações pode se agravar no caso dessas mulheres terem sofrido também em sua infância algum tipo de abuso ou maus-tratos.

Leia também: “Os 50: uma idade incrível para a mulher

As feridas neurológicas

Na hora de falar de feridas cerebrais, temos que distinguir dois tipos básicos:

  • As feridas traumáticas propriamente ditas, causadas pelas agressões físicas.
  • As alterações cognitivas, a raiz do trauma da violência e dos maus-tratos sofridos.

No primeiro caso, os neurologistas indicam que, no geral, é possível identificar facilmente as agressões físicas relacionadas com a violência doméstica.

  • São traumatismos diretos na cabeça que podem acontecer de forma pontual ou contínua ao longo do tempo. Todas essas feridas podem ser vistas em exames clínicos.
  • Mesmo assim, às vezes, sofre-se também pequenas anoxias durante essas agressões; instantes em que o cérebro deixa de receber oxigênio.
    É, sem dúvida, algo muito grave.
  • Tudo isso causa perdas da memória a falta de concentração, prejudica nossa capacidade de tomar decisões, de nos comunicar, e até torna mais lentos nossos movimentos físicos.
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As marcas cognitivas e emocionais

Já vimos que os maus-tratos físicos causam graves sequelas que a mulher pode carregar para sempre. No entanto, e não menos relevante, há outras marcas que afetam o equilíbrio emocional e psicológico.

  • Às vezes não é preciso ter recebido um ou vários golpes para que os processos cognitivos como a atenção, a memória ou a compreensão sejam seriamente afetados.
  • Descobriu-se, por exemplo, que o nível de cortisol na saliva das mulheres que sofreram maus-tratos é muito elevado.
  • O cérebro sofre um tipo de estresse pós-traumático tão elevado que causa não apenas uma deterioração cognitiva muito concreta; como também uma sensação de medo e de estar indefesa.

Para concluir, todo esse impacto neuronal faz irremediavelmente com que essa mulher, antes segura e feliz, sinta como se todo o seu mundo desmoronasse. São situações devastadoras.

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É necessário tomar consciência desta realidade que, às vezes, está muito mais próxima do que pensamos.

Sugerimos ler também: “Depressão: um mal que atinge muitas mulheres

Os maus-tratos ferem, doem e rompem em pedaços a alma e a mente da mulher.

No entanto, é necessário que voltar a se levantar, ter esperança na vida; contando com a ajuda das pessoas que amamos e de uma sociedade sensível a essa realidade.

A luta para combater os maus-tratos contra a mulher é um responsabilidade de todos nós.

Há pouco tempo a ONU Mulheres, organização das Nações Unidas dedicada a promover a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres, estabeleceu, por exemplo, a necessidade de lutar contra a violência sexual cometida contra o sexo feminino durante os conflitos armados.

Ainda que seja claro para todos que os homens também sofrem agressões, constrangimentos e maus-tratos físicos e emocionais, segundo dados da própria organização quase 35% das mulheres de todo o mundo já sofreram algum tipo de violência.

São números que impactam, sem dúvida; ainda mais se considerarmos os países em que o amparo social ou legal vira as costas para as mulheres.

Um claro exemplo disso é a Índia, onde quase 92% da população feminina já sofreu algum tipo de agressão.

As piores feridas não são sempre as que se veem por fora. Um golpe, uma pancada ou tapa é algo mais que uma agressão ao nosso corpo.

A ferida é muito mais profunda. Os maus-tratos causam graves sequelas neuropsicológicas que explicaremos a seguir.

Os maus-tratos e seu impacto no cérebro da mulher

Atualmente existem vários estudos que nos revelam como os maus-tratos afetam o cérebro das crianças. São traumas profundos, cujo impacto afeta posteriormente seu amadurecimento, seu equilíbrio emocional.

Mas… O que acontece num cérebro adulto? A violência contra a mulher tem, às vezes, um componente complexo e particular que deve ser levado em conta.

Em muitos casos estamos diante de uma pessoa feliz, segura de si mesma e com uma boa autoestima; e, pouco a pouco, os maus-tratos vão quebrando esse tecido de saúde emocional e força.

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Surpreendentemente, a violência pode afetar a qualquer mulher, sem importar seu status, idade, religião ou cultura.

Ainda que, de fato, haja uma maior incidência em contextos desfavorecidos ou países subdesenvolvidos).

Um dado importante que precisamos saber e refletir é que, atualmente, são muitas as adolescentes que sofrem maus-tratos psicológicos de seus parceiros.

Vejaagora em detalhes de que forma a violência física e emocional impacta o cérebro a mulher.

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A violência contra a mulher e a depressão

De acordo com um estudo publicado na revista Science Daily, as mulheres que sofrem violência doméstica durante vários anos têm um risco mais elevado de sofrer de depressão.

  • O estudo foi realizado por um grupo de pesquisadores do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência da King’s College de Londres (Inglaterra), do Instituto Universitário de Saúde Mental de Montreal (IUSMM) e pela Universidade de Montreal (Canadá).
  • Os maus-tratos contra a mulher afetam sua saúde e elevam o risco de sofrer de depressão, ansiedade ou até de transtornos psicológicos.
  • O impacto dessas situações pode se agravar no caso dessas mulheres terem sofrido também em sua infância algum tipo de abuso ou maus-tratos.

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As feridas neurológicas

Na hora de falar de feridas cerebrais, temos que distinguir dois tipos básicos:

  • As feridas traumáticas propriamente ditas, causadas pelas agressões físicas.
  • As alterações cognitivas, a raiz do trauma da violência e dos maus-tratos sofridos.

No primeiro caso, os neurologistas indicam que, no geral, é possível identificar facilmente as agressões físicas relacionadas com a violência doméstica.

  • São traumatismos diretos na cabeça que podem acontecer de forma pontual ou contínua ao longo do tempo. Todas essas feridas podem ser vistas em exames clínicos.
  • Mesmo assim, às vezes, sofre-se também pequenas anoxias durante essas agressões; instantes em que o cérebro deixa de receber oxigênio.
    É, sem dúvida, algo muito grave.
  • Tudo isso causa perdas da memória a falta de concentração, prejudica nossa capacidade de tomar decisões, de nos comunicar, e até torna mais lentos nossos movimentos físicos.
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As marcas cognitivas e emocionais

Já vimos que os maus-tratos físicos causam graves sequelas que a mulher pode carregar para sempre. No entanto, e não menos relevante, há outras marcas que afetam o equilíbrio emocional e psicológico.

  • Às vezes não é preciso ter recebido um ou vários golpes para que os processos cognitivos como a atenção, a memória ou a compreensão sejam seriamente afetados.
  • Descobriu-se, por exemplo, que o nível de cortisol na saliva das mulheres que sofreram maus-tratos é muito elevado.
  • O cérebro sofre um tipo de estresse pós-traumático tão elevado que causa não apenas uma deterioração cognitiva muito concreta; como também uma sensação de medo e de estar indefesa.

Para concluir, todo esse impacto neuronal faz irremediavelmente com que essa mulher, antes segura e feliz, sinta como se todo o seu mundo desmoronasse. São situações devastadoras.

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É necessário tomar consciência desta realidade que, às vezes, está muito mais próxima do que pensamos.

Sugerimos ler também: “Depressão: um mal que atinge muitas mulheres

Os maus-tratos ferem, doem e rompem em pedaços a alma e a mente da mulher.

No entanto, é necessário que voltar a se levantar, ter esperança na vida; contando com a ajuda das pessoas que amamos e de uma sociedade sensível a essa realidade.


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Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.