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Efeito McGurk: ouvir palavras com os olhos?

4 minutos
Devido ao efeito McGurk, o cérebro nos leva a ouvir uma sílaba não dita da leitura labial. Isso é positivo ou negativo? Podemos aproveitar esse fenômeno?
Efeito McGurk: ouvir palavras com os olhos?
Maria Fatima Seppi Vinuales

Escrito e verificado por a psicóloga Maria Fatima Seppi Vinuales

Última atualização: 10 dezembro, 2022

Ver um prato de comida e evocar aquele sabor, sentir que estamos saboreando aquela comida. Da mesma forma, o efeito McGurk nos diz que seria possível ouvir com os olhos.

Ou seja, por meio desse fenômeno se estabelece uma associação dos sentidos. Um deles antecipa o outro. Vamos ver do que se trata.

O que é o efeito McGurk?

O efeito McGurk é a integração entre estímulos auditivos e visuais na linguagem oral. Para entender o que é, vamos pensar em um exemplo. Estamos diante de uma pessoa que repete a sílaba “pa” repetidamente. Esse é o som que chega ao nosso cérebro, acompanhado por um movimento dos lábios.

Em seguida, a pessoa continua a repetir a sílaba “pa”. No entanto, o que nosso cérebro interpreta é que o que está dizendo agora é “fa”. O que está acontecendo?

O efeito McGurk aconteceu. O que a pessoa está vendo agora é outro movimento labial que corresponde à segunda sílaba, embora a pessoa continue a dizer a primeira. Se fecharmos os olhos, ouviremos a coisa certa.

O efeito McGurk indica que a hierarquia é dada ao que vemos.

Na verdade, o que estamos fazendo no exemplo é ler os lábios. O som final seria dado ou guiado por uma mistura de leitura labial e experiência anterior.

Qual o nome disso?

O efeito McGurk recebe esse nome porque foi identificado pela primeira vez em 1976 pelos psicólogos Harry McGurk e John MacDonald, ao realizar diferentes experimentos. Neles, eles estudaram os padrões de imitação que as crianças seguiam ao aprender a fala.

Nesse caso, a conclusão a que chegaram foi que, às vezes, a informação visual prevalecia na interpretação, ignorando a informação que chegava pelas vias auditivas. Em outras palavras, o que vemos influencia o que ouvimos.

Por sua vez, muitos investigadores referem que o cérebro, em determinadas circunstâncias, é gerido de acordo com um princípio de inferência causal. Ou seja, interpretar os sinais de contexto (sabe ou associa que um determinado movimento labial corresponde a um determinado som), calculando as probabilidades de que determinadas mensagens sejam apresentadas em conjunto.

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O cérebro pode pegar alguns atalhos para resolver tarefas cotidianas. O efeito McGurk estaria entre eles.

Características do efeito McGurk

Entre as características do efeito McGurk está a antecipação, que nos permite uma certa economia de pensamento. Ou seja, o cérebro disponibiliza suas experiências visuais anteriores para entender o que está sendo falado e o que está sendo ouvido.

Às vezes, a leitura labial pode ser útil; especialmente em ambientes ruidosos. No entanto, também pode levar à confusão, pois o cérebro nos enganaria, fazendo-nos acreditar que estamos ouvindo algo apenas guiado pelo movimento dos lábios.

Muitos desses fenômenos perceptuais ou enganos também ocorrem em ilusões de ótica.

Outro dos dados que se sabe é que o efeito McGurk, no que diz respeito à percepção audiovisual, diminui ao longo do desenvolvimento. Por exemplo, como a região do cérebro que lida com a informação auditiva se desenvolve mais cedo do que a que lida com a percepção visual, as crianças confiam mais nos sons do que os adultos.

Portanto, as crianças são menos propensas a enganar ou confundir o efeito em questão. Ou seja, ao longo do crescimento, a forma de processar as informações sensoriais varia.

Além disso, alguns dos fatores que influenciam são distrações visuais, familiaridade e estrutura silábica. Algumas doenças também podem participar de forma negativa, como afasia, Alzheimer e distúrbios específicos da linguagem.

Por fim, outra das curiosidades tem a ver com o efeito McGurk sobre as línguas. Sua ocorrência varia de acordo com o idioma que está sendo analisado.

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A linguagem em que o efeito é analisado permite detectar variações que dependeriam do tipo de linguagem utilizada.

Veja: Curiosidades sobre o cérebro feminino

O visual e o auditivo trabalham juntos

Através do estudo do cérebro é possível saber que os sistemas visual e auditivo evoluíram de mãos dadas para facilitar o desenvolvimento da fala. Além de sua importância per se, o sistema visual é um importante aliado e mediador do sistema auditivo, colaborando na compreensão das mensagens.

Por exemplo, ele suporta o reconhecimento de sons que podem ser difíceis de distinguir. Da mesma forma, permite completar as informações recebidas, proporcionando maior segurança e confiança em relação ao que ouvimos.

Tanto o auditivo quanto o visual são sistemas que funcionam como uma equipe. Um fortalece e apoia a ação do outro.

A importância de conhecer o funcionamento do cérebro é fundamental para promover seu uso, poder se comunicar e se adaptar a determinados contextos e lidar com fenômenos que afetam a percepção, como no envelhecimento.

Ver um prato de comida e evocar aquele sabor, sentir que estamos saboreando aquela comida. Da mesma forma, o efeito McGurk nos diz que seria possível ouvir com os olhos.

Ou seja, por meio desse fenômeno se estabelece uma associação dos sentidos. Um deles antecipa o outro. Vamos ver do que se trata.

O que é o efeito McGurk?

O efeito McGurk é a integração entre estímulos auditivos e visuais na linguagem oral. Para entender o que é, vamos pensar em um exemplo. Estamos diante de uma pessoa que repete a sílaba “pa” repetidamente. Esse é o som que chega ao nosso cérebro, acompanhado por um movimento dos lábios.

Em seguida, a pessoa continua a repetir a sílaba “pa”. No entanto, o que nosso cérebro interpreta é que o que está dizendo agora é “fa”. O que está acontecendo?

O efeito McGurk aconteceu. O que a pessoa está vendo agora é outro movimento labial que corresponde à segunda sílaba, embora a pessoa continue a dizer a primeira. Se fecharmos os olhos, ouviremos a coisa certa.

O efeito McGurk indica que a hierarquia é dada ao que vemos.

Na verdade, o que estamos fazendo no exemplo é ler os lábios. O som final seria dado ou guiado por uma mistura de leitura labial e experiência anterior.

Qual o nome disso?

O efeito McGurk recebe esse nome porque foi identificado pela primeira vez em 1976 pelos psicólogos Harry McGurk e John MacDonald, ao realizar diferentes experimentos. Neles, eles estudaram os padrões de imitação que as crianças seguiam ao aprender a fala.

Nesse caso, a conclusão a que chegaram foi que, às vezes, a informação visual prevalecia na interpretação, ignorando a informação que chegava pelas vias auditivas. Em outras palavras, o que vemos influencia o que ouvimos.

Por sua vez, muitos investigadores referem que o cérebro, em determinadas circunstâncias, é gerido de acordo com um princípio de inferência causal. Ou seja, interpretar os sinais de contexto (sabe ou associa que um determinado movimento labial corresponde a um determinado som), calculando as probabilidades de que determinadas mensagens sejam apresentadas em conjunto.

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O cérebro pode pegar alguns atalhos para resolver tarefas cotidianas. O efeito McGurk estaria entre eles.

Características do efeito McGurk

Entre as características do efeito McGurk está a antecipação, que nos permite uma certa economia de pensamento. Ou seja, o cérebro disponibiliza suas experiências visuais anteriores para entender o que está sendo falado e o que está sendo ouvido.

Às vezes, a leitura labial pode ser útil; especialmente em ambientes ruidosos. No entanto, também pode levar à confusão, pois o cérebro nos enganaria, fazendo-nos acreditar que estamos ouvindo algo apenas guiado pelo movimento dos lábios.

Muitos desses fenômenos perceptuais ou enganos também ocorrem em ilusões de ótica.

Outro dos dados que se sabe é que o efeito McGurk, no que diz respeito à percepção audiovisual, diminui ao longo do desenvolvimento. Por exemplo, como a região do cérebro que lida com a informação auditiva se desenvolve mais cedo do que a que lida com a percepção visual, as crianças confiam mais nos sons do que os adultos.

Portanto, as crianças são menos propensas a enganar ou confundir o efeito em questão. Ou seja, ao longo do crescimento, a forma de processar as informações sensoriais varia.

Além disso, alguns dos fatores que influenciam são distrações visuais, familiaridade e estrutura silábica. Algumas doenças também podem participar de forma negativa, como afasia, Alzheimer e distúrbios específicos da linguagem.

Por fim, outra das curiosidades tem a ver com o efeito McGurk sobre as línguas. Sua ocorrência varia de acordo com o idioma que está sendo analisado.

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A linguagem em que o efeito é analisado permite detectar variações que dependeriam do tipo de linguagem utilizada.

Veja: Curiosidades sobre o cérebro feminino

O visual e o auditivo trabalham juntos

Através do estudo do cérebro é possível saber que os sistemas visual e auditivo evoluíram de mãos dadas para facilitar o desenvolvimento da fala. Além de sua importância per se, o sistema visual é um importante aliado e mediador do sistema auditivo, colaborando na compreensão das mensagens.

Por exemplo, ele suporta o reconhecimento de sons que podem ser difíceis de distinguir. Da mesma forma, permite completar as informações recebidas, proporcionando maior segurança e confiança em relação ao que ouvimos.

Tanto o auditivo quanto o visual são sistemas que funcionam como uma equipe. Um fortalece e apoia a ação do outro.

A importância de conhecer o funcionamento do cérebro é fundamental para promover seu uso, poder se comunicar e se adaptar a determinados contextos e lidar com fenômenos que afetam a percepção, como no envelhecimento.


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  • Llanos, L. C. (2010). Tecnologías del habla y análisis de la voz. Aplicaciones en la enseñanza de la lengua. Laboratorio de lingüística informática, Universidad Autónoma de Madrid, 1-41
  • Roberts, Richard, and Roger Kreuz. “An Interdisciplinary Approach to Foreign Language Learning: Myths and Strategies for Success.” (2016).
  • Velasco, Ignacio, & Spence, Charles, & Navarra, Jordi (2011). El sistema perceptivo: esa pequeña máquina del tiempo. Anales de Psicología, 27(1),195-201.[fecha de Consulta 24 de Febrero de 2022]. ISSN: 0212-9728. Disponible en: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=16717018023

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