Efeito McGurk: ouvir palavras com os olhos?
Escrito e verificado por a psicóloga Maria Fatima Seppi Vinuales
Ver um prato de comida e evocar aquele sabor, sentir que estamos saboreando aquela comida. Da mesma forma, o efeito McGurk nos diz que seria possível ouvir com os olhos.
Ou seja, por meio desse fenômeno se estabelece uma associação dos sentidos. Um deles antecipa o outro. Vamos ver do que se trata.
O que é o efeito McGurk?
O efeito McGurk é a integração entre estímulos auditivos e visuais na linguagem oral. Para entender o que é, vamos pensar em um exemplo. Estamos diante de uma pessoa que repete a sílaba “pa” repetidamente. Esse é o som que chega ao nosso cérebro, acompanhado por um movimento dos lábios.
Em seguida, a pessoa continua a repetir a sílaba “pa”. No entanto, o que nosso cérebro interpreta é que o que está dizendo agora é “fa”. O que está acontecendo?
O efeito McGurk aconteceu. O que a pessoa está vendo agora é outro movimento labial que corresponde à segunda sílaba, embora a pessoa continue a dizer a primeira. Se fecharmos os olhos, ouviremos a coisa certa.
O efeito McGurk indica que a hierarquia é dada ao que vemos.
Na verdade, o que estamos fazendo no exemplo é ler os lábios. O som final seria dado ou guiado por uma mistura de leitura labial e experiência anterior.
Qual o nome disso?
O efeito McGurk recebe esse nome porque foi identificado pela primeira vez em 1976 pelos psicólogos Harry McGurk e John MacDonald, ao realizar diferentes experimentos. Neles, eles estudaram os padrões de imitação que as crianças seguiam ao aprender a fala.
Nesse caso, a conclusão a que chegaram foi que, às vezes, a informação visual prevalecia na interpretação, ignorando a informação que chegava pelas vias auditivas. Em outras palavras, o que vemos influencia o que ouvimos.
Por sua vez, muitos investigadores referem que o cérebro, em determinadas circunstâncias, é gerido de acordo com um princípio de inferência causal. Ou seja, interpretar os sinais de contexto (sabe ou associa que um determinado movimento labial corresponde a um determinado som), calculando as probabilidades de que determinadas mensagens sejam apresentadas em conjunto.
Características do efeito McGurk
Entre as características do efeito McGurk está a antecipação, que nos permite uma certa economia de pensamento. Ou seja, o cérebro disponibiliza suas experiências visuais anteriores para entender o que está sendo falado e o que está sendo ouvido.
Às vezes, a leitura labial pode ser útil; especialmente em ambientes ruidosos. No entanto, também pode levar à confusão, pois o cérebro nos enganaria, fazendo-nos acreditar que estamos ouvindo algo apenas guiado pelo movimento dos lábios.
Muitos desses fenômenos perceptuais ou enganos também ocorrem em ilusões de ótica.
Outro dos dados que se sabe é que o efeito McGurk, no que diz respeito à percepção audiovisual, diminui ao longo do desenvolvimento. Por exemplo, como a região do cérebro que lida com a informação auditiva se desenvolve mais cedo do que a que lida com a percepção visual, as crianças confiam mais nos sons do que os adultos.
Portanto, as crianças são menos propensas a enganar ou confundir o efeito em questão. Ou seja, ao longo do crescimento, a forma de processar as informações sensoriais varia.
Além disso, alguns dos fatores que influenciam são distrações visuais, familiaridade e estrutura silábica. Algumas doenças também podem participar de forma negativa, como afasia, Alzheimer e distúrbios específicos da linguagem.
Por fim, outra das curiosidades tem a ver com o efeito McGurk sobre as línguas. Sua ocorrência varia de acordo com o idioma que está sendo analisado.
O visual e o auditivo trabalham juntos
Através do estudo do cérebro é possível saber que os sistemas visual e auditivo evoluíram de mãos dadas para facilitar o desenvolvimento da fala. Além de sua importância per se, o sistema visual é um importante aliado e mediador do sistema auditivo, colaborando na compreensão das mensagens.
Por exemplo, ele suporta o reconhecimento de sons que podem ser difíceis de distinguir. Da mesma forma, permite completar as informações recebidas, proporcionando maior segurança e confiança em relação ao que ouvimos.
Tanto o auditivo quanto o visual são sistemas que funcionam como uma equipe. Um fortalece e apoia a ação do outro.
A importância de conhecer o funcionamento do cérebro é fundamental para promover seu uso, poder se comunicar e se adaptar a determinados contextos e lidar com fenômenos que afetam a percepção, como no envelhecimento.
Ver um prato de comida e evocar aquele sabor, sentir que estamos saboreando aquela comida. Da mesma forma, o efeito McGurk nos diz que seria possível ouvir com os olhos.
Ou seja, por meio desse fenômeno se estabelece uma associação dos sentidos. Um deles antecipa o outro. Vamos ver do que se trata.
O que é o efeito McGurk?
O efeito McGurk é a integração entre estímulos auditivos e visuais na linguagem oral. Para entender o que é, vamos pensar em um exemplo. Estamos diante de uma pessoa que repete a sílaba “pa” repetidamente. Esse é o som que chega ao nosso cérebro, acompanhado por um movimento dos lábios.
Em seguida, a pessoa continua a repetir a sílaba “pa”. No entanto, o que nosso cérebro interpreta é que o que está dizendo agora é “fa”. O que está acontecendo?
O efeito McGurk aconteceu. O que a pessoa está vendo agora é outro movimento labial que corresponde à segunda sílaba, embora a pessoa continue a dizer a primeira. Se fecharmos os olhos, ouviremos a coisa certa.
O efeito McGurk indica que a hierarquia é dada ao que vemos.
Na verdade, o que estamos fazendo no exemplo é ler os lábios. O som final seria dado ou guiado por uma mistura de leitura labial e experiência anterior.
Qual o nome disso?
O efeito McGurk recebe esse nome porque foi identificado pela primeira vez em 1976 pelos psicólogos Harry McGurk e John MacDonald, ao realizar diferentes experimentos. Neles, eles estudaram os padrões de imitação que as crianças seguiam ao aprender a fala.
Nesse caso, a conclusão a que chegaram foi que, às vezes, a informação visual prevalecia na interpretação, ignorando a informação que chegava pelas vias auditivas. Em outras palavras, o que vemos influencia o que ouvimos.
Por sua vez, muitos investigadores referem que o cérebro, em determinadas circunstâncias, é gerido de acordo com um princípio de inferência causal. Ou seja, interpretar os sinais de contexto (sabe ou associa que um determinado movimento labial corresponde a um determinado som), calculando as probabilidades de que determinadas mensagens sejam apresentadas em conjunto.
Características do efeito McGurk
Entre as características do efeito McGurk está a antecipação, que nos permite uma certa economia de pensamento. Ou seja, o cérebro disponibiliza suas experiências visuais anteriores para entender o que está sendo falado e o que está sendo ouvido.
Às vezes, a leitura labial pode ser útil; especialmente em ambientes ruidosos. No entanto, também pode levar à confusão, pois o cérebro nos enganaria, fazendo-nos acreditar que estamos ouvindo algo apenas guiado pelo movimento dos lábios.
Muitos desses fenômenos perceptuais ou enganos também ocorrem em ilusões de ótica.
Outro dos dados que se sabe é que o efeito McGurk, no que diz respeito à percepção audiovisual, diminui ao longo do desenvolvimento. Por exemplo, como a região do cérebro que lida com a informação auditiva se desenvolve mais cedo do que a que lida com a percepção visual, as crianças confiam mais nos sons do que os adultos.
Portanto, as crianças são menos propensas a enganar ou confundir o efeito em questão. Ou seja, ao longo do crescimento, a forma de processar as informações sensoriais varia.
Além disso, alguns dos fatores que influenciam são distrações visuais, familiaridade e estrutura silábica. Algumas doenças também podem participar de forma negativa, como afasia, Alzheimer e distúrbios específicos da linguagem.
Por fim, outra das curiosidades tem a ver com o efeito McGurk sobre as línguas. Sua ocorrência varia de acordo com o idioma que está sendo analisado.
O visual e o auditivo trabalham juntos
Através do estudo do cérebro é possível saber que os sistemas visual e auditivo evoluíram de mãos dadas para facilitar o desenvolvimento da fala. Além de sua importância per se, o sistema visual é um importante aliado e mediador do sistema auditivo, colaborando na compreensão das mensagens.
Por exemplo, ele suporta o reconhecimento de sons que podem ser difíceis de distinguir. Da mesma forma, permite completar as informações recebidas, proporcionando maior segurança e confiança em relação ao que ouvimos.
Tanto o auditivo quanto o visual são sistemas que funcionam como uma equipe. Um fortalece e apoia a ação do outro.
A importância de conhecer o funcionamento do cérebro é fundamental para promover seu uso, poder se comunicar e se adaptar a determinados contextos e lidar com fenômenos que afetam a percepção, como no envelhecimento.
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- Llanos, L. C. (2010). Tecnologías del habla y análisis de la voz. Aplicaciones en la enseñanza de la lengua. Laboratorio de lingüística informática, Universidad Autónoma de Madrid, 1-41
- Roberts, Richard, and Roger Kreuz. “An Interdisciplinary Approach to Foreign Language Learning: Myths and Strategies for Success.” (2016).
- Velasco, Ignacio, & Spence, Charles, & Navarra, Jordi (2011). El sistema perceptivo: esa pequeña máquina del tiempo. Anales de Psicología, 27(1),195-201.[fecha de Consulta 24 de Febrero de 2022]. ISSN: 0212-9728. Disponible en: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=16717018023
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